Pesquisando a História da Luta Armada em Moçambique: o contexto dos desafios atuais da comunicação científica por Colin Darch(2019)
Resumo:
O artigo intitulado “pesquisando a história da luta armada em Moçambique: o contexto dos desafios atuais da comunicação científica” apresenta um debate atualizado da produção historiográfica de um dos campos de estudos da história de Moçambique, “o movimento de libertação nacional”. Também apresenta uma análise do processo da circulação daquela produção, considerando seus problemas e desafios, bem como analisa a importância das memórias como fonte de pesquisa histórica. Em Moçambique, nos últimos anos tem sido recorrente a publicação de memórias através das quais, ex-combatentes relatam suas próprias experiências, vivências e sua contribuição enquanto sujeito co-construtor daquele período histórico.
Posted on 22/01/2021 at 17:36 in História, Letras e artes - Cultura e Ciência, Portugal | Permalink | Comments (0)
Cabo Delgado: Empenho de Portugal em ajudar é desinteressado?
Não, entendem pesquisadores. Portugal ganhará influência e prestígio no campo das relações internacionais. E, como "não há almoços de graça", o ex-colonizador poderá querer também contrapartidas de natureza económica.
Não há como não notar que Portugal tem-se desdobrado em esforços para ajudar Moçambique a enfrentar a insurgência em Cabo Delgado, uma das regiões mais ricas em gás do mundo.
Em 2020, levou o problema da sua ex-colónia à mesa da União Europeia (UE), com os seus eurodeputados a fazerem os corredores em Bruxelas. Surtiu efeito. Mais sensibilizados, os 27 já se movimentam em direção a Maputo.
As estrelas estão alinhadas para Lisboa
Raúl Braga Pires, especialista nos PALOP com influência islâmica, sublinha que "há uma conjugação de fatores que permitirão a Portugal ser ainda mais ativo no que toca a questão de Cabo Delgado, isto porque Portugal assume a presidência da UE nos próximos seis meses".
O analista recorda que "há uma outra conjugação muito interessante": Portugal tem um Governo socialista e um ex-secretário socialista e ex-ministro como secretário-geral da ONU, António Guterres.
Neste âmbito, Raúl Pires entende que "há uma oportunidade de haver um olhar mais lusófono por parte das lideranças europeias, que permitirão um apontar de soluções e colocar Cabo Delgado na agenda".
E assim começaram as idas de governantes portugueses a Moçambique. Portugal passou a ser a ponta de lança da União Europeia no que se refere ao combate ao terrorismo em Cabo Delgado. O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Augusto Silva, enviado do alto representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, reuniu-se esta semana em Maputo com as altas autoridades locais.
Contudo, há o entendimento de que esta não se trata de uma investida desinteressada de Lisboa.
"Moçambique terá de pagar alguma contrapartida"
O especialista em paz e segurança Calton Cadeado entende que "Portugal faz de tudo para servir de instrumento de influência nesses espaços multilaterais onde tem alguma voz para poder fazer passar a agenda de Moçambique - sempre na lógica de que não há almoços de graça nas relações internacionais, Moçambique terá de pagar alguma contrapartida".
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Posted on 22/01/2021 at 17:22 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Gás - Petróleo - Biodiesel, Opinião, Portugal | Permalink | Comments (0)
Cabo Delgado:"Quanto mais nos mobilizarmos", maior segurança haverá - MNE português
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, defendeu hoje no final de uma visita a Moçambique a maior mobilização possível de parceiros para garantir segurança em África.
"Quantos mais nos mobilizarmos para pararmos as redes terroristas e as ligações evidentes com redes dos mais diferentes tráficos, maior segurança traremos a África e melhor defenderemos também os interesses próprios da União Europeia (UE)", referiu.
O governante fala no final de uma visita de dois dias em resposta ao pedido de ajuda de Moçambique para acabar com a insurgência armada na província nortenha de Cabo Delgado.
