STV-Noite Informativa 19.07.2022(video)
Posted on 19/07/2022 at 22:43 in Opinião, RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Aqueles Que o Ouviram Mandela Ensinou Muitas Lições [Elementos de Autocrítica]
ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Nelson rolihlahla Mandela, sua vida serve de exemplo a nações do mundo todo.
Mandela, veio ao mundo em 19[18], se fosse vivo no passado dia [18] de Julho faria [104] anos.
O nome Nelson, foi-lhe dado anos depois, por um professor de uma escola Metodista na sequência de seu baptismo. Em xhosa, rolihlahla significa rebelde, termo que pode ser considerado tanto 'satírico' como apropriado para a carreira e o legado do político Mandela. E, eu ainda me lembro na década de [80] do século passado Nelson Mandela era para muitos sul-africanos e muitos moçambicanos um mito.
Mandela, passou quase um terço da vida na prisão. Foi condenado por tentar combater a segregação racial com um movimento armado. Entre o fim dos anos 19[50] e o começo dos anos 19[60], era um advogado que liderava protestos contra a política de segregação racial do Partido Nacional. Em 19[60], a polícia do apartheid atirou matando contra [5] mil manifestantes negros desarmados matou [69] e feriu outros [180].
Após o «Massacre de Sharpeville», Mandela passou a defender a resistência armada e coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e governamentais. O Partido Nacional declarou estado de emergência e baniu o África Nacional Congresso [ANC]. Em 19[62], Mandela foi condenado a cinco anos de prisão.
Dois anos depois no famoso Julgamento de Rivonia, foi sentenciado à prisão perpétua com outros líderes negros.
«Lutei contra a dominação branca, lutei contra a dominação negra. Acalentei o ideal de uma sociedade livre e democrática em que as pessoas vivam juntas em harmonia e com oportunidades iguais”, disse no último dia de seu julgamento. “É um ideal que espero viver e realizar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou disposto a morrer» (Nelson Mandela)
Depois de [18] anos na prisão da Ilha de Robben, Mandela foi transferido para Pollsmoor, na Cidade do Cabo, onde ficou numa cela isolada. Sozinho Mandela teve uma revelação: «todos os anos de guerrilha e luta militar do ANC foram inúteis e não derrotariam o apartheid na África do Sul. Ao contrário, apenas fortaleceriam o regime, por alimentar o medo». Ele pensou: «Por que não negociar?»
Mandela ficou isolado no ANC, seus colegas acreditavam que ele fraquejava ao querer negociar com seus carrascos. Ficou a lição para movimentos libertação ao redor do mundo: saber o momento de negociar ciente, de que, esse é um passo inevitável.
Se o confronto, diante de uma força opressora serve como grito por justiça e pode trazer avanços, o enfrentamento permanente nega a uma sociedade exactamente o que Mandela buscava: uma vida em harmonia e com oportunidades iguais para todos.
Na prisão desde 19[63] ele estava isolado, distante de jovens que sonhavam com um grande líder negro africano que simbolizasse a liberdade e o fim do aparthed.
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Posted on 19/07/2022 at 21:58 in Bernardo Gondola - Elementos de Autocritica, Opinião | Permalink | Comments (0)
Em quase meio século de independência Moçambique coexiste com fracasso económico e sucesso apreciável de subdesenvolvimento
– Considera o Professor António Francisco, reflectindo sobre os “ 47 anos de independência, o que é hoje Moçambique, como realidade económica”
O economista e académico António Francisco não tem dúvida de que economicamente o período em apreço constitui um fracasso.
Para sustentar a sua asserção, António Francisco socorre-se dos indicadores económicos que mostram sobre a evolução da realidade no longo prazo. Na sua análise, o sucesso ou insucesso dos países nas últimas cinco ou seis décadas, girou em torno do crescimento económico, sendo que os dados estatísticos apenas confirmam o vivenciado. São esses dados que precisam ser devidamente interpretados, no lugar de se criar “narrativas fictícias paralelas
António Francisco frisa que o fracasso a que se refere “manifesta-se na incapacidade de gerar crescimento económico, possível e desejável”.
O.Económico (O.E): Que evidências estatísticas fundamentam a sua constatação sobre o fracasso? Não houve altos e baixos, ao longo do último meio século?
António Francisco (AF): Claro que houve variações grandes, subidas e descidas bruscas das quais resulta uma tendência média. Por isso, devemos olhar para os dados disponibilizados por entidades reconhecidas internacionalmente, referentes ao desempenho económico. Por exemplo, o Produto Interno Bruto (PIB) real per capita em paridade de poder de compra (PPC); um indicador alternativo às taxas de câmbio convencionais que medem a riqueza produzida, controlando os efeitos das variações dos preços e do poder aquisitivo entre países. O PIB real (PPC) per capita serve de proxy para medir o nível de vida e o desenvolvimento económico a longo prazo, articulando o crescimento da produção nacional e o crescimento demográfico da população.
O que mostra o PIB real per capita de Moçambique, na sua tendência a longo prazo e comparativamente ao desempenho de outros países, vizinhos ou distantes?
Para uma noção mais abrangente da evolução da realidade económica, recuemos uma década e meia antes de 1975. No início da década de 1960, Moçambique tinha um PIB real (PPC) per capita de $659 (correspondente 290 dólar americano convencional); um dos níveis de vida mais baixos na região da Africa Austral. Pior do que Moçambique, estava o Botswana, com $513 de PIB per capita, 78% do moçambicano em 1960. Em contraste com estes países, há 60 anos atrás, vários países vizinhos ou distantes desfrutavam de melhor PIB real per capita.
Todavia, o hiato ou distância do nível de vida desses países, alguns dos quais figuram hoje entre os mais ricos do mundo não era muito grande. Por exemplo, o nível de vida do Zimbabwe ($2.448) era cerca de quatro vezes maior do que o de Moçambique. Muito próximo do Zimbabwe encontravam-se a Malásia, com um PIB per capita de $2.690 e Singapura com $2.765. Mas o PIB per capita da República Democrática do Congo (RDC), Congo-Kinshasa, era de $2.984; superior ao dos três países atrás referidos e cinco vezes maior do que o moçambicano. Mais distanciados destes todos podemos mencionar Portugal ($4.577), na altura a Metrópole colonial, com um nível de vida sete vezes superior ao de Moçambique; e a Africa do Sul ($6.773) tinha um nível de vida 10 vezes maior do que o de Moçambique.
Posted on 19/07/2022 at 21:13 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
STV-Jornal da Noite 19.07.2022(video)
Posted on 19/07/2022 at 21:03 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
CONTINUA A CRESCER A RESISTÊNCIA ARMADA DO NORTE CONTRA O REGIME TERRORISTA DA FRELIMO
Por Francisco Nota Moisés
Há relatos de incursões em Montepuez
Extremismo islâmico em Cabo Delgado
"Grupos diversos Por outro lado, em várias outras aldeias dos distritos do centro e norte da província continuam também indicações de que os grupos terroristas continuam a circular, causando total insegurança e intranquilidade no seio da população que, apesar da insegurança, permanece em algumas regiões.Indicações recebidas, na manhã deste domingo, sugerem a entrada de terroristas na região de Phundanhar. Nesta região, recorde-se, assistiu-se, há duas semanas, uma intensa confrontação entre as FDS e grupos terroristas, realidade que obrigou a tropa moçambicana a abandonar a sua posição naquele ponto do distrito de Palma. As incursões terroristas relatadas em várias aldeias de Cabo Delgado podem estar associadas ao argumento que o Presidente da República apresentou, semana passada, na cidade de Pemba. Filipe Nyusi disse que os ataques terroristas reportados mais a sul de Cabo Delgado eram claramente resultado da intensificação da perseguição dos grupos terroristas, particularmente depois de serem escorraçados das novas bases que construíram depois de expulsos de várias regiões de Mocímboa da Praia." MEDIAfAX – 18.07.2022
Teria sido melhor se pudesse colocar todo o artigo que fala da penetração dos rebeldes mais ao sul, e desta vez, em Montepuez que os seus grandes recursos tais como minerais preciosos e semi-preciosos se encontram e onde foi o lugar onde os frelimistas cometeram crimes horríveis contra garimpeiros ditos ilegais. Os sobreviventes dos garimpeiros estão de regresso enquadrados nas fileiras dos rebeldes para se vingarem contra a Frelimo. A situação já obrigou as companhias mineiras a reagir a esta situação de força maior e a arrumar bagagens para fazer pernas para que vos quero, como outrora o fizeram os bravos franceses de Afungi.
E não entendo porque os bravos franceses fugiram? Pode ser que tinham medo visto que se tinham alinhado com a Frelimo. E tinham assistido de braços cruzados, ou mesmo encorajando a Frelimo a destituir os nativos das suas terras e doutras actividades tradicionais para os terroristas da Frelimo lhes entregarem as terras para as suas actividades. Depois de fugirem os bravos franceses viram a sua culpa e timidamente fizeram as suas meas culpas, batendo os seus peitos com as suas palmas, dizendo que o povo deve estar tranquilo, regresse aos seus locais e fique longe de Afungi antes que eles regressem a Palma e que também a paz total deve estar de regresso em Cabo Delgado, coisa que não acontecerá visto que a Frelimo e os seus aliados nunca vencerão a guerrilha.
Os franceses sabem que a situação continua ainda má, se não péssima na região de Palma e que os rebeldes abordaram Afungi depois da sua fuga. Num ataque recente a uma base dos terroristas da Frelimo em Pundanhar no distrito de Palma, os próprios agentes armados que sobreviveram em numero de 80 a 100 disseram a chegada em Palma que o ataque os tinha esmagado.
