II Congresso da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) – Memórias, por Raimundo Pachinuapa” (2)
"Boa analise ao livro dito do Pachinuapa que talvez ele nao escreveu, mais se atribuiu a ele a autoria. A unica informacao que nao e correcta é sobre o Marcelino dos Santos que nunca foi vice-presidente. Era chefe das relacoes externas e depois da morte do Mondlane, ele tornou-se membro do comité central e um dos poderosos que depois veio a constituir o truinvirato com Samora Machel e Uria Simango depois da morte do Mondlane. Mas tarde, Machel e dos Santos correram com o Simango depois deste criticar as chacinas dentro da Frelimo num documento que escreveu em ingles com o titulo de "Gloomy Situation in Frelimo (Situaçao triste na Frelimo". Sobre o segundo congresso, houve um aspecto que a Frelimo nunca revelou e fui eu a menciona-lo no Canal de Moçambique no fim da ultima década quando escrevi que o segundo congresso foi dispersado pela aparencia dum aviao de reconhecimento portugues, que talvez estava na verdade a procura do tal lugar como a Frelimo tinha anunciado que teria o seu congresso em Moçambique, congresso este que foi forçado por causa da nossa revolta contra a liderança do Mondlane, que era muito impopular com muitos militantes, tanto na guerrilla como fora dela. Nos, os da oposiçao, queriamos que o congresso fosse na Tanzania onde houveria a liberdade de votarmos livremente. Mas Mondlane e a sua companhia sabiam que haveriam de perder à oposiçao liderada pelo Mateus Pinho Gwenjere,que era muito popular, e que veio depois a ser barbaramente assassinado depois de ser sequestrado de Nairobi, Quénia, em 1977, pelos agentes da Frelimo e da Tanzania. Seja e m Tanzania ou em Moçambique, quebraram-lhe os olhos para que nao pudesse fugir e isto foi antes de mata-lo. Como é que o aviao detectou a asembleia? Antes da reuniao, saiu uma ordem do Alto domando da Frelimo que nao houvesse nenhum fogo nas matas em redor que era para nao atrair a atençao das forças portuguesas. Fogo e fumo parecem nao ter sido a causa da detecçao. Uma fonte disse me na Tanzania que um guerrilheiro disparou contra uma gazela que era para alimentar os congressistas, que nao tinham comida suficiente, mas o eco do tiro, magnificado pela mata, foi ouvido pelo quartel portugues o mais proximo que apelou que um "kapikoni-pide," codigo dos guerrilheiros para "aviao de reconhecimento," fosse investigar.
Como os guerilleiros sabiam que nao passaria muito tempo depois do sobrevoo do kaprikoni-pide, antes que aparecesse avioes de ataque, disseram aos lideres que a reuniao se dispersasse. A dispersao tornou-se numa debandada quando logo apareceram uma coluna, disse-se de oito avioes, que bombardeavam o lugar com bombas incendiarias e NAPALM, segundo o falecido guerrilheiro Inacio Chondzi que estava destacado para proteger o congresso e que viveu no mesmo quarto comigo quando eramos estudantes em Nairobi nos principios da década de 1970. "Certas das bombas deixavam grandes covas que depois nos serviam de abrigos quando avioes regressavam. Estes avioes regressavam dias apos dias, por tres dias, e passamos muito mal. Tinhamos que aguentar visto que eram as ordens que deviamos ficar no lugar e defende-lo," sintetisou o Chondzi. Protegido por guerrilheiros experimentados, Mondlane, o das pernas compridas e atletico, correu a bom correr a ponto de chegar ao Rovuma e atravessa-lo ileso. O Simango, que infezilmente, era obeso com uma barriga imensa na altura, reduziu-a implorar aos guerrilleiros com palavras, "ponham-me a palha, ponham-me a palha na cabeça." Samora Machel, aplacou num lugar aberto e rastejava disparando a sua pistola para o ar sem observer nenhumas regras e sem nenhum objectivo em vista. Foi puxado do lugar visivel e repreendido por um guerrilheiro experimentado que lhe, "o que o camarada chefe esta a fazer? Voce vai atirar a atençao destes avioes em cima e por-nos em perigo." Depois do acontecimento, fontes de guerrilha, sem autorisaçao dos lideres, falavam de os Portugueses terem destacado uns 20 avioes ao todo para esta operaçao aérea. E uma mensagem do Alto comando militar portugues em Lourenço Marques assegurou Lisboa que "os dirigentes terroristas nao sairao vivos do territorio portugues." Mas parece-me que nenhum "dirigente terrorista" de alta patente foi vitima graça a experiencia dos guerrilheiros experimentados. As ditas eleiçoes do 2o congresso, que anunciaram nunca tiveram lugar, e confirmaçoes das eleiçoes do Mondlane como Presidente, Simango como vice-presidente e todos os outros aos seus lugares foram uma fraude que se decidiu depois do fracasso do dito congresso. Se o 2o congresso teve um sucesso, foi o de frustrar a luta pela democracia e a luta contra a tirania mondlanista dentro da Frelimo durante a luta. Francisco Nota Moises"
An F-84 of the Portuguese Air Force (FAP) in Africa. F-84's like these were the mainstay of the Portuguese air support in Mozambique before the introduction of the G.91R-4 in December 1968.[23]
Infelizmente, a fotografia do F-84 em Moçambique copiada do Internet nao apareceu aqui. O texto em ingles acima diz que até a introduçao do G.91R-4 in Dezembro de 1968, o F-84 era o aviao principal, ou o suporte principal da força aérea portuguesa em Moçambique" -- facto este que é negado pelo senhor "Joao Cuambe", cujo verdadeiro nome é um outro, mas que nao voi mencionar aqui. Portanto é falso dizer que os Portugueses nao tinha avioes a jacto antes da vinda do Fiat G91, enquanto que a informaçao diz que haviam em forma de F84.
