Luta armada não era convite para jantar - Major-General na reserva João Facitela Pelembe no seu livro “Lutei pela Pátria”
A LUTA Armada de Libertação Nacional contra o jugo colonial português não era um convite para jantar, escreve o Major-General na reserva, João Facitela Pelembe, num livro lançado ontem, em Maputo, durante uma cerimónia que teve como convidados o Presidente Armando Guebuza , membros do governo e outros convidados.
Segundo noticiou a AIM, com esta afirmação, Pelembe queria explicar que todos os moçambicanos que se juntaram a luta, deveriam estar psicologicamente preparados para enfrentar uma guerra prolongada e brutal, porque tinham como inimigo um adversário muito poderoso e sem escrúpulos.
O livro intitulado “Lutei pela Pátria: Memórias de Um Combatente da Luta de Libertação Nacional” conta com 174 páginas, permeado com algumas fotos documentais.
Fazendo a apresentação do livro, o académico e antigo Reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Brazão Mazula, explicou que “são 174 páginas para contar a história de 72 anos de vida desde a sua infância e juventude”, incluindo os seus atritos e crescimento do seu olho contra o regime colonial, a sua fuga para se juntar a Frelimo na Tanzânia, a sua integração na Frelimo, preparação político-militar, participação directa na luta de libertação nacional, participação nas conversações de Lusaka e experiências como Governador das províncias de Inhambane e de Gaza.
Para Mazula, toda essa experiência de vida contada em poucas palavras e em poucas páginas revelam uma grande capacidade de síntese do autor.
“É uma síntese dinâmica, e onde entende ser imprescindível (Pelembe) vai contando a sua experiência dos fenómenos com certo humor, recordando-se de pormenores para perceber melhor o facto maior”, disse Mazula, para de seguida acrescentar que Pelembe, também aborda os seus momentos de lazer e futebol (seu desporto preferido), bem como “não deixa de contar o lado existencial da paixão pela sua namorada, esposa Maria de Fátima Pelembe que conheceu durante a frente de Tete”.
O Presidente da República, por seu turno, explicou que Pelembe esteve envolvido, de corpo e alma, nas acções de materialização do ideal de liberdade e independência de Moçambique, nas frentes de combate do Niassa, de Cabo Delgado e de Tete.
Também esteve com os guerrilheiros e a população, mobilizando-os e incutindo-lhes o espírito de sacrifício, de pátria e de missão.
Aliás, disse o estadista moçambicano, o General Pelembe, afirma nesta sua obra que “a Luta de Libertação Nacional não era um convite para um jantar o que explica que tenha havido muitos mártires, causados pelo inimigo, de forma directa, pela via dos ataques às nossas bases, e de forma indirecta, pela via dos seus infiltrados no nosso seio”.
Para Guebuza, publicações deste género permitem o cruzamento de testemunhos diferenciados de homens e mulheres que estiveram envolvidos em diferentes frentes, em diferentes missões e em diferentes níveis de participação e ou de direcção da Luta de Libertação Nacional.
Tomando a palavra, Pelembe explicou as motivações que o levaram a escrever o livro.
“Decidi escrever as minhas memórias da luta armada contra o regime colonial português com o objectivo de transmitir a minha experiência de luta armada e informar o povo moçambicano sobre esta importante epopeia libertadora”, disse.
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