
A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reagiu, esta segunda-feira (06), à assinatura da Decisão Final de Investimento (DFI) para o projecto Coral Norte, a segunda plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG, sigla em inglês), na Bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, orçado em 7,2 mil milhões USD.
Em comunicado enviado à “Carta”, a CTA refere que o investimento constitui um sinal de confiança dos investidores internacionais e de esperança renovada para os moçambicanos. “O projecto Coral Norte trará vários benefícios para o país, incluindo a geração de mais de 1.400 empregos directos e indirectos, oportunidades de negócios que poderão ultrapassar os 3 mil milhões de USD em contratos com micro, pequenas e médias empresas nacionais”, lê-se no comunicado.
De acordo com a nota, só nos primeiros seis anos, espera-se que estes contratos atinjam cerca de 800 milhões de USD. Isso reforçará o papel do conteúdo local como catalisador do desenvolvimento inclusivo. Além disso, o projecto melhorará directamente as condições de vida de cerca de 100 mil pessoas em Cabo Delgado, através da dinamização económica, geração de emprego e fortalecimento das cadeias produtivas locais.
“O impacto económico do projecto será significativo, com um aumento da contribuição fiscal para 23 mil milhões de USD, contra 16 milhões de USD com o Coral Sul. Ademais, o projecto consolidará Moçambique como um dos principais produtores mundiais de gás natural e um importante player para atender a crescente demanda mundial por GNL, duplicando a contribuição de Moçambique para a segurança energética global”, destaca a nota da CTA.
Enquanto representante do sector privado nacional, a Confederação diz valorizar, de forma especial, o compromisso assumido pelo consórcio que irá implementar o projecto, constituído pela ENI (50%), CNPC (20%), Kogas (10%), ENH (10%) e XRG (10%), em reforçar substancialmente o investimento em conteúdo local, passando de 800 milhões de USD para 3 mil milhões de USD, o que poderá fortalecer as empresas moçambicanas e ampliar as oportunidades de negócios e emprego, especialmente para a juventude.
De igual modo, a CTA enaltece a visão de longo prazo que associa o Coral Norte à diversificação da economia nacional. Entre as iniciativas, destaca-se o anúncio de investimentos em programas agrícolas com potencial para gerar até 100 mil novos postos de trabalho, promovendo a inclusão social, criação de rendimento e redução da dependência exclusiva dos recursos naturais.
“Outro compromisso de relevância é a construção de uma central eléctrica de 75 megawatts, que contribuirá para o aumento do acesso à energia e para o fortalecimento da base industrial e social do país. Este é o momento apropriado para que o sector privado moçambicano se prepare e se capacite, tornando-se competitivo e integrado nas cadeias globais de fornecimento”, refere a fonte.
A CTA compromete-se em continuar a trabalhar em estreita colaboração com o Governo e o Consórcio na implementação do projecto, garantindo a melhor forma de integrar as micro, pequenas e médias empresas e de maximizar o emprego, de modo que os benefícios do investimento se traduzam em desenvolvimento inclusivo e sustentável para o país.

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