quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Os Pecados Contextuais de Daniel Chapo

 

Os Pecados Contextuais de Daniel Chapo
Enquanto aguardamos pelo Acórdão do Conselho Constitucional, instrumento que se espera vir fechar este ciclo eleitoral, marcado pela longa espera dos resultados e sucessivas manifestações populares, devo apresentar aqui a minha reflexão em torno da figura de Daniel Chapo, candidato presidencial da Frelimo e declarado vencedor no apuramento central realizado pela Comissão Nacional das Eleições.
Daniel Chapo emerge como uma figura singular no cenário político de Moçambique, já que não era até à sua eleição interna, a pessoa sobre a qual se cogitava consenso para representar o partido no pleito. Ele é Advogado, devidamente inscrito na Ordem dos Advogados de Moçambique. Foi Conservador dos Registos, Administrador de Distrito e Governador de Província, onde neste percurso profissional não se ouviu nada em relação ao seu nome que pudesse colocar em causa o seu profissionalismo ou sua integridade, pelo contrário, foi bem-sucedido e distinguido num contexto onde a corrupção e o oportunismo político frequentemente comprometem a credibilidade de muitos líderes. Nesse contexto, Chapo parece reunir em si a integridade e a sabedoria que permitem vislumbrar uma direção para Moçambique em meio à incerteza. No entanto, como qualquer figura que se ergue para enfrentar desafios nacionais, Chapo carrega "pecados" que são menos pessoais e mais contextuais, frutos de uma conjuntura complexa, e com os quais deve agora lidar com eles, pois, sendo o candidato presidencial eleito, esses pecados são o seu calcanhar de Aquiles.
O conceito de pecado apresenta-se de forma multifacetada. Biblicamente, o pecado é entendido como uma transgressão contra a vontade de Deus, cujas consequências podem ser sentidas até a terceira e quarta gerações, conforme Êxodo 20:5. Politicamente, o pecado ganha uma dimensão estrutural, representando injustiças sistemáticas, corrupção e abuso de poder que perpetuam ciclos de pobreza e opressão. Nesse contexto, observa-se em figuras como Daniel Chapo, o reflexo de uma narrativa de injustiças herdadas, resultado dos "pecados" históricos e políticos cometidos pelo seu partido e que impactam não apenas o presente, mas também as futuras gerações, ilustrando como decisões e acções de lideranças passadas podem se transformar em fardos para seus sucessores, mesmo que estes não tenham contribuído directamente para os erros de seus antecessores. Assim, Chapo se torna símbolo de uma luta contra os fantasmas de um passado político que ainda molda o presente e limita o futuro. Como se pode ver a seguir:
Primeiro: Moçambique vive uma grande dicotomia entre o campo e a cidade, com as cidades a dominarem as zonas rurais em termos de visibilidade e acções reivindicativas, mas a perderem em termos de número e tamanho para o campo. No contexto das cidades moçambicanas, a pobreza urbana é um problema crescente, resultado da falta de oportunidades e do aumento do custo de vida. A juventude nas áreas urbanas, embora minoritária, representa uma parcela extremamente visível e vocal da sociedade, sobretudo tendo em conta o mundo das redes sociais e de outras tecnologias. Essa juventude, frustrada e desiludida, é composta em grande parte por jovens estudados, médios e licenciados, desempregados ou subempregados que percebem o governo como uma entidade distante e desconectada de suas realidades e aspirações. Embora Daniel Chapo tenha tido um grande apoio nas zonas rurais, como se viu durante a sua campanha eleitoral, já não o foi nas cidades, o que para muitos cria a confusão de fundo nos resultados eleitorais, pois, é no campo que está a maior parte dos eleitores, mas é na cidade que reside a maior visibilidade.
Nos termos das teorias de “poder jovem” e participação cidadã, como as abordadas por Jean-Jacques Rousseau e, mais recentemente, por pensadores contemporâneos como Eric Hoffer, uma juventude sem inclusão no sistema é uma juventude disposta a desestabilizar o status quo. Para Chapo, isso significa que, para reconstruir a confiança com essa geração, ele deve promover uma agenda de políticas públicas urbanas inclusivas. Focar na criação de empregos urbanos, na educação e na integração econômica e social são passos fundamentais, reduzindo o despesismo público e sobretudo as exageradas benesses dos dirigentes. Uma abordagem inspirada no conceito de “contrato social” de Rousseau, onde o governo e os cidadãos compartilham um compromisso mútuo, poderia revitalizar essa relação com a juventude urbana e demonstrar que o se partido está comprometido em ouvir e responder.
Segundo: o ambiente de desconfiança em torno dos processos eleitorais em Moçambique é um obstáculo significativo para qualquer candidato. A hostilidade contra representantes da oposição nas mesas eleitorais e a crescente percepção de parcialidade no sistema, enfraqueceram ainda mais a confiança pública. Segundo a teoria de “legitimidade democrática” de David Easton, a confiança nas instituições públicas é essencial para manter a estabilidade e o apoio ao sistema político. Quando essa confiança é minada, a legitimidade do governo é posta em causa. Embora não haja dúvidas que a oposição não conseguiria vencer estas eleições gerais e presidenciais, por conta da dispersão de votos e do desgaste natural da sua imagem, o excesso de ilícitos eleitorais, muitos deles atribuídos às instituições de administração do processo, mancharam a vitória de Daniel Chapo.