O grande da Frelimo Felipe Nyusi anunciou que as suas forças atacaram com sucesso a base rebelde de Catupa e falou de muitos rebeldes capturados. Mas a fotografia que aparece no Semipublico 605.18.07.2022 só mostra uns cinco maltrapilhos que o artigo acompanhante diz que estão vestidos de uniforme das forças armadas da Frelimo enquanto não estão, com a excepção dum ou dois deles em casacos distantemente semelhantes aos da Frelimo. Disse que o uniforme podia provar que o abate no passado duma mulher nua algures em Cabo Delgado pudesse ter sido o trabalho dos rebeldes e não dos soldados da Frelimo. Nyusi disse também que os lideres dos rebeldes se tinham escapulido, o que quer dizer que se o ataque que Nyusi alega realmente aconteceu, a operação não conseguiu grande coisa. Os rebeldes sabiam que a soldadesca atacaria e se tinham retirado como faria qualquer força da guerrilha perante uma força inimiga melhor equipada do que ela.
Posted on 19/07/2022 at 20:54 in Opinião | Permalink | Comments (0)
Moçambique: Operadores florestais de Manica denunciam corrupção
A província de Manica tem vindo a adotar medidas enérgicas com vista a prevenir e combater a corrupção endémica no setor florestal, mas os operadores apontam muitas dificuldades.
Operadores florestais da província de Manica, em Moçambique, afirmam que há várias entidades envolvidas em atos de corrupção, que atuam no processo de exploração do abate, no carregamento e na venda de produtos madeireiros.
Joaquim Álvaro, um dos operadores florestais em Manica, confessou à DW África ter grandes dificuldades em exercer a sua atividade por causa da corrupção, que não se limita à província de Manica, estendendo-se também a Sofala.
"São vários problemas, pois para fazer o processo de exportação existem muitos trâmites. Outras províncias, as entidades similares à de Manica, de forma sistemática, criam-nos entraves. Isso é algo que para nós não é atrativo", afirmou Joaquim Álvaro.
Trabalho de fiscalização
Realizar um trabalho de fiscalização profundo pode resultar em graves problemas para os operadores florestais.
"Nós fazemos as queixas nos setores e quando vamos fazer as denúncias, esses mesmos serviços em processos seguintes ainda complicam mais como forma de retaliação. Então, é melhor ficar calado para não sofrer represálias no futuro", explica Joaquim Álvaro.
O procurador chefe provincial de Manica, Jorge Pereira Tivane, insistiu na urgência de prevenir e combater a corrupção na exploração de recursos na província de Manica. O procurador detalhou os casos registados no ano passado.
"No geral, a procuradoria provincial de Manica, no ano passado, tramitou 169 processos dos quais 106 deram entrada no ano de 2021 e 63 transitados. E ainda 19 processos transitados para o ano 2022. Destes 76 com arguidos presos, indiciados na prática de corrupção ativa, e 14 sem arguidos detidos. Estes 14 correspondem a crimes de corrupção passiva para atos lícitos ou ilícitos", afirmou Jorge Pereira Tivane.
Medidas para combater a corrupção
O secretário de Estado em Manica, Edson Macuácua, apontou várias medidas que têm vindo a ser adotadas para combater a corrupção no setor florestal. Estas medidas incluem políticas públicas e legislação que resultaram em reformas, como a revisão da política nacional de florestas. Foi ainda introduzido um sistema de informação florestal (SIF) para ajudar a eliminar o abate indiscriminado de árvores e conter operadores não licenciados.
"Devemos unir-nos no combate à exploração desenfreada para promover uma exploração racional, sustentável, uma exploração que deve decorrer dentro dos parâmetros estabelecidos na lei, uma exploração que deve promover o desenvolvimento de cadeias de valores produtiva e criam oportunidade para negócio", apelou Edson Macuácua.
DW – 19.07.2022
Posted on 19/07/2022 at 19:45 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Justiça - Polícia - Tribunais | Permalink | Comments (0)
O “MAJOR” ESTAVA ILEGAL EM ESPANHA
Por José Gama
Em Barcelona, as autoridades angolanas alegam que Ana Paula dos Santos é a viúva de Eduardo dos Santos e que aguardam pelo corpo em Luanda. Alegam ainda que como ex-Presidente, JES gozava de um estatuto diplomático e que o mesmo estava nesse país a custa do governo de Angola. O “balde de água” caiu quando o Juiz veio a descobrir que JES, estava ilegal em Espanha. Entrava de facto com passaporte diplomático (não requer visto de estrada) mas tendo excedido o tempo que lhe era permitido não solicitou o visto para permanência naquele país, ficando assim ilegal no país em questão.
A reivindicação de que JES gozava de estatuto diplomático (em Angola e não em Espanha), está perder força. O governo angolano nunca comunicou a sua congênere Espanhola que tinha nesse território, um ex-Presidente e que o mesmo requeria de um estatuto diplomático. Se o governo de Angola tivesse comunicado sobre o estatuto diplomático de JES, a residência do antigo estadista , em Barcelona, seria considerada uma extensão do “Estado angolano”, e as viaturas que o transportavam seriam de matriculas diplomáticas. JES, andava de taxi, ou UBER.
O Juiz quer perceber como é que Angola manda um seu ex-Presidente para Espanha e a sua Embaixada em Madrid não o ajudou a tratar da prorrogação da sua permanência temporária. Espanha reconhece que JES, entrou e saiu duas vezes do território mas as autoridades locais fizeram vista grossa da sua condição de ilegal.
O governo angolano alega que a residência permanente de JES, é em Luanda. Porém, ficou provado em tribunal que durante os três anos que se fixou em Espanha, o antigo Chefe de Estado apenas se ausentou deste pais, duas vezes. Saiu uma vez para ir ao Dubai ver uma das filhas que perdeu o esposo, e outra vez que foi a Luanda, assistir ao pedido de noivado do filho. Desde que está em Espanha, JES ausentou-se apenas por 10 meses contando com a idade ao Dubai e a Luanda. JES, nunca saiu de Espanha para ir tratar de outro assunto que não fosse familiar.
No entender das autoridades espanholas tudo indica que a residência preferencial deste malogrado cidadão era mesmo Barcelona. Se Luanda, comunicasse Madrid que ele estava a viajar para Espanha como entidade diplomática, o Juiz entregaria o corpo ao Estado angolano, que o enviou para ai. JES foi para Espanha por decisão própria.
Estava “ilegal” mas mesmo assim, a justiça espanhola não pode entregar o seu corpo para uma terceira parte porque JES era pai de filhos europeus, o que quer dizer que por algum motivo dispensou o seu palácio em Angola para ir ficar com os filhos exilados. Os filhos “Europeus” de JES, entraram para Europa com passaportes diplomáticos mas depois tiveram de recorrer ao europeu, depois de as autoridades angolanas se terem recusado em renovar os seus documentos de viagem. Dois com passaportes portugueses (Tchizé e Zedu), uma com passaporte russo (Isabel).
Posted on 19/07/2022 at 19:09 in Angola - Cabinda | Permalink | Comments (0)
Nyusi abre a “porta” para outras tropas estrangeiras combaterem o terrorismo em Cabo Delgado
O pronunciamento foi feito em Cabo Delgado na sua recente visita às posições militares das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e do comando da chamada Força Local. Nessa visita, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, instituiu a possibilidade de Moçambique aceitar quaisquer outras forças disponíveis à ajudar no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
Filipe Jacinto Nyusi, manifestou o interesse na vila de Mueda, onde visitou na semana passada e manteve encontro com chefias militares e o comando das forças locais.
Assim, sublinhou o presidente que “se houver outras forças em Moçambique e no mundo que estiverem para ajudar no combate ao terrorismo, vamos agradecer”.
Outrora, algumas esferas de opinião, interpretam a manifestação de Moçambique aceitar novas forças, como um sinal de fracasso das tropas no terreno de combate aos terroristas. De lembrar que a força moçambicana tem apoio internacional de tropas de Ruanda e SADC que integram Tanzânia, África do Sul, Malawi, entre outros.
Observem que os ataques terroristas em Cabo Delgado, começaram na madrugada de 5 de Outubro de 2017 e afectaram 11 dos 17 distritos dessa região . Porém, desde esse período até então, os ataques continuam, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda que se juntaram às tropas moçambicanas, a pesar de capturados e destruídas várias bases terroristas.
Contudo, as organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas (civis e militares) perderam a vida, mais de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Pemba para IMN)
Posted on 19/07/2022 at 18:43 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Terrorismo
Por M. Yassine
O que me inquieta hoje em dia, (e o mesmo que ontem) é a incapacidade de muitos analistas em diferenciar entre terrorismo e crime organizado. Acabando por vezes por misturar as definições e objectivos destes dois grupos.
O terrorismo e o crime organizado no meu entender são dois fenómenos que tem entre si características, interesses e práticas comuns de que resultaram, com frequência; ligações de promiscuidade.
No entanto os mesmos diferenciam-se essencialmente pelos objectivos que cada um persegue: o terrorismo tem finalidades e objectivos de natureza política (ou ideológica ou religiosa) enquanto que o objectivo prioritário do crime organizado é o lucro, o tal dinheiro. Daqui, vejo ser logico e util que a prevenção e combate que se quer se situe para o terrorismo mais nas áreas da política e da estratégia e para o crime organizado mais nas áreas da segurança e justiça.
Características do terrorismo:
A análise de atentados identifica certas características das quais:
- Natureza indiscriminada: todos, em potencial, podem ser alvos ou inimigos da “causa”.;
- Imprevisibilidade e arbitrariedade: não é possível saber onde e quando ocorrerá um atentado;
- Gravidade ou espetacularidade: é a crueldade com que são perpetrados que os distingue no inconsciente coletivo;
- Caráter amoral e de anomia: desprezam os valores morais vigentes, sempre alegando-os manipulados pelo governo.
