Diálogo para oficialização das injustiças da Renamo?
Sabias, amigo e compatriota...?
Se não, então presta atenção ao que se segue e pensa:
1. Afonso Dhlakama está no mato, a viver mal, com um conjunto de homens armados, alguns dos quais estiveram integrados nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), mas que foram desvinculados por MAU desempenho.
2. Uns fulanos, ditos "intelectuais" da Renamo, a maioria dos quais ocupa assentos como deputados na Assembleia da República, instigaram o Afonso Afonso Dhlakama e alguns dos homens desvinculados das FADM, para activar a famosa «guarda dos responsáveis» daquele grupo armado e iniciar hostilidades militares, como forma de forçar o Governo de Moçambique a ceder aceitar a partilha anti-constitucional do poder político com a Frelimo, goradas que foram várias tentativas de chegar ao poder via eleições.
3. Quer dizer, o verdadeiro responsável pelo conflito armado que se vive hoje em Moçambique, com todas as características de terrorismo, são os ditos "intelectuais" da Renamo, cuja maioria está actualmente a servir na Assembleia da República como deputados pela Bancada Parlamentar desta organização terrorista.
4. Afonso Dhlakama e os homens de que se faz acompanhar lá nas matas onde se encontraram já se aperceberam, finalmente, de que estão a ser usados como instrumentos pelos seus próprios correlegionários "intelectuais", os quais pretendem atingir postos de governação para servir interesses pessoais.
5. É na sequência desta "descoberta" do Afonso Dhlankama e sua "fauna acompanhante", que eles organizam e executam ataques cirúrgicos contra os "intelectuais" manhosos que os mandaram para o mato, ataques esses que os mesmos "intelectuais" manhosos tentam ardilosamente atribuir a pretensos "esquadrões de morte" das forças governamentais.
6. Actualmente, a Renamo já NÃO TEM DINHEIRO. O facto está a agudizar as divergências internas, com o Afonso Dhlakama e os seus acompanhantes ora no mato a pensarem seriamente na "acomodação" que um eventual acordo para a restauração da paz em Moçambique lhes poderia facilitar e, por isso, a exigirem a aceleração das conversações ora em curso, de modo a que o dito «diálogo ao mais alto nível» entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama aconteça o mais rapidamente possível.
7. O que é verdade, porém, é que o Afonso Dhlakama e os demais bandidos que o acompanham lá no mato já estão a ficar incomodados pelas suas idades e condição de saúde, que já não ajudam lá muito, e eles precisam de assegurar pensões de reforma para o resto do tempo que ainda lhes sobra viver.
8. Quer dizer, as conversações ora em curso visam apenas assegurar que pessoas que passaram as suas vidas a fazer NADA, excepto MATAR e DESTRUIR, agora querem um acordo com o Governo de Moçambique para serem novamente amnistiados e passarem o resto das suas vidas às custas contribuições do povo que eles privaram da paz. Que injustiça pode ser mais abjecta!
9. E como a Renamo NÃO VAI ENTREGAR todas as armas, mesmo com mais um acordo de paz podre, e acaba de recrutar bandidos jovens para integrar as suas fileiras, esta prática de alguns viverem sequestrando e negociando o resgate da paz do povo ainda vai continuar! É para os moçambicanos viverem assim até quando?
10. Moçambicanas, moçambicanos, compatriotas! Não nos enganemos: a Renamo é uma organização de bandidos, uns (vivendo de promessas no mato) que servem a outros (vivendo luxuosamente nas cidades), sendo estes últimos que fazem promessas vãs aos primeiros! Para acabar com este ciclo de injustiça que a Renamo, é preciso destruir os «ninhos» e os «ovos» dos bandidos que vivem luxuosamente nas cidades.
11. Enfim, quiçá é mesmo mais inteligente o Governo ordenar a desactivação das colunas lá nas estradas e considerar outra estratégia na luta contra o terrorismo da Renamo, porque os verdadeiros cabecilhas deste terrorismo estão a conviver com o poder legalmente instituído nas cidades. Afonso Dhlakama é um mal menor; ele é de facto apenas um instrumento. Os verdadeiros bandidos não são aqueles que estão no mato; são os que estão a fazer EXIGÊNCIAS a partir do conforto das cidades. O fogo tem que ser dirigido contra esses!
