VIAJANDO COM COMBATENTES DA RENAMO EM 1988 NA ZAMBÉZIA E TETE: SOMOS CORRIDOS POR ESPÍRITOS
Por Francisco Nota Moisés
Depois de três dias de marcha forçada da base da Renamo em Chire na Zambézia, um episódio infernal para mim que não estava acostumado a marchas longas das 5 as 17 cada dia pela margem direita do Chire no seu percurso para desaguar no Zambeze em Chindio, a ponta mais sul da província de Tete, o comandante Inácio, chefe da segurança na Renamo na Zambézia, que comandava o grupo armado que me protegia na minha incursão para Sofala, percebeu que eu tinha dificuldades em andar.
Vendo que eu coxeava, ele decidiu numa ideia: arranjar uma almadia para ele e eu e dois soldados bem fardados e armados que ele escolheu que deviam estar connosco enquanto outros continuariam na marcha por terra pela margem do Chire para Megaza Entrámos na almadia com dois remadores experimentados, que não faziam mais do que controlar a canoa visto que a corrente do rio a propelava para o sul.
Mas a viagem na almadia era problemática visto que o rio onde do lado leste é Moçambique e do lado oeste é o Malawi, pertence ao Malawi segundo a decisão dos imperialistas portugueses e britânicos que decidiram as fronteiras entre Moçambique e a Niassalândia, pelo que viajando numa almadia no meio do rio com soldados rebeldes armados com armas de guerra era uma violação territorial do espaço malawiano.
Nem a policia do Malawi nem a sua tropa, se estava lá alguma à beira do rio, se atreveria abrir fogo contra nos. "Eles conhecem o poderio militar da Renamo," disse-me o comandante Inácio, "eles sabem como a Renamo fustigou a Frelimo. Tenho tido encontros com as autoridades malawianas. Somos a autoridade administrativa no lado de Moçambique visto que controlamos todas as fronteiras da Zambézia e Tete com país deles."
Enquanto a almadia fazia o percurso para Megaza, havia gente no lado do Malawi -- mulheres e suas filhas a buscar água, homens a tomar banho, mas sem gente nenhuma no lado de Moçambique com mato bem grosso. "Algumas daquelas pessoas que você vê no Malawi são moçambicanas," disse-me o comandante Inácio.
Abordamos Megaza ao mesmo tempo que a unidade que marchava por terra à beira do Chire antes de nos dirigimos à base de Megaza, uma pequena base a escassos metros do rio Chire onde passamos a tarde e pernoitamos. sem jamais sairmos visto que Megaza estava altamente minada e o perigo de minas era imenso e não se podia brincar e fazer andanças na mata de Megaza .
Muito cedo na manha seguinte, atravessamos o Chire para Tete, e aterramos num lugar a escassos metros da fronteira sul do Malawi. Os rapazes que remavam as almadias e o velhote que os guiava, gritando ordens em Sena, a tribo desta região na Zambézia, em Tete e no vizinho Malawi, são senas, conheciam bem o rio aqui e sabiam exactamente onde iriamos aterrar para não entrarmos no Malawi com homens da tropa rebelde com armas de guerra, ak-47s, metralhadoras, bazucas e granadas.
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Posted on 15/06/2020 at 18:00 in Histórias de outros tempos, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Dívida pública de Cabo Verde nos 150% do PIB mas Governo recusa austeridade
O vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, estimou hoje que a dívida pública do país chegue aos 150% do PIB até 2021 devido à crise económica e sanitária provocada pela pandemia de covid-19, mas afasta medidas de austeridade.
“É preciso que se tenha em linha de conta que esta pandemia veio agravar as contas do Estado com um custo mensal estimado em cerca de 30 milhões de euros (3,3 milhões de contos). Somente para dar o combate imediato”, explicou Olavo Correia, que é também ministro das Finanças, numa mensagem divulgada esta manhã.
Acrescentou que o financiamento dos Orçamentos do Estado para este ano, retificativo e cuja proposta deverá dar entrada no parlamento este mês, e o do próximo ano “será suportado com o endividamento público que deverá chegar aos 150% do PIB”.
“Isto porque mais de 80% dos Orçamento de Estado em Cabo Verde são despesas obrigatórias: salários, com juros, com transferências para as câmaras municipais e com as transferências sociais”, justificou.
