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CARTA
AO PROF. DR. HÉLDER MARTINS
Caro Professor,
Tendo a sua carta suscitado grande alarido junto dos vários extractos populacionais que se expressam nas redes sociais, sinto-me na obrigação de apresentar a minha pública contribuição sobre a sua carta de demissão da Comissão Científica. Passo a comentar a sua intervenção inicial e depois vou comentar as suas discórdias que fizeram transbordar o copo de água.
Sobre a intervenção inicial devo dizer que nunca esperaria de si tanta soberba científica da parte da parte de quem jogou um papel fundamental na luta de libertação do país e se tornou, após a Independência, no primeiro Ministro da Saúde do país, tendo prosseguido uma política de saúde pública de tal qualidade que o nosso país foi apontado em todo o mundo como um exemplo a seguir nessa área. Os cuidados de saúde primários foram um grande sucesso que muito deve à sua acção e perseverança. Não Prof. Dr. Hélder Martins, o senhor não é uma dos maiores especialistas de Covid 19 em todo o mundo. Nem de perto nem de longe. O senhor é um grande moçambicano que deu um contributo inestimável à edificação do nosso Sistema Nacional de Saúde.
Em relação à competência para dirigir a luta contra a pandemia do corona vírus, ela está a ser dirigida em todo o mundo, mal ou bem, por políticos com o conselho mais ou menos avisado, mais ou menos aceite, dos cientistas. Em todo o lado, tal como é de esperar, são os políticos que tomam as decisões. Não entendo por que razão o nosso país podia ou devia fazer diferente e colocar as decisões nas mãos dos cientistas.
O ponto seguinte da sua carta suscita dúvidas. Alguns membros da referida Comissão exprimiram em público opiniões pessoais desde a sua criação. A título de exemplo, o próprio Prof. Dr. Hélder Martins o fez, o Dr. Avertino Barreto e Mia Couto expressaram as suas opiniões em público. No entanto, sinto-me inclinado a concordar que as recomendações da Comissão deviam ser tornadas públicas. Isso só acrescentaria valor à nossa democracia pois permitia ao Governo explicar as razões que o tinham levado a não seguir as recomendações da comissão técnico-científica sobre determinada matéria. Isto chama-se transparência, ou seja, tornar as decisões governamentais transparentes para os cidadãos.
Em relação à afirmação de que “a Comissão deve ser para aconselhar o País e não só o Governo. Esse é outro grande equívoco que reduz o impacto da existência duma Comissão Técnico-Científica. Uma Comissão Técnico-Científica deve ter um importante papel de Educação para a Saúde, de toda a população” faz-se uma confusão elementar entre o papel que uma comissão técnico-científica de saúde deve ter e o papel do Ministério da Saúde. É evidente que em momento algum se deve advogar que as competências mais básicas do Ministério da Saúde sejam atribuídas a uma Comissão Científica.
A abordagem da questão das ONG’s faz algum sentido mas esconde o facto de haver numerosas ONG’s que estão a participar no apoio aos órgãos centrais no MISAU no combate ao coronavírus. O problema está justamente aí: esse apoio centra-se apenas nos órgãos centrais e não de forma descentralizada em todo o país. O mesmo se passa com as próprias estruturas locais do Ministério da saúde que não parecem suficientemente mobilizadas para participar nas acções concretas de prevenção da pandemia. Sabemos que as máscaras e o distanciamento social são as estratégias críticas na prevenção do COVID19. Como devemos fazer a nível dos bairros, paragens, lojas, instituições para diminuir o contágio? Falo concretamente dos activistas locais de saúde que são, em muitos casos, financiados pelas ONG’s.
De resto, estou de acordo com algumas proposições apresentadas, nomeadamente sobre a importância da vitamina D, a que acrescentaria o Zinco e a vitamina C, pois todos têm o mesmo papel. Não são tratamento do COVID19 mas reforçam o bom funcionamento do sistema imunitário (há uma quase unanimidade mundial sobre esta matéria) e em total desacordo com observações sobre viseiras e ginásios dada a sua menor relevância no que respeita à prevenção.
Com elevada consideração,
Ricardo Santos
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Luis Baptista
"...o senhor não é uma dos maiores especialistas de Covid 19 em todo o mundo..." qual eh a relevancia disto na sua analise?
"...o senhor não é uma dos maiores especialistas de Covid 19 em todo o mundo..." qual eh a relevancia disto na sua analise?
