domingo, 17 de abril de 2016

Forte sismo no Equador faz pelo menos 233 mortos


Um violento sismo de magnitude 7,8, o mais forte das últimas décadas, abalou sábado à noite a costa do Pacífico do Equador. Presidente actualiza número vítimas.
Foi na zona costeira de Pedernales e Cojimíes, que mais se sentiu o forte sismo de 7,8 de magnitude na escala de Richter que abalou o Equador esta madrugada. Várias estradas foram destruídas, e o socorro ainda não alcançou algumas das zonas afectadas, mas o Presidente Rafael Correa anunciou um novo balanço oficial do número de mortos: em 233 mortos. 
O sismo causou estragos tanto para Norte como para Sul do local do epicentro, a 27 quilómetros de Muisne e a 170 quilómetros de Quito, a capital, que fica no interior. Na maior cidade do país, Guayaquil, a Sul, colapsou uma ponte. Na cidade costeira de Manta, uma torre de controlo do aeroporto ficou completamente destruída.
Um anterior balanço oficial, feito pelo vice-presidente Jorge Glas, falava ainda em 588 feridos. Um número que poderá aumentar nas próximas horas. Registaram-se também já 154 réplicas, segundo o jornal equatoriado El Universo, citando o Instituto de Geofísica nacional, bem como muitos deslizamentos de terras, que não só destruíram habitações como muitas estradas. 
As cidades costeiras a ocidente foram mais afectadas, diz a Reuters, mas o sismo gerou pânico em Quito. Entre as áreas mais danificadas está Pedernales, uma cidade de cerca de 40 mil habitantes e uma área de praia mais próxima de Quito. "O que aconteceu aqui em Pedernales foi uma catástrofe", disse à Reuters Ramón Solorzano, um vendedor de acessórios de automóveis de 46 anos em Manta, Ele e a família preparavam-se para deixar a cidade. "As pessoas estão todas na rua, com as mochilas à costas. “As estradas estão destruídas. Não há energia eléctrica e os telefones não funcionam", explicou.
O Instituto Nacional de Geofísica descreve um cenário de “danos consideráveis” na área do epicentro. O Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico avisou para o risco de tsunami nas costas localizadas num raio de 300 quilómetros à volta do epicentro do sismo, que se produziu devido ao choque entre a placa Nazca e placa da América do Sul.
"Estamos a tentar fazer o melhor possível, mas não há muito que possamos fazer", disse o presidente da câmara de Pedernales, Gabriel Alcivar, citado pela Associated Press. Pediu às autoridades que enviassem máquinas para remover terras e pessoal capaz de procurar pessoas soterradas, pois muitos edifícios ruíram com o abalo e há pessoas presas nos destroços. Disse ainda que começou a haver a pilhagem de bens no meio do caos, e a polícia local está demasiado ocupada com os primeiros socorros para poder estabelcer a ordem. "A cidade inteira entrou em colapso", reconheceu o autarca. 
Estado de emergência
Foram mobilizados 10 mil soldados e 4600 agentes da polícia para prestar auxílio nas áreas afectadas pelo tremor de terra, adiantou o vice-presidente Jorge Glas. O Presidente do Equador, Rafael Correa, que se encontrava em Itália numa visita ao Vaticano, já declarou o estado de emergência nacional em seis províncias e fez um apelo à calma: “O nosso amor infinito vai para as famílias dos que morreram”, afirmou no Twitter.
O Presidente anunciou ainda que o país vai receber equipas de socorro da Colombia e do México para apoiar nas operações de resgate e no apoio às vítimas, e alocou uma verba de cerca de 500 milhões de euros para fazer face aos danos causados pelo sismo.
Este sismo foi seis vezes mais forte do que o do Japão na sexta-feira, de magnitude 7 (de acordo com a medicação dos Serviços Geológicos Americanos, 7,1 na medicação da Agência Meteorológica Japonesa) na escala de Richter, disse à Associated Press David Rothery, professor de ciências planetárias na Universidade Aberta de Londres. "Foi provavalmente 20 vezes maior", afirmou. Ocorreu também a uma profundidade ligeiramente maior que os do Japão - cerca de 19 quilómetros, no mar, quando no Japão os maiores sismos dos últimos dias estão a verificar-se a cerca de 10 quilómetros da superfície.
No entanto, sublinhou este cientista à AFP, não é possível estabelecer uma relação de causa-efeito entre os sismos do Japão e este sismo no Equador. "Há pelo menos duas dezenas de sismos com magnitude superior a 7 todos os anos, em qualquer parte do planeta", explicou. 
As consequências tornam-se mais ou menos graves dependendo das condições locais, entre as quais a qualidade da construção, ou o facto de o sismo ocorrer em locais muito ou pouco povoados. Neste caso, no Equador, estáa  ter efeitos sérios.
"Ainda não conseguimos chegar a Pedernales", reconheceu o vice-Presidente Jorge Glas. "A situação é muito complicada. As estradas naquela zona foram muito afectadas", explicou, em conferência de imprensa. "Sabemos que há cidadãos nos escombros que precisam de ser resgatados. Temos todos os recursos no terreno e vamos receber ajuda internacional", assegurou.
O sismo afectou também os países vizinhos: o Peru lançou um alerta de tsunami na costa norte e na Colombia uma clínica médica foi evacuada por prevenção.
A refinaria de Esmeraldas, que produz 110 mil barris de petróleo diários, parou a produção, como medida de precaução.
      

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