Daí que, sublinhou, “a solução para financiar” os dois próximos Orçamentos do Estado seja “forçosamente a Dívida Pública”, quer “na vertente interna, quer na vertente externa”.
De acordo com as Contas Provisórias do Estado do primeiro trimestre de 2020, o peso do stock da dívida pública de Cabo Verde cresceu para 131,5% do Produto Interno Bruto (PIB) até março. Em 31 de março de 2020, a dívida pública de Cabo Verde era constituída por 177.342 milhões de escudos (quase 1.600 milhões de euros) de endividamento externo, que cresceu 9,1% face ao período homólogo de 2019, e por 67.027 milhões de escudos (604,3 milhões de euros) de endividamento captado internamente, nomeadamente com emissão de títulos do tesouro, que cresceu, também em termos homólogos, 1,6%.
“De sublinhar, ainda, a drástica redução das receitas, cuja previsão só para este ano é na ordem dos 18 milhões de contos [162,6 milhões de euros]. Não temos margem. Não temos solução sustentável que não o endividamento. Até porque, adotar medidas de austeridade como o aumento de impostos, cortes nos salários, seria uma estratégia inteiramente contraciclo”, apontou o governante.
Olavo Correia defende que “a austeridade não seria um bom caminho”, nas perspetivas social e económica, “pelo menos a curto prazo”: “Até porque não sabemos como é que esta situação vai evoluir-se a médio prazo”, afirmou.
O governante, que já estimou para 2020 uma recessão histórica em Cabo Verde que pode chegar aos 8% do PIB, após vários anos de crescimento económico acima dos 5%, admitiu ainda que a proposta de Orçamento do Estado Retificativo para este ano “está já praticamente na fase final de preparação”, descrevendo-o como “um novo orçamento”, devido à crise provocada pela pandemia.
“Pelo que o Governo estará brevemente reunido em Conselho de Concertação Social para, depois comunicar à Nação os detalhes deste documento estratégico e vital neste combate de curto prazo aos efeitos da pandemia da covid-19 no nosso país”, assumiu.
“Estamos a enfrentar, simplesmente, a maior recessão económica de sempre, na história de Cabo Verde”, concluiu.
Cabo Verde regista um acumulado de 750 casos de covid-19 desde 19 de março. Destes, seis acabaram por morrer, mas 301 foram considerados recuperados.
Em África, há 6.464 mortos confirmados e mais de 242 mil infetados em 54 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 431 mil mortos e infetou mais de 7,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
LUSA – 15.06.2020
Posted on 15/06/2020 at 17:27 in Cabo Verde | Permalink | Comments (0)
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Francisco Paulo de Almeida, barão de Guaraciaba
Pode parecer ficção, mas não é e está contada no livro Barão de Guaraciaba - Um Negro no Brasil Império, do historiador Carlos Alberto Dias Ferreira. Francisco Paulo de Almeida foi um homem de negócios brasileiro, do século XIX, que teve centenas de escravos nas plantações de café.
"Não se trata de uma contradição ele ter sido negro e dono de escravos, pois tinha consciência do período em que vivia e precisava de mão de obra para tocar suas fazendas. E a mão de obra disponível era a escrava", disse Dias Ferreira à BBC Brasil.
A sua trineta Mónica de Souza Destro também não vê nada de mais no facto de um negro ter tido a seu cargo escravos negros. "Ainda que nos cause repúdio hoje em dia, o contexto de escravidão era uma coisa normal e era mão-de-obra que existia naquele tempo", comentou.
Francisco Paulo de Almeida nasceu no interior de Minas Gerais em 1826, no Brasil independente, filho de um pequeno comerciante e de uma antiga escrava. Desde novo mostrou grande iniciativa, trabalhando como ourives e a tocar violino nos funerais para complementar os rendimentos.
Aos 15 anos começou a transportar gado entre Minas Gerais e o Rio, ou seja, era tropeiro. Daí para o comércio de gado foi um passo e o seguinte foi comprar terras para plantar café. A fortuna construiu-se também com a herança proveniente dos sogros: chegou a ter várias fazendas de café, centenas de escravos ao seus dispor, empresas (banca, ferrovia, energia) e palácios, como o Palácio Amarelo, hoje sede da Câmara Municipal de Petrópolis.
