segunda-feira, 18 de novembro de 2024

O dia seguinte

 

O dia seguinte
Em 1999, fui à Costa do Marfim para dar palestras. Encontrei-me com vários colegas locais empolgados com o discurso de “ivoriedade”. Diziam estar preparados até às últimas consequências para evitar que o país fosse governado por um “estrangeiro”. Referiam-se a Outtara, a quem acusavam de ser burquinabé. Disse-lhes que os entendia, mas que tivessem cuidado.
Falei-lhes da guerra civil em Moçambique. Disse-lhes ser fácil começar uma guerra. Acabá-la é que era o problema. E não só. O dia seguinte ao fim da guerra pode não ser o mesmo que sonhavam. Um mês após a minha partida houve golpe de estado, depois guerra civil, muitas mortes, muita destruição e, no fim, a pessoa que contestavam ganhou e continua no poder até hoje.
Nestes dias conturbados em Moçambique – sobretudo pelo silêncio cúmplice e pela inacção daqueles que nos deram a liderança que temos hoje – lembrei-me de Gadafi. Pensei que algumas pessoas pudessem agora perceber melhor qual foi realmente o problema com ele. Não foram os americanos, nem franceses, nem italianos. Foi a sua intransigência. Alguns líbios foram às ruas reclamar direitos cívicos. Ele soltou o aparato repressivo, como sempre. Só que daquela vez, ao invés de afugentar as pessoas, provocou-as. Foi morto e o país descendeu no caos do qual ainda não conseguiu recuperar.
Tem circulado uma tese interessante na esfera pública. Segundo ela, é melhor destruir tudo do que continuarmos assim. Diz-se, com certa razão, que os que estão do outro lado do poder não têm mais nada a perder – senão as correntes que os amarram. Que se destrua agora, mais tarde ver-se-á.
É uma tese interessante que volta a levantar a questão de saber porque quem se juntou à Frelimo por se identificar com o ideal de independência e dignidade humana para os moçambicanos (ou foi por outras razões inconfessas?) parece estar indiferente à gritante incompetência do governo do seu partido. Porque não diz “basta!” e exerce a sua cidadania exigindo do seu próprio governo respeito pela legalidade e, acima de tudo, uma resposta política à crise, não uma resposta que consiste na violência gratuita da polícia?
O problema da tese de destruir para reconstruir é duplo. Primeiro, ela faz parte da mesma lógica de poder que viu a Frelimo a descer tão baixo. É a lógica de quem acredita fanaticamente na sua razão. Uma pessoa assim não é receptiva a nenhum argumento. É impermeável à razão. Se só fosse isso, contudo, tudo ainda estaria mais ou menos bem. Mas não é. Quem acredita fanaticamente na sua razão, tem a tendência de ser cruel. Este é o segundo problema.
A crueldade é, talvez, o pior vício humano, muito mais do que a desonestidade ou egoísmo. Quem é cruel é indiferente ao sofrimento humano, não vê humanidade para além de si próprio e não tem nenhum incentivo para tentar ser a melhor versão de si próprio. À crueldade da Frelimo junta-se agora a crueldade de quem se considera injustiçado. Já vimos o filme. A luta da Renamo pela democracia foi feita de forma cruel. Os que sofreram os horrores dessa luta “justa” não se consolam facilmente com a ideia de que a Frelimo também foi cruel.
Estes dois problemas deviam levar a uma reflexão séria. Ninguém precisa de largar mão daquilo que considera justo. A questão, contudo, é que garantias tem de que a impossibilidade de resolver o que precisa de ser resolvido de forma civilizada agora será ultrapassada quando tudo estiver destruído. E um dos maiores desafios que a presente situação apresenta é que ninguém controla o que está a acontecer.
O partido no poder não controla nem o seu presidente, nem a polícia. Quem convocou as manifestações não controla quem se faz à rua. Segundo a tese de destruir tudo para reconstruir, contudo, isso é o de menos. Mas isso só será até quando a revolução começar a comer os seus próprios filhos.
Hoje, aumentam ameaças a tudo o que está do outro lado: famílias de polícias, membros do STAE, membros da Frelimo, funcionários públicos, pacatos cidadãos que querem ganhar a vida, analistas que dizem o que não encaixa, etc. Ninguém instruiu ninguém a fazer este tipo de ameaças, mas é o resultado do uso da frustração e desespero de gente sem organização política.