A propósito de diferentes manifestações de interesse de outros países e organizações em apoiar o país lusófono a resolver o problema e questionado sobre se tal não reflete uma competição pela influência em África, Augusto Santos Silva respondeu que não.
"Entendemos que o que faz sentido é a complementaridade", disse.
"Enquanto europeus, cooperamos com África no respeito escrupuloso pela chamada arquitetura africana para a paz e segurança", sublinhou, “assim como pelos princípios da União Africana, além da soberania das autoridades nacionais".
A violência armada na província nortenha de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.
Augusto Santos Silva deslocou-se a Moçambique no semestre em que Portugal assume a presidência rotativa do Conselho da UE.
LUSA – 22.01.2021
Posted on 22/01/2021 at 12:53 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Europa - União Europeia, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Cidadão chinês apanhado com 8,4 KG de "cavalo marinhos" secos
Posted on 22/01/2021 at 12:41 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Justiça - Polícia - Tribunais, Macau - China | Permalink | Comments (0)
AUGUSTO SANTOS SILVA, MINISTRO PORTUGUÊS DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS NÃO FOI CAPZ DE IR A CABO DELGADO
Por Francisco Nota Moisés
"É bom que Moçambique e a União Europeia se entendam" (2)
"Analista diz que a deslocação do chefe da diplomacia portuguesa a Moçambique clarificou várias "áreas de penumbra" da cooperação com a UE. Em particular, sobre os próximos passos a dar em relação a Cabo Delgado. Terminou esta quinta-feira (21.01) a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, em nome do Alto Representante e vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell."
Francamente, não sei o que o bom Augusto Santos Silva vai dizer a Joseph Borrel, o tal Alto Representante e vice-presidente da Comissão Europeia em Bruxelas. A visita do Santos Silva que começou na terça-feira e terminou na quinta-feira e ele já está de regresso a Portugal antes de rumar para Bruxelas para dizer a Borrel porque é que ele não conseguiu rumar para Cabo Delgado.
Para além da Frelimo não ter desejado que ele fosse a Cabo Delgado, não penso que ele teria a ousadia de la ir sob a proteção militar da Frelimo, o que lhe teria sido o mesmo como que não tivesse nenhuma segurança. Os bravos franceses que recuaram apavorados de Afungi em vez de se renderem aos rebeldes do Norte lhe disseram em Maputo:
"monsieur, vous êtes un portugais de souche et un européen. Il ne faut pas vous faire d'un idiot. Ces jihadistes-la du Nord Mozambique ne plaisantent pas. Ils ne vous épargneront pas, s'ils parviennent a vous capturer. C'est pour cela que nous autres, français de souche et tres napoléoniens, nous avons decide de nous enfuirent de cette terre barbare de Cabo Delgado, la region natale du president Nyusi. Mefiez-vous. N'y allez pas -- ne vous y rendez, Si vous aviez quelques commandos portugais avec vous, vous pourriez vous y aventurer sans peur."
Em português: "senhor, você é um português de sangue puro e europeu. Não se faça de idiota. Os jihadistas do Norte de Moçambique não brincam. Não o pouparão, caso eles o capturem. É por isto que nós outros, franceses de sangue puro e muito napoleónicos, decidimos cavar daquela terra barbara de Cabo Delgado, região natal do presidente Nyusi. Tenha cautela. Não vá para lá. Não se aventure. Se tivesse consigo alguns comandos portugueses, podia lá ir sem receio."
De regresso a Bruxelas, Santos Silva dira a Joseph Borrel que não podia ir a Cabo Delgado visto que Maputo não queria que ele lá fosse e também por se ter esquecido de ir com uma unidade de comandos portugueses." E Borrell lhe dira: "não há problema, o bom lusitano. Da próxima vez, não se esqueça de viajar com comandos."