A princesa Isabel, enquanto regente, concedeu-lhe o título de barão de Guaraciaba em 1887. Depois de ter experimentado o sucesso enquanto empresário, Francisco Paulo de Almeida foi também um benemérito. Morreu em 1901 no Rio de Janeiro, já na república do Brasil.
In https://www.dn.pt/mundo/o-barao-negro-que-teve-mil-escravos-12310324.html?fbclid=IwAR2QBMsEUviGzkgIuk3n3hWN5W5pXOeq0B9d7jCM23EhAQstEAWCAm4K_Pc
Posted on 15/06/2020 at 17:19 in Antropologia - Sociologia, Brasil | Permalink | Comments (0)
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Jornalistas soltos na Beira partem para o contra-ataque
Isto é uma grande vergonha, acho que esta gente [quadros do GPCC] precisa de ser responsabilizada, precisam de dar esclarecimento aos seus superiores do porquê terem deixado os seus trabalhos para se sentarem no estabelecimento do ‘Nelinho’ à espera de nos poderem prender. Foi uma armadilha, o que queriam era encontrar-nos com dinheiro ou um objecto que provasse que estivemos envolvidos na corrupção
Os dois jornalistas detidos, na segunda-feira, por alegada corrupção passiva na província de Sofala, Centro de Moçambique, foram restituídos à liberdade na passada sexta-feira (12 de Junho de 2020) e afirmam que vão accionar mecanismos para obter esclarecimentos e “repor” a sua reputação, alegadamente beliscada por quem os mandou deter.
Os dois escribas dizem que não vão descansar enquanto não obter esclarecimentos junto do Gabinete Provincial de Combate à Corrupção (GPCC) pela sua espectacular detenção, que consideram “uma cabala”.
“Isto é uma grande vergonha, acho que esta gente [quadros do GPCC] precisa de ser responsabilizada, precisam de dar esclarecimento aos seus superiores do porquê terem deixado os seus trabalhos para se sentarem no estabelecimento do ‘Nelinho’ à espera de nos poderem prender. Foi uma armadilha, o que queriam era encontrar-nos com dinheiro ou um objecto que provasse que estivemos envolvidos na corrupção”.
“Nelinho” é como é também tratado o empresário Manuel Ramissane, igualmente deputado da Assembleia da República pela bancada do partido FRELIMO, no poder desde que Moçambique se tornou independente de Portugal em 25 de Junho de 1975, proprietário de estância onde este enredo teve lugar. Arsénio Sebastião, correspondente da Deutsche Welle (DW), e Jorge Malangaze, um jornalista ‘freelancer’, foram acusados pelo Gabinete de Combate à Corrupção de terem recebido subornos para não publicarem uma matéria relacionada com a violação das regras do estado de emergência num estabelecimento hoteleiro em Sofala (Correio da manhã Nº 5837, págs. 1 e 2).
“O tribunal analisou o caso e constatou que não houve nenhum crime. Os dois foram restituídos à liberdade sem pagamento de caução”, disse Ernesto Nhanala, director executivo do MISA Moçambique, uma organização ligada à liberdade de imprensa e que patrocinou a assistência jurídica aos dois jornalistas. Os dois repórteres teriam fotografado e filmado o estabelecimento “abarrotado e com pessoas a consumir álcool durante a noite”, violando as regras do estado de emergência, e, segundo o Gabinete de Combate à Corrupção em Sofala, chantageando o proprietário, Manuel Ramissane, que foi alegadamente orientado pelas autoridades a fingir que aceitava subornar os dois para evitar a divulgação do material.
“Solto por inexistência de crime”, pode-se ler, em letras garrafais, no mandato de soltura mandado lavrar pela juíza de direito Shaquila Aboobacar Mohamed, do Tribunal Judicial da Província de Sofala, para determinar a libertação dos dois jornalistas.
Por seu turno, o MISA Moçambique promete dar continuidade ao processo, observando que os dois repórteres agora inocentados foram prejudicados. “Temos interesse que isto seja esclarecido”, declarou o responsável daquela organização, que tinha alertado na quarta-feira (11Maio2020) para a possibilidade de os jornalistas terem sido alvo de “manipulação, encenação, mau uso do poder do Estado”.