Chapo, nem precisava da intervenção de sistemas fraudulentos, já que a oposição no geral, encontra-se numa fase de crise existencial e sem uma proposta clara de governação alternativa, a resposta ideal para este dilema seria promover um compromisso público com a reforma dos processos eleitorais, enfatizando a transparência e o profissionalismo. Ao se posicionar como um defensor de processos justos e imparciais, Daniel Chapo irá ajudar a reverter a percepção de corrupção no sistema. Essa postura fortaleceria a sua imagem como um reformador e unificador, disposto a restaurar a confiança da população nas instituições do país.
Terceiro: embora a euforia da juventude urbana e o seu clamor por mudanças, o cenário mostra que esses jovens não representam um bloco político, mas constituem um movimento social. Enquanto isso, a realidade da oposição no nosso país é marcada por uma fragmentação severa e divisões internas que dificultam a formação de uma frente unida contra o partido Frelimo. Essa fragmentação, apesar de beneficiar momentaneamente o partido dominante, prejudica o sistema político ao reduzir a qualidade do debate e da representatividade democrática. Em um contexto onde o pluralismo político é fundamental para o desenvolvimento, a fraqueza da oposição representa um obstáculo tanto para o país quanto para o partido vencedor, que acaba por não ter um contrapeso que a motive a se aprimorar.
Chapo, para limpar-se deste pecado, caso se confirme a sua vitória pelo CC e se estiver comprometido com um Moçambique mais inclusivo e democrático, nos termos do seu manifesto eleitoral, poderia adoptar o que as teorias políticas chamam de "democracia cooperativa", onde a liderança maioritária colabora com a oposição para fortalecer a governação e a legitimidade. Ao adoptar um discurso de diálogo e cooperação com outros partidos, sinalizaria que a sua liderança não teme o contraditório, mas sim o valoriza como uma ferramenta para o desenvolvimento nacional.
O quarto pecado com que Chapo terá de lidar é o fortalecimento do partido Frelimo que embora carregue consigo a herança de um passado libertador e emancipador, a sua imagem hoje é frequentemente associada a uma estrutura burocrática, cada vez mais distante das necessidades do povo e a fazer aglutinar-se de sanguessugas e lambe-botas para sobreviver. A teoria do “ciclo de renovação política”, abordada por sociólogos como Alvin Toffler, sugere que partidos envelhecidos precisam rejuvenescer-se para se manterem relevantes, sob pena de passarem o que hoje se vê nas zonas urbanas onde ser do partido Frelimo já não agrega aquele orgulho que tinha. O desafio de Chapo está em revitalizar o partido sem romper com as suas raízes históricas, resgatando o espírito de serviço ao povo que marcou a Frelimo em seus primórdios.
Essa renovação poderia ser construída com um foco em políticas sociais inclusivas e projectos de desenvolvimento que abranjam as áreas rurais e urbanas de Moçambique, enfatizando o compromisso do partido e do seu Governo com todos os cidadãos, independentemente da afiliação política ou condição social. A partir disso, Chapo poderia incorporar uma abordagem orientada ao serviço e à responsabilidade, fortalecendo o vínculo do partido com o povo e reafirmando sua função como uma entidade de libertação e desenvolvimento.
Os “pecados” de Daniel Chapo, na verdade, são os desafios inerentes a um contexto de crise e transição. Ele enfrenta uma juventude inquieta, instituições frágeis e um partido que necessita de se reinventar. Contudo, Chapo tem a oportunidade de se destacar como um líder que não apenas compreende esses problemas, mas que busca soluções que honrem a confiança do povo. A liderança de Chapo, pode representar o Moçambique que se deseja: um país onde o governo trabalha para atender as necessidades reais dos cidadãos, com uma juventude inclusa, instituições sólidas e uma democracia robusta. Embora o caminho não seja fácil, a combinação de integridade, sabedoria e comprometimento de Chapo com a justiça social, como ele já mostrou ser capaz, pode ser a base para construir a imagem de uma liderança inspirada, que olha para o futuro sem ignorar os desafios do presente.
Para Moçambique avançar, é necessário que Daniel Chapo, como o Daniel bíblico, interpretou o sonho do rei Nabucodonosor, interprete o sonho da nação moçambicana que clama por uma governação mais justa, inclusiva e resiliente. Se Daniel Chapo souber enfrentar esses desafios e encarar seus “pecados” como oportunidades de crescimento, poderá oferecer ao povo moçambicano um futuro repleto de esperança e realizações
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Facebook
Todas as reações:
Eusébio A. P. Gwembe e outras 131 pessoas
130 comentário
5 compartilhamentos
Curtir
Comentar
Enviar
Compartilhar
Mais relevantes

