quarta-feira, 27 de abril de 2016

O PAÍS ESTÁ EM GUERRA, QUER ASSUMA ISSO O GOVERNO OU DEIXE DE O ASSUMIR OPINIÃO

Propriedade do Departamento de Informação Sai as Quinta Feiras * Distribuição Gratuita * Maputo, 21.04.2016 * Edição nº 172 Ano 4 continua na pág 3 ESCÂNDALO EMATUM/PROINDICUS Está a circular desde o começo deste semana nas redes sociais e em SMS’s a convocação de uma manifestação pública para os próximos dias. Inicialmente falavase da próxima sexta-feira e sábado, mas hoje fala-se dos dias 2 e 3 de Maio, exigindo a responsabilização do ex-Presidente da República Armando Guebuza pela situação em que o país se encontra, nomeadamente avultadas e obscuras dívidas e a guerra que está ceifando muitas vidas. Nas ruas, nos cafés, e nos transportes semicolectivos já não se fala noutro assunto. As dívidas danosas contraídas por Guebuza estão a nortear as conversas. Até aqui, são conhecidas três volumosas dívidas, nomeadamente a da EMATUM, de 850 milhões de dólares, a da “ProIndicus”, de cerca de 950 milhões de dólares, e a da Base Logística de Pemba, de 550 milhões de dólares. Materialmente, o Estado está falido, e receia-se que já não haja dinheiro para pagar salários na função pública. Filipe Nyusi que esta semana esteve na Alemanha foi recebido com a Chanceler Angela Merkel e o Presidente Começam a surgir apelos à prisão de Guebuza 2 Editorial TAMBÉM EXIGIMOS EXPLICAÇÕES E GARANTIAS Filipe Nyusi foi na terça-feira, 19 de Abril, a Alemanha para dois dias de visita de Estado, uma viagem que o leva até à Bruxelas, sede da União Europeia. Nyusi que manteve encontros com a chefe do Governo, a chanceler Angela Merkel, o Presidente alemão, Joachim Gauck e os moçambicanos radicados naquele país europeu, voltou a ouvir perguntas que aqui internamente não gosta de ouvir. Tanto a chanceler Angela Merkel, como o Presidente Joachim Gauck, pediram a Nyusi respostas a duas perguntas: será que o governo moçambicano vai conseguir resolver o problema político-militar no seu país de forma pacífica, política e negociada? A outra questão foi: será que Moçambique – depois de sucessivos escândalos financeiros – continua a ser um parceiro credível para os seus tradicionais doadores? E mais: a Alemanha manifestou a sua abertura em ajudar na procura de soluções de pacificação de Moçambique. As mesmas preocupações foram levantadas pelos moçambicanos residentes na Alemanha. Aliás têm sido as perguntas que frequentemente a RENAMO e o Povo moçambicano têm colocado ante o desprezo do próprio Nyusi e o seu partido a Frelimo. Em todas as questões colocadas, Filipe Nyusi não foi capaz de dizer se sim ou não, limitando-se a dizer que em Moçambique não há guerra e que existem potencialidades para investimentos. No final do seu “passeio de negócios” a Berlim, Nyusi não escondeu que não se deslocou àquele país para pedir apoios para ultrapassar os problemas que o país enfrenta como todos esperávamos, mas sim “vender o país”. Não existem dúvidas que Nyusi foi a Europa “doente” para tentar fazer a sua operação plástica, do seu Governo e do partido Frelimo agora envoltos do pior escândalo financeiro jamais vivido e da pior máfia jamais registada entre os países africanos tal como deu a conhecer o Fundo Monetário Internacional. À procura da mesma cirurgia de levagem da pele do Governo da Frelimo, foi o seu marionete Carlos Agostinho do Rosário à Washington, concretamente à sede do FMI, para confessar o que Adriano Maleiane, ministro da Economia e Finanças teve vergonha de assumir há uma semana quando lá esteve: a ocultação da segunda e terceira parte da dívida pública contraída por Armando Guebuza, Manuel Chang e Filipe Nyusi à favor da EMATUM e da PROINDICUS. Apesar de todas essas incursões pela Europa e Estados Unidos da América, o Governo da Frelimo não conseguiu evitar o cancelamento de 155 milhões de dólares norte-americanos da segunda tranche do total de 285 milhões que o FMI deveria emprestar ao país. Consequentemente, os juros exigidos pelos investidores para transaccionarem os títulos de dívida soberana de Moçambique bateram o recorde de 14%, exactamente no dia em que o país através de Agostinho do Rosário assumiu ter mais de mil milhões de dólares em dívida escondida. A taxa de juro que os investidores estão a cobrar para transaccionarem os 727 milhões de dólares (640 milhões de euros) em títulos de dívida soberana, com maturidade em Janeiro de 2023, subiu pelo quinto dia consecutivo, para 14,08%, o que compara com os 12,72% da última quinta-feira, o dia anterior à declaração do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a existência