Crítica à recente entrevista de Carlos Nuno Castel-Branco à STV
O socioeconomista Carlos Nuno Castel-Branco à STV voltou a conceder uma entrevista ao canal televisivo STV. Entre as coisas que o entrevistado disse, em resposta às BOAS perguntas que lhe eram colocadas pelo entrevistador, ressalto a referência que ele (o entrevistado) fez às previsões do seu grupo no IESE (Instituto de Estudos Sociais e Económicos), de há quase oito (8) anos [aceito correcção de data], sobre o curso da economia moçambicana. Carlos Nuno Castel-Branco está feliz por o seu grupo ter feito uma previsão acertada—feito que eu também aqui reconheci publicamente—, mas ele está claramente infeliz por NÃO ter sido ouvido, e por isso—eu creio—, ele fala com algum sarcasmo sobre o presente estado da economia moçambicana, o que me leva a questionar o seu sentido de academia e patriotismo.
Ora, eu quero dizer que essa postura de expressar infelicidade por NÃO ter sido ouvido não é academicamente correcta e revela um défice de cultura científica de quem a toma. Logo, mais uma vez, enganam-se aqueles que pensam que no IESE se faz ciência! Eu já explico este meu ponto de vista, e a minha indignação pela postura NADA académica assumido por Carlos Nuno Castel-Branco na entrevista aqui em referência.
Um verdadeiro cientista não produz conhecimento para ser ouvido; produz conhecimento por paixão. Muitas vezes ele (o cientista) nem se quer tem certeza de que o investiga vai gerar conhecimento de útil ou não, e se essa utilidade vai ser em fazer o bem ou em fazer o mal, ou as duas coisas. Quando alguém faz estudos para ser ouvido, esse é um estudioso perigoso para a vida pública, sendo mesmo recomendável que se lhe dê ouvidos!
Para entender melhor o que quero dizer, vamos lá imaginar que o grupo do Carlos Nuno Castel-Branco no IESE tivesse feito uma previsão que não se verificasse, ou que produzisse um resultado contrário ao previsto, mas o estudo tivesse sido tomado em conta à letra. Quem imagina o que diriam os autores desse estudo, ante o falhanço das suas previsões? Um verdadeiro cientista fica feliz com qualquer resultado dos seus estudos, mas fica melhor quando as suas previsões são confirmadas pela experiência; quando o não são, a lição fica é de que não é tão bem assim como ele (o cientista) pensava. O cientista não fica zangado nem se põe a fazer troça de quem não acredite nele.
O conhecimento sólido produz-se com a verificação experimental da validade ou falsidade de hipóteses ou postulados. A decisão de aceitar o rejeitar uma certa teoria é tomada com base nos resultados de uma experiência deliberadamente preparada para a verificação dessa teoria. Não foi o que se passou no caso presente de derrapagem da economia moçambicana. O grupo do Carlos Nuno Castel-Branco no IESE intendeu fazer um estudo para prever o comportamento da economia moçambicana por iniciativa própria. Como é prática com todos os estudos científicos, no seu estudo aquele grupo usou uma ou várias premissa(s), na base da(s) qual(is) seleccionou as variáveis dependente(s) e independente(s) e determinou, usando uma regressão, os coeficientes a usar na equação ou no sistema de equações que usaria para prever o comportamento da economia no decurso do tempo. Na linguagem científica, esse exercício chama-se "modelação". A equação ou o sistema de equações produzida(o) com esse exercício chama-se "modelo". No seu estudo, o grupo do Carlos Nuno Castel-Branco no IESE terá ou construído o seu próprio modelo ou adoptado um modelo comercialmente disponível para fazer o que o grupo entendia por bem fazer. Tudo bem até aqui. Exercício puramente académico.