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Posted on 15/06/2020 at 17:07 in Informação - Imprensa, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
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António, o Negro: O angolano que estabeleceu a escravatura nos Estados Unidos
De trabalhador contratado, António, o Negro, tornou-se proprietário de terras e um próspero agricultor, nas colónias de Virginia e Maryland. Ficou na história americana como o primeiro proprietário de escravos, comprando para si um trabalhador negro como ele, numa decisão inédita de um tribunal, e que marcaria para sempre a história da América.
Em 1619, um jovem foi capturado por traficantes de escravos na região actual de Angola e vendido a um comerciante ao serviço da Virginia Company, na primeira colónia inglesa na América. António, O Negro, como era conhecido, depois de chegar a Jamestown, a bordo de um barco holandês, foi vendido a Edward Bennett, um plantador de tabaco inglês, para trabalhar na sua propriedade, Warresquioake.
António ignorava tudo sobre esta terra estranha. Desconhecia a língua e os costumes dos seus habitantes. Tinha chegado numa das primeiras levas de negros trazidos para o continente americano. Um dos primeiros grupos que se transformariam em milhões nos próximos três séculos.
Mas este era ainda o tempo dos pioneiros, de uma América virgem e inocente, onde os seus poucos habitantes - europeus, índios, judeus, negros, viviam pacificamente integrados numa comunidade regida por regras e leis muito próximas da tão desejada Terra Prometida.
Antes de 1654, a servidão ou escravatura era mais um conceito económico do que racial. Os africanos dos territórios da Virgínia e Maryland tinham um estatuto mais próximo de trabalhadores contratados do que de escravos; estavam ligados por um contrato por um período máximo de sete anos, no final dos quais recebiam terras e utensílios agrícolas para se estabelecerem por sua conta - onde e como quisessem.
Moldar o destino
António estava decidido a moldar o seu próprio destino. Desde cedo revelou-se um excelente trabalhador na plantação e Edward Bennett não durou muito a aperceber-se do talento de António para a agricultura e a afeiçoar-se ao jovem recém-chegado. Como prova da sua estima, permitiu-lhe cultivar um pequeno terreno junto das suas terras, onde António começou a cultivar tabaco, milho e a criar algumas cabeças de gado.
Em Março de 1622, a plantação de Bennett foi atacada por índios e 52 pessoas foram massacradas. Apenas António e mais quatro pessoas sobreviveram ao ataque.
Nesse mesmo ano, uma nova leva de africanos chegou à Virginia no navio 'Margaret' e António apaixonou-se por uma negra chamada Mary trazida para trabalhar na plantação, a única que havia na região. António e Mary casaram-se - Bennett foi o padrinho de baptizado dos seus quatro filhos, dois rapazes e duas raparigas - numa união próspera que duraria quarenta anos.
Documentos da época dizem que António não terá chegado a cumprir o contrato até ao fim, tendo ganho a sua liberdade muito antes do final do contrato e comprado a liberdade da sua mulher. A primeira coisa que fez foi mudar o nome para Anthony Johnson, adoptando um novo apelido, sinal de que não era propriedade de ninguém.
Depois de ganharem a sua liberdade, a família mudou-se para o interior da Virgínia, para uma pequena quinta onde começaram a criar gado e porcos.
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Posted on 15/06/2020 at 16:43 in Angola - Cabinda, Antropologia - Sociologia, História | Permalink | Comments (0)
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“Quer a Frelimo e o MPLA, quer a Renamo e a Unita, são partidos profundamente diferentes” – pesquisando os passos de Christine Messiant - Cláudio Fortuna entrevista Michel Cahen
Investigador do Centre National de la recherche scientifique (França), Michel Cahen é historiador de formação.
É especialista em colonização portuguesa contemporânea em África, cujo período de estudo
se estende, aproximadamente, desde o golpe de Estado de Maio de 1926 até a descolonização e aos atuais PALOPs. De Setembro de 2003 a agosto de 2012, foi diretor-adjunto do Centre d’étude d’Afrique noire que, em 2011, tornou-se “Les Afriques dans le monde”, dentro do Instituto de estudos políticos da Universidade de Bordeaux (França). Foi cofundador (com Christine Messiant e Christian Geff ray) da revista trilingue (francês, português, inglês) Lusotopie, uma revista dedicada à análise política dos espaços contemporâneos oriundos da colonização e da história portuguesa, revista da qual esteve à frente de 1994 até 2009.