de dívida escondida. O valor dos títulos caiu 6,3% desde que teve um pico a 13 de Abril, uma semana depois de terem sido emitidos, e a desvalorização é mais significativa tendo em conta que nesse período a média da evolução dos títulos de dívida dos mercados emergentes regista um ganho de 0,3%, de acordo com os cálculos feitos pela agência financeira Bloomberg. Ora esta, e agora? Faz sentido tal como fez o governo alemão, perguntarmos ao senhor Filipe Nyusi e o seu Governo se com toda esta trapaça em que está envolvido, continua Moçambique a ser um parceiro credível para os seus tradicionais doadores? Esta visita ocorre num momento nada fácil para o Presidente moçambicano, uma vez que o seu governo se vê confrontado com diversos problemas, com destaque para o escândalo em torno de duas empresas: a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) e a empresa PROINDICUS, negócio de equipamento militar, que prejudicou gravemente o erário público de Moçambique. Os moçambicanos na Alemanha não esconderam ao senhor “presidente” de que o culpado pela tensão que se vive actualmente em Moçambique é o próprio partido FRELIMO, de que faz parte. Tal como referiram aqueles concidadãos na diáspora alemã “a FRELIMO tem a tendência de ser o partido único, não quer a democracia”. O senhor presidente se lembra da cidadã Adelina, ela disse: “Eu nasci em Moçambique e ás vezes sinto medo de ir ao nosso país, de lá chegar e ser atacada. Queremos a paz, passar férias, curtir com a família e regressar para trabalhar. Dizem que a Frelimo quando promete faz, mas faz o quê? Não faz nada. Estão crianças a morrer e os governantes bem sentados no ar condicionado.” Esperamos que depois de todas essas jornadas explicativas tenha chegado também a nossa vez de recebermos explicações como foi tudo sobre a dívida e se a Frelimo vai conseguir resolver o problema político-militar no país de forma pacífica, política e negociada? Porque disso sim, nós também exigimos explicações e garantias! Ficha técnica Director:Jeronimo Malagueta; Editor: Gilberto Chirindza; Redacção:Natercia Lopez; Colaboradores: Chefes regionais de informação; Maquetização: Sede Nacional da Renamo Av. Ahmed Sekou Touré nº 657; Email: boletimaperdiz@gmail.co.mz Cells: 829659598, 844034113; www.renamo.org. Nº de Registo 07/GABINFO-DEC/2015 3 alemão, Joachim Gauck. Ambos pediram a Nyusi respostas a duas perguntas: será que o governo moçambicano vai conseguir resolver o problema político-militar no seu país de forma pacífica, política e negociada? A outra questão: será que Moçambique – depois de sucessivos escândalos financeiros – continua a ser um parceiro credível para os seus tradicionais doadores? A visita ocorre num momento nada fácil para o país uma vez que o governo se vê confrontado com diversos problemas, com destaque para o escândalo em torno de duas empresas: a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM) e a empresa Proindicus, negócio de equipamento militar, que prejudicou gravemente o erá- rio público de Moçambique. Nyusi também foi confrontado com os investidores que pediram um ambiente de paz em Moçambique. A crise financeira em Moçambique foram também questões frequentemente abordadas em Bruxelas. Nyusi engasgou-se e não avançou detalhes sobre soluções que prometeu encontrar. Filipe Nyusi foi à capital da União Europeia (UE), na Bélgica, numa altura em que aumenta a ânsia dos moçambicanos por um esclarecimento sobre os escândalos financeiros. Os casos da Empresa Mo- çambicana de Atum (EMATUM) e Proindicus já fizeram com que o Fundo Monetário Internacional (FMI) recuasse na intenção de uma visita de avaliação ao país. Em contrapartida, as idas frequentes de governantes moçambicanos a Washington para prestar esclarecimentos ao FMI e ao Banco Mundial sobre as revelações de novos empréstimos são interpretadas como uma tentativa desesperada de não perder estes parceiros. Questionado em Bruxelas sobre as consequências desses casos na relação com os doadores da UE, Filipe Nyusi respondeu que “o importante é a atitude que o país toma”. Em conversas avulsas, responsabilização é o que se exige. O certo é que está em circulação a convocatória anó- nima, apelando aos cidadãos para saírem à rua para exigir: “Prisão do ex presidente da República Armando Guebuza e Manuel Chang, ex-ministro das Finanças, a devolução do dinheiro e o fim da guerra”. “A Semana em foco” Um programa radiofónico que faz análise dos temas políticos e sociais de destaque semanal. Sintonize e escute a frequência 90.0FM Rádio Terra Verde Acompanhe em todos os sabádos das 11:00 às 12:00 horas Participe! 