sexta-feira, 23 de abril de 2021

Como se implantou o jihadismo em Moçambique?

 

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JJLABORET said...


Caro Frank,
Agradeço-lhe pela sua postagem dos "links' relacionados com a matéria em tela!
Várias opiniões, que convergem para um mesmo problema, desnudando a incapacidade da Frelimo de lidar com os factos em ocorrência na região norte de Moçambique.
Como entender, que um país que destinou milhões de dólares para a compra de embarcações, essas que nunca mostraram sua utilidade ao país? E o "roubo" decorrente dessa tramóia, que até hoje está gritando pelos autores? Moçambique não é nem nunca foi um país sério!
Suas terras são promissoras para a redenção da sua economia e seu povo: tem níquel, ouro, carvão, diamantes, madeira (com reserva), fauna, e... TERRA AGRICULTÁVEL, COMPARÁVEL COM A TERRA DO BRASIL: "em se plantando, tudo dá" ! Mas o país é POBRE em patriotismo e lhe rareia o "homem" na acepção da palavra! Faltam "homens" em Moçambique, e sobram crápulas, ladrões, lagalhés e vís palhaços!

Voltando ao assunto, digo que afastem esse sonho de uma "intervenção armada" da ONU nos conflitos que espoucam no Norte! A ONU não é para isso, tem suas regras, sua competência firmada. APESAR DE ESTAR "MAL AFAMADA", NÃO É UM SIMPLES JOGUETE PARA A DIVERSÃO DE TÍTERES! O caso de Moçambique é puramente de "economia interna", ou seja, não é um conflito bilateral ou multilateral, de desrespeito de fronteiras nem de invasão externa. Poder-se-ia errôneamente comparar com Haiti, mas as realaidades foram diferentes: O Haiti foi o cáos civil, a ingovernabilidade e a anarquia geral. A ONU anaçlisou e resolveu interferir para por órdem e não para "trocar tiros" com grupos identificados: Os capacetes azuis estavam lá, com aplauso do povo, apenas para por órdem e não para escaramuças ou guerra!
No caso de Moçambique, também não é guerra, mas sim uma rebelião ainda que armada! E o Estado moçambicano não está em cáos, suas leis são vigentes e tem um exército ativo ainda que despreparado e desequipado. NÃO É CASO PARA A ONU! Moçambique luta entre os seus, com os seus, contra os seus! Tal como na "casa da mãe Joana"!

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Frank said...

Por Francisco Nota Moisés em:

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/03/a-revolta-do-norte-%C3%A9-um-grito-contra-um-regime-caduco-que-n%C3%A3o-representa-o-povo.html

"Os rebeldes moçambicanos no Norte de Moçambique desferiram um rude golpe ao regime terrorista da Frelimo e aos seus aliados da Total que não deviam ter insistido em continuar neste negócio do gás em Afungi...Esses países não estão interessados nos naturais de Moçambique, mas somente nos seus recursos naturais"

Esta é uma grande verdade que é ocultada pelos mídia internacionais. Obrigado, Francisco Moisés.

Salvador Forquilha refere em entrevista à DW África:

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/04/cabo-delgado-pesquisador-jo%C3%A3o-feij%C3%B3-diz-que-o-projecto-de-g%C3%A1s-poder%C3%A1-avan%C3%A7ar-mas-sem-muitas-vantagens-para-o-pa%C3%ADs.html

"Uma intervenção militar estrangeira estaria a ser equacionada, mas não resolveria os problemas em Cabo Delgado...De facto, o conflito agora entrou numa fase nova. Parece que se trata de uma fase em que nós temos uma ameaça muito direta, tendo em conta os últimos acontecimentos na zona, nomeadamente os últimos ataques a Palma, em que a pressão para a entrada de novos atores no conflito está a tornar-se cada vez mais evidente".

João Feijó diz em entrevista à VOA:

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/04/cabo-delgado-pesquisador-jo%C3%A3o-feij%C3%B3-diz-que-o-projecto-de-g%C3%A1s-poder%C3%A1-avan%C3%A7ar-mas-sem-muitas-vantagens-para-o-pa%C3%ADs.html

"Para João Feijó, a possibilidade que pode surgir é o projecto avançar, mas com outras contrapartidas. "Há várias possibilidades em jogo, mas todas elas não serão vantajosas para nós".

Jaime Nogueira Pinto argumenta em

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/04/cabo-delgado-que-fazer.html : "A prevenção desta e de outras situações chegou a ser articulada num projeto de cooperação luso-moçambicano, cujos elementos tinham a vantagem de ter conhecimento e experiência e o respeito da população civil das áreas em disputa. Mas embora houvesse, a nível do Estado português e do Estado moçambicano, quem entendesse a importância da iniciativa, a falta de visão e sensibilidade estratégica de alguns decisores acabou por paralisar o projeto"

Tokyo Sexwale, alto quadro do ANC refere em

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/04/alto-quadro-do-anc-na-%C3%A1frica-do-sul-adverte-para-escalada-regional-de-terrorismo.html :

"não se pode esperar que venham atacar o nosso país", é preciso enviar os militares e as forças de segurança para lá por forma a evitar o combate em casa"