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· Yanıtla · 4s
Ricardo Santos
Luis Baptista , o meu amigo leu a carta do professor? A parte inicial é sobre as suas qualificações.
Luis Baptista , o meu amigo leu a carta do professor? A parte inicial é sobre as suas qualificações.
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Luis Baptista
Ricardo Santos sim li
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· Yanıtla · 4s
Lory Sipuma
Ricardo Santos Com que base o refuta? Bíblica? "pode vir alguma coisa boa de Nazaré" João 1.46
Ricardo Santos Com que base o refuta? Bíblica? "pode vir alguma coisa boa de Nazaré" João 1.46
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· Yanıtla · 3s
Germano Pais
Continuam a discutir políticas, queremos soluções. Não entendem? O Dr. HM sabe muito bem do que fala, têm consistência seus argumentos. Ele já foi político outrora. Ainda têm dúvida do que ele sabe?
Continuam a discutir políticas, queremos soluções. Não entendem? O Dr. HM sabe muito bem do que fala, têm consistência seus argumentos. Ele já foi político outrora. Ainda têm dúvida do que ele sabe?
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Jessemusse Cacinda
De sua autoria? Gostei do exercicio. Não é apenas destruir o médico, mas discutir os pontos que ele levanta como fez o autor desta carta
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· Yanıtla · 4s
Ricardo Santos
Jessemusse Cacinda sim, esta carta é minha.
Jessemusse Cacinda sim, esta carta é minha.
Beğen
· Yanıtla · 4s
Jessemusse Cacinda
Certo. Este é um bom exercicio. Há uma onde que está concentrada apenas a atacar o velho. Alguns p chamam de pseudo professor, outros ainda o chamaram de false médico, mas ninguem fez um debate assim como este que o meu conterraneo faz. Por isso saúdo. Abraços e bom Domingo e precisamos de tomar nossa cerveja.
Certo. Este é um bom exercicio. Há uma onde que está concentrada apenas a atacar o velho. Alguns p chamam de pseudo professor, outros ainda o chamaram de false médico, mas ninguem fez um debate assim como este que o meu conterraneo faz. Por isso saúdo. Abraços e bom Domingo e precisamos de tomar nossa cerveja.
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· Yanıtla · 4s
Ricardo Santos
Jessemusse Cacinda bom domingo! Grande abraço!
Jessemusse Cacinda bom domingo! Grande abraço!
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· Yanıtla · 4s
Charles Brown
Ricardo Santos e Jessemusse Cacinda, quero fazer parte dessa cerveja. E tenho certeza que irei sair com mais bagagem de conhecimento do que de embriaguez. Espero o convite dos dois.
Abraço e bom domingo
Ricardo Santos e Jessemusse Cacinda, quero fazer parte dessa cerveja. E tenho certeza que irei sair com mais bagagem de conhecimento do que de embriaguez. Espero o convite dos dois.
Abraço e bom domingo
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· Yanıtla · 3s
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Forbes Nhaca
Certo
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· Yanıtla · 4s
João Pedro Muianga
Voilá, coerente!
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· Yanıtla · 4s
Mutapate
Interessante
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· Yanıtla · 3s
Manjate Custodio
Acto da cidadania da discussão do problema repleto de princípios éticos.
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· Yanıtla · 3s
Amir Fernando Agy
Concordo
Desta vez, estamos juntos.
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· Yanıtla · 3s
Salvador Ernesto Muchidão
O Ricardo Santos sempre quer aparecer até onde não é chamado, querer fama a custa alheia
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Beğen
· Yanıtla · 3s
Manjate Custodio
Salvador Ernesto Muchidão e você quem te chamou?
Salvador Ernesto Muchidão e você quem te chamou?
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· Yanıtla · 2s
Sergio Serpa Salvador
Salvador Ernesto Muchidão , como é possível escrever isso no mural alheio? Haja decência, faz favor!
Salvador Ernesto Muchidão , como é possível escrever isso no mural alheio? Haja decência, faz favor!
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· Yanıtla · 2s
Benildo Muquingue Nhamir
Salvador Ernesto Muchidão não se trata de querer aparecer. É uma questão de uso da liberdade de expressão e disposição para o debate. Ricardo Santos está a colocar seu posicionamento.
Agora os #bobós pensam que quer fama ou aparecer.