Nevito Inacio Uamusse
O candidato Chapo, é SG do partido, o trabalho por fazer no partido já devia ter começado...
  • Curtir
  • Responder
3
Tony Tony respondeu
 
7 respostas
Há 6 horas
Manecas Tiane
Mais um farol este seu texto.
  • Curtir
  • Responder
2
Noah Lwami respondeu
 
1 resposta
Há 7 horas
Valdo da Costa 
Seguir
  • Curtir
  • Responder
Joaquim Oliveira
Uma lavra de grande CAMARADAGEM.
  • Curtir
  • Responder
18
Celso Sofala
Belo texto! Só perde para o silêncio.
  • Curtir
  • Responder
25
  • Curtir
  • Responder
12
Osman Chirrute 
Seguir
Assim Custodio Duma aos poucos queres incutir na nossa mente que as eleições foram justas pra não serem anuladas? E, que Daniel Chapo será proclamado pelo CC como vencedor? Peço uma análise no caso Venâncio Mondlane seja vencedor quero ver uma coisa…
  • Curtir
  • Responder
19
Efraimo Neves respondeu
 
11 respostas
Há 4 horas
Aristidia Nhoela
So sei que Chapo, por mais que ascenda ao poder, aos moçambicanos ele não ira Governar... ele até pode vir a ser presidente, mas será um presidente sem povo, será um presidente que sofrerá sucessivas humilhações, será um presidente incopetente
  • Curtir
  • Responder
10
Cloves Macave
Com uma leitura pouco disciplinada percebe se que é um texto totalmente inclinado.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
18
Tony Tony respondeu
 
1 resposta
Há 6 horas
Nerú O Sobrinho
"Os assentos são pra meter mais mola"
  • Curtir
  • Responder
4
Ligia Abilio respondeu
 
3 respostas
há ± uma hora
Maria Helena Pinto 
Seguir
Só que, já não se quer ver estes senhores a governar... editais? Recontagem dos votos? Assassinatos diante dos nossos olhos?
Tudo muito enredado, feio, desumano...
Mas a verdade crua e nua está exposta nas avenidas, ruas, vilas...
  • Curtir
  • Responder
5
Bento Nhanombe
Muito profundo.
Mas, Chapo na qualidade de Secretário Geral da FRELIMO já devia ter dado as caras, e tomar algum posicionamento sobre o que está acontecendo.
Conclusão: Foi colocado por ordens superiores,e ele também é um que só serve de capa.
  • Curtir
  • Responder
Joao Manuel Rodrigues Mabutana respondeu
 
1 resposta
Há 5 horas
Crimildo Saus
😅
Teoria hipodérmica em acção...
Laswelismo
  • Curtir
  • Responder
4
Comida Caseira E Petiscos 
Seguir
Excelente texto Dr. Duma 👏🏿👏🏿👏🏿❤️🫂
  • Curtir
  • Responder
Aristidia Nhoela respondeu
 
1 resposta
Há 6 horas
Dilermando Quive 
Seguir
Não hackearam esta conta🤔🤔🤔???
Um texto tendencioso e muito inclinado! Q
  • Curtir
  • Responder
13
Joaquim Gove respondeu
 
7 respostas
Há 5 horas
Lourenco Jose
Não li o texto todo porque os primeiros parágrafos são tendenciosos e cheios de inverdades. Sou da província de Inhambane e por isso não posso engolir essas mentiras
  • Curtir
  • Responder
8
Jorge Williamo Guambe
Começou bem depois entrou no campo de paradoxos "embora não haja dúvidas que a oposição não conseguiria vencer estas eleições gerais e presidenciais..."
Esta parte anulou todo o seu esforço, isto não pode ser reflexão faz favor De. Duma vamos ser sérios se realmente queremos ajudar na construção de um Estado.
  • Curtir
  • Responder
6
Cloves Macave respondeu
 
3 respostas
Há 7 horas
Alex Alexandre Sambo
Porque pelo fruto se conhece a árvore, raça de víboras (Mateus 12.33-34)
  • Curtir
  • Responder
5
Aurelio Buque respondeu
 
3 respostas
Há 4 horas
Leonardo Caniço
Se me dissessem que este texto foi elaborado por Egídio Vaz, aceitaria sem pestanejar, ilustre amigo!!!
Será que a conta do meu bom amigo, foi hackeada?!
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
5
Ricardo Xavier
Não concordo que o Daniel Chapo tenha tido maior apoio da população rural a julgar pela campanha ( showmicios).
  • Curtir
  • Responder
4
Paulino Da Fonseca Fanheiro
Texto inclinado e com teor altamente tendencioso, o bom é que só vos lemos/escutamos mas nunca vamos cair na vossa capoeira... Custodio Duma o CD chegou em Inhambane encontrou-me e está a ir embora deixe-me aqui... lamento não poder dizer o mesmo e tenho propriedade para o dizer... NÃO DEIXOU LEGADO NENHUM se não o nome mesmo.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
5
Marta Maputere
Primo Custodio Duma, beba água somaisnada 😂 😂 😂 😂 😂 😂 😂 😂 😂 😂 😂
  • Curtir
  • Responder
5
Dwerd Boss
Muitas mentiras camufladas de teorias de estudiosos no texto.
Daniel chapo não ganhou nenhuma eleição sejamos honestos, se o tivesse feito de certeza que iriam nos esfregar na cara os editais da victoria a muito tempo.
Duma a tentar nós fazer lavagem cerebral, nem a frelixo e muito menos chapito vai governar Moçambique.
  • Curtir
  • Responder
5
  • Curtir
  • Responder
Tico Dias 
Seguir
DERCIO Alfazema não aceita comer até agora e não para de chorar 🤣🤣🤣🤣
  • Curtir
  • Responder
2
Ell Much
Apesar de um olhar crítico e devidamente fundamentado, não deixou-se de emitir análise com conclusões tendenciosas.
  • Curtir
  • Responder
6
Edson Benga
Os dedos de alguém tinham que doer na medida que escreve tanta asneira
  • Curtir
  • Responder
11
Graca Conceicao
Os que pensávamos serem académicos hoje envergonham-nos com tamanha mentira e ainda querem parecer-se com o Profeta Jack. Poupem-nos.
  • Curtir
  • Responder
11
Graca Conceicao respondeu
 
