OS 15 MINUTOS DE PARAGEM
Às 12 e ponto, da quarta feira, a circulação rodoviária e muitas actividades na Cidade de Maputo, observaram uma suspensão de 15 minutos.
Era uma forma de protesto que, tem como pano de fundo os fraudulentos resultados eleitorais do acto de votação que teve lugar há mais de 40 dias, cujos resultados continuam num outro estágio de cozedura e arranjos.
De forma voluntária, as pessoas suspenderam a marcha das suas viaturas, imobilizando-as no meio das vias, ao som das buzinas, noutras, os seus condutores sairam delas para "relaxarem" nas faixas de rodagem, ao sabor das trombetas dos 15 minutos de paralisação das actividades.
Enquanto uns tinham as faixas de rodagem como o palco, as pessoas que estavam nas instituções, públicas ou privadas, temporariamente, suspenderam as suas actividades, fazendo-se às varandas, aos pátios, aos corredores e às escadarias frontais dos edifícios e das suas instituições, num claro e inequívoco gesto de apoio e adesão ao protesto. Muita gente estava vestida a rigor, a preto.
Escusado seria tentar fingir que toda a baixa da cidade, o coração económico da cidade, de uma ou de outra forma, aderiu ao inusitado protesto.
Viu-se trabalhadores das instituições públicas e privadas, tais como bancos, incluindo os do Banco Central que, igualmente, não quiseram perder a ocasião, uns servindo-se do pretexto de só queriam ver o que estava acontecendo, quando, em verdade, era o mecanismo de apoio e adesão ao evento que elas encontraram, para não sofrerem represálias.
Nas estradas, cantou-se e dançou-se, ouviram-se apitos, assobios e diversos tipos de declarações que, mais do que os resultados eleitorais, usaram da ocasião para exporem o seu descontentamento, o qual é uma das consequências da governação que vigora.
Como não deixaria de ser, não faltaram pessoas que condenaram o protesto entretanto, igualmente seria escusado exigir que toda a gente estivesse alinhada em 100%.
Isso nunca vai poder ter lugar, num país com alguns disfarces de democracia.
Afinal, aquilo contra o qual as pessoas protestaram, há quem disso tira proveito.
A desgraça de uns, é vantagem de outros.
O opressor de uns, é ovacionado pelo beneficiários da opressão, tal como Staline, Hitler, Mussolini, Idi Amin, Bokassa, o Fascismo, a Escravidão, o Apartheid, outras ditaduras e malefícios históricos, sempre tiveram os seus adeptos, sempre há que deles tirou proveito e proventos.
É óbvio que, numa sociedade moçambicana onde há choros por todos os lados, há quem tem nesses choros a sua fonte de bem estar. O sofrimento de uns é a fonte de alegria de outros.
Por isso, ao protesto voluntário de ontem, é escusado que dele se cobrasse uma adesão em 100%. Mesmo na retrógrada Coreia do Norte, isso não há, apesar da doutrina da imposição.
O mais importante é que a maioria "maior", aderiu de forma livre e espontânea aos 15 minutos de protesto.
COISA CURIOSA
Em todo o evento de ontem, não se viu nenhum polícia.
Não se viu nenhum blindado, não se lançou nenhum gás lacrimogéneo, não houve quer perseguições, quer correrias, nem mesmo detidos.
Não houve qualquer ferido e, consequentemente, não há como falar em mortes.
Não se viu quaisquer actos de vandalismo, destruição de bens públicos ou privados.
Pelo que ouvi, o protesto voltará a ter lugar, à mesma hora, por mais 2 dias.
Só espero que, quem de direito, não se tenha irritado com a disciplina que caracterizou o protesto de ontem e decida preparar e infiltrar vândalos para contrariarem a paz, o sossego, a disciplina e o civismo que marcou o protesto do dia de ontem.
Até prova em contrário, o papel da polícia e a forma como esta lida com as pessoas é que, em grande parte, tem dado causa aos tumultos que resultam em destruição de bens e morte de pessoas.
Afinal.... Na Cidade de Maputo, é possível um protesto público, sem escaramuças e sem derramamento de sangue.
Tudo depende da conduta da polícia.
Parece que a Polícia ao nível das Cidades de Maputo e Matola foi buscar os bons usos e costumes da Polícia, na condução das manifestações públicas nas cidades da Beira e Quelimane.
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22022042 comentário
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Marcos Zacarias Timbane
Excelente observação Dr.
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Simões António José
O regime rendeu-se aos pés do povo. Custa é apenas reconhecer mas apanharam no focinho...
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Júlio Massango respondeu
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Josina Tembe
Está de parabéns como sempre. Muito simples e objectivo na sua explanação
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Dino Primeiro
Uma estratégia bem pensada do Venâncio!!
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Antonio Amine
Uns tantos outros foram obrigados a parar! Não tenhamos dúvidas disso também
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Antonio Amine respondeu
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Olivia Mondlane
Ficou claro que quem eh que quer, gosta, reproduz, faz, manda fazer violencia. Ontem foi neutralizado um cidadao, um cidado de calçoes, camisete e chinelos, com arma de fogo e pronto a disparar, graças a monitoria feita, o pior nao aconteceu.