A Revista Angolana de Sociologia publica largos excertos desta longa entrevista recolhida por Claúdio Fortuna, que teve lugar em Luanda, aos 19 de Maio de 2012. As frases e parágrafos cortados estão assinalados com reticências: [...]. Todas as notas de ropadé foram acrescidas ulteriormente por Michel Cahen. Agradecemos a Melina Revuelta pela revisão do texto.
Leia aqui Download Quer_a_Frelimo_e_o_MPLA_quer_a_Renamo_e
Posted on 15/06/2020 at 13:16 in História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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Um triângulo de vulnerabilidade: mudança dos padrões de tráfico ilícito na costa suaíli
Veja aqui
https://cartamz.com/index.php/politica/item/5374-um-triangulo-de-vulnerabilidade-mudanca-dos-padroes-de-trafico-ilicito-na-costa-suaili
Posted on 15/06/2020 at 12:45 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Justiça - Polícia - Tribunais, Opinião | Permalink | Comments (0)
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Moçambique com mais um milhão de pobres em três anos e uma crise em várias frentes, segundo a ONU
O número de pobres em Moçambique aumentou um milhão em três anos, um retrocesso na redução da pobreza registada até então, devido à crise económica, ao escândalo da dívida oculta, às catástrofes naturais e à violência, segundo a ONU.
A análise consta de um relatório sobre a “Evolução da pobreza multidimensional em Moçambique, um país assolado pela crise”, elaborado pelo Instituto Universitário Mundial de Investigação Económica para o Desenvolvimento das Nações Unidas (UNU-WIDER), que fornece análises económicas e políticas e aconselhamento com vista a um desenvolvimento sustentável e equitativo.
De acordo com o documento, “o número de pessoas multidimensionalmente pobres aumentou em cerca de um milhão no período 2015-2018” em Moçambique, passando de cerca de 21,3 milhões de pessoas para cerca de 22,2 milhões, num país com quase 30 milhões de habitantes.
“Isto aponta para uma intensificação da pobreza, especialmente porque a maioria dos pobres adicionais está localizada nas zonas rurais já vulneráveis e nas províncias centrais”, referem os autores do documento.
Isto acontece após Moçambique ter registado “uma importante redução da taxa de pobreza até há pouco tempo, antes de duas grandes catástrofes naturais e o país ter começado a sofrer de um escândalo de dívida oculta com um abrandamento económico associado”.
“Após ter emergido de um conflito devastador e prolongado durante os anos 1980 e o início dos anos 1990, Moçambique conheceu um crescimento económico sustentado”, lê-se no documento.
Neste país africano, a partir de 2014/15 a percentagem de pessoas pobres passou a ser de 46,1% (51,7% em 2008/09).
Tendo em conta seis indicadores – educação, água, saneamento, telhados, eletricidade e posse de bens duradouros -, registava-se em 1996/97 quase metade da população a viver num agregado familiar desfavorecido em todas as dimensões.
“Esta situação terrível melhorou consistentemente até 2014/15, onde menos de 15% da população se encontrava privada em todas as dimensões e mais de 15% estava em agregados familiares com privação zero”, refere-se no relatório.
Analisando a redução da taxa pobreza, o documento identificou “uma redução estatisticamente significativa de 0,07 pontos entre 2011 e 2015, em contraste com uma redução não estatisticamente significativa de menos de 0,03 pontos entre 2015 e 2018”.
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Posted on 15/06/2020 at 12:27 in Antropologia - Sociologia, Economia - Transportes - Obras Públicas - Comunicações, Política - Partidos, Saúde | Permalink | Comments (0)
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“Só agora falam em Estado Islâmico” – Bispo de Pemba
Em entrevista ao Plataforma, D. Luíz Fernando Lisboa descreve “quatro fases” nos ataques em Cabo Delgado, província moçambicana há dois anos e meio a viver em pânico. “Só agora falam no Estado Islâmico”, diz o Bispo de Pemba, que explica os massacres por um conjunto de motivações económicas e étnicas, para além do radicalismo religioso.
