Muchanga apela ao esclarecimento do assassinato de Amurane
António
Muchanga, porta-voz da Renamo, Joaquim Chissano, antigo Presidente da
República e Dom Dinis Sengulane, bispo emérito da Igreja Anglicana,
reagiram, ontem, à morte do edil de Nampula, Mahamudo Amurane.
António
Muchanga apela ao esclarecimento do crime. “Lamentavelmente aconteceu e
esperemos que as entidades responsáveis pelo esclarecimento dos crimes,
incluindo a Justiça, nos tragam toda a verdade sobre esta questão. Se
isto não for bem esclarecido, vai ter um custo muito caro para o próprio
MDM”, concluiu.
Muchanga
considera que não é matando que se resolvem os problemas. “Matar
Amurane não é resolver o problema, porque, se calhar, a família dele vai
descobrir e matar os autores morais e materiais deste assassinato. E aí
estaremos a viver em que tipo de sociedade?”, questionou.
Joaquim
Chissano também lamentou o assassinato “Nós estamos a dizer que não
queremos violência de qualquer tipo. Mesmo que não fosse num dia como
este, em que estamos a falar da paz, seria muito lamentável”.
Chissano
acrescenta que que ninguém ganha com o crime e condena o acto “Nós
temos um Estado de Direito Democrático. Quaisquer controvérsias que
possam haver, não sei com quem ele (Mahamudo Amurane) tinha
controvérsia, esta não é a maneira de resolver. Ninguém ganha com isso, é
muito triste. É condenável, seja quem for que fez isso”, referiu.
Já Dom Dinis Sengulane diz que todo o país está chocado com o assassinato do edil de Nampula. “Todo
Moçambique está enlutado por este acto totalmente inaceitável. É
chocante usar-se uma arma para silenciar seja quem for. Insistimos que é
preciso desarmar as mentes e, consequentemente, desarmar as mãos. É
preciso reconhecer o nosso irmão, independentemente das suas convicções,
mesmo que sejam opostas às nossas, ele tem direito de se expressar. Não
há ninguém que é tão estúpido que as suas ideias sejam totalmente
desnecessárias e que tenha de ser eliminado”.
Mahamudo Amurane foi alvejado à tiro, ontem, em frente à sua casa.
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