Mesmo se Santos Silva tivesse planeado ir a Cabo Delgado, não penso que o regime em Maputo queria que ele fosse la para ver quão desorganizada a governação socio-militar da Frelimo está na província e a Frelimo não conseguiria o tomar para onde ele quisesse ir visto que quase toda a província está sob o controle rebelde e o que ainda não é controlado pelos rebeldes corre o perigo de ser atacado.
E é claro. Não haverá tropas europeias para salvar a Frelimo em Cabo Delgado. A Frelimo deve aguentar sozinha visto que causou o problema.
Posted on 22/01/2021 at 12:26 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Opinião | Permalink | Comments (0)
"Não é incongruente quando o filho do Presidente posta suas fotos nas redes sociais em que está em jantares luxuosos com estrelas mundiais do entretenimento? "
EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (45)
Sabe, Presidente: eu sempre tive um sonho de ser livre. De viver num País onde as eleições eleitorais não signifiquem vitória de um partido, mas a celebração da liberdade.
Não faz tanto tempo assim que eu dizia a todos os que me conhecem que era capaz de pagar qualquer preço, suportar qualquer fardo, enfrentar qualquer dificuldade, confrontar qualquer adversário para garantir a perpetuação e o êxito da liberdade.
Todavia, não sei se hoje ainda sou o mesmo sonhador. Ou melhor: não sei se neste meu País a palavra liberdade é conhecida ou se tem algum significado. Aqui parte-se a perna e, no pior dos casos, mata-se só porque alguém pensar diferente.
As falanges do ódio, no entanto, estão activas. Aqueles que não rezam segundo a cartilha consagrada do camaradas estão condenados ao fracasso, à pobreza, a chafurdar na lama. Não há espaço para eles, apesar de o Presidente sempre dizer, talvez para alimentar o seu ego, que as boas ideias não têm cor partidária.
Os camaradas acatam o princípio da pluralidade, desde que as diferenças caracterizem variações em torno da mesma opinião!
Hoje, Presidente, quero falar de um assunto que há muito me intriga. Não gostava que isto estimulasse alguns falangistas a me agredir. Acho que se é público o que vou dizer, não cometo nenhuma ignomínia ou torpeza em comentar.
Trata-se da conduta dúbia do filho do Presidente, o Florindo! É que não acho pacífico que num país onde a maioria vive na pobreza absoluta, o Florindo ostente riqueza nas suas páginas sociais.
Há incongruência entre aquilo que o pai do Florindo diz e o que o Florindo é ou faz. Até dá a ideia de que aqui campea o esbulho da coisa pública. Fortunas continuam a ser drenados à sorrelfa.
Aquelas mortes, na sequência da explosão de um camiãocisterna durante o roubo de combustível, não sucederam no Zimbabwe. Foi em Caphiridzange, província de Tete. As 75 mortes por intoxicação alcoólica, não sucederam em Angola. Foi em Chitima. Foi ali na lixeira de Hulene que morreram os nossos irmãos moçambicanos forçados a coabitar com o lixo por falta de alternativas melhores-chama-se isto de pobreza.
É aqui na cidade de Maputo que circula o “My Love” para a nossa vergonha colectiva. É aqui que se morre por falta de paracetamol nos hospitais. É aqui que a Covid-19 galopa a seu bel-prazer. Tudo isto chama-se pobreza, uma coisa abjecta.
Como é que o Florindo exibe Rolls Royce num País como este? Ou melhor: onde é que conduz esses carros? Aqui as estradas estão esburacadas, exactamente porque o pai do Florindo não consegue fazer melhor e escuda-se na pobreza do País.
Não é incongruente quando o filho do Presidente posta suas fotos nas redes sociais em que está em jantares luxuosos com estrelas mundiais do entretenimento? Por que não janta com Mr. Bow, Mabermuda, Lorena Nhate e outros e posta?