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Olivia Mondlane respondeu
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Manuel Mageta Taque
A polícia não tinha por onde passar, as vias estavam ocupadas.
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Mauro Fondo
Certíssimo. As mudanças e técnicas são um verdadeiro trunfo para alcançar a vitória.
Para vencer uma batalha é preciso aprender o máximo o seu inimigo. Assim vm7 e o povo oprimido estão fazendo.
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Mauro Fondo
Até a viatura da polícia vi num dos entroncamentos dos semáforos parar por 15 minutos a comprir as ordens do povo moçambicano dadas pelo seu representante Venâncio Mondlane. O país parou por 15 minutos e tudo parou de funcionar.
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Sérgio Monteiro Rodrigues
Esperemos pelo dia de hoje para ver se não há infiltrados com atitudes de vândalos.
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Armindo China Mathe
Povo no poder... Este país é nosso.
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Mirex Dalaximiro Chivulele
Povo no poder ,viva comandante em chefe Venâncio Mondlane
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Adriano Fernando
Sempre com boas observações.
Parabéns
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Pitcho Ralph
Ainda estão a pensar em como inviabilizar essa manifestação pacífica
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Pascoal Mazive Americo
Magnifico,sua abordagem
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Andre Jorge Chifeche
Há quem sem sucesso tentou esperimentar a paciência dos manifestantes. O "SERNIQUICE" dele não funcionou.
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Joao Sergio Mabacamele
Ilustre na lista faltaram, saddam Hussein, August Pinochet, Nicolas Maduros, Blaise Campaoré, Paul Pott do cambodja, Slobodan Milovic...
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Fercilio Mondlane
Estou a gramar
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Rhemis Jone
OBRA DA FRELIMO Tentaram:
Plano A: Recenseamento fantasma - Fracassou
Plano B: Exclusão - Fracassou
Plano C: Recolha de cartões - Fracassou
Plano D - Imprimir boletins de votos adulterados - Fracassou
Plano E - Enchimento - Fracassou
Plano F - Falsificação de actas e editais - Fracassou
Plano G - Retirada de poderes dos Tribunais - Fracassou
Plano H - Assassinato de opositores - Fracassou
Plano I - Boicotar homenagens a opositores - Fracassou
Plano J - Corte de Internet - Fracassou
Plano K - Desmobilizar manifestações pacíficas - Fracassou
Plano L - Controlo de Mídia - Fracassou
Plano M - Envio de Militares do Povo contra o Povo - Fracassou
Plano N - Detenções para desencorajar - Fracassou
Plano O - Culpar agenda externa - Fracassou
Plano P - Expulsar jornalistas estrangeiros - Fracassou
Plano Q - Chamar Embaixadores para manipular - Fracassou
Plano R - Balear, lançar gás e matar manifestantes para desencorajar - Fracassou
Plano S - Fingir solidariedade para com os manifestantes no hospital - Fracassou
Plano T - Fazer vídeos de personalidades - Fracassou
Plano U - Enviar milícias para os bairros para criar terror - Fracassou
Plano V - Ligar para pessoas nos grupos a ameaçar - Fracassou
Plano W - Criar discórdia entre partidos - Fracassou
Plano X - Atropelar manifestantes - Fracassou
Plano Y - Usar o futebol para fazer o povo esquecer - Fracassou
Plano Z - Assinatura secretamente compulsiva de queixa crime - Quase a fracassar
Chegados aqui, só restava se livrar do antigo Director e entrar nas contingências. Se este falha, ou um novo alfabeto será gerado, ou terão de fazer o correcto repondo a verdade. Por isso entra em cena o plano Cabo Delgado:
Plano Contigencial - Terror das Fake News - De acordo com fontes bem posicionadas na secreta foram geradas milhares de contas de redes sociais usando inteligência artificial para desinformar aos moçambicanos, criar revolta e terror entre os manifestantes, criar desavenças, assustar a classe média-alta e colocar activistas a lutar contra activistas.
Nossos amigos lá dentro pedem para não caírmos nisto.
A verdade nunca esteve tão perto, que começamos a duvidar de nós mesmos, dos nossos valores, do que vemos.
Sempre acreditamos que havia terrorismo em Cabo Delgado porque o ilusionismo tem poder. Fecha os olhos, volte a abrir, veja as imagens de todas as vítimas da brutalidade estatal nos últimos dias, sintonize "Mentiras da Verdade" do mano Azagaia e volte a ver todos os vídeos e ler todos os textos.
AGORA ESTA PAGAR JOVENS PARA SE INFILTRAR NA MANIFESTAÇÃO E CRIANDO DESORDES ,PARA CULPAR PESSOAS QUE APOIAM VENÂNCIO.
FRELIMO usou todas letras Alfabética,de A até Z, todas letras planos falhados
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