Entretanto, o objecto de estudo do grupo do Carlos Nuno Castel-Branco no IESE era a economia moçambicana, objecto este que o grupo não podia (porque ninguém pode) manipular ao seu bel-prazer, para verificar a validade e desempenho do seu modelo. O comportamento de uma economia segue as vontades das pessoas, que alteram constantemente os padrões de produção e de consumo, ou de procura e de oferta, de bens e serviços; razão pela qual não é facilmente previsível. Só por uma grande sorte e muitos anos de experiência acumulada na manipulação de parâmetros e variáveis económicas é que alguém pode fazer uma previsão acertada do comportamento de uma economia. Por eu saber disto, acho que o Carlos Nuno Castel-Branco tem é SIMPLESMENTE que ficar satisfeito por o seu grupo ter acertado nas suas previsões sobre o comportamento da economia moçambicana, mas NÃO fazer troça de quem não acreditou nessa previsão; porque podia—e com igual ou maior probabilidade—não ter sido uma previsão acertada, pela razão de que a economia é só fortuitamente previsível, por, como já se disse, depender muito das vontades das pessoas, vontades essas que constantemente mudam, num mundo com uma população em crescimento acelerado, particularmente nos países ditos pobres, qual Moçambique.
Aliás, essa de falar com sarcasmo sobre o estado da economia moçambicana e fazer troça de quem não acreditou nas previsões do grupo do Carlos Nuno Castel-Branco sobre a mesma economia, deixa ficar a impressão de que o IESE não se criou para ser uma instituição de investigação científica independente e isenta, mas quiçá para ser um órgão de consultoria gratuita e cujas recomendações são mandatórias para o Governo de Moçambique. Será isso? Se não, pelo menos é essa impressão que o Carlos Nuno Castel-Branco deixou ficar na recente entrevista que concedeu à STV. Será que sou o único com essa impressão?!
Por fim, sobre consultoria e consultores devo dizer o seguinte aos meus compatriotas (moçambicanos):
1. Não levai a sério e não pagai honorários a um consultor que vos diz o que não fazer, ainda que explique porquê, de forma eloquente e convincente; esse não é consultor, é um charlatão.
2. Um verdadeiro consultor é aquele que indica de quantas maneiras é possível fazer algo e qual dessas maneiras é melhor, e porquê é essa maneira é melhor que as demais, para cada uma de um conjunto de condições em que o cliente se pode encontrar, ou pode ter, no tempo e no espaço.
Em resumo, o verdadeiro consultor vende opções; o charlatão vende avisos. O que tu preferes, entre avisos e opções? Claramente, Armando Guebuza preferiu opções no lugar de avisos, e com razão de sobra: os avisos paralisam; e as opções inspiram, mas não sem riscos. O risco tem que ser sempre assumido, onde se quer que aconteça alguma coisa. Um líder tem ter esta lição bem aprendida. É por isso que eu alguma disse ao Filipe Nyusi, numa breve conversa que travamos num convívio familiar, o seguinte: (i) ouvir todos, mas todos mesmo; (ii) pensar no que tiver ouvido; (iii) separar avisos das opções; (iv) avaliar cuidadosamente as opções disponíveis; e (v) escolher uma delas e assumir os riscos correspondentes. Foi assim procederam fizeram Eduardo Mondlane, Samora Machel, Joaquim Chissano e Armando Guebuza, para Moçambique estar hoje onde está.
Tu que me está a ler pensas o quê? Achas que podia ser doutro jeito? Qual? Existem opções melhores que outras, mas NUNCA existe uma opção sem riscos associados; NUNCA será possível chegar-se a algum lugar nesta vida e com esta vida, sem se assumir e aceitar riscos. Por isso, o meu conselho gratuito é: dispensa avisos, avalia opções e escolhe uma, com os riscos à ela associados!
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PS: Se ficar provado que houve falcatruas na contratação das dívidas comerciais da EMATUM, Proindicus e MAM, avalizadas pelo Estado,—como parece que houve, segundo a PGR—, o Manuel Chang terá de arcar com as consequência sozinho, para salvar o clã. Os búfalos fazem isso; Almerinho Manhenje fez o mesmo! Por que não pode o Manuel Chang? Aliás, ele até já assumiu publicamente que cometeu erros no caso dos "créditos de atum". Se ficar provado em juízo que esse erros configuram crime, então que ele (Manuel Chang) seja julgado e devidamente condenado. Esse é custo da confiança!
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