Claro que os interesses e práticas comuns situam- se particularmente na necessidade de dinheiro, refúgio clandestinidade, meios de segurança, forças próprias, equipamento e armamento e treino específico. Podemos até dizer que acresce a estes aspectos comuns que o tipo de acções operacionais quando se busca o terror, punição, represálias etc, são idênticos e, assim os respectivos operacionais tem perfil afim embora com MOTIVAÇÃO DIFERENTE.
Grande parte das actividades da criminalidade organizada é de natureza consensual, como o comércio de drogas, e não depende de um efeito aterrorizante, embora possa utilizar-se de violência para inspirar medo nas vítimas de extorsão, aos concorrentes, ou para resistir às forças de segurança; As quadrilhas de crime organizado podem ser grandes ou pequenas, com ou sem ligações internacionais, ou permanecer “nas sombras”, procurando evitar atenções. Já os grupos terroristas almejam permanecer em evidência para que as suas ideias e objectivos sejam conhecidos, podendo ainda actuar contra o Estado ou como sustentáculo de uma política repressiva estatal.
Aliás, a experiência tem revelado que a criminalidade organizada, longe de ser causada pela falta de leis, é conseqüência, em grande parte, da apatia, e até mesmo conivência da sociedade, destinatária final da maioria dos seus “serviços”. Isso não se coaduna com a lógica terrorista, que não pode conviver com apatia e conivência, até porque se propõe, em geral, à superação do sistema, considerado falhado e corrupto.
Por outro lado, existe um interesse, também comum, pela utilização de bases ou apoios em estados fracos onde a anarquia do poder e a corrupção facilita a liberdade de acção e impunidade. Mas ambos buscam objectivos diferentes e devem ser colocados em sacos diferentes. Nao podemos se enganar, alguem terà que nos dizer o que esta a acontecer em Cabo Delgado. Se nao for hoje chegarà um dia em que nao serà necessario ser alguem a dizer, estarà tudo claro para o povo..
Espero ter contribuído para este tema.
Volto já
M. Yassine
Posted on 19/07/2022 at 18:38 in Opinião | Permalink | Comments (0)
Dívidas ocultas: Sentença adiada por questões políticas?
O adiamento da leitura da sentença do processo principal das "dívidas ocultas" divide as opiniões em Moçambique. Juristas questionam as razões invocadas pelo juiz da causa; a oposição fala de motivações políticas.
O juiz do processo das "dívidas ocultas", Efigénio Baptista, anunciou esta segunda-feira (18.07) o adiamento da leitura da sentença, que estava marcada para o dia 1 de agosto. A nova data é 30 de novembro.
Face ao adiamento, o jurista e jornalista Tomás Vieira Mário fala em "frustração pública".
"É um adiamento que cria muita especulação e muita frustração, que também coloca em prova a credibilidade do sistema de justiça moçambicano, quanto à sua independência em relação ao poder político nacional", afirma Vieira Mário.
Congresso da FRELIMO à porta
A oposição moçambicana acredita que o adiamento tem pendor político.
Para Augusto Pelembe, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), a segunda força política na oposição, "todas as decisões que o juiz está a tomar são orientações políticas".
A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), o principal partido da oposição, lembra que há no país uma desconfiança generalizada relativamente às instituições de Justiça.
No entender de José Manteigas, porta-voz do partido, "é por isso que os moçambicanos não veem com bons olhos este adiamento", até porque decorrerá brevemente "um evento que vai ser decisivo para o partido FRELIMO, para a sua própria sobrevivência".
Nas redes sociais, muitas pessoas relacionaram o adiamento da leitura da sentença com a realização do congresso da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), em setembro.
A sentença pode ter sido adiada para "evitar realizar um congresso desavindo", diz Augusto Pelembe, do MDM. "A ala do ex-Presidente Armando Guebuza está entre os arguidos [no processo das 'dívidas ocultas']. Sendo ela condenada e caso se ache injustiçada, certamente [poderia] criar fissuras no congresso".
O jurista Baltazar Fael, do Centro de Integridade Pública, considera legítima a desconfiança dos cidadãos, mas aconselha muita ponderação, porque, neste momento, o juiz "não sabe muito bem como agir"
"Por um lado, ele pode precipitar a leitura da sentença e ser ilegal. Por outro lado, também está pressionado por questões de natureza política", observa Fael, salientando que a Justiça precisa sempre de tempo para decidir.
Um processo complexo
O juiz da causa, Efigénio Baptista, justificou o adiamento da leitura da sentença das "dívidas ocultas" com a complexidade do processo, de mais de 30 mil páginas.
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Posted on 19/07/2022 at 13:47 in Dívidas ocultas e outras, Justiça - Polícia - Tribunais | Permalink | Comments (0)
Colapso do Algodão Pode Desfazer o Frágil Tecido Social de Cabo Delgado
A insurreição na província de Cabo Delgado, Norte do País pode estar a entrar numa nova e perigosa espiral, pois a cultura do algodão, uma importante fonte de rendimento para o cidadão comum em toda a província, encontra-se em risco, com milhares de agricultores a enfrentarem a perspectiva de não conseguirem vender as suas colheitas.
O negócio do algodão em Cabo Delgado tem sido precário há já algum tempo. A empresa britânica Plexus Cotton, que detém as maiores concessões na província, precisou de uma ajuda governamental de dois milhões de dólares em 2020, para lhe permitir pagar aos agricultores e aos seus trabalhadores grevistas.
Mas agora a empresa diz que a insurreição na região, inspirada pelos fundamentalistas islâmicos, bem como pela pobreza e desigualdade, está a tornar as condições de trabalho demasiado perigosas, e os bancos deixarão de emprestar às empresas da província.
“Temos uma base agrícola em Cabo Delgado de cerca de 165 000 agricultores, todos eles com cerca de sete dependentes”, disse Nick Earlam, chefe executivo da Plexus, em Londres, no final de Junho.
Apontando os serviços da empresa para cerca de 900 aldeias na província, lamentou que os bancos em Maputo, no extremo oposto do País, não queiram “financiar a agricultura em Cabo Delgado, ou a capacidade de segurança para proteger a cultura”.
“Dentro de alguns dias vamos fechar”, avisou Earlam.
Um antigo banqueiro agrícola em Moçambique confirmou, tanto quanto sabia, que “os bancos moçambicanos não concedem empréstimos ou saques a descoberto a empresas em Cabo Delgado”.
Três das áreas onde a Plexus opera – Ancuabe, Meluco e Chiure – assistiram a “assustadores ataques insurgentes”, disse Earlam. “O nosso pessoal está relutante em sair sem segurança adequada”, disse Earlam, acrescentando que a sua inteligência sugeria que o problema iria continuar a agravar-se.
Mas se a Plexus não puder comprar a colheita deste ano, isso criará “50 000 agricultores zangados e as suas famílias para aumentar o descontentamento”.
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Posted on 19/07/2022 at 11:38 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Um jornal digital de quando em vez
Posted on 19/07/2022 at 11:06 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
Notícias Maputo 19.07.2022
Leia aqui
Posted on 19/07/2022 at 10:55 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
18/07/2022
Semanário Público 605 18.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 23:50 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
STV-Noite Informativa 18.07.2022(video)
Posted on 18/07/2022 at 23:44 in Opinião, RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Há relatos de incursões em Montepuez
Extremismo islâmico em Cabo Delgado
Pequenos grupos terroristas podem já estar a circular no distrito de Montepuez, no centro da província de Cabo Delgado, de acordo com informações de fontes locais.
Relatos obtidos pelo mediaFAX, durante o fim-de-semana, indicam a decapitação de três garimpeiros que operavam numa mina artesanal de metais preciosos e semi-preciosos na aldeia de Nacaca, posto administrativo de Montepuez-sede, a 12 quilómetros da cidade de Montepuez, a capital distrital.
As fontes não adiantaram a data exacta em que tiveram lugar as decapitações, apontando somente ter sido “nos últimos dias”. Montepuez é um dos pontos da província de Cabo Delgado onde se encontra vários centros de acomodação para pessoas que abandonaram as suas zonas de origem no norte da província, devido à actuação de grupos terroristas.
Por causa de relatos relacionados com estas incursões, que já correm nas aldeias daquele distrito, incluindo na sede, regista-se, nos últimos dias, movimento intenso de entradas na sede distrital, acreditando-se que as famílias venham de algumas aldeias do interior, particularmente as regiões vizinhas de Ancuabe e Meluco, que nos últimos tempos têm estado a ser fustigados por recorrentes incursões de grupos terroristas.
Grupos diversos
Por outro lado, em várias outras aldeias dos distritos do centro e norte da província continuam também indicações de que os grupos terroristas continuam a circular, causando total insegurança e intranquilidade no seio da população que, apesar da insegurança, permanece em algumas regiões.
Nisto, a 13 de Julho corrente, numa altura em que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) apertavam o cerco à base terrorista de Kathupa, no distrito de Macomia, pequenos grupos insurgentes atacavam a região de Iba, em Meluco. Também se registou circulação de terroristas nas baixas de Namitugo, região na qual a população de Licangano e Chicomo tentou reiniciar a produção agrícola.
Nestas regiões, relatou-se a vandalização de celeiros. Ainda em Meluco, fala-se da continuidade de pequenos grupos nas cerradas matas de Ngangolo.
Preocupante, igualmente, é a situação que se assiste em Palma, o distrito que acolhe os milionários projectos de exploração de gás natural.
Indicações recebidas, na manhã deste domingo, sugerem a entrada de terroristas na região de Phundanhar. Nesta região, recorde-se, assistiu-se, há duas semanas, uma intensa confrontação entre as FDS e grupos terroristas, realidade que obrigou a tropa moçambicana a abandonar a sua posição naquele ponto do distrito de Palma.