Por que os jornais não podem ter como manchete os grandes feitos do Florindo? Florindo não sabe pegar nesse tanto dinheiro que tem-sabe-se lá onde é que trabalha?!- e apoiar pessoas carenciadas. Existem aos magotes neste vasto Moçambique.
Não é preciso lupa para as identificar. É que ao fim do dia, tudo isto dá a entender que a família número um do País, cuja conduta devia ser exemplar, rompeu os limites da civilidade e do bom-senso. Parece que o filho do Presidente está votado à irrelevância por isso que procura, desesperadamente, jactar-se da sua sua saga bisonha!
DN – 22.01.2021
Posted on 22/01/2021 at 11:59 in Opinião | Permalink | Comments (0)
NOTÍCIAS de Maputo 22.01.2021
Posted on 22/01/2021 at 11:39 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
21/01/2021
STV-Opinião no Feminino 21.01.2021(video)
Posted on 21/01/2021 at 23:05 in Opinião, RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Três mortos em nova investida contra transporte
Três pessoas morreram após um ataque armado contra uma viatura com passageiros e mercadorias em Pundanhar, Cabo Delgado, na terça-feira, disseram hoje à Lusa fontes locais, assinalando ser a segunda incursão na mesma estrada em poucos dias.
A viatura de caixa aberta fazia o trajeto de 200 quilómetros pela estrada de terra batida entre Mueda e Palma, vila dos projetos de gás natural, e transportava bidões de gasolina para comercialização.
Três corpos ficaram no local onde a viatura foi queimada, a menos de 50 quilómetros de Palma, enquanto outros ocupantes fugiram, segundo testemunhas.
No sábado, na mesma via, pelos menos seis pessoas morreram e outras desapareceram, incluindo uma criança, depois de um ataque a três viaturas de uma caravana de cinco, levando passageiros e mercadorias com destino a Palma, referiram as mesmas fontes locais.
Uma das viaturas e respetiva carga foi roubada pelos agressores, enquanto as outras duas foram queimadas.
Localizada no extremo norte de Moçambique, encostada à Tanzânia, aquela tem sido a única via terrestre usada para ligar Palma ao resto do país, depois de a estrada principal - a única asfaltada, que passa por Mocímboa da Praia e Macomia - ter sido abandonada devido ao aumento de ataques e movimentação de rebeldes em 2020.
Mesmo assim, depois do ataque de terça-feira, mais nenhum veículo voltou a circular por aquela estrada que passa por Pundanhar e Nangade, relatam residentes de Palma.
Ataques semelhantes já tinham ocorrido na mesma via em dezembro e setembro de 2020.
A violência armada em Cabo Delgado, norte de Moçambique, está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
A província está desde há três anos sob ataque de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico desde 2019.
LUSA – 21.01.2021
Posted on 21/01/2021 at 21:10 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas | Permalink | Comments (0)
Saída da Vale preconiza perdas financeiras para Moçambique
Em entrevista com a DW África, o ativista Adriano Nuvunga acusa o Estado de conluio com a mineradora na violação de direitos humanos.
A multinacional brasileira Vale, uma das principais companhias mineiras a operar em Moçambique, anunciou esta quinta-feira (21.01) que vai abandonar a exploração de carvão em Moatize. Tenciona, no entanto, encontrar uma empresa que esteja interessada em comprar a mina.
Em entrevista com a DW África, Adriano Nuvunga, diretor do Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) em Maputo, explica porque é que o abandono da Vale vai custar rendimentos ao Estado. E lembra que as populações locais foram, desde o início do projeto, muito mal-tratadas pela empresa brasileira.
DW África: O abandono da Vale é uma boa ou uma má notícia para os moçambicanos?
Adriano Nuvunga (AN): É uma má notícia, por várias razões. Primeiro, quando se fala do setor mineiro em Moçambique, ele está associado à Vale. Foi a Vale que veio ressuscitar o gigante carvoeiro Moatize. Esperava-se que se tornasse no "Eldorado" do país. Mas passado pouco tempo, as dificuldades começaram a surgir. Mesmo assim, a Vale continuou e fez investimentos importantes, que se esperava que, neste momento, já estivessem a gerar lucros importantes para a província, para o país e para a própria empresa.