É como alguém disse a propósito daquele princípio sagrado do Velho Testamento (Mateus 5:38): olho por olho, dente por dente ... até ficarmos todos cegos e desdentados. Mas com razão, claro! Ou como um taxista inglês me disse em Berlim um dia quando lhe perguntei como era para um inglês exercer aquela profissão na Alemanha: “aprendi que o alemão está preparado a morrer para mostrar que tem razão!”. E ele achava isso ridículo...
Uma mudança precisa, para além do sentimento de ultraje, duma teoria de mudança. Neste momento, a Frelimo não tem uma teoria de mudança porque, por um lado, seja quem for que controla o Presidente da República apostou no manual da autocracia ao estilo de Gadafi e de muitos autocratas que levaram os seus países ao caos e, por outro lado, porque quem podia contribuir de forma constructiva decidiu esconder-se por detrás da ideia de que uma pessoa que ao longo de dez anos desgovernou não lhes deixa falar. Quando homens e mulheres crescidas deixaram que lhes fosse imposto um candidato que mal conheciam ficou claro para mim que essas pessoas tinham desistido do país e, por isso, deixei de ligar à tese de que tudo isto é por culpa duma pessoa.
A teoria da mudança pode vir de quem se opõe ao actual estado de coisas. De momento, para além da catarse e daquilo que o saudoso sociólogo Carlos Serra chamava de “crenças anómicas de massas”, não vejo nenhuma teoria da mudança. Essa teoria de mudança tem que ter uma ideia clara, não difusa, de como se constrói o dia seguinte, não de como se destrói o dia de hoje. Não ter nada a perder não ajuda, ainda que seja verdade.
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Mais relevantes

Nizete Monteiro Cassamo
Ando muito triste e frustada com tudo isto...muita violência gratuita. Não tenho orgulho nenhum de pertecer a esta época!
Reginaldo Ernesto Massango
O Forquilha parece ter endossado a violência barata ao dizer que a revolução não é feita com flores.
Tiago Tendai Chingore
A vida já deixou de ser saudável, passou a ser um verdadeiro caos, cuidado virar um mar em que todos tentamos nadar fugindo das piranhas.
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N'tini Kwango Baule
Prof. Elisio Macamo, muitos artigos escreveste e escreves sobre esse "alheamento" das tais "pessoas de bem" dentro do partido libertário que poderiam guiar o pais a sair deste imbróglio. Outros também escreveram sobre isso e ainda o fazem. Mas, o silêncio dos tais "com voz sensata" é maior e até mete medo. Eu até penso em duas hipóteses: (i) que os tais "com maturidade" e "sensatez" devem estar presos e proibidos de falar sem que o saibamos; ou (2) que, afinal, estamos a descobrir que nunca tiveram, não têm e nunca terão nenhuma moral ou responsabilidade sobre o pais, apenas o importante é garantirem seus interesses pessoais e o resto que se dane; (3) e talvez o povo sozinho lhes deu um estatuto de "figuras respeitaveis" que não merecem só porque trouxeram a tal independência e, porconseguinte, foram falsamente tomados como gente com moral e voz autorizada, sem no entanto, o merecerem no verdadeiro sentido da palavra, e agora estão a mostrar que afinal era tudo uma falsidade, nunca tiveram moral ou responsabilidade nenhuma com o país que dizem ter libertado. Qual das hipóteses é verdadeira, é difícil saber...mas, o silêncio deles é mesmo inexplicável.....
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Elisio Macamo
N'tini Kwango Baule, só um reparo. eu não falo dos "libertadores". por mim, esses merecem o seu descanso. falo dos seus herdeiros, daqueles que assumiram as rédeas, foram ministros, membros de órgãos importantes do partido, etc. não estou a falar nem de chissano, nem de guebuza, muito menos de óscar monteiro ou graça machel. estou a falar daqueles que sempre beneficiaram do poder por serem membros do partido que está no poder. falo dos que queriam ser candidatos e fizeram campanhas nas rédeas mostrando o seu "físico", por exemplo. onde estão?