John Kirby diz em:

https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/03/ataques-em-mo%C3%A7ambique-pent%C3%A1gono-determinado-a-apoiar-luta-contra-o-daesh.html

"Os Estados Unidos estão determinados" a apoiar o Governo moçambicano a combater os insurgentes em Cabo Delgado, que consideram ligados ao Daesh"

O Jornal Observador informa: "Chegou a Maputo o brigadeiro-general Francisco Duarte, que irá comandar a missão de formação de tropas especiais, prevendo-se o envio de duas equipas avançadas de formadores portugueses em Abril."
https://observador.pt/2021/04/01/ataques-em-mocambique-acordo-para-treino-de-tropas-especiais-assinado-no-fim-de-abril/

De acordo com as declarações citadas acima, posso concluir que está em curso, ainda numa fase inicial, uma intervenção militar estrangeira em Cabo Delgado, protagonizada pelos países parceiros económicos da Frelimo, "sem tropas no chão", mas que poderá, no futuro, escalar para "tropas no chão".

Essa intervenção poderá estender-se ao Sul da Tanzânia, já que os países envolvidos argumentam, sem fundamentação, que o centro de operações dos rebeldes moçambicanos está localizado nesse país. Tal intervenção e posterior envio de tropas de combate fundamenta-se nos seguintes pontos:

a) Os projetos de gás em Cabo Delgado foram grandemente afectados pelas vitórias alcançadas pelos valentes rebeldes moçambicanos e a sua continuidade pode acarretar custos adicionais incomportáveis para os seus investidores.

b) Estão em jogo investimentos avultados já concretizados que não serão rentabilizados. Só a GALP portuguesa já desembolsou 2.000 milhões de dólares. Serão os Bancos os principais perdedores e isso assusta os governantes dos países parceiros da Frelimo nos projetos de gás porque pode levar ao colapso dos seus sistemas financeiros, já muito enfraquecidos pela pandemia do COVID-19.

c) A Frelimo sem os projetos de gás não poderá conter a rebelião interna que começa a ganhar ritmo em outras províncias.

Para justificar a intervenção estrangeira, os mídias dos países afectados pela paralisação dos projetos de gás criaram uma narrativa baseada em falsidades, nomeadamente:

1- O número de vítimas mortais de cidadãos estrangeiros em consequência da tomada de Palma foi deliberadamente empolado. Segundo o VOA: https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/03/estado-isl%C3%A2mico-reivindica-ataques-em-palma.html

"Entre os mortos pelo menos um cidadão sul-africano. O jornal britânico Times noticiou que um cidadão britânico havia morrido."

Foram oficialmente reportados 2 mortos e não dezenas com publicaram os mídia internacionais.

2- Associar o Estado Islâmico à tomada de Palma. Por exemplo, segundo o VOA: https://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2021/03/estado-isl%C3%A2mico-reivindica-ataques-em-palma.html

"O Estado Islâmico afirmou nesta segunda-feira formalmente ter realizado ataque à cidade de Palma, no norte de Moçambique"

Já foi demonstrado que a fotografia de uma suposta publicação do Estado Islâmico a reclamar a tomada de Palma foi deliberadamente alterada pelos mídia e por isso é falsa. Por outo lado, já foi provado que todos meios de comunicação, de e para Palma, foram deliberadamente cortadas pelos rebeldes moçambicanos.

3- A guerra em Cabo Delgado é de carácter religioso em que é necessário combater para exterminar os hipotéticos jihadistas, extremistas e outros istas. Já vi esse filme em outros cenários desastrosos.

4- Os rebeldes são originários da Tanzânia e a sua logística está aí implantada.

Antes, os mídia portugueses diziam que eram originários do Uganda e RDC. Os movimentos migratórios em África, que ocorrem e sempre ocorreram entre populações fronteiriças, datam de há muitos séculos atrás.

Os países promotores da intervenção militar estrangeira em Cabo Delgado necessitam urgentemente do apoio da União Europeia e do Conselho de Segurança da ONU.

Uma boa notícia é que o ultimo Conselho Europeu, com a presença do Presidente dos EUA, terminou como começou. Sem qualquer solução à vista, contrariando assim, o desejo dos países promotores da intervenção estrangeira em Cabo Delgado.

https://www.publico.pt/2021/03/28/opiniao/noticia/triste-historia-conselho-europeu-deprimente-1956223

Também, é pouco provável que os membros do Conselho de Segurança de ONU estejam motivados para ouvir os promotores da guerra quando a população mundial debate-se com uma pandemia.

Por estes motivos a intervenção estrangeira pode envolver apenas Portugal, França e República da África do Sul. Portugal e França já cooperam na interminável guerra do Mali. Itália não deverá participar na intervenção militar porque ainda não se refez da polémica invasão da Etiópia em Outubro de 1935.

Pode-se perguntar porque razão Portugal enviou para Maputo um general. Não será para comandar os 6o militares portugueses que chegarão este mês a Moçambique. Para comandar esse número bastaria um capitão, embora 60 militares não formem uma companhia. Portugal revelou que os militares serão distribuídos pelo sul e centro de Moçambique. Porquê essa distribuição?

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