terça-feira, 14 de outubro de 2025

Empresários “esfregam as mãos” para fazer negócios com o Coral Norte

 


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A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reagiu, esta segunda-feira (06), à assinatura da Decisão Final de Investimento (DFI) para o projecto Coral Norte, a segunda plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG, sigla em inglês), na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, orçado em 7,2 mil milhões USD.

Em comunicado enviado à “Carta”, a CTA refere que o investimento constitui um sinal de confiança dos investidores internacionais e de esperança renovada para os moçambicanos. “O projecto Coral Norte trará vários benefícios para o país, incluindo a geração de mais de 1.400 empregos directos e indirectos, oportunidades de negócios que poderão ultrapassar os 3 mil milhões de USD em contratos com micro, pequenas e médias empresas nacionais”, lê-se no comunicado.

De acordo com a nota, só nos primeiros seis anos, espera-se que estes contratos atinjam cerca de 800 milhões de USD. Isso reforçará o papel do conteúdo local como catalisador do desenvolvimento inclusivo. Além disso, o projecto melhorará directamente as condições de vida de cerca de 100 mil pessoas em Cabo Delgado, através da dinamização económica, geração de emprego e fortalecimento das cadeias produtivas locais.

MOZA

“O impacto económico do projecto será significativo, com um aumento da contribuição fiscal para 23 mil milhões de USD, contra 16 milhões de USD com o Coral Sul. Ademais, o projecto consolidará Moçambique como um dos principais produtores mundiais de gás natural e um importante player para atender a crescente demanda mundial por GNL, duplicando a contribuição de Moçambique para a segurança energética global”, destaca a nota da CTA.

Enquanto representante do sector privado nacional, a Confederação diz valorizar, de forma especial, o compromisso assumido pelo consórcio que irá implementar o projecto, constituído pela ENI (50%), CNPC (20%), Kogas (10%), ENH (10%) e XRG (10%), em reforçar substancialmente o investimento em conteúdo local, passando de 800 milhões de USD para 3 mil milhões de USD, o que poderá fortalecer as empresas moçambicanas e ampliar as oportunidades de negócios e emprego, especialmente para a juventude.

De igual modo, a CTA enaltece a visão de longo prazo que associa o Coral Norte à diversificação da economia nacional. Entre as iniciativas, destaca-se o anúncio de investimentos em programas agrícolas com potencial para gerar até 100 mil novos postos de trabalho, promovendo a inclusão social, criação de rendimento e redução da dependência exclusiva dos recursos naturais.

“Outro compromisso de relevância é a construção de uma central eléctrica de 75 megawatts, que contribuirá para o aumento do acesso à energia e para o fortalecimento da base industrial e social do país. Este é o momento apropriado para que o sector privado moçambicano se prepare e se capacite, tornando-se competitivo e integrado nas cadeias globais de fornecimento”, refere a fonte.

A CTA compromete-se em continuar a trabalhar em estreita colaboração com o Governo e o Consórcio na implementação do projecto, garantindo a melhor forma de integrar as micro, pequenas e médias empresas e de maximizar o emprego, de modo que os benefícios do investimento se traduzam em desenvolvimento inclusivo e sustentável para o país.

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