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N'tini Kwango Baule
Elisio Macamo, oh, yeah...agora entendo. Mas, se se refere a esses, então o quadro é ainda mais PRETO. Isto porquê? Porque, quanto a mim, os nossos madalas nunca prepararam uma verdadeira nata de "continuadores" para desempenharem a tarefa de "reserva moral" depois deles. Reconheço alguns como o Dr. Teodato Unguane, Dr. Gabriel Muthisse, e um ou outro mais, mas que foram ostracizados logo que um outro presidente tomou o poder. Então, eles ficaram no seu canto porque a "disciplina partidária" não dá espaço para esses quadros contribuirem para a estabilidade deste pais! Não sei, é meu entendimento....
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Elisio Macamo
eu acho que eles preparam as pessoas. o problema é que essas pessoas só jogam futebol com quando faz bom tempo. ninguém devia aceitar ser ostracizado quando vê que o partido se desvia. não são vítimas. são cúmplices.
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N'tini Kwango Baule
Prof. Elisio Macamo, oh, pode ser que,seja essa a explicação. Nós cá do lado do Povo só "fofocamos" porque não sabemos o que se passa nos bastidores por estarmos MUITO longe,🤣🤣🤣🤣!
Anyway, então são mesmo cúmplices...o que é uma pena porque neste momento sãomuito necessários! E quando olhamos o que se passa noutras democracias em que os governantes de um certo partido quando terminam suas funções executivas ele é uma pena! etapas....não parece ser o caso no nosso país....
Miro Guarda
Aliás, não ter nada a perder atola o raciocínio.
Eliha Bukeni
O assunto da fraude eleitoral é embaraçoso para a maioria das figuras de proa do partido Frelimo, a excepção daquelas passaram pelo governo até antes de 1994. como por exemplo, a mamã Graça, Herder Martins entre outros
A fraude eleitoral iniciou nas eleições de 1994 e em todas seguintes, sempre ouve fraude, por isso, nenhum dos antigos PR e seus colaboradores tem autoridade moral para se pronunciar sobre a actual crise pós-eleitoral.
A questão do não se ter nada a perder é factual, basta referir que ficamos 3 anos a discutir o eventual terceiro mandato, entretanto, no discurso da eleição do candidato Daniel Chapo, o actual incumbente disse que aquele dia representava o fim da especulação sobre o terceiro mandato e que nem sequer sabia porque houve tal especulação, visto ele sempre defendeu a Construção da República. Ora, porque deixou o país nervoso durante 3 anos e não apareceu tempestivame a distanciar-se das especulações sobre o terceiro mandato. Isto tem a ver com o medo de perder o poder, que por sua vez gera a indiferença em relação ao dia de amanhã.
3
Elisio Macamo
Eliha Bukeni, percebo. acho, contudo, que a premissa da fraude não serve para reflectir o nosso problema político. não foi a fraude eleitoral - se fraude tiver havido - que deu a vitória à frelimo. foi a disfunção do sistema político. esse é o problema que precisa de ser consertado. o conselho constitucional pode "dar" mais 40 assentos à oposição, mas isso não resolve o problema de base. o sistema político precisa de reforma e com ele a própria frelimo.
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Lyndo A. Mondlane
Elisio Macamo reformas estructurais se chamam aqui, curiosamente cada 30 anos se muda tudo para que tudo funcione diferente, nos as tivemos em 1987. e de la para ca, as coisas funcionam mal mas ninguem esta interessado em empreender-las... é certo que estas tem custos sociais e politicos imediatos, mas as ventagens a longo prazo sao prometedores
Elisio Macamo
Lyndo, a democracia quando é levada a sério é assim!
Danilo Tiago 
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Bravo
Mablinga Shikhani
There’s Got to be a morning after? No. Not always. Certo Elisio Macamo.
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Tomas Mario
É sim muito assustadora essa "tese" de destruir ou mesmo "implodir" tudo hoje...sem qualquer previsão do dia seguinte...O exemplo que menciona, da "marfinité " é muito acertado, pois a "raiva" contra o "estrangeiro' Ouatara terminou com um resultado bem perverso: é o "bourquinabe" que ficou e está no poder até hoje! Dir-se-ia o mesmo da chamada "Primavera Árabe" ,sobretudo no Egipto e na Tunísia.