Veja e ouça aqui
https://www.plataformamedia.com/2020/06/13/so-agora-falam-em-estado-islamico-bispo-de-pemba/
Posted on 15/06/2020 at 12:18 in Cabo Delgado - Ataques e incidências, Defesa - Forças Armadas, Política - Partidos, Religião - Igrejas | Permalink | Comments (0)
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Carlos Acabado, piloto-aviador: "A Guerra [Ultramar] estava ganha, não tenho a menor dúvida"
Esta é a história de Carlos Acabado, um alentejano optimista. Dos anos da Guerra do Ultramar ao mais recente livro que ainda está a escrever: "A Grande Viagem de Maumude". "A guerra é um fenómeno muito esquisito, é uma coisa estúpida. Mas vemos além da guerra, sabemos o que sentem os nossos inimigos. No momento em que a guerra acabou ficou tudo bem, penso que isto só aconteceu com o povo português", afirma.
Tem das histórias mais surpreendentes vividas na Guerra do Ultramar para onde foi como piloto-aviador. Como a do capitão que, na neblina, matou por engano a mãe de uma criança bosquímano à frente da filha, Kinda, que decidiu trazer para Portugal e perfilhar. Dormiu na cama ao lado de Iko Carreira, que viria a ser ministro da Defesa de Angola entre 1975 e 1980, a quem poupou a vida mais do que uma vez, e era amigo de Daniel Chipenda, que conheceu em Coimbra e a guerra colocou em campos opostos.
De regresso a Portugal foi secretário-geral do Conselho da Revolução em representação da Força Aérea, tendo a seu cargo o pessoal. Foi aí que se deparou com "uma monumentalidade a dar para o esquisito", como os conselheiros revolucionários a andarem nos carros "roubados" aos banqueiros fascistas. E foi também então que conheceu Cavaco Silva, um homem de quem guarda uma péssima imagem.
Pediu para passar à reserva aos 40 e poucos anos, quando a tropa já não lhe dizia nada e no momento em percebeu que os jogos políticos falavam mais alto. Mas ainda voltou a África, ao Congo, depois de ter feito sociedade com um bispo luterano que conheceu em Sevilha: comprou duas traineiras em Setúbal, a Portugal e a Setubalense, e levou-as para pescar no Lago Tanganica. Ouro sobre azul. A empresa desfez-se nos anos noventa, mas as traineiras ainda lá estão hoje, activas.
Aos 83 anos continua a escrever a sua história e as histórias daqueles que, no céu e na terra, fizeram parte da sua vida: de "Kinda e Outras Histórias de uma Guerra Esquecida" a "Margem Esquerda", passando por "Histórias de uma Bala Só – Acasos de Vida e de Morte" até "Conversas com um Gorila Chamado Virunga", contos para crianças e não só. Enquanto termina o próximo livro, "A Grande Viagem de Maumude", é a vez de o SAPO24 traçar o retrato de Carlos Acabado, um alentejano optimista.
A história de Kinda, que dá origem a um dos seus livros, é fantástica. Quer contar como aconteceu?
Passa-se com um capitão meu amigo, que já morreu. Ele ia numa missão de ataque e foi lançado de helicóptero. Em Angola, como em África em geral, arrefece muito à noite e forma-se uma neblina que se estende para as margens. Ele subiu a encosta e, de repente, vê o que julga ser um vulto com uma arma e, instintivamente, atira. Era uma mulher com um pau de bater fuba, um pilão. Matou-a. Ela estava com uma criança e a miúda correu para ele a chorar... Ela tinha família, mas ele quis ficar com a pequena; trouxe-a para Portugal, perfilhou-a e educou-a como aos restantes filhos.
Onde pára Kinda?
Penso que neste momento está em África, no Lubango, antiga Sá da Bandeira. Este capitão morreu com um ataque cardíaco e não sei o que é feito da mulher, perdi o contacto com eles. Depois da guerra iamo-nos encontrando e a última vez que o vi foi em Coimbra, estava ele exactamente na queima das fitas da Kinda - a quem mudou o nome para Maria Adelaide. Fizemos uma grande festa, recordámos toda aquela cena... A miúda, que era bosquímano, geralmente mulheres esbeltas e com os olhos achinesados, fez-se uma bonita rapariga. Ele morreu passado pouco tempo, nunca souberam do livro. A mãe, se for viva, deverá ter uns 81 ou 82 anos. A Maria Adelaide deverá andar entre os 50 e os 55 anos.
É possível viver em paz na guerra?