Algures na internet, no website to "Strength of the Portuguese air force in Mozambique", uma informacao diz, "By 1964, the Portuguese increased their strength in the country to 16,000 troops, and developed airfields at Nampula and Vila Cabral. The FAP (Força aérea portuguesa) followed the pattern by increasing the number to around a dozen (12) T6 Gs, eight (8) Lockheed PV2 Harpoons, a dozen (12) Dornier Do. 27 and few aérospatiale SA 316B Alouette helicopters"
Total de 32 daquesles avioes.
"There were also Canadian-built Mk.IVs with the FAP in Mozambique," diz um artigo na Internet. Infelizmente, o numero dos avioes do fabrico canadiano, que se especialisavam em ataques aerometralhadoras, o que era muito mais temido pelos guerrilheiros de acordo com muitos guerrilheiros que falavam com o autor na Tanzania, do que ataques com bombas, nao foi dado, o que faria mais para alem de 32 e isto so a partir de 1964. A outra aeronave que os guerrilheiros, que falavam com autor na Tanzania, temiam eram helicopteros
As informaçoes acima dadas dizem respeito a medidas tomadas a partir de 1964.
Algures na Internet, diz-se que "The Portuguese had a large number of Noratlas transport planes and Alouette helicopters at Nacala."
E na verdade,a força aérea portuguesa jogava um papel desproporcionado em relaçao ao exercito. De acordo com as informaçoes dadas na Internet, parecia que era raro quando a força aérea actuava de maos dadas com o exercito, um facto que os rodesianos pareciam que faziam muito bem.
Portanto, dizer que os Portuguese nao tinham mais do que 20 avioes em todo o territorio de Moçambique é falso. Com o tempo, até 1968, os Portugeses teriam muito mais do que a força inicial de 1964. A sua força aérea davam lhes uma superiodade completa sobre os Tanzanianos que tinham muitos poucos avioes e no norte, de acordo que informaçoes, os Tanzanianos ao longo do Rovuma praticamente que dormiam nas covas e avioes portugueses violavam regularmente o espaço aéreo tanzaniano, e a ameaça portuguesa veio a aumentar-se com a obtençao dos Fiats.
Francisco Nota Moises
Relativamente às observações feitas pelo Sr. Francisco Nota Moisés, gostaria de acrescentar o seguinte:
1. De 9 a 14 de Maio de 1970, o Comité Central da FRELIMO esteve reunido tendo decidido, entre outras coisas, eleger Samora Machel para o cargo de presidente desse movimento, e Marcelino dos Santos para vice-presidente. A mesma sessão do Comité Central decidiu expulsar Uria Simango do movimento.
2. É verdade que a Força Aérea Portuguesa lançou ataques contra o local onde se realizava do 2° Congresso da FRELIMO. Existia na região o aquartelamento de Olivença, que depois da independência passou a chamar-se Matchedje, o mesmo local onde se realizou o referido Congresso.
3. No entanto, falar de 20 aviões que teriam fustigado a zona não corresponde à realidade dado que na altura não existia esse número de aeronaves, quer no Niassa, quer em todo o território moçambicano.
4. Em tempos, o Sr. Moisés escreveu na imprensa moçambicana que os ataques teriam sido efectuados por aviões a jacto da Força Aérea Portuguesa. Na realidade, os aviões a jacto Fiat-G91 só passaram a operar em Moçambique em 1969, portanto, depois do 2° Congresso, que se realizou no ano anterior. Não havia aviões a jacto em Moçambique em 1968.
5. Confirma-se que antes do 2° Congresso, mais precisamente em princípios de 1966, o governo português destacou, temporariamente, para Moçambique, seis aviões a jacto do tipo F-84, mais precisamente para a Base Aérea 10, situada na cidade da Beira. Estes aviões foram enviados de Angola onde se encontravam desde 1961.
6. O envio desses aviões para Moçambique (onde permaneceram apenas 6 meses) foi durante o bloqueio naval ao porto da Beira, por parte da Marinha de Guerra britânica na sequência da Declaração Unilateral da Independência (UDI) feita pelo regime de Ian Smith na Rodésia do Sul a 11 de Novembro de 1965, e por se suspeitar que o governo britânico poderia intervir militarmente em Moçambique em face do apoio português a Salisbúria. Uma vez que uma tal intervenção poderia partir de países vizinhos, aliados da Inglaterra (especialmente a Zâmbia e o Malawi), os F-84 efectuaram voos de dissuasão junto às respectivas fronteiras.
7. Os F-84 da Força Aérea Portuguesa, num total de 25, haviam sido enviados para Angola depois dos acontecimentos sangrentos de Luanda em Março de 1961. Eram aviões que estavam em vias de ser retirados da frota da Força Aérea Portuguesa por já serem obsoletos, mas devido a restrições impostas pela OTAN e ao eclodir das guerras na Guiné e Angola, o regime de Salazar optou por mantê-los por mais tempo.
8. Creio que qualquer membro das Forças Armadas Portuguesas que tenha cumprido missão em Moçambique durante o período em análise poderá confirmar os dados que acabei de mencionar.
João Cuambe