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Comunidade Nívea Moçambique
Imagine um gato preto, encurralado em um quarto escuro, sem nenhuma saída. Cada vez que tenta levantar a voz ou mover-se em direção à porta, um golpe invisível o esmaga, como se quisessem anular qualquer possibilidade de fuga ou resistência. Esse gato não é um simples animal perdido na escuridão — ele representa cada cidadão que ousa erguer a cabeça contra a injustiça, tentando reivindicar um direito essencial: o de ser ouvido.
Mas, em vez de encontrar ouvidos atentos, esse gato encontra o peso implacável de uma força brutal. A cada miado de protesto, o silêncio é imposto de maneira violenta, cruel, sufocante. O governo, que deveria ser o protetor desse espaço, torna-se a própria parede que aprisiona, e a polícia, a mão que silencia. Não existe alívio, não existe refúgio. A escuridão é uma sentença e cada tentativa de expressar-se é respondida com uma nova ameaça de morte.
Em um regime como esse, a voz do povo é vista como uma ameaça. A polícia, em vez de proteger, é usada para destruir qualquer sinal de dissidência, esmagando quem tenta exercer seu direito de se manifestar. Assim, o quarto escuro é como a nação sufocada, onde o medo e a força bruta governam, e a esperança de liberdade vai se apagando, uma vida de cada vez.
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Elisio Macamo
Comunidade Nívea Moçambique, infelizmente uma imagem real. o problema, contudo, é como o gato preto sai disso. arranhando tudo e todos? e quando finalmente conseguir sair da escuridão, vai saber controlar o hábito adquirido de arranhar tudo e todos? também não tenho resposta.
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Comunidade Nívea Moçambique
Elisio Macamo São daquelas questões que valem um milhão... Com possibilidade de nos tirar da masmura de filhos órfãos, ainda com pais vivos
José Pinhão
Elisio Macamo se libertarem o "gato" antes de ele fazer estragos irreparáveis, poderá ficar afável e deixar de ser agressivo. Venâncio promete governar com todos os partidos e pessoas de boa vontade.
Gabriel Serafim Muthisse
 
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Outra coisa que me assusta são as expectativas exageradas que algumas franjas da juventude revoltada depositam na mudança. Pelas proclamações que leio, pelos comentários que abundam nas redes sociais, é como se, depois de implodir tudo, o dia seguinte, do ponto de vista material (que é o que guia algumas dessas franjas) fosse ser de leite e mel. Essas expectativas exageradas são uma armadilha perigosa, mesmo que a mudanca ocorra
Suponho que em 1974, muitos dos nossos pais e irmãos mais velhos tinham as mesmas expectativas. Só que havia uma capacidade de mobilização e de gestão dessas expectativas que hoje ninguém tem
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Hassimina Taju
Gabriel até de nos tornarmos num Qatar em 5 anos eu li algures. É assustador!
Nelson Chaúque
Gabriel Serafim Muthisse, concordando com parte do que diz, ocorre-me que, de forma galopante estamos a ir para um ponto onde já nem vai importar mais ter essa “capacidade de mobilização e de gestão dessas expectativas”!
Comunidade Nívea Moçambique
Gabriel Serafim Muthisse Contextos e realidades totalmente diferentes, naquele período o povo estava unido na mesma causa. A FRELIMO era de todos e apoiada, em tese, por todos. Eventualmente, esse cenário, caiu por terra. Não é concebível que uma FRELIMO, de actual, com mentes brilhantes, que se diga de passagem professores das mais renomeadas universidades, fiquem apáticos a situações ESTRANHAS pelas quais a Comissão Política é hoje, conhecida, na verdade, esses actos não estão tão distante ao que ocorre nos bastidores das grandes organizações tais como PPC( primeiro comando da capital) a coisa nostra ( da máfia Ciciliana)
Simone Mura
Estou preocupado se realmente Venâncio Mondlane poderia governar. Imaginamos se o CC devesse mudar o resultado e anunciar VM como presidente e FRELIMO aceitar o resultado. Agora a frelimo é o aparelho do estado e por isso VM deveria mudar todos como o chefe de polícia da nível provincial até distrital, idem os vários Directores administrativos, financeiros, aduaneiros, INSS, das empresas públicas, reitores, directores da escola e assim frente enquanto muitos deles foram parte activa da fraude e são também membros activo da frelimo. Como poderia VM confiar nestes pessoas e com quem poderia mudar? Acho que o estado seria ingovernável.