É. É difícil, mas... A guerra é um fenómeno muito esquisito, é uma coisa estúpida. Mas vemos além da guerra, sabemos o que sentem os nossos inimigos. No momento em que a guerra acabou ficou tudo bem, penso que isto só aconteceu com o povo português. Há uma relação até de amizade com alguns inimigos. Eu, por exemplo, era amigo do Daniel Chipenda, que tinha conhecido em Coimbra.
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14/06/2020
Sobre o discurso Ético [2] [Elementos de Autocrítica]
Por ten-coronel Manuel Bernardo Gondola
Quando surge o mundo moderno, o objecto da ética muda e muda fundamentalmente, porque o que é que animava o pensamento grego, a certeza de que todos nós vivemos num mundo, que é finito e ordenado. E esse mundo finito e ordenado os gregos chamavam de cosmos. O que significa o mundo finito e ordenado? Significa, que ele tem um funcionamento e que as partes participam deste funcionamento.
Então, ética a partir do século [XVII] passa a ser um esforço, um esforço muito grande para encontrar «soluções e convivências» sem o cosmos. Ou seja, o que é que o homem do século [XVII] teve que aceitar. O facto de o universo não ser ordenado não significa, que não tenhamos que buscar uma vida a melhor possível e como vivemos com os outros, uma convivência a melhor possível. E o que é mais correcto, não é que o universo que era ordenado e por alguma intervenção divina ele se desordenou ele sempre foi desordenado. Então, o cosmos era uma tentativa de conferir pelo homem uma ordem à realidade, que a realidade ela mesma nunca teve.
Então, o que é que muda agora. Nós vamos ter que encontrar outras formas de ordenar o mundo, que não sejam cósmicas, mas que dependam da nossa própria «deliberação». Destarte, «a ética passa a ser uma reflexão sobre a nossa convivência aceitando, que nós vivemos e convivemos sem nenhuma ordem pré-existente e que pré-determina a nossa existência» [Clóvis de Barros]. Então, qual é a premissa?
A premissa é a de que, podemos viver duma forma não só…,mas também, podemos conviver de outras formas, portanto, a convivência a melhor forma de conviver dependerá da nossa inteligência antes não era destarte. Antes eu tinha que descobrir, eu tinha que descobrir uma finalidade que pré-existia a mim. Eu nasci para dar aulas então, essa relação a minha com dar aula é uma relação que justifica o ter nascido, ela é anterior a mim mesmo, então, o máximo que eu posso fazer é-me aperfeiçoar nessa actividade que se impõe a mim.
Na hora que isso desaparece ou que não tem cosmos, ficamos livres para discutir como queremos conviver e a ética longe de ser uma [tabela] decerto e/ou errado é uma «disposição» para essa discussão, portanto, para encontrar as melhores formas de convivência, discussão essa protagonizada por quem convive. Então, você percebe que o sentido da ética mudou completamente e o seu objecto, também.
Ou seja, a ética deixa de ser uma avaliação da vida como um pacote e passa a ser a avaliação de condutas isoladas, que é o sentido que você conhece e que te é mais familiar. Então, se eu lembrar a você, que «Ben Johnson» foi flagrado com «doping», do ponto de vista ético moderno é inaceitável, porque, o comportamento dele frauda uma situação de igualdade, que é fundamental no espaço competitivo [desportivo]. Então, o «doping» é uma traição às condições de convivência estabelecidas por quem convive.
Mas, na perspectiva grega em que a ética era luta pelo «desabrochar» mais excelente possível das próprias potencialidades eu me pergunto o que Aristóteles diria sobre o uso desta ou daquela substância com vistas a busca da [maximização] da potência daquilo, que é o seu talento específico.
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Posted on 14/06/2020 at 22:30 in Opinião | Permalink | Comments (0)
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STV-Pontos de Vista 14.06.2020(video)
Não editado pela STV-SOICO
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MACHANGA NO SÉC. XIX EM CONFLITO COM OS PORTUGUESES E NGUNI, por Jaime Maconha Augusto(2002)(Repetição)
Uma reconstituição da história político-social de uma região ao sul de Sofala
Dissertação apresentada em cumprimento parcial dos requisitos exigidos para obtenção do grau de Licenciatura em História na Universidade Eduardo Mondlane.
