sexta-feira, 15 de abril de 2016

Escândalo “Mossack & Fonseca” Lavagem de Dinheiro passa por Angola - Paulo Brito


Luanda  - Um grupo de jornalistas investigativos de vários países dos 5 continentes, terá investigado e despoletado um dos maiores escândalos financeiros de dimensão mundial do nosso século. Da escadalosa lista, constam não só individualidades e bancos africanos e sul-americanos cúmplices, como de costume, mas sobretudo homens de negócios, desportistas, banqueiros e políticos europeus.
Fonte: Club-k.net
Paritos na matéria, alegam que o negócio da Mossack & Fonsecaem si não é ilegal, o problema segundo os mesmos, reside no facto de mais de 95% dos titulares de empresas criadas e geridas nos termos deste “paraíso fiscal” de nome Mossack & Fonseca e outros, são ditadores, barões da droga e de outros negócios “escuros”, financiadores do crime organizado e do terrorismo internacional assim como governantes e detentores de cargos públicos envolvidos em tais negociatas e que não queiram deixar “rastos” de suas fortunas.

É justamente nesta última sub-categoria, onde consta o nome do Ministro angolano dos Petróleos, Botelho de Vasconselos, o “ancião” dos membros do executivo de José Eduardo dos Santos, que acaba assim de protagonizar uma espécie de “Angola Papers” Apanhando em “contra-mão” para não dizer em flagrante, o governante, tentando “tapar o sol com a peneira” para minimizar a dimensão das consequências desta acção por que não delito de cavaleiro, reagiu cinicamente nos seguintes:

“Foi de facto criada em 2001 a empresa Medea Investments Limited com o objectivo de participar em eventuais parceirias, que no entanto por diferentes razões, não chegou de exercer qualquer tipo de actividade”.
Será que o “nosso” Ministro pensa mesmo que essa é uma justificação aceitável para a gravidade de sua acção? Ou será que pensa o Sr. Ministro que de tão passivos que somos perante tanta atrocidade e acções do seus regime, somos assim tão levianos e limitados até em analizar e avalizar simples conteúdos em português.
O ancião compromete-se a si mesmo e admite com as suas próprias palavras sua má intenção ao recorrer da Mossack& Fonseca, como paraíso fiscal.
Com a idade que aparenta ter e sua longa experiência na ârea de petróleos que, como é do conhecimento público, implica lidar e conhecer os meandros do sector bancário internacional e suas “apêndices”, no caso a Mossack & Fonseca. Ainda assim, Vasconselos mesmo ciente do tipo de serviços que a empresa panamenha oferecia, permitiu o registo da sua empresa Medea Investments Limited, na ânsia de tirar dividendos de “eventuais parceirias”, como ele lacónicamente admite na sua nota.
Afinal o que o ministério público angolano, portanto a Procuradoria Geral da República estão a espera? Será que mesmo com as coisas tão claras como a água, mais uma vez a culpa voltará a morrer solteira?
O que é a Mossack & Fonseca?
É sobretudo um paraíso Fiscal, ou seja em linguagem terra-terra, aqui “esconde-se” dinheiro ilegal e a custo ZERO.

Mossack & Fonseca, empresa fundada em 1977 pelo alemão oriundo da Bavieira de nome Jurgen Mossack e pelo seu amigo panamenho Ramón Fonseca, teve nas duas primeiras décadas de sua formação influentes clientes tais como Fujimore, Pinochet assim como dos africanos Mobuto e Bongo.

A empresa, com sede na capital panamenha, Cidade do Panamá, é especializada em registo anónimo e à distância(online) de empresas por apenas 3.000,00USD (três mil Dólares). Uma vez transferido o valor e certificado sua entrada nas contas daquele paraíso fiscal, o cliente recebe um Certificado de Registo empresarial. Como se automáticamente, o novo cliente recebe uma Acta de Reunião de um alegado Conselho Fiscal da empresa, cujo conteúdo quase nunca muda, apenas as datas. Um perito alemão em casos de “paraísos fiscais” explica: “Esta Acta, serve para provar as entidades policiais, económicas e Fandungspolizei que a empresa realiza e cumpre com os procedimentos legais exigidos no panamá, mas que na realidade, é apenas uma simulação”. Vários bancos alemães, franceses, ingleses, Irlandeses e holandes, fazem parte igualmente dos agora célebres “Panama Pappers”.



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