DW África: O abandono da Vale quer também dizer que o Estado perderá os benefícios fiscais, ou seja, haverá menos dinheiro nos cofres do Estado.
AN: A saída da Vale vai significar perdas para o país também no sentido mais financeiro do termo. Porque, quando vende e depois um parceiro entra, essa saída e entrada significa a redução do ganho para o Estado. Porque de acordo com a nova legislação, quem compra tem que recuperar esse dinheiro. O que significa que a riqueza que devia ser para a província e para o Estado moçambicano fica nas mãos daqueles que hão-de vir para investir.
DW África: A Vale tratou com respeito as populações locais?
AN: Longe disso. Pode-se dizer que uma relação de conluio entre o Estado e a Vale resultou em violações gravíssimas dos direitos humanos. O atropelo àquilo que é a dignidade de comunidades foi perpetrado pela Vale com o beneplácito de pessoas importantes no Estado moçambicano.
DW África: No comunicado, a Vale diz que abandona Moçambique devido à questão ambiental. Isso é credível?
AN: O fator ambiental é importante. A questão ambiental é importantíssima. Há cada vez mais debate sobre a questão da transição energética, que coloca pressão sobre as mineradoras não só aqui em Moçambique como a nível global. Mas claramente a questão da produtividade, e também um pouco da qualidade do próprio produto, afetou grandemente essa visão que de que Tete seria o "Eldorado" do país.
DW – 21.01.2021
Posted on 21/01/2021 at 20:43 in Cahora-Bassa - Vale do Zambeze, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Opinião | Permalink | Comments (0)
Semanário Zambeze nº 937 de 21.01.2021
Posted on 21/01/2021 at 20:14 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
STV-Jornal da Noite 21.01.2021(video)
Posted on 21/01/2021 at 20:12 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
Moçambique: Vale retira-se da exploração de carvão
A multinacional brasileira Vale, uma das principais companhias mineiras a operar em Moçambique, adianta que o abandono do carvão se insere nos seus planos ambientais.
Segundo um comunicado publicado nesta quinta-feira (21/01), a Vale assinou um princípio de entendimento com a parceira Mitsui, "permitindo a ambas as partes estruturar a saída da Mitsui da mina de carvão de Moatize e do Corredor Logístico de Nacala (NLC, sigla inglesa), como primeiro passo para o desinvestimento da Vale no negócio de carvão". O comunicado acrescenta que a empresa procura interessados para a compra dos ativos.
A Vale aponta como objetivo ser neutra ao nível das emissões de carbono até 2050 e reduzir algumas das suas principais fontes de poluição daquele tipo até 2030.
A transação com a japonesa Mitsui é feita pelo preço simbólico de um dólar, mas passam para a Vale todas as despesas e encargos associados - incluindo um saldo em aberto de 2,5 mil milhões de dólares (equivalente a dois mil milhões de euros).
Apesar do anúncio, a Vale mantém a implementação de investimentos que devem aumentar a produção da mina de Moatize nos próximos anos.
Depois de o investimento estar totalmente executado, "a Vale espera alcançar uma retoma de produção, atingindo 15 milhões de toneladas em 2021 e 18 milhões de toneladas em 2022.
Perdas de lucros
Atualmente, a mineira brasileira tem capacidade instalada para produzir 12 milhões de toneladas de carvão por ano, mas tem ficado aquém do valor: em 2018 produziu 11,5 milhões de toneladas e em 2019 produziu oito milhões de toneladas.
Em 2020, o valor deverá ter sido ainda mais baixo devido à quebra na procura de carvão, causada pelo abrandamento da economia global face à pandemia de covid-19.
