A tragédia de Kremenchuk à luz do dia e o obscuro pedido de rendição total

As primeiras horas desta terça-feira mostraram a real dimensão da destruição causada pelo ataque de um míssil a um centro comercial na Ucrânia e, enquanto o número de vítimas não para de aumentar, as autoridades russas também clarificaram a solução para a tal "operação militar especial" que já dura há 125 dias. Afinal, a "guerra-que-não-é-guerra" pode acabar já amanhã. Dmitri Peskov, porta-voz da presidência russa, não esteve com meias palavras, após Volodymyr Zelensky ter pedido aos líderes do G7 que façam tudo ao seu alcance para acabar com a guerra antes do rigoroso inverno no leste europeu. "Basta deporem as armas e aceitarem todas as condições estabelecidas pela Rússia", clarificou Peskov. PUB "Então, tudo estará terminado num dia", prometeu, como se quatro meses de horror e um sem número de vítimas civis fossem apenas uma nota de rodapé na nova glória da "Mãe Rússia", cuja retórica não tem dificuldades em encontrar as mais estapafúrdias das desculpas. Afinal, o centro comercial de Kremenchuk estava desativado há muito tempo e era, agora, um depósito de armamento ucraniano, mesmo que na altura do ataque do míssil estivessem cerca de 1000 pessoas às compras no seu interior. As imagens tiradas nas primeiras horas desta terça-feira mostram bem a dimensão da barbárie que fez, pelo menos, 18 mortos e 36 desaparecidos. Enquanto os líderes dos sete países mais desenvolvidos do Mundo desenham novas sanções à Rússia e Emmanuel Macron se recusa a chamar "estado terrorista" ao país liderado por Vladimir Putin, não faltam outros horrores noutras latitudes. Em San Antonio, no Texas (Estados Unidos), foram encontrados 46 migrantes mortos no interior de um camião que faria parte de uma rede de tráfico de seres humanos, enquanto um vídeo mostra a violência da explosão de um contentor de cloro em Aqaba, no sul da Jordânia, que provocou 13 vítimas mortais. Por cá, a PSP deteve 34 suspeitos de integrarem uma rede de corrupção em centros de inspeção automóvel, enquanto o Tribunal de Aveiro condenou três pessoas a penas de prisão efetiva por obrigarem mulheres de nacionalidade romena a prostituírem-se. No futebol, Ricardo Soares deixa o Gil Vicente após conduzir a equipa de Barcelos a um histórico quinto lugar no campeonato 2021/22, Ivo Vieira é o senhor que se segue e o mercado de transferências continua a ser fértil em rumores. Para não se perder, o JN resume os negócios do dia.