Leia ou baixe aqui
Download Ngunis - Machanga no século XIX em conflito com os Portugueses e Nguni - Uma reconstituição da história político-social de Sul de Sofala
Posted on 14/06/2020 at 21:15 in Gungunhana - Imperador de Gaza, História, Letras e artes - Cultura e Ciência | Permalink | Comments (0)
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STV-Jornal da Noite 14.06.2020(video)
Não editado pela STV-SOICO
Posted on 14/06/2020 at 20:46 in RADIO - TV | Permalink | Comments (0)
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Cadernos Literários de 10 de Junho de 2020 - Nº 27
Leia aqui
Download VuJonga 27 de 10 de Junho 2020
Posted on 14/06/2020 at 18:37 in Letras e artes - Cultura e Ciência, Vujonga_cadernos literários | Permalink | Comments (0)
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MORREU A PALMEIRA CENTENÁRIA(Recordando)
A palmeira centenária é o mais conhecido marco da Estrada Nacional Numero Um, sucumbiu a velhice e a força dos ventos fortes que se fizeram sentir na zona sul do país na passada terça-feira.
A palmeira que deu nome ao posto administrativo que hoje é conhecido por Palmeira era facilmente visível a grande distância, particularmente para quem, vindo do norte do pais, se deslocava à cidade de Maputo, dada a sua localização, num ponto alto e, sobretudo, devido à altura que tinha atingido.
Não se sabe exactamente quantos anos tinha, mas há indicação de ter sido uma das referências geodésicas do tempo de Gago Coutinho. Aliás, a placa junto daquele "monumento" atesta que terá sido o ponto de orientação no árduo reconhecimento da triangulação goedésica concebida e executada por Gago Coutinho (1906/1908).
NOTICIAS - 13/08/04
PS: Daqui sujiro às autoridades moçambicanas a reposição da palmeira no
mesmo local onde a agora "falecida" existiu por mais de cem anos.
Quem não pernoitou ou simplesmente parou na Pousada da Palmeira?
(Isto escrevia em Agosto de 2004)
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted on 14/06/2020 at 18:08 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Geral, História, Turismo - Parques Caça - Aviação | Permalink | Comments (0)
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Militar desaparecido(70)
Nome militar desaparecido Carlos Zeca
Unidade Militar Renamo
Naturalidade(Distrito) Nairoto, Montepuez, Cabo Delgado
Zona provável de desaparecimento Nairoto
Pedido de familiar ou amigo? Familiar
Sem notícias desde 1983
Email(opcional)
Se alguém souber que informe aqui em "coments" ou escreva para macua39@gmail.com
Posted on 14/06/2020 at 12:16 in Militares desaparecidos | Permalink | Comments (0)
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Militar desaparecido(69)
Nome militar desaparecido Albino Uaite
Unidade Militar Guarda fronteira - Chokwe
Naturalidade(Distrito) Mogovolas
Zona provável de desaparecimento Província de Gaza
Pedido de familiar ou amigo? Familiar
Sem notícias desde 1989
Email(opcional) brilaobrilao@gmail.com
Se alguém souber que informe aqui em "coments" ou escreva para macua39@gmail.com
Posted on 14/06/2020 at 12:13 in Militares desaparecidos | Permalink | Comments (0)
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Militar desaparecido(68)
Nome militar desaparecido jorge manuel henriques
Unidade Militar anti-aerea
Naturalidade(Distrito) sofala
Zona provável de desaparecimento
Pedido de familiar ou amigo? familiar
Sem notícias desde 1995
Email(opcional)
Se alguém souber que informe aqui em "coments" ou escreva para macua39@gmail.com
Posted on 14/06/2020 at 12:11 in Militares desaparecidos | Permalink | Comments (0)
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Militar desaparecido(67)
Nome militar desaparecido Benjamim João Barros
Unidade Militar Radiologista da policia Aduaneira
Naturalidade(Distrito) Inhassunge
Zona provável de desaparecimento Sofala ou Tete
Pedido de familiar ou amigo? Familiar
Sem notícias desde desde 1978
Email(opcional) Jbarros50@hotmail.com
Se alguém souber que informe aqui em "coments" ou escreva para macua39@gmail.com
Posted on 14/06/2020 at 12:08 in Militares desaparecidos | Permalink | Comments (0)
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