O carvão é atualmente um dos principais produtos de exportação de Moçambique, destinado sobretudo à Ásia.
O Governo moçambicano já foi informado sobre a transação, referiu hoje o Ministério dos Recursos Minerais e Energia, igualmente em comunicado.
A operação "deverá ser concluída em 30 de junho" e o processo de reestruturação vai "salvaguardar os direitos dos trabalhadores e das comunidades onde a empresa opera" e prevê "a identificação de um novo investidor com idoneidade e capacidade reconhecida para conduzir o projeto", afirma o governo.
DW – 21.01.2021
Posted on 21/01/2021 at 19:45 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações | Permalink | Comments (0)
"É bom que Moçambique e a União Europeia se entendam"
Analista diz que a deslocação do chefe da diplomacia portuguesa a Moçambique clarificou várias "áreas de penumbra" da cooperação com a UE. Em particular, sobre os próximos passos a dar em relação a Cabo Delgado.
Terminou esta quinta-feira (21.01) a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, em nome do Alto Representante e vice-presidente da Comissão Europeia, Josep Borrell.
O chefe da diplomacia portuguesa manteve durante dois dias contactos políticos de alto nível com as autoridades moçambicanas, em que o tema central foi a situação em Cabo Delgado.
Augusto Santos Silva disse aos jornalistas que, no encontro com o Presidente da República, Filipe Nyusi foi claro na identificação de três áreas em que o incremento da cooperação pode beneficiar imediatamente Moçambique.
"Na área da formação e formação militar, do apoio à ação humanitária para a população de Cabo Delgado e também na área de maior trabalho da União Europeia (UE) em apoio à Agência para o Desenvolvimento do Norte de Moçambique."
O governante português referiu que saiu satisfeito da reunião porque, tendo as autoridades moçambicanas identificado as prioridades, será agora mais fácil chegar ao "desenho concreto do apoio europeu".
"Um sucesso"
A ministra dos Negócios Estrangeiros de Moçambique, Verónica Macamo, considerou que a visita do homólogo português foi "um sucesso".
"O chefe de Estado moçambicano tomou boa nota da manifestação do interesse da UE em cooperar com Moçambique no combate ao terrorismo", afirmou Macamo.
A visita segue-se a uma solicitação de ajuda feita por Moçambique à UE face aos ataques de alegados grupos jihadistas na província nortenha de Cabo Delgado, que provocaram desde outubro de 2017 mais de dois mil mortos e 560 mil deslocados internos.
Clarificar temas pendentes
Ouvido pela DW África, o jornalista Fernando Lima considera que a visita do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal foi importante para clarificar vários temas pendentes - por um lado, a questão do apoio face à situacão de segurança em Cabo Delgado; por outro, os novos desenvolvimentos no relacionamento de Moçambique com os doadores, depois da crise gerada pelas "dívidas ocultas".
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Posted on 21/01/2021 at 19:37 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Europa - União Europeia, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Moçambique do Norte em crise enquanto milhares fogem da escalada do conflito
ONU pede ajuda à medida que a cólera eclode com a chegada da estação chuvosa, agravando situação 'terrível' em Cabo Delgado
O norte de Moçambique se arrastou para uma crise humanitária à medida que um número crescente de pessoas perdeu suas casas em meio à escalada dos conflitos.
Os combates na província de Cabo Delgado, no norte, deslocaram mais de 500.000 pessoas no ano passado e na quarta-feira as agências da ONU disseram estar profundamente preocupadas com a situação atual e pediram que a comunidade internacional fizesse mais para ajudar.
Um surto de cólera também foi relatado na região com a chegada do período chuvoso.
"A situação em Cabo Delgado é terrível, é uma crise humanitária, a comunidade internacional não pode deixar a situação continuar assim", disse Valentin Tapsoba, diretor do ACNUR no sul da África.