Não se sabe se as FDS já voltaram a ocupar a posição. As incursões terroristas relatadas em várias aldeias de Cabo Delgado podem estar associadas ao argumento que o Presidente da República apresentou, semana passada, na cidade de Pemba.
Filipe Nyusi disse que os ataques terroristas reportados mais a sul de Cabo Delgado eram claramente resultado da intensificação da perseguição dos grupos terroristas, particularmente depois de serem escorraçados das novas bases que construíram depois de expulsos de várias regiões de Mocímboa da Praia.
Na lista das bases, o PR falou das matas de Kathupa, locais que se acredita que constituíam novos refúgios de alguns líderes do terrorismo.
MEDIAfAX – 18.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 22:03 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas | Permalink | Comments (0)
Bloqueio “quase total”: Putin admite “dificuldades colossais” na tecnologia devido a sanções, mas promete não baixar os braços
O bloqueio das gigantes da tecnologia, como a Google, a Microsoft, a Adobe e a Cisco, e o êxodo de milhares de quadros russos que operavam nesta área levaram o Presidente russo a admitir que é necessário "procurar novas soluções [nacionais] intensamente e inteligentemente"
O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou, nesta segunda-feira, à superação das graves dificuldades colocadas pelas sanções que privam a Rússia das altas tecnologias ocidentais, das quais é muito dependente.
“Tendo consciência das dificuldades colossais que se nos deparam, vamos procurar novas soluções intensamente e inteligentemente”, declarou durante uma reunião transmitida pela televisão pública, ao referir que o seu país enfrenta um bloqueio “quase total” no acesso às tecnologias ocidentais. “Hoje, não são apenas limitações, mas um bloqueio quase total que está a ser imposto ao nosso país em relação aos produtos estrangeiros de alta tecnologia”, afirmou.
A Rússia está submetida a vastas sanções ocidentais e numerosas empresas estrangeiras saíram do país numa reação à invasão militar da Ucrânia.
Ao referir-se a um “enorme desafio”, Putin apelou à utilização das tecnologias russas disponíveis e ao desenvolvimento de “novas empresas nacionais inovadoras”.
“Não vamos baixar os braços”, assegurou.
Após a ofensiva na Ucrânia, os gigantes da tecnologia (Microsoft, Apple, Google, Adobe, Cisco), retiraram-se da Rússia ou suspenderam ao mínimo uma parte das suas operações no país, deixando sem alternativas consumidores, empresas, serviços administrativos e utilizadores russos.
Os fornecimentos ocidentais também deixaram de assegurar um apoio técnico aos seus clientes russos. Uma situação que abrange diversos produtos, telefones e computadores Apple, sistemas de telecomunicação Cisco, mercados de aplicações móveis ou ainda sistemas como o Windows.
No imediato, a Rússia autorizou importações “paralelas” de produtos deste género, sem o acordo de quem detém a propriedade intelectual.
Na quinta-feira, Putin também indicou que os gigantes da tecnologia russa, como a Yandex ou Ozon, enfrentam importantes desafios, pelo facto de se financiarem nos mercados ocidentais ou das relações com instituições financeiras estrangeiras.
Posted on 18/07/2022 at 20:58 in Europa - União Europeia, Mundo | Permalink | Comments (0)
STV-Jornal da Noite 18.07.2022(video)
Posted on 18/07/2022 at 20:45 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Moçambique: Tabela Salarial Única penaliza funcionários mais velhos e experientes
Funcionários públicos moçambicanos queixam-se que quanto mais velhos são, menos recebem, de acordo com a nova tabela salarial. Analistas dizem que o Governo deve esclarecer os critérios para não desmotivar trabalhadores.
A Tabela Salarial Única (TSU), que gerou muita expetativa em Moçambique, está a desapontar os servidores públicos, que se queixam de critérios pouco claros para a definição dos seus novos salários.
A nova TSU simplifica o sistema de remunerações, substituindo 103 tabelas por 21 escalões, entre 8.758 e 165.758 meticais (entre 136 e 2.580 euros). Usa como referência o vencimento do Presidente da República, que ganha atualmente à volta de 205 mil meticais (cerca de três mil euros).
Com a simplificação de níveis, o ordenado mínimo sobe 80% em relação aos atuais 4.688 meticais (73 euros). A tabela gira em torno de quatro critérios: habilitações literárias, antiguidade, carreira e idade.
Mas uma das grandes queixas é que quanto mais experiência e idade o funcionário tem, menos salário aufere. Isto aplica-se a servidores públicos com mais de 50 anos.
Funcionários "castigados" por tempo de serviço
Um funcionário ouvido pela DW, que pediu para não ser identificado, diz que este critério o prejudica bastante. "Estou praticamente a ser castigado por ser um funcionário com mais tempo, o que considero injusto, pois indivíduos com menos idade e com menos tempo de serviço estão em níveis elevados, ou seja, estão a auferir salários mais altos que o meu, sendo eu funcionário há bastante tempo", lamenta.
Para o analista Ismael Nhancucue, não faz sentido que um funcionário experiente seja castigado por causa da idade. "Quanto mais se sobe na pirâmide, menos pontos as pessoas têm. Ou seja, quanto mais velhos, menos pontos têm. Isto vai lesar um bocadinho os funcionários que têm mais tempo no Estado. E a outra questão é a experiência profissional, que é mais ou menos igual", critica.
Vários funcionários lamentam também que seja possível a um técnico médio auferir o mesmo salário que um licenciado. Isso é "desmotivante", comenta um professor também em anonimato.
"Logo, estão a dizer-nos que a formação académica acaba não tendo um impacto positivo. Não sei se houve um erro, a verdade é que aquilo que se esperava não está a acontecer. Eu acho que deveria existir uma base para cada nível, e a diferença deveria ser no que diz respeito ao critério de idade, ao tempo de serviço e ao tempo de carreira", defende.
Pedida revisão urgente dos critérios
Os funcionários públicos pedem uma revisão urgente dos critérios de pagamento de salários ao abrigo da nova tabela: "Tinha-se criado uma expetativa muito acima daquilo que vi na tabela e, olhando para a expetativa criada, eu acho que não está a beneficiar, tendo em consideração as contas que havia feito antes."
O académico Ismael Mussa disse em entrevista à STV, parceira da DW África, que todo este processo deve ser muito bem esclarecido para não desincentivar os funcionários do Estado.
"Há muitos questionamentos, como por exemplo alguns indicadores como a idade. É muito importante que tanto o Ministério das Finanças como o Ministério da Administração Estatal e Função Pública esclareçam às pessoas alguns pormenores para as ajudarem a perceber qual é o objetivo do fator idade", exemplifica.
DW – 18.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 19:35 in Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Municípios - Administração Local - Governo, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Raúl Domingos nomeado embaixador de Moçambique no Vaticano
O negociador do Acordo Geral de Paz, assinado em 1992, em Roma, foi nomeado esta segunda-feira (18.07) embaixador extraordinário e plenipotenciário junto da Santa Sé pelo Presidente Filipe Nyusi.
É o primeiro político da oposição moçambicana a ser nomeado para o cargo, ocupado até agora por Sérgio Nathú Cabá.
Raúl Domingos foi chefe da equipa da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) nas negociações de paz com o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), que contaram com a mediação da Comunidade de Sant´Egídio, ligada à Igreja Católica.
Domingos chefiou bancada da RENAMO, mas acabou sendo expulso do partido após desentendimentos com o então líder do movimento Afonso Dhlakama, na sequência das eleições gerais de 1999.
Depois, Domingos fundou o Partido para a Democracia e Desenvolvimento (PDD), uma força política extraparlamentar que nunca conseguiu eleger representantes para órgãos eletivos nacionais ou locais. O político é conselheiro de Estado por nomeação do atual chefe de Estado moçambicano.
DW – 18.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 19:27 in Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Cabo Ligado Mensal Junho 2022
Resumo da Situação em Junho
Junho assistiu a um aumento significativo da violência à medida que os insurgentes saíram dos distritos do norte de Cabo Delgado para lançar uma ofensiva em Ancuabe, Chiúre e Mecufi, avançando até à fronteira da província de Nampula. A maior parte dessa violência se concentrou no distrito de Ancuabe, onde uma série implacável de ataques e decapitações provocou um deslocamento maciço de 20.000 pessoas em apenas três semanas.
A ofensiva começou a 5 de Junho com um ataque à aldeia Nanduli em Ancuabe. Seguiu-se a decapitação de dois guardas de segurança do projeto de mineração de grafite Grafex, de propriedade australiana, que levou o projeto de mineração AMG Graphit Kropfmühl em Ancuabe a declarar força maior, suspendendo todas as operações devido à tênue situação de segurança. Três outras operações internacionais de mineração em distritos vizinhos – Syrah Resources, Battery Minerals e Gemfields – suspenderam operações de transporte.
Os insurgentes tendiam a evitar confrontos diretos com as forças de segurança, optando, em vez disso, por esticar os recursos militares e policiais, lançando ataques contra comunidades vulneráveis. Enquanto grupos insurgentes se deslocavam para o sul, os ataques também continuaram nos distritos do norte de Macomia, Nangade, Palma, Mocímboa da Praia e Muidumbe. Isso resultou na necessidade das forças de segurança dispersarem a sua atenção por grande parte de todo o eixo norte-sul da província, sugerindo um grau de coordenação estratégica entre os insurgentes.
Posted on 18/07/2022 at 19:01 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, África - SADC | Permalink | Comments (0)
Dívidas Ocultas: Leitura da sentença adiada para final de novembro
O que estava marcado para o dia 1 de agosto, passou para 30 de novembro. Moçambicanos terão que aguardar por mais quatro meses para conhecer a sentença sobre as dívidas ocultadas.
O Juiz do caso das dívidas ocultas, Efigénio Baptista, anunciou esta segunda-feira o adiamento da leitura do sentença do processo principal do caso das dívidas ocultas para o dia 30 de novembro próximo, soube à DW de fonte oficial.