3 respostas
Há 5 horas
Saide da Lulu
Dr. Custodio Dumaa, com todo respeito, sinto que esta análise é meramente conclusiva, típica de profeta que esteve com Deus, e tem certeza do que nos espera.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
6
Phantima Vilankulu Khosa
Caro Custodio,
Permita-me, em primeiro lugar, agradecer pela profundidade da sua reflexão.
Se me for concedida a liberdade, gostaria de apresentar algumas notas para enriquecer o debate.
Contemplo a FRELIMO, contemplo Chapo, e contemplo a relação entre ambos.
1. Sobre Chapo:
Sendo eu natural de Vilankulo, tendo estudado em Inhassoro e estagiado na região de Temane, posso afirmar que conheço de forma profunda e próxima a realidade de partes significativas da província de Inhambane. Durante o mandato do referido governador, constato que praticamente nada foi transformado. Em termos concretos: as escolas permaneceram sem carteiras; as mesas dos mais pobres continuaram vazias; a qualidade dos serviços de saúde manteve-se deplorável – isso quando os cidadãos conseguem ser atendidos. As estradas, nem é necessário descrever, mas sugiro-lhe, caro Duma, que visite Mabote a partir do cruzamento de Mapinhane, ou Vilankulo desde Pambarra, ou ainda Inhassoro pelo trajeto de Vulanjane. Aliás, para ser mais sucinto, basta seguir pela N1 para testemunhar o estado lastimável das infraestruturas rodoviárias.
A segurança, por sua vez, deteriorou-se ainda mais com a presença da força especial destacada em Inhassoro e na região circundante. A única dimensão que prosperou foi a militância partidária: os benefícios eram direcionados aos que demonstravam fidelidade ao partido, sendo que os mais bajuladores ascenderam a cargos como diretores de escola, diretores distritais de educação, e, em alguns casos, presidentes de municípios. Esta prática não se restringiu ao setor da educação; atravessou transversalmente as diversas áreas governativas.
O resultado é evidente: a FRELIMO perdeu substancial apoio na província de Inhambane. Uma análise da demografia dos jovens e do comportamento eleitoral é suficiente para chegar a essa conclusão, sem necessidade de estudos aprofundados ou da validação de intelectuais consagrados.
2. Sobre a FRELIMO:
Todavia, reduzir todos os problemas ao desempenho de Chapo seria um erro. É aqui que entra a responsabilidade histórica da FRELIMO. Após 49 anos de governação, o partido mostrou-se incapaz de responder institucionalmente às múltiplas demandas das diversas classes sociais. Para recorrer a Ernesto Laclau (A Razão Populista), o que testemunhamos é precisamente a ausência de uma resposta estrutural às exigências populares.
No que concerne aos valores, nem é necessário buscar exemplos no Ocidente, pois Severino Ngoenha nos alerta frequentemente para a prevalência de uma dolarcracia em Moçambique, uma consequência direta das práticas do partido. Os valores éticos e morais foram corroídos a tal ponto que a confiança mútua entre cidadãos praticamente desapareceu – e este é, talvez, o maior flagelo.
Adicionalmente, a FRELIMO transformou-se numa autêntica autocracia, governando através de uma necropolítica que extermina os mais vulneráveis. Nenhuma instituição funciona verdadeiramente. Os eventos em torno dos 25 tiros desferidos contra Elvino Dias são um exemplo: perpetra-se o crime, e depois apela-se às "entidades competentes" para investigar e responsabilizar os culpados, quando são essas mesmas instituições que, historicamente, têm esmagado os civis mais desprotegidos.
A FRELIMO, enquanto partido, tornou-se o maior obstáculo ao desenvolvimento do país. Ao recusar reconhecer a sua degeneração, trai os princípios do socialismo que outrora alegou ser o seu fundamento – uma "traição" que Leon Trotsky teria denunciado com vigor. Essa traição é também uma violação do contrato social, um atentado contra o compêndio que deveria regular o nosso viver coletivo.
Chapo, como qualquer membro da FRELIMO, conhece esta realidade. Como jurista, presumo que tenha lido Rousseau (Do Contrato Social), Hobbes (Leviatã), Locke (Dois Tratados sobre o Governo Civil), Kant (A Doutrina do Direito), Montesquieu (O Espírito das Leis), Rawls (Uma Teoria da Justiça) e, sendo da FRELIMO, é provável que tenha lido Marx (O Capital). Certamente leu a Constituição da República de Moçambique, mas escolheu violá-la deliberadamente.
3. Acho que nem vou para Chapo e Frelimo, vou deixar aqui a minha reflexão final:
É possível que Chapo também tenha lido Maquiavel e compreendido que, para alcançar a presidência sem ser eleito, precisará governar pela força, através de uma repressão ainda mais severa do que a do atual presidente. Felizmente, tal cenário parece improvável.
Que alguém lhe recorde o exemplo de Eichmann em Jerusalém, conforme analisado por Hannah Arendt em A Banalidade do Mal. Todos os membros da FRELIMO deveriam refletir sobre este conceito e reconhecer a cumplicidade na degradação do país, exemplificada no escândalo das dívidas ocultas. Reconhecendo a banalidade do mal em que estão envolvidos, talvez reencontrem o sentido de vergonha, de valor moral, e abandonem "a arte de ganhar sem razão", conforme descreve Cheikh Hamidou Kane referindo aos "vientes", os mesmos que hoje são nossos "parceiros" mas sabemos que "nunca" aceitaram viver juntos conosco. Pedimos tudo para eles, tornamos os novos "cipaios" a serviço do "capital" deles enquanto exploramos os nossos irmãos.
Se houver essa mudança, poderão voltar-se para os verdadeiros valores de Ubuntu (como ensinou Desmond Tutu e e que o Castiano nos lembra), pedir perdão ao povo e abraçar uma justiça restaurativa inspirada nos princípios de Ujamaa, a Justiça costureira do Severino Ngoenha. O primeiro passo seria a reposição da verdade eleitoral.
A geração de jovens que hoje ocupa as ruas compreendeu Marx e ouviu a mensagem de Azagaia. Estes jovens interiorizaram a mensagem de Frantz Fanon: "Cada geração deve, na relativa opacidade, descobrir a sua missão, cumpri-la ou traí-la". Não há espaço para traições. A liberdade – a verdadeira justiça social – é a missão. E ninguém poderá detê-los.
  • Curtir
  • Responder
19
Joao Jussar respondeu
 