Salvador Ernesto Muchidão não se trata de querer aparecer. É uma questão de uso da liberdade de expressão e disposição para o debate. Ricardo Santos está a colocar seu posicionamento.
Agora os #bobós pensam que quer fama ou aparecer.
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· Yanıtla · 1s
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Dércio Tsandzana
Na verdade fica-se com a ligeira impressão que estamos a prestar algum favor quando assumimos fazer parte de tais comissões. Insisto num debate que levantava em Janeiro passado: entre o tempo do político (quem decide) e o tempo técnico (quem pensa em soluções da medicina) parece existir uma grande diferença. Quem ganha: o médico ou o político? Como equilibrar? Quem está certo? O médico que recomenda ou o político que deve estar preocupado com a próxima eleição?
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· Yanıtla · 3s
Charles Brown
Dércio Tsandzana, as decisões técnicas não são visíveis, o político faz cálculo de acordo com seus interesses e metas.
Os resultados políticos têm efeitos imediatos, enquanto as técnicas têm médio e longo prazo.
Os técnicos são assessores dos políticos, e esses tomam decisões onde a balança pesa mais.
A carta do Dr. Hélder Martins está publicada no site da "Carta de Moçambique", pode ver no meu mural, partilhei, vai tirar as suas ilações.
Dércio Tsandzana, as decisões técnicas não são visíveis, o político faz cálculo de acordo com seus interesses e metas.
Os resultados políticos têm efeitos imediatos, enquanto as técnicas têm médio e longo prazo.
Os técnicos são assessores dos políticos, e esses tomam decisões onde a balança pesa mais.
A carta do Dr. Hélder Martins está publicada no site da "Carta de Moçambique", pode ver no meu mural, partilhei, vai tirar as suas ilações.
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· Yanıtla · 1s
Dércio Tsandzana
Caro amigo, li a carta fazem horas, do início ao fim. Não estou necessariamente a discutir a figura que publicou a carta, não é essencial. Levanto questões para reflexão, e não necessariamente o sujeito que publicou. Digo, entre o tempo técnico (medicina) e tempo político (quem dirige) precisamos de ter algum equilíbrio.
Caro amigo, li a carta fazem horas, do início ao fim. Não estou necessariamente a discutir a figura que publicou a carta, não é essencial. Levanto questões para reflexão, e não necessariamente o sujeito que publicou. Digo, entre o tempo técnico (medicina) e tempo político (quem dirige) precisamos de ter algum equilíbrio.
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· Yanıtla · 53d
Charles Brown
Dércio Tsandzana acho que dei o meu ponto de vista nessa questão. Não existe no mundo uma decisão técnica que transcende a decisão política. Quando disse para ver o texto, é nele tem exemplos dos EUA e Brasil onde as decisões foram políticas. A vizinha Tanzânia, também política.
A retirada do apoio dos EUA à OMS, foi política não técnica, a guerra comercial entre China e EUA é política não técnica.
Em Suma as decisões técnicas só interessa a política quando abordam elementos que trazem soluções imediata.
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· Yanıtla · 1d
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Tiziano Cirillo
Ser especialista e ter lido artigos cientificos sao coisas diferentes. Descartes dizia que quanto mais estudo, tanto mais sei de nao conhecer nada...
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· Yanıtla · 3s
Orlando Chirrinze
Subscrevo, caro Ricardo Santos
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· Yanıtla · 3s
Sergio Serpa Salvador
Braavo, Ricardo Santos. Assim o debate sai fortalecido.
Prometo voltar amanhã!
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· Yanıtla · 2s
Carla Rossina Massunda
Muito certo
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· Yanıtla · 2s
Dimas Xavier
Muito bem dito!
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· Yanıtla · 2s
Adelino Branquinho
Gostei de ler, afinal, o politicamente incorreto, e o cientificamente correto, quando convergem, podemos encontrar o ponto de equilíbrio, que é o senso comum.
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· Yanıtla · 2s
Mário João Francisco Francisco
Depois sao bebés que sofrem de hepilepsia que insultam Dr Martins. Que pena
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· Yanıtla · 1s · Düzenlendi
Ussene Paulino Ussene
O facto de todo o mundo estar a fazer determinada coisa de forma igual, será que é por si só garante de isto estar certo??
Ainda que em todo o mundo a gestão da Covid-19 esteja a cargo dos politicos, que tal se aqui no nosso quintal fosse a secreta comissão a lidar com isto??
Que tal??
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