"Dada a especial complexidade da causa, o volume do processo de mais de 30.000 paginas e a sobrecarga de trabalho com os arrestos, embargos, e agravos, vai ser adiada a data da leitura da sentença para o dia 30 de novembro de 2022", lê-se num despacho a que a DW teve acesso nesta segunda-feira (18.07.)
A leitura da sentença estava, inicialmente, prevista para 1 de agosto próximo.
A sentença do processo principal do caso das dívidas ocultas está adiada para 30 de novembro
Nas suas alegações finais, o Ministério Público moçambicano pediu ao tribunal pena máxima para oito dos 19 arguidos, pena próxima da máxima para 10 arguidos e a absolvição de apenas um.
A acusação pediu ainda ao tribunal que os arguidos sejam condenados ao pagamento de uma indemnização de 2,7 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), correspondentes ao total das dívidas ocultas, acrescidos de juros de 850,5 mil dólares (779 mil euros) calculados até 2019.
Os empréstimos foram secretamente avalizados pelo Governo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), liderado por Armando Guebuza, sem conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo.
DW – 18.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 12:01 in Dívidas ocultas e outras, Justiça - Polícia - Tribunais | Permalink | Comments (0)
Terroristas decapitam duas pessoas nas imediações de Montepuez
Os terroristas, em número não especificado, decapitaram duas pessoas que estavam à caminho das suas machambas, na aldeia Muaja, no distrito de Ancuabe na quarta-feira da semana passada (13).
A região onde ocorreu a decapitação dos dois homens está nas imediações das aldeias Nanhupo e Namanhumbir, no distrito de Montepuez, uma região que fica a menos de 10 quilómetros da área explorada pela empresa Montepuez Ruby Mining, um dos principais contribuintes das receitas aos cofres do Estado em Cabo Delgado.
Ao Ikweli, uma fonte contou que “depois de matarem as duas pessoas, porque eram dois homens e uma mulher, então deram as cabeças à senhora, num plástico para levar na aldeia, aqui em Muaja para informar”, o que fez com que muitas pessoas fugissem para a vila de Montepuez.
Confirmou a fonte que as Forças de Defesa e Segurança (FDS) já estão em patrulha naquela área para repelir qualquer situação de movimentos estranhos. A circulação de viaturas no troço Pemba/Montepuez, também, decorre com normalidade, mas no mesmo dia havia fraco fluxo de viaturas.
O Chefe do Estado e Comandante-Chefe das FDS, Filipe Nyusi, anunciou na última semana, durante a sua visita de trabalho, em alguns distritos de Cabo Delgado, que as forças moçambicanas assaltaram uma das principais bases terroristas, designada Katupa, no distrito de Macomia.
Nesse assalto, segundo Filipe Nyusi, as FDS abateram um destacado comandante, que respondia pelo nome de Assane e capturados muitos outros terroristas, e reiterou que o trabalho ainda decorre com auxílio das forças estrangeiras.
IKWELI – 18.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 10:49 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas | Permalink | Comments (0)
Notícias Maputo 18/.07.2022
Posted on 18/07/2022 at 10:42 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
STV-Noite Informativa 17.07.2022(video)
Posted on 18/07/2022 at 00:08 in Opinião, RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
17/07/2022
Guantánamo: os EUA em Cuba[Elementos de Autocrítica]
ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Hoje vou falar sobre Guantánamo que tem uma base militar americana em Cuba.
Como é que há uma base americana num território que é hoje junto com a Venezuela, talvez o grande rival geopolítico dos Estados Unidos [EU] na região.
Primeiro é importante dar uma olhada na posição da Ilha no mapa. Como é uma Ilha extensa é uma Ilha bastante cumprida e ela duma certa forma faz um bloqueio no mar do Caribe, ela tem uma posição bastante estratégica se você olhar bem, de um lado você tem a Península do Yucatán, do outro lado, você tem a Península da Flórida e uma série de Ilhas menores; a Jamaica, Haiti, República Dominicana, as Antilhas...
Mas, Cuba é a grande Ilha do Caribe e ela tem uma posição estratégica para o domínio do resto do Caribe, para projectar força no resto do Caribe, se você está pensando em doutrina Monroe foi instituída em 18[23], em América para os americanos aquela expansão dos EU já no século [XIX]. Como é que sucedeu?
Cuba era uma Colónia espanhola e bastante interessante para os EU, mas do que isso, a Espanha como alvo interessava muito os EU, porquê? Porque a Espanha não tinha só Cuba, tinha Porto-Rico, mas ela também tinha Ilhas ao longo do mundo inteiro, territórios que a Espanha foi conquistando na época das grandes navegações e territórios bastante importantes como apoio de Marinha, uma vez que, ninguém projecta força militar e portanto, também económica porque elas andam juntas e no século [XIX] e mesmo no começo do [XX] isso era feito através do navio de certa forma até hoje.
O avião é capaz de transportar soldados, suplementos mas equipamento pesado de guerra e transporte de mercadoria em grande escala ainda é feito de navio, tanto que, tem uma frase muito interessante que diz; «quem controla os mares controla o comércio mundial, por consequência controla o mundo» coisa que as potências europeias perceberam e os EU aprenderam nesse sentido.
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Posted on 17/07/2022 at 21:53 in Bernardo Gondola - Elementos de Autocritica, Opinião | Permalink | Comments (0)
STV-Jornal da Noite 17.07.2022(video)
Posted on 17/07/2022 at 20:37 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Um ano depois da chegada das tropas do Ruanda e da SADC, extremismo violento continua longe de ser vencido
Depois de uma longa narrativa contra a presença de “botas estrangeiras” em Cabo Delgado, o Governo mudou de abordagem e abriu-se à entrada de tropas externas. O ataque brutal à vila de Palma em Março de 2021 foi determinante para a mudança de abordagem. Em Julho iniciou o destacamento de tropas ruandesas e, três meses depois, já se contabilizavam mais de dois mil homens em Cabo Delgado. O acordo político que viabilizou o envio de tropas ruandeses não passou pelo crivo da Assembleia da República e os custos para Moçambique continuam desconhecidos.
Posted on 17/07/2022 at 13:08 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Opinião, África - SADC | Permalink | Comments (0)
FELIPE NYUSI DELIRA QUANDO IMAGINA QUE OS SEUS HOMENS E SEUS ALIADOS ATACARAM COM SUCESSO A FORTALEZA REBELDE DE CATUPA
Por Francisco Nota Moisés
FDS e Forças conjuntas atacam à “base Kathupa” em Macomia
"A base Kathupa, localizada nas florestas densas do rio Messalo, no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, é considerada uma das principais, onde eram planificadas as principais operações terroristas e as autoridades moçambicanas dizem já ter assaltado, nos últimos dias. O anúncio sobre o assalto da mesma base, foi feito na última quinta-feira (14), à noite, na Cidade de Pemba, pelo Chefe do Estado Filipe Nyusi, que se encontra em visita de trabalho, em Cabo Delgado, para se inteirar da situação dos deslocados. Aos jornalistas, Filipe Nyusi, explicou que a base Kathupa, foi atacada pelas forças moçambicanas, com suporte dos seus parceiros ruandeses e da África do Sul, mas não detalhou os possíveis danos, embora acredite que na mesma, estavam os líderes Ibn Omar e Madina."
Se o que o grande da Frelimo Felipe Nyusi disse fosse verdade, e ele próprio fosse sério, o que ele disse sobre o alegado ataque da base Catupa dos rebeldes poderia entristecer os simpatizantes da insurreição armada do Norte como eu. Para uma pessoa como eu que conheço a Frelimo e a sua tendência de nunca dizer a verdade em tudo, fico sossegado e sei que a verdade é o contrário daquilo que diz o grande da Frelimo.
Para alem, o Moçambique da Frelimo inverte quase tudo, assim colocando cenários com cabeças no chão e pés no ar. Para provar isto, porque é que é sempre o grande dos frelimistas que fala da situação militar ou de assuntos militares, o que seria o que os comandantes das forças armadas no terreno deviam estar a fazer? Obviamente, no Moçambique da Frelimo, o grande dos terroristas é quem conta em tudo. Corta fitas, viaja, faz discursos, come bem rouba, cria barriga e viaja de helicóptero. Os seus ministros são meras figuras que não fazem nada para além de criarem barrigas e se entreterem com catorzinhas.
Para além da zona urbana, a região de Macomia é uma zona libertada ou semi-libertada dos guerrilheiros que lutam contra o regime tirânico da Frelimo. Muitos meses atrás, foi ali onde os sul-africanos, os tais mtsotsis de Joburg, sofreram uma terrível emboscada que os forçou a debandar para um ponto onde foram imediatamente atacados. Africa do Sul falou de ter perdido um oficial e material de guerra. Aquele mesmo tempo e naquele mesmo lugar, a soldadesca da Frelimo sofreu uma grande baixa que ela não anunciou.
Embora uma zona operacional dos sul africanos, os matsotsis nunca estiveram entusiasmados para lutarem em Macomia, dizendo que eles não estavam lá para substituir mas sim para apoiar a soldadesca da Frelimo.
Algumas semanas atrás, os ruandeses foram a Macomia num claro gesto de desprezo dos sul africanos e para mostrar que só eles eram os que tinham uma capacidade combativa. Eles queriam mostrar que só eles eram os que podiam combater os rebeldes e os seus adversários, senão inimigos matsotsis, eram inúteis." Tentaram penetrar na zona florestal com um terreno muito desafiador, e terminaram por não conseguir derrotar os rebeldes. Depois da sua derrota, os ruandeses abandonaram Macomia de regresso a Palma.