8 respostas
Há 29 minutos
Mario Nhantumbo
Candidato eleito por quem??
  • Curtir
  • Responder
5
David David respondeu
 
1 resposta
Há 7 horas
Anastácio Manguele
Que LIXO é este que escreveste?😱🙆🏽‍♂️
  • Curtir
  • Responder
4
Anastácio Manguele respondeu
 
2 respostas
Há 7 horas
Alvaro Da Paz Felix
Um texto altamente tendencioso ...
  • Curtir
  • Responder
Baptista Eduardo Muchaiabande Muchaiabande
PODEMOS está a bater, podem escrever oceanos de texto, com palavras mas belezantes, a verdade é Unica, o Povo não quer ser governado Pela cúpula de mafiosos "frelimo"
  • Curtir
  • Responder
3
  • Curtir
  • Responder
Nelcia Sitoe
Mano Todinho é você mesmo???
  • Curtir
  • Responder
5
Carlos De Sousa Tivir
A máscara caindo aos poucos camarada. Esse texto foi escrito "por conta própria ou à conta cartão?😃😃😃😃
  • Curtir
  • Responder
5
Jacinto Américo
Dr. as pessoas não querem Frelimo, eu não quero a Frelimo, era para ser um texto comum, mas depois trouxe uma serie de coisas assustadoras.
Vamos trazer os editais verdadeiros, pelo contrário vai se enfrentar um problema extremamente difícil de resolver, este país não irá para frente com a Frelimo.
  • Curtir
  • Responder
3
Saducilio Guambe
Custodio Duma não creio que o Chapo por si só teria essa toda sabedoria e capacidade, até porque, ele mesmo já deixou claro que é a madeira e o partido Frelimo o carpinteiro, ou seja, vai manter a doutrina e disciplina com que foi criado.
Este país precisa de novas lideranças livres da doutrina da Frelimo.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
5
George Zacarias
Está claro que este texto só vem nos distrair. Custa-me acreditar que gastou seu precioso tempo para produzir um texto cheio de incongruências.
Li o texto e olhei para o contexto político dai percebi que ha muitos problemas aqui.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
4
Osvaldo Francisco
O que está a acontecer com os nossos intelectuais??? É pra isso que serve os fazedores de opiniões na nossa pátria amada??? Distrair as mentes da sociedade? O primeiro foi o escritor Mia Couto a escrever coisas que parece que foi forçado a escrever, agora é o doutor Duma, haja paciência!!!!! o país não precisa de isso, já basta , "deixem o Egídio e o Aníbal e com ajuda da TVM fazerem isso" um texto totalmente tendencioso, ninguém disse VM 7 tem uma varinha mágica, mais neste momento é o candidato mais lúcido de todos que tinhamos, entretanto votamos nele porque ele foi o unico que deu cara por um Moçambique melhor, portanto que seja reposta a verdade expressa nas urnas.... Paremos de fingir demência
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
3
Dércio Nhansue
Mas o que esta acontecer afinal com os ditos intelectos daqui da banda....
  • Curtir
  • Responder
4
Esperanca Do Rosario
Esse Custódio Custodio Duma lambe botas.
O povo não votou frelimo , o povo não votou Chapo!
Custódio Duma, eras mais prestável caladinho da silva!
  • Curtir
  • Responder
2
Belo Jó
Muito calmo, não me parece ser essa figura que Moçambique precisa agora.
Na verdade os verdadeiros presidentes são aqueles que os indicam para que sejam escolhidos, naquelas sentadas brincadeiras onde se gasta milhões de dólares, para simplesmente escolher-se um candidato, e que candidato. Agente vê isso há anos.
Que candidato da FRELIMO seria diferente....
Muitos de nós éramos da FRELIMO ontem e se admitirmos estaremos a condenar o futuros de mais de 30 milhões de moçambicanos, maioritariamente jovens adolescentes, e estão lá nossos filhos......
Com risco de todos serem policiais e militares, são as únicas oportunidades de emprego em Moçambique!
  • Curtir
  • Responder
Ras Fobriccius
Agora escreva um texto sobre o candidato Presidencial VM partindo da hipótese, ainda que remota, de o CC lhe dar a victoria (nao a diogo 😂😂😂).
  • Curtir
  • Responder
2
Álvaro Xerinda
"Para Moçambique avançar é necessário que Daniel Chapo... souber interpretar os desafios ... como oportunidades... futuro repleto de esperança e realizações."
Respeito a sua posição, afinal estamos em democracia apesar de tudo.
Custodio Duma , Daniel Chapo disse que ele era " madeira" e madeira 🪵 em si não tem ideias se não esperar um carpinteiro 🪚 para o moldar e "nenhum" desses carpinteiros agrega valor.
Sabe ilustre, não pode esperar um sabor diferente num saco de farinha "podre" , trocando apenas a panela 🍲
  • Curtir
  • Responder
5
Emídio Jemisse Guambe
Os nossos ditos académicos, a prestar uma assessoria gratuita ao candidato dos ladrões do voto. Vocês envergonham
  • Curtir
  • Responder
3
Alvaro Fausto
Caro ilustre amigo, advogado Custódio Duma,