Ele disse que 90% dos deslocados tinham sido acolhidos ou abrigados por pessoas locais simpáticas, mas viviam em condições apertadas, com várias famílias frequentemente compartilhando pequenos espaços, dormindo no chão e compartilhando um único banheiro.
O grupo militante ligado ao Isis Ahlu Sunnah Wa-Jamaa intensificou sua insurgência em Cabo Delgado no ano passado, apreendendo a principal cidade portuária Mocímboa da Praia em agosto, e um número crescente de pessoas fugiu tanto dos militantes quanto das forças do governo, segundo ativistas.
Já incapazes de alcançar os presos em áreas controladas pelos militantes, especialmente algumas partes da costa, representantes da ONU disseram que uma visita a Cabo Delgado em dezembro destacou o quanto as pessoas precisavam de apoio.
"O número de deslocados internos também aumentou porque as pessoas sabem que as chuvas estão chegando e sabem que serão cortadas", disse a coordenadora residente da ONU em Moçambique, Myrta Kaulard. "As necessidades são muito importantes, estamos extremamente preocupados com a falta de recursos que temos. Lançamos um apelo, mas nossa capacidade de ajudar é extremamente limitada."
Como um "coquetel de violência" engoliu a pedra preciosa de Moçambique El Dorado?
A ONU pediu 254 milhões de dólares (185 milhões de libras) em dezembro, o que apoiaria 1,1 milhão de pessoas, incluindo as comunidades anfitriãs.
O Programa Mundial de Alimentos alertou no início deste mês que seus recursos foram esticados e que poderia ser forçado a reduzir a ajuda, potencialmente aumentando as tensões, a menos que mais apoio fosse dado.
Kaulard também alertou que as chuvas podem exacerbar uma fuga de cólera em Cabo Delgado que as autoridades estão lutando para conter.
Representantes da ONU disseram que os deslocados haviam solicitado apoio de longo prazo para os meios de subsistência, educação e especialmente para o setor de saúde, que já estava esticado pela Covid-19 e pelo ciclone Kenneth em 2019.
Eles disseram que estavam sendo feitos planos para realocar pessoas deslocadas para locais com melhor abrigo e que haviam pedido ao governo para fornecer terras que lhes permitissem voltar à agricultura.
"As populações querem voltar às suas próprias atividades. Discutimos com as autoridades locais a possibilidade de obter terras livres dadas. Eles podem não estar lá por algumas semanas ou alguns meses, eles podem estar lá por alguns anos", disse Patrice Talla, diretora regional da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
Posted on 21/01/2021 at 13:31 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Cooperação - ONGs, Defesa - Forças Armadas, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Jornal Ponto por Ponto nº 20 de 21.01.2021
Posted on 21/01/2021 at 11:52 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
NOTÍCIAS de Maputo 21.01.2021
Posted on 21/01/2021 at 11:46 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
Semanário Zambeze nº 937 de 21.01.2021(capa)
Posted on 21/01/2021 at 11:12 in Informação - Imprensa | Permalink | Comments (0)
Nyusi desesperado em defender sua riqueza – África Confidencial
A região (SADC) está furiosa com Nyusi por ele não conseguir conter a insurgência, e a sua posição, tanto no Estado quanto no partido está enfraquecida A principal preocupação do presidente Filipe Nyusi no próximo ano e que lhe vai ocupar mais no resto do seu mandato é influenciar na escolha do próximo candidato da Frelimo, assegurando que ele fique isento de um futuro processo por corrupção.
Grande parte da autoridade de Nyusi dentro da Frelimo foi corroída pelo seu fracasso em lidar com o escândalo das dívidas ocultas de (2 bilhões de USD), as relações com a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) e - acima de tudo - a crescente insurgência na província de Cabo Delgado.
Leia aqui Nyusi desesperado em defender sua riqueza – África Confidencial (cartamz.com)
Posted on 21/01/2021 at 10:54 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Política - Partidos, África - SADC | Permalink | Comments (0)
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