E agora Felipe Nyusi quer nos dizer que os ruandeses foram a Macomia pela segunda vez para re-atacar Catupa que agora reclamam ter capturado. A verdade é que os rebeldes andam bem informados sobre a preparação e os movimentos dos seus inimigos e eles são altamente moveis e mais duros do que membros de toda a cambada de terroristas felimistas, ruandeses, matsotsis, tanzanianos cuja força sofreu uma grande baixa no lado de Moçambique nos últimos dias. Nyusi precisa duma melhor sorte para os seus homens amados e os dos seus aliados para surprenderem e derrubarem o inimigo.
Posted on 17/07/2022 at 12:31 in Opinião | Permalink | Comments (0)
Islam and matriliny along the Indian Ocean rim: Revisiting the old ‘paradox’ by comparing the Minangkabau, Kerala and coastal northern Mozambique by Liazzat J.K. Bonate
The coexistence of Islam and matriliny has been viewed as a ‘paradox’ because of strict patriliny that Islam prescribes. This article attempts to disentangle this enigma by comparing the Minangkabau, Kerala and coastal northern Mozambique that represent the most well-known cases of simultaneous practice of Islam and matrilineal kinship, which initially was a result of peaceful Islamisation through Indian Ocean networks. In the nineteenth century, the Dutch and British colonial regimes helped matriliny to survive, despite all the efforts of the Islamists to the contrary, by codifying local juridical rules. The Portuguese integration of the local matrilineal nobility into their colonial administrative system preserved matriliny within the local Muslim order. Nowadays these communities are influenced by modernisation, nation-state policies, and Islamic reformist movements, but matrilineal principles still regulate
the use of the ancestral land.
Leia aqui Download Islam_and_Matriliny_along_the_Indian_Ocean_Bonate
Posted on 17/07/2022 at 12:14 in Antropologia - Sociologia, História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Religião - Igrejas | Permalink | Comments (0)
A alma da civilização islâmica no povo português
Um dos meus livros sobre a cultura do Gharb al-Andalus1 leva o título emblemático de O Meu Coração é Árabe. Este título, que era o de uma canção árabe – Qalbî Arabî – que os Portugueses do Renascimento Europeu ainda cantavam, séculos depois de finda a conquista cristã, tem o valor mítico de uma intercultura do sentimento. Qalb/coração é, para os muçulmanos, o órgão simbólico do conhecimento espiritual, aquele onde desabrocha a rosa mística. Afirmar a arabidade do coração é assumir, no mais profundo do ser, o fascínio da civilização do Crescente. O testemunho de Gil Vicente, ao patentear a popularidade dessa canção, assume um significado antropológico que a abordagem das raízes da cultura portuguesa confirma de forma indiscutível. Poderemos dizer que a arabidade faz parte do coração dos portugueses?
Numa época, como a nossa, em que, para empregar uma expressão de Jung, a “coincidência dos opostos” é aceita como forma de ler a realidade, partindo da consideração das polaridades, estamos talvez, como nunca, em posição de entender o mecanismo Eu/Outro, ou seja, Cristão/Muçulmano, mecanismo esse que comportava atracção/repulsão e fascínio/receio.
Os proto-portugueses são o cadinho humano onde se realiza uma complexa alquimia étnica, cultural e espiritual, na qual o elemento romano-árabe é factor decisivo da matriz mediterrânica. A primeira fase deste processo completasse com a incorporação de todo o território muçulmano e respectivos habitantes. É só nesse momento que a polaridade se completa e Portugal começa a tomar forma, enquanto nação. Os primeiros reis portugueses construíram um ordenamento jurídico que deu expressão a esta natureza compósita de país em maturação, mimetizando a tolerância islâmica, através de institutos jurídicos como o da Dhima, ao protegerem os direitos das suas minorias através das garantias dadas em Cartas de Foral e Ordenações.
A fascinação do Islão, sentida pelos proto-portugueses e primeiros portugueses, era uma inevitabilidade, dada a superioridade e sofisticação da cultura árabe, face à fruste rudeza dos povos do Norte da Europa na Alta Idade Média. Por isso, desde tempos recuados, os árabes estão ligados, na memória do Povo Português, ao maravilhoso, ao belo e ao requintado. Para as gentes pobres da Idade Média, os protagonistas da brilhante civilização do al-Andalus, terra das ciências e das artes, o árabe era o Outro que complementava o Eu. De tal maneira, que as lendas árabes constituem uma parte significativa do folclore português. Essas lendas são, invariavelmente, histórias de amor entre cristãos e muçulmanas ou vice-versa, em que eles são vítimas de um tempo intolerante para com os sentimentos dos amantes separados.
Estas polaridades sociais respeitadas, como dissemos, pelos primeiros reis de Portugal, vieram a ser dramaticamente postas em causa com a submissão da Coroa Portuguesa a interesses de ordem política. Num seguidismo das estratégias de Castela, foi utilizada a arma da religião como pretexto para uma brutal uniformização. O Islão foi banido do território português pela expulsão dos crentes ou pela conversão forçada. Tais cicatrizes dolorosas só recentemente começaram a sarar, com o renascimento da liberdade religiosa a permitir a abertura de mesquitas, e com descendentes dos espoliados da sua fé a reencontrarem uma herança perdida. Esse legado vem, não apenas do Gharb al-Andalus, mas também dos tesouros que os colonizadores e navegadores portugueses trouxeram do Maghreb2, do Mashreq3 e do Oriente longínquo, onde contactaram reiteradamente com a Civilização Muçulmana.
Dessas navegações adquirimos, não só apenas especiarias e pedras preciosas, mas ainda também convívios, palavras e costumes. Entre guerras e crueldades houve também amizades e alianças. Se, num passe de mágica, fosse possível apagar, de Portugal actual, todos os vestígios do legado árabe, a nível étnico e cultural, a paisagem humana, física e civilizacional que contemplaríamos seria inteiramente diversa. Tornar-nos-íamos, possivelmente, louros e não morenos como habitualmente somos. Deixaríamos de falar o latim arabizado que é o português, e perderíamos mais de mil palavras do nosso léxico. Muitas das nossas povoações deixariam de existir ou mudariam de nome.
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Posted on 17/07/2022 at 11:53 in Antropologia - Sociologia, Letras e artes - Cultura e Ciência, Portugal | Permalink | Comments (0)
África: Perspectivas - Coletânea 2016
Os vários povos africanos trazidos para o Brasil contribuíram efetivamente para a nossa maneira de ser, incluindo a língua, os costumes, a religião, entre outros aspectos de nossa “brasilidade”. A respeito, lembremos a afirmação do historiador Alberto da Costa e Silva, em Um rio chamado Atlântico: a África no Brasil e o Brasil na África (2014): “Ainda que disto não tenhamos consciência, o obá do Benim ou o angola a quiluanje estão mais próximos dos brasileiros do que os antigos reis da França”.
Sem dúvida, o continente africano constitui referência incontornável quando nos referimos a nossas origens e à nossa história e consequentemente, falar de África é também traçar linhas que tangenciam e muitas vezes se mesclam à nossa formação. Apesar de sua importância nas matrizes culturais, religiosas e linguísticas de nossa gente, o continente africano ainda é bastante desconhecido de muitos brasileiros.
Atendendo a uma necessidade de conhecimento de parte importante de nossa História e ao mesmo tempo como ferramenta para o enfrentamento do racismo em que, infelizmente ainda estamos mergulhados, a Lei 10639 (depois substituída e ampliada pela Lei 11645) determinou que conteúdos sobre História e Cultura dos Povos Africanos e Ameríndios fizessem parte efetiva do ensino formal em todos os níveis. Passo importante para diminuir o desconhecimento da África, a referida Lei, infelizmente, ainda não é totalmente cumprida em numerosas escolas brasileiras.
Leia aqui Download Mocambique_em_Timor_e_Timor_em_Mocambique 2016
Posted on 17/07/2022 at 11:37 in Antropologia - Sociologia, Brasil, História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Timor | Permalink | Comments (0)
Henry Kissinger: história viva
O estadista da Guerra Fria, com 99 anos, fala sobre Putin, a China e o novo momento de perigo que atravessamos. "Estamos a entrar num período muito difícil", alerta
TEXTO NIALL FERGUSON
HISTORIADOR, INVESTIGADOR PRINCIPAL DA HOOVER INSTITUTION, AUTOR DE “KISSINGER, 1923-1968: O IDEALISTA”. O SEGUNDO VOLUME SERÁ CONCLUÍDO EM 2023
Henry Kissinger fez 99 anos a 27 de maio. Nascido na Alemanha no auge da hiperinflação de Weimar, ainda não tinha dez anos quando Hitler chegou ao poder e com apenas 15 anos desembarcou como refugiado com a sua família na cidade de Nova Iorque. De alguma forma, é quase surpreendente que este antigo secretário de Estado americano e gigante da geopolítica tenha cessado funções há 45 anos.
A caminho de um século de vida, Kissinger não perdeu nenhum do poder de fogo intelectual que o distinguiu de outros professores e praticantes de política externa da sua geração e das gerações seguintes. No tempo que eu demorei a escrever o segundo volume da sua biografia, Kissinger publicou não um, mas dois livros — o primeiro, em coautoria com o antigo CEO da Google, Eric Schmidt, e o informático Daniel Huttenlocher, é sobre inteligência artificial, e o segundo é uma coleção de seis estudos de casos biográficos sobre liderança.
Encontrámo-nos no seu retiro rural, nos bosques do Connecticut, onde ele e a mulher, Nancy, passam a maior parte do seu tempo desde o início da covid. A pandemia trouxe-lhes um lado bom. Foi a primeira vez em 48 anos de casamento que o compulsivamente itinerante Dr. Kissinger foi forçado a parar. Afastado das tentações dos restaurantes de Manhattan e dos banquetes de Pequim, perdeu alguns quilos. Embora ande com uma bengala, dependa de um aparelho auditivo e fale lentamente naquele inconfundível timbre barítono, a sua mente está tão aguçada como sempre.