821075995 ou 840135011 Presidente alemão, Joachim Gauck Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique A Chanceler da Alemanhã Angela Merkel 4 Moçambique vive uma situação penosa causada por uma guerra injusta, escondida pelo governo ilegal e ilegí- timo de Moçambique. O país está em guerra, quer assuma isso o governo ou deixe de o assumir. A situação já não pode ser escondida a ninguém, a não ser que as pessoas simplesmente queiram agradar este governo infantil. Quer a Europa e todos os seus governantes, quer a América, o FMI, a ONU, todos esses já sabem em que linha se cose o nosso país. Quando o presidente da Frelimo Felipe Nyusi e todos os elementos do seu partido e governo, incluindo os jornalistas ao serviço deles, gritam vitórias e a suposta tranquilidade do país, simplesmente tentam buscar uma tranquilidade paliativa. A população moçambicana e principalmente da região centro e alguma parcela do norte do país, vive cheia de medo. Teme não só o terror que tradicionalmente o governo e a sua polícia impõem, como também os bombardeios indiscriminados conduzidos pelo exército e seus aliados. Bem disse o Presidente Afonso Dhlakama que os planos da Frelimo, de empurrar a RENAMO para a guerra, fazerem parte de “uma conspira- ção” contra os moçambicanos. Visando esconder as dívidas contraídas ilegalmente pelo governo com o intuito de satisfazer os umbigos de chefes afectos ao partido no poder e dos governantes. Para evitarem o incómodo das denúncias levadas a cabo pelo Presidente Dhlakama, traçaram um plano de assassiná-lo ou então prendê-lo, planos esses que fracassaram. Dada a impossibilidade de atingirem o Presidente Dhlakama, traçaram outros planos alternativos com a finalidade de enfraquecer a RENAMO e seu líder. Por isso, recorrem a execuções sumárias dos membros influentes do partido, com recurso aos esquadrões de morte. Igualmente, arrasam famílias inteiras e violam mulheres de todas as idades na presença de seus cônjuges e pais. Aquilo que víamos em filmes, tornou-se realidade. Hoje estamos a viver no nosso pais, protagonizado por filhos deste mesmo pais, contra seus pais, mães, irmãos, parentes... A situação vivida actualmente no nosso pais e de arrepiar o cabelo. O amor esfriou completamente como resultado de busca e protec- ção da riqueza fácil, esquecendo-se os promotores deste clima que nesta terra estão de passagem e não levarão nada quando saírem daqui para a morte. Esquecem que a morte esta a espreitar e que serão julgados pelo sangue inocente que estão a derramar. Os ataques levados a cabo pelas forças governamentais de forma deliberada, têm estado a provocar mortes de numerosas pessoas civis e isso é do conhecimento da própria ONU a UA e da SADC. O comportamento que se evidencia em alguns sectores do partido Frelimo tem sido de alimentar o ódio contra opositores, o que indica claramente que eles não entenderam a razão da luta armada pela independência nacional ou então, desviaram-se dos verdadeiros objectivos da independência nacional. Eles odeiam a população moçambicana do centro e do norte desenvolvendo uma política ultra sectária face às maiorias, respondendo a qualquer exigência social com brutalidade armada. Torna-se evidente que para evitar uma catástrofe ainda maior, o governo moçambicano, dirigido pelo comité central da Frelimo, deve rever de maneira decisiva sua rota e tomar o único caminho que oferece uma oportunidade plausível de estabilizar o nosso país de forma duradoura. O apetite de desarmar a RENAMO, significa apostar na solução militar e isso, nunca abrirá portas para que a diplomacia avance. Já está dito que guerra leva a mais guerra e quem com espada mata, com espada morre. Não entendemos porque ainda vão continuar a lançar os filhos do povo, futuros quadros e dirigentes de Mo- çambique para alimentarem o canhão! Os escândalos, esses, já estão revelados e vão sendo revelados cada dia que passa. Mesmo a coisa mais íntima que tentavam esconder através da guerra, ela será revelada. Sentem na mesa e negociem, façam concessões e deixem de ser rudes e insensíveis. Moçambique clama pela paz, democracia, liberdade e direitos humanos. O PAÍS ESTÁ EM GUERRA, QUER ASSUMA ISSO O GOVERNO OU DEIXE DE O ASSUMIR OPINIÃO “...disse o Presidente Afonso Dhlakama que os planos da Frelimo, de empurrar a RENAMO para a guerra, fazerem parte de “uma conspiração” contra os moçambicanos. Visando esconder as dívidas contraídas ilegalmente pelo governo com o intuito de satisfazer os umbigos de chefes afectos ao partido no poder e dos governantes...”

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