Li o seu texto e permita-me colocar alguns contrapontos para que possamos reflectir, juntos, sobre os temas abordados e as questões subjacentes à análise da figura de Daniel Chapo e do actual contexto político moçambicano. Reconheço o esforço em apresentar Chapo como uma figura emergente e íntegra, mas o texto apresenta vícios e um tendencionalismo que não podem passar despercebidos. Vou expor os pontos principais que, a meu ver, merecem revisão ou contraposição.No início do seu texto, destaca-se a “longa espera” pelos resultados como uma característica marcante deste ciclo eleitoral, mas não há menção ao contexto maior: as denúncias de falta de transparência e a percepção generalizada de que estas eleições foram tudo, menos livres e justas. Nacional e internacionalmente, observadores denunciaram irregularidades como enchimento de urnas, intimidações e exclusão de delegados da oposição. Ignorar esse quadro é minimizar o peso que a falta de transparência tem na contestação popular.A longa espera não é apenas um factor isolado de incômodo; é sintoma de um sistema eleitoral desacreditado. A confiança no processo foi profundamente abalada por essas denúncias, e omitir esse aspecto enfraquece qualquer tentativa de explicar a vitória de Chapo sem abordar os verdadeiros problemas das eleições.O ilustre descreve Chapo como um homem de integridade, cuja trajectória pessoal estaria isenta das máculas que caracterizam o partido Frelimo. Contudo, é impossível dissociá-lo do sistema político que o sustenta. Ele não é apenas uma figura que emerge, mas um representante activo de uma máquina política que governa Moçambique há quase cinco décadas, marcada por corrupção, nepotismo e clientelismo. Além disso, durante o seu tempo como governador em Inhambane, não há registos, pelo que eu saiba, de políticas ou iniciativas que tenham provocado transformações significativas. A integridade pessoal, que concordo que o candidato possa ter, não basta para desassociar Chapo do partido que representa. A Frelimo é, quando muito, responsável pelos problemas que hoje alimentam as manifestações populares, e ele não pode ser apresentado como um actor independente ou reformador dentro desse sistema. O texto sugere que a diferença entre o campo e a cidade explica os resultados eleitorais. No entanto, é preciso questionar essa dicotomia no contexto actual. Jovens, tanto no campo quanto na cidade, estão mais conectados do que nunca, graças às redes sociais e outros meios de comunicação. A insatisfação com o desemprego, a falta de oportunidades e o distanciamento do governo é generalizada e transcende fronteiras geográficas.A ideia de que o apoio no campo foi decisivo para a vitória de Chapo ignora a complexidade do eleitorado e minimiza o impacto da manipulação do processo eleitoral. Jovens, rurais ou urbanos, partilham os mesmos anseios por mudanças, e não há evidências claras de que essa "dicotomia" explique os resultados, especialmente diante das irregularidades apontadas.O amigo afirma que a oposição não teria capacidade de vencer devido à sua fragmentação. Porém, essa análise desconsidera o ambiente hostil enfrentado pelos opositores. Assassínios, perseguições e intimidações são práticas que minam qualquer tentativa de organização da oposição. Além disso, o fenómeno Venâncio Mondlane mostrou a capacidade de mobilização de uma figura carismática, mesmo em meio a tantas dificuldades.A oposição pode enfrentar desafios internos, mas reduzir sua incapacidade de vencer à fragmentação é ignorar os métodos sistemáticos usados para enfraquecê-la. Venâncio Mondlane provou que há uma força política emergente capaz de aglutinar descontentes, algo que você parece não considerar em sua análise.O seu texto sugere que Chapo poderia liderar uma agenda de reformas eleitorais para restaurar a confiança nas instituições. Contudo, a sua vitória está justamente manchada pelas irregularidades que ele deveria corrigir. Promover reformas exige reconhecer as falhas do sistema, algo que nem ele nem o partido demonstraram disposição para fazer.Esperar que um líder beneficiado por um sistema viciado seja o agente da sua transformação é, no mínimo, contraditório. Reformas genuínas exigem transparência e vontade política, algo que não tem sido demonstrado pela Frelimo ou por Chapo até agora.Você conclui defendendo que Chapo poderia revitalizar a Frelimo, resgatando o seu espírito original de serviço ao povo. No entanto, a estrutura centralizada e hierárquica do partido torna essa renovação praticamente impossível. A Frelimo, como está hoje, depende de práticas clientelistas e do controle do poder para sobreviver.A renovação da Frelimo exigiria uma ruptura com o modelo actual, algo que Chapo, como membro da sua elite, dificilmente estaria disposto a fazer. Sem mudanças estruturais, falar de renovação é perpetuar uma ilusão.Ilustre amigo, o seu texto busca construir uma imagem positiva de Daniel Chapo e apresenta argumentos para justificar a sua vitória. No entanto, a análise ignora ou minimiza factores essenciais: o descrédito do processo eleitoral, as denúncias de fraude, o ambiente repressivo enfrentado pela oposição e o papel estrutural da Frelimo nos problemas do país. Daniel Chapo, como figura política, não é independente do sistema que o elegeu. Para que Moçambique avance, é necessário mais do que um rosto novo dentro do mesmo sistema desgastado; é imprescindível uma transformação profunda que inclua transparência, reformas estruturais e abertura ao pluralismo político. Essas mudanças não parecem possíveis sob a liderança de um partido que tem historicamente resistido a elas. Mas, enfim, tudo pode acontecer havendo vontade de todas as partes.
Com estima e votos de uma reflexão colectiva para o bem de Moçambique.
Álvaro Taruma (poeta)
  • Curtir
  • Responder
12
Jordão Domingos respondeu
 