Kissinger também não perdeu o seu talento para enfurecer os professores liberais e progressistas nem ‘acordar’ os estudantes que dominam Harvard, a universidade onde construiu a sua reputação de académico e intelectual público nos anos 50 e 60.
Todos os secretários de Estado e conselheiros de segurança nacional (o primeiro posto que ocupou no governo) tiveram que escolher entre uma má opção e outra pior. No ano passado, Antony Blinken e Jake Sullivan, que detêm atualmente essas posições, abandonaram o povo do Afeganistão à sua sorte com os talibãs e este ano estão a despejar dezenas de milhares de milhões de dólares em armamento na zona de guerra que é a Ucrânia. De alguma forma, essas ações não provocam o mesmo ataque que Kissinger sofreu ao longo dos anos pelo seu papel em eventos como a Guerra do Vietname (uma quantidade significativa de críticas também veio da direita, embora por razões muito diferentes)
Nada pode ilustrar melhor a sua capacidade de enfurecer tanto a esquerda como a direita do que a controvérsia desencadeada pelo seu breve discurso no Fórum Económico Mundial, em Davos, no dia 23 de maio. “Henry Kissinger — A Ucrânia deve dar território à Rússia” era a manchete do “Telegraph”, despertando um número quase igual de tweets enfurecidos de progressistas que adicionaram as cores azul e amarelo da Ucrânia à versão mais recente da bandeira do orgulho e de neoconservadores que clamam por uma vitória ucraniana e mudança de regime em Moscovo. Numa resposta assustadora, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Kissinger de favorecer o apaziguamento da Rússia fascista, ao estilo de 1938.
A coisa mais estranha de toda essa comoção foi que o estadista não disse nada daquilo. Argumentando que alguma espécie de paz deve eventualmente ser negociada, declarou simplesmente que “a linha divisória [entre a Ucrânia e a Rússia] deveria voltar ao statu quo anterior” — ou seja, à situação antes de 24 de fevereiro, quando partes de Donetsk e Luhansk estavam sob o controlo de separatistas pró-Moscovo e a Crimeia fazia parte da Rússia, como acontece desde 2014. Foi isso que o próprio Zelensky disse em mais de uma ocasião, embora alguns porta-vozes ucranianos tenham defendido recentemente o regresso às fronteiras anteriores a 2014.
Tais equívocos não são novidade para Kissinger. Quando estava a tentar persuadir Barack Obama a sair do Afeganistão, o vice-presidente, Joe Biden, traçou uma analogia infeliz com o desacreditado antigo Presidente dos EUA, Richard Nixon. “Temos que estar de saída”, disse ao veterano diplomata Richard Holbrooke, “temos de fazer o que fizemos no Vietname.” Holbrooke, representante especial de Obama para o Afeganistão e Paquistão, respondeu: “Pensava que tínhamos uma certa obrigação para com as pessoas que confiaram em nós.” A resposta de Biden foi reveladora: “Que se f...”, disse, supostamente, a Holbrooke. “Não temos de nos preocupar com isso. Fizemos o mesmo no Vietname. E Nixon e Kissinger não tiveram problemas.”
No entanto, a realidade foi, mais uma vez, bastante diferente. Em 1969, Nixon e Kissinger rejeitaram completamente a ideia de abandonar o Vietname do Sul à sua sorte, à medida que os manifestantes antiguerra os forçavam a isso. Em vez de sair e fugir, procuraram alcançar uma “paz com honra”. A sua estratégia de “vietnamização” foi, na verdade, uma versão do que os Estados Unidos estão a fazer na Ucrânia hoje: fornecer as armas para que o país possa lutar para defender a sua independência, em vez de dependerem das tropas americanas no terreno.
Pergunto se os EUA estão hoje mais divididos do que na altura do Vietname. “Sim, infinitamente mais”, diz.
Os tipos de Harvard e Yale espumam ainda mais quando veem Nixon como um dos seis exemplos na liderança de Kissinger, ao mesmo nível de Konrad Adenauer, Charles de Gaulle, o ex-Presidente egípcio Anwar Sadat, o primeiro primeiro-ministro de Singapura, Lee Kuan Yew, e Margaret Thatcher (cuja inclusão fará os tipos de Oxford e Cambridge espumar da mesma maneira).
Pergunto-lhe porque é que Nixon — o único Presidente forçado a demitir-se — merece um capítulo à parte num livro sobre a liderança. Não é um estudo de caso em como não liderar? Kissinger começa com o veredicto sucinto sobre Watergate fornecido por Bryce Harlow, o experiente operacional de Washington, que era o homem de ligação de Nixon com o Congresso: “Algum tolo maldito entrou na Sala Oval e fez o que lhe disseram para fazer” — ou seja, alguém na Casa Branca levou Nixon demasiado à letra.
Posted on 17/07/2022 at 11:24 in História, Vidas | Permalink | Comments (0)
Domingo Maputo 17.07.2022
Posted on 17/07/2022 at 10:45 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
16/07/2022
STV-Noite Informativa 16.07.2022(video)
Posted on 16/07/2022 at 23:13 in Opinião, RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
MDM desafia Governo a divulgar a lista dos beneficiários do subsídio de transporte
O MDM a terceira força política moçambicana, disse hoje que o elevado custo de vida em Moçambique resulta em parte da corrupção e da má governação.
O líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Lutero Simango responsabilizou neste sábado (16.07), o Governo moçambicano pelo elevado custo de vida no país, que diz ser provocado não só pela guerra na Ucrânia, mas também pela "corrupção generalizada, má governação e falta de políticas públicas voltas à população".
Simango discursava na abertura da primeira sessão da Comissão Política do segundo maior partido da oposição moçambicana, que decorre na cidade de Maputo.
A crise social que assola Moçambique acelerada pela subida dos preços de bens essenciais e as críticas ao Governo da FRELIMO dormiram o discurso de Lutero Simango.
"É notório que os moçambicanos de todos estratos sociais a escala nacional, com exceção da elite ligado ao poder, estão sufocados com a governação e das práticas discriminatórias do Governo”, afirmou.
Este modelo de governação, segundo Simango, mina “o ambiente conducente ao diálogo construtivo com a sociedade”.
A reunião da Comissão Política do MDM acontece poucos dias depois de algumas cidades moçambicanas terem sido afetadaspor uma manifestação, convocada através das redes sociais. Os protestos tinham como objetivo contestar o elevado custo de vida e falta de soluções para mitigar o sofrimento dos moçambicanos, segundo os organizadores.
Numa clara alusão à manifestação de quinta-feira (14.07), Simango diz que o povo está saturado e perdeu a confiança no Governo.
“Cabe ao Governo fazer a leitura dos momentos e mudar de atitudes. Caso contrário, o poder será exercido na praça pública”, sublinha Simango.
Para o MDM, o Governo moçambicano se tem negado adoptar medidas económicas e fiscais acertadas, para aliviar o custo devida em todo território nacional.
O Governo moçambicano anunciou há dias, um subsídio aos transportadores, para fazer face ao alto custo dos combustíveis no país, orçado em cerca de 50 milhões de dólares.
O Presidente do MDM entende que este valor “visa alimentar a teia de corrupção e o clientelismo político”.
“Desafiamos o Governo para publicar a lista nominal dos beneficiários destes subsídios. E qual será o impacto destes subsídios na vida diária das mães que usam gás doméstico para confeccionar alimentos para suas famílias”, indicou Simango.
Para aquela formação política, com assento parlamentar no país, a única forma de mitigar o impacto da subida do preço do combustível para os 30 milhões de moçambicanos, é reduzir o IVA e os impostos e as taxas em cascata na comercialização do combustível.
DW – 16.07.2022
Posted on 16/07/2022 at 20:41 in Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
STV-Jornal da Noite 16.07.2022(video)
Posted on 16/07/2022 at 20:29 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Um jornal digital de quando em vez
Posted on 16/07/2022 at 13:00 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
"Está a ver o Zédú? Tanto acumulou e deixou tudo aqui na terra. Para lá onde todos teremos de ir, não se leva nada"
EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (113)
Bom dia. Presidente. Como está? Eu estou assim assim. Pareço aquela velha máquina com marcha lenta, sofrida, que até, em plena m archa, era possível descer para desentorpecer as pernas e voltar a alcançá-la. Mas vou me aguentando.
Não lhe vou perturbar tanto hoje, acho que tem muito com que se preocupar: dizem que Maputo ontem estava a meio-gás em virtude das ameaças de greve que deveria ser levada a cabo pelo povo. Reclama da subida do custo de vida. É justo. Não acha?
Bom: indo ao que me inquieta: gostava de saber quanto é que o Presidente vai ganhar nesta nova Tabela Salarial Única, vulgo TSU. Eu não tenho vergonha de dizer o que vai ser o meu ordenado. Dizem que vai passar dos 4 mil para 8 mil meticais. Acho que vou morrer de "Txilar" na barraca da Sónia. Ovos cozidos já não vou comer fiado. E só pagar na hora! Exibir notas para aquela gingona da Cremilde ver! Vou passar a dormir nas barracas, juro.
Mas ok, vamos ao nosso assunto: quanto é que será o seu? Há quem diga que já que aufere, actualmente, 165 mil meticais, mais cem por cento chega a 330 mil meticais, acrescidos de subsídios (132 mil).
O total passará a 462 mil meticais. Isso tudo!? Se fosse eu, no seu lugar- já que dizem que não compra nada é tudo pago pelo Estado (até megas)-, deixava o povo feliz. Emprego para todos. "Chapa" a preço de banana. Ninguém mais sairia à rua para reclamar o que fosse.
E eu- ainda imagino-me no lugar do Presidente- ficaria na barraca da Sónia a beber "Txilar" e assar frangos. Até iria desprezar o amendoim torrado. Era só beber, mas lembrando de ir trabalhar. Nunca iria me preocupar em assaltar os cofres públicos, multiplicar empresas que só existem no papel mas facturam balúrdios. Preocupar-me-ia com o bem-estar do povo e o meu, claro.
Viveria o presente. Está a ver o Zédú? Tanto acumulou e deixou tudo aqui na terra. Para lá onde todos teremos de ir, não se leva nada. Os vermes é que são reis. Banqueteiam-se com o nosso corpo e nem querem saber se em vida alguém era rei ou mendigo. Todos somos iguais. Filé-mignon para eles.
Quanto é que o Presidente passará a ganhar?
DN – 15.07.2022
Posted on 16/07/2022 at 12:49 in Opinião | Permalink | Comments (0)
Notícias Maputo 16.07.2022
Leia aqui
Posted on 16/07/2022 at 12:10 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
15/07/2022
STV-Noite Informativa 15.07.2022(video)
Posted on 15/07/2022 at 23:16 in Opinião, RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
STV-Jornal da Noite 15.07.2022(video)
Posted on 15/07/2022 at 20:42 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
A NEGOCIAÇÃO DA NOVA FRONTEIRA ENTRE MOÇAMBIQUE E O MALAWI, 1954
Eis uma peça de informação curiosa que não se aprendia no tempo colonial na escola: o território de Moçambique tem cerca de 4.212 quilómetros de fronteiras, em que 2.685 quilómetros são terrestres, 1.203 quilómetros são de fronteira fluvial e 322 quilómetros de fronteira lacustre. Possui ainda uma costa marítima com cerca de 2.700 quilómetros, onde, no mar, partilha fronteiras com a Tanzânia, as Ilhas Comores (em frente a Pemba), a França (no caso da minúscula Ilha Europa e o Baixo Bassas da Índia, mais ou menos em frente a Vilanculos), o Reino da Suazilândia (agora Eswatini) e a África do Sul.
A isto acresce o imenso território da chamada plataforma continental, sob o mar em frente à costa marítima, onde, por exemplo, se encontram as supostamente fabulosas reservas de gás natural que por estes dias estão a começar a serem extraídas.
Quase todo este território ficou definido entre meados e o final do Século XIX, entre os tratados feitos com os boers com o Transvaal, os alemães com a actual Tanzânia e com o Reino Unido para o resto, incluindo a arbitragem de Mac-Mahon em 1875. Houve depois uns acertos aqui e ali, feitos avulsamente.
Mas houve um acerto excepcional: o Acordo de Fronteiras visando o actual Malawi, assinado a 18 de Novembro de 1954.
NOTA: O problema com a Tanzânia ainda não está resolvido. Quando um cidadão toma banho no Lago Niaasa(Malawi) está em território malwiano o que não acontece com Moçambique.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 15/07/2022 at 18:45 in História, Portugal | Permalink | Comments (0)
A FRELIMO E OS SEUS ALIADOS CONTINUAM A SER BATIDOS PELOS REBELDES DO NORTE
Por Francisco Nota Moisés
RESUMO DA SITUAÇÃO
"O maior ataque da semana passada viu insurgentes atacarem uma posição das forças de segurança em Pundanhar, no distrito de Palma, com morteiros, o que é notável. O assalto foi lançado sobre uma posição da Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia moçambicana nas primeiras horas de 9 de Julho, surpreendendo os oficiais, obrigando-os a recuar e deixar para trás armas e equipamentos. Uma fonte de segurança afirma que de 80 a 100 membros da UIR fugiram. Os soldados que chegaram à vila de Palma vindos de Pundanhar alegaram ter sido esmagados por forças superiores após intensos confrontos. Os insurgentes lançaram com sucesso um ataque semelhante a uma posição das FDS em Mandimba, Nangade, na semana passada, apreendendo um estoque significativo de armas, munições e equipamentos. Esses ataques podem refletir uma mudança estratégica."
Enquanto que o alto comando do Quartel-General das forças armadas da Frelimo mantem-se silencioso quanto às grandes baixas que os patriotas do Norte vem infligindo às forças do regime terrorista da Frelimo em Maputo, informação foge do controle do regime que gostaria de manter os moçambicanos e o resto do mundo entretido com as suas mentiras e fantasias de homens catanas e encapuçados com barbas dedicadas a Allah. Este regime gostaria que o mundo acreditasse nas suas estorietas que ele próprio acredita, pois que se diz que o mentiroso termina por acreditar as suas próprias mentiras.
Que ninguém desconte que a Frelimo acredita nas suas próprias mentiras. Vimos recentemente quando Mariano Matsinhe, um dos grandes dos terroristas da Frelimo e arquiteto da Operação Produção, que nunca passou o tempo nas matas do norte de Moçambique durante a guerra com os portugueses, a dizer que Magaia morreu quando a arma do malogrado terrorista Lourenço Matola perdeu balas acidentalmente. Este Mariano Matsinhe vivia em Dar Es Salaam onde ele andava com uma pasta como se fosse um burguês e um grande empresário.
Sobre a guerra no Norte, a Frelimo já não tem jeito maneira de ocultar o cenário da realidade da actual guerra. Ela está a perder a guerra. Basta ver o que se diz na passagem acima colocada e copiada do Cabo Ligado que nessa edição de quatro paginas fala da atuação militar dos patriotas nortenhos, dando a entender que a guerra nortenha e um jogo controlado e dominado pelos rebeldes com as soldadesca da Frelimo, os matsotsis de Joburg e outros da SADC, tanzanianos e mesmo os ruandeses a serem chamboqueados.
A narrativa que mistificava os ruandeses provou ser uma velha cantiga. Os homens de Kagame estão encravados la em Afungi. Foram a Macomia, zona de operação dos matsotsis de Joburg, e lá foram batidos pelos rebeldes na zona florestal de Catupa que continua sob o controle dos rebeldes. Alguns dias atras os rebeldes atacaram uma posição conjunta da Frelimo e ruandeses. E os rebeldes atacaram também a posição inimiga em Quinto Congresso, distrito de Macomia, forçando a soldadesca da Frelimo a recuar e depois em Mandimba, Nangade, e atacaram também Pundanhar em Palma.
Pode alguém imaginar o pavor e a confusão de entre 80 e 100 polícias do tal fanfarrão Bernardino Rafael a fugir dos patriotas do seu quartel depois de ser atacado pelos rebeldes? Soldados que chegaram a Palma vindos de Pundanhar disseram que foram esmagados pela força dos patriotas. que vão avançando cada dia que passa.
Posted on 15/07/2022 at 12:22 in Opinião | Permalink | Comments (0)
Três feridos em mais um ataque terrorista no distrito de Macomia
Um grupo de terroristas atacou por volta das 20:00 horas da última terça-feira a aldeia Nkoe, posto administrativo de Chai, distrito de Macomia, deixando pelo menos três pessoas gravemente feridas, disseram fontes locais à "Carta". As incursões dos terroristas têm se registado com alguma frequência no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, mesmo com as patrulhas das Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e estrangeiras.
O ataque a Nkoe acontece um dia depois da zona ter sido patrulhada pelas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e ruandesas na região e também depois da visita do Secretário do Estado de Cabo Delgado, António Supeia, à sede do distrito de Macomia.
Segundo explicaram as fontes, cerca de 100 palhotas da população, que nos últimos dias têm abandonado as suas casas para esconderijos nas matas, foram queimadas, além dos três gravemente feridos.
In Três feridos em mais um ataque terrorista no distrito de Macomia (cartamz.com)
Posted on 15/07/2022 at 11:53 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas | Permalink | Comments (0)
FDS e Forças conjuntas atacam à “base Kathupa” em Macomia
A base Kathupa, localizada nas florestas densas do rio Messalo, no distrito de Macomia, em Cabo Delgado, é considerada uma das principais, onde eram planificadas as principais operações terroristas e as autoridades moçambicanas dizem já ter assaltado, nos últimos dias.
O anúncio sobre o assalto da mesma base, foi feito na última quinta-feira (14), à noite, na Cidade de Pemba, pelo Chefe do Estado Filipe Nyusi, que se encontra em visita de trabalho, em Cabo Delgado, para se inteirar da situação dos deslocados.
Aos jornalistas, Filipe Nyusi, explicou que a base Kathupa, foi atacada pelas forças moçambicanas, com suporte dos seus parceiros ruandeses e da África do Sul, mas não detalhou os possíveis danos, embora acredite que na mesma, estavam os líderes Ibn Omar e Madina.
Nyusi destacou a bravura das FDS, que a todo o custo se entregaram para atacar o inimigo em zonas de difícil acesso, sublinhando que a fuga dos terroristas para o sul da província de Cabo Delgado, significa que estão apertados pelas operações em curso onde se localizam as suas principais bases.
Na base Kathupa, segundo se acredita, além de planos de ataques, os terroristas têm feito treinamentos aos recrutados obrigatoriamente nas suas incursões, em várias comunidades da província de Cabo Delgado.
Os ataques terroristas em Cabo Delgado, começaram na madrugada de 5 de Outubro de 2017 e afectaram 11 dos 17 distritos de Cabo Delgado. De lá para cá, os ataques continuam, mesmo com a presença das forças da SADC e do Ruanda que se juntaram às tropas moçambicanas.
As organizações humanitárias e de monitoria do conflito estimam que mais de 4 mil pessoas perderam a vida, e cerca de 800 mil estão deslocadas, além de vários desaparecidos. (Mussa Yussuf, em Pemba para o IMN)
Posted on 15/07/2022 at 11:40 in Cabo Delgado e Niassa - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Notícias Maputo 15.07.2022
Posted on 15/07/2022 at 11:25 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
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