2 respostas
Há 4 horas
Jesuel Ordem Cassimo
Aguardo também outro ponto de vista em relação a outro canditado, neste caso o VM7. Tendo em conta que ninguém foi proclamado vencedor pelo CC.
  • Curtir
  • Responder
2
Alessandro Realista
Custódio Duma, de forma honesta, que evidências o senhor têm para afirmar de forma categórica que Chapo venceu as eleições, principalmente por ter um grande apoio nas áreas rurais? Que apoio?
Aquelas aglomerações que vimos nas áreas rurais não estavam lá para legitimar especificamente o Chapo, mas era a máquina da frelimo a funcionar. Nada gerante que aquelas aglomerações votaram no Chapo.
O senhor é advogado, mas do que escrever um texto tendencioso como este, deveria exigir que o CNE e o CC reponham a verdade eleitoral. Se Chapo venceu, na qualidade de SG e candidato pelo partido frelimo, deveria exigir que as instituições reponham a verdade e provem que ele venceu.
Até hoje não existem provas materiais ( o próprio CNE não apresentou) que atestam a vitória da frelimo e Chapo.
Onde encontrou os dados?
Chapo é pecador, e não pelo contexto como pretende fazer parecer, mas por escolha própria, ao manter-se calado perante a morte de mais de 50 cidadãos e manter a máquina que trucida este país em funcionamento, sem reagir.
Por favor, senhor académico, vamos ser sérios. este país caminha para o abismo por falta de seriedade, principalmente de pessoas como tu, que são, até certo ponto, reservas académicas visíveis.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
4
Alessandro Realista respondeu
 
2 respostas
Há 4 horas
Francisco Joao Zuba Zuba
Gosto muito das suas análises dr. Duma, mas vou imprimir para ler de Madrugada ou peço alguém meter gosto no meu comentário para voltar a ver. Agradecia!
  • Curtir
  • Responder
2
Mário Teixeira
Custodio Duma sobre as distâncias cidade campo em termos populacionais e viabilidade, intriga-me que em Inhambane haja reivindicação eleitoral e existencial igual a da população "citadina", se de cidade se pode falar, na dimensão geográfica de onde se chama cidade no país, considerando que a "personagem" do seu enredo era governador de lá, Inhambane, até à data de sua surpreendente indicação a candidato e até a poucos dias de 9 de Outubro: será que pouco ou nada fez de palpável e vistoso para que hinos de louvores se entrassem em Inhambane pela "eleição" fruto de todos os atributos profissionais e pessoais? Explicado isso, agradeceria imenso, pois curaria o meu pensar pequeno que me gera intriga nisso.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
Heitor Guedes
Shame on you Custodio Duma . Este texto promove indecência nos processos eleitorais. Tem muitos dados falsos, a título de exemplo o senhor diz que Chapo teve apoio no meio rural, acho que estamos em países diferentes. Apoio não é feito na base da coacção, as enchentes nos comícios é axiomático, inconteste e irretorquivel que são provenientes da manipulação. Se assim fosse esses do meio rural também estariam a se manifestar, como é característico do partido FRELIMO uso dos ditos grupos de choque. Numa época turbulenta evitemos a desonestidade intelectual.
  • Curtir
  • Responder
  • Editado
2
  • Curtir
  • Responder
Jorge Adelino Zaia
Parabéns, bela reflexão dr. Duma.
Sem nenhum tom de obrigatoriedade, mas como forma de demonstrar imparcialidade, que é uma das várias qualidades que te “caracteriza”. Pedimos primeiro, em nome dos tais ditos 20%, que partilhe uma outra reflexão mas num sentido oposto. Para uma situação em que VM7 seja o real vencedor.
Passando pelos desafios socioeconômicos até as disputas internas pelo poder. O objetivo é oferecer uma visão profunda e estratégica para se entender melhor a dinâmica e os interesses desses atores e da nação no geral.
Afinal de contas, se o CC ainda não deu o veredito final até hoje, é porque a decisão a ser tomada não é tão óbvia quanto pareceu nesse post. Faça essa radiografia.
E por fim, pedimos essa aula em nome de todos moçambicanos, sem exceção.
  • Curtir
  • Responder
2
Carmen Alteza
“Embora Daniel Chapo tenha tido um grande apoio nas zonas rurais, como se viu durante a sua campanha eleitoral, já não o foi nas cidades, o que para muitos cria a confusão de fundo nos resultados eleitorais, pois, é no campo que está a maior parte dos eleitores, mas é na cidade que reside a maior visibilidade.”
“Embora não haja dúvidas que a oposição não conseguiria vencer estas eleições gerais e presidenciais (…), o excesso de ilícitos eleitorais, muitos deles atribuídos às instituições de administração do processo, mancharam a vitória de Daniel Chapo.”
“Chapo, nem precisava da intervenção de sistemas fraudulentos (…)”
Dr. Duma, não nos distraía com o seu texto tendencioso. Estamos atentos.
  • Curtir
  • Responder
3
Sérgio Lino - Pássaro
Um texto cheio de mentiras.
  • Curtir
  • Responder
2
Maryto Marcos
Em que zonas rurais foi votado?
  • Curtir
  • Responder
Elvis Elvira Pataca
Grande e rica abordagem porém, segundo David Easton:
"...quando á confiança nas instituições públicas é minada, à legitimidade do governo é posta em causa...."
Portanto, não é sobre Chapo mas sim o governo da Frelimo que já perdeu toda à legitimidade e foi desacreditada pelo povo...
  • Curtir
  • Responder
2
Cadu Moreira respondeu
 
1 resposta
Há 4 horas
Fajama Moz
Perdeste a tua carteira profissional hoje?
  • Curtir
  • Responder
Milagre Papy Rindzela Jr.
“Embora Daniel Chapo tenha tido um grande apoio nas zonas rurais, como se viu durante a sua campanha eleitoral, já não o foi nas cidades, o que para muitos cria a confusão de fundo nos resultados eleitorais, pois, é no campo que está a maior parte dos eleitores, mas é na cidade que reside a maior visibilidade.”
O mais engraçado é que foi nas tais zonas rurais que houve maior NR de enchimentos.
Dr. Duma, procura lá outro Papo, nessa já não caiumos.
  • Curtir
  • Responder
Nico Voabil
Mar de letras, enfim, eu gosto de ler até porque não perco nada. Cá entre nós, quanto é que te deram para falar bem do sujo?, é muito estranho, tudo bem que a sujidade é herdada. Mas é tarde, não há condições...parem de receber dinheiro em troca de dar banho porcos.
  • Curtir
  • Responder
Matilwene Bucar
É que ele nem vai governar para sentir esses 4 pecados, esses desafios não terá porque continuará governador de Inhambane de onde nunca devia ter saído. Já basta o txoti agora um eucalipto? Moçambique não merece
  • Curtir
  • Responder
Alfredo Mandlate 
Seguir
Quem lhe elegeu, desiste logo no parágrafo que dizia...sendo candidato eleito...não quis saber de mais nada, me apercebi da tendência do texto, não é do meu interesse...
  • Curtir
  • Responder
Rafael Duarte
Ninguém pode me convencer que este texto é do Custodio Duma. Existe por acaso um censo pôs eleitoral que indique que houve afluência nas urnas em zonas rurais em detrimento a urbanas?
  • Curtir
  • Responder
Member Man - Limeme
Estás a trair-te a ti, e a trair ao povo! Esse artigo simplesmente trata de lhe dar saídas e não vi ali algo que os jovens ao ler possam ver em si alguém que fala também pelos outros. Apenas se limita a dizer se ele ganhar, mas ele perdeu, até aqui não conseguiu provar isso, ele não deve governar ilegitimamente. Peço que fale bonito do Venâncio Mondlane como falou aqui dele, não há nada de pecados... Shame, shame!
  • Curtir
  • Responder
2
Peixoto Maria
Há enviesamento no texto...
Viegas Zunguene
Caro Custodio Duma , ao ler sua análise sobre Daniel Chapo, não posso deixar de expressar indignação pela forma como omitiu os eventos mais graves que marcaram este ciclo eleitoral, pintando um quadro que está longe da realidade enfrentada pelo povo moçambicano. Os assassinatos de Elvino Dias , advogado e assessor pessoal de Venâncio Venâncio Mondlane , e de Paulo Guambe , mandatário do partido Podemos que apoia Mondlane, são exemplos claros de um regime que sufoca a oposição e viola direitos fundamentais sem qualquer consequência. Até hoje, esses crimes permanecem sem desfecho, perpetuando a impunidade.
Além disso, os mais de 60 mortos e feridos durante manifestações contra os resultados eleitorais, vítimas de balas reais disparadas pela polícia, representam uma tragédia que o senhor optou por não mencionar. Esses cidadãos, que apenas exigiam justiça eleitoral, foram silenciados pela violência estatal. Ignorar isso é desprezar o sofrimento e a luta do povo moçambicano por liberdade e democracia.
Apresentar Daniel Chapo como uma figura de esperança é desconsiderar o contexto de insatisfação e desconfiança generalizada em relação ao regime. Chapo não possui nem autonomia nem poder de comando para representar a ruptura com o sistema desacreditado que ele próprio integra. Não será ele, tampouco, o salvador de um país que clama por mudanças profundas.
Sua análise é não apenas parcial e tendenciosa, mas também parece alinhada a interesses que priorizam a manutenção do status quo. Essa postura não serve ao povo, mas sim à perpetuação de privilégios de uma elite política desconectada da realidade. Moçambique precisa de discursos honestos, que coloquem as dores e demandas do povo no centro, e não de narrativas que confundam e desviem o foco das questões cruciais.
O silêncio sobre esses fatos, e a tentativa de projetar uma falsa normalidade, é um desserviço ao debate público e à democracia. É imperativo que quem comenta a política moçambicana assuma o compromisso de refletir as vozes das ruas e denunciar as injustiças, em vez de se tornar cúmplice de um regime opressor.
2
Wilson Mondlane
Ilustre Custodio Duma um dos seus pecados neste texto é mencionar que Daniel Chapo é o candidato presidencial eleito. Facto que não constitui verdade