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Comunidade Nívea Moçambique
Simone Mura algumas dessas pessoas não confiam mais na FRELIMO, o que ocorreu na comissão Política em parte é reflexo dessa falta de confiança. É possível governar sim, veja o que está acontecer em El Salvador. O importante é ter gente comprometida com o país e não MAFIOSOS DE COLORINHO BRANCO
Joao Valentim Nhampossa
Muito boa reflexão. Mas percebo que o texto do post só vê possibilidade de mudança para um Moçambique melhor apartir da própria Frelimo, igorando tudo o resto fora da Frelimo. Também, o texto, dá a entender-me que toda a Frelimo está sendo dirigida por chantagem forte que controla qualquer possibilidade de mudança para o bem do País ou para efectiva estabilidade e justiça social.
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Elisio Macamo
Joao Valentim Nhampossa, não, de modo nenhum. releia, por favor, sobretudo os dois últimos parágrafos.
Joao Valentim Nhampossa
Elisio Macamo Na verdade comentei depois de ler post. Obrigado.
Elisio Macamo
Joao Valentim Nhampossa, foi por isso que escrevi “re”leia. o comentário deturpa o que escrevi.
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Lúcio Langaa
."...Uma mudança precisa, para além do sentimento de ultraje, duma teoria de mudança. #Neste_momento_a_Frelimo não ..."
A teoria da mudança pode vir de quem se opõe ao actual estado de coisas. .
Celia Meneses
Sobretudo nesse tempo éramos mais independentes em termos de decisões coisa que agora tenho as minhas dúvidas.
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Isabel Maria Casimiro
Qual o caminho a seguir Elísio Macamo?
Isabel Maria Casimiro
Ouvi em tempos idos o Prof Ganhão dizer que a alternativa viria de dentro da Frelimo. Mas tudo foi piorando até batermos mais que o fundo. Sei que há quem esteja a reflectir, a pensar alternativas, mas nada ouvimos para além disso. Não ouvimos falar-se de algum tipo de diálogo para evitar estas matanças. As FDS comandam o país, do governo ou do partido Frelimo nada ouvimos. Falam-me que estão a dialogar ... Qual o caminho a seguir que sugere?
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Elisio Macamo
não sei, isabel, não sei.
Filipe Ribas
Elisio Macamo , parece que a história tem os seus modos de se desenhar, com momentos que acontece sem avisar, de modo que, nós, aqui neste espaço, somos meros patologistas. Pontuais, mas já vamos tarde e ficamos na autópsia. Enfim, desenvolvemos o debate que o internista e o cirurgião não quiseram realizar.
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Huwana Rubí
Terceira via, conforme diz o Prof Severino Ngoenha . Vamos nos adaptar, existem quadros, manifestos, muitas das vezes censurados, capazes de articular uma mudança, não digo que será fácil, mas Moçambicanos somos todos, não de um grupo, que decidiu desligar as máquinas do progresso.
2
Celia Meneses
A solução ainda pode ser de dentro da Frelimo se o Chapo anunciar que nestas circunstâncias, não está disposto a tomar posse. Assim deixaria a sociedade decidir como iria caminhar… e em que ele se disponibilizaria para tratar em conjunto com as outras forças políticas do plano de curto prazo, mas no mínimo se se provar a fraude a Frelimo não pode assobiar e continuar, porque assim chegamos todos até aqui perdendo o apoio popular.
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Celia Meneses
Talvez começando por fazer as teses para uma nova nação submetidas a um vasto espectro de opiniões nuns estados gerais da Nação e do Estado Moçambicano
Celia Meneses
Se se fizer isso em Dezembro e em Janeiro podemos ter um governo e um país de cara lavada.
Fatima Mendonça
Celia Meneses e o que se faz se o Conselho Constitucional validar os resultados?
Celia Meneses
Pois, e como se governa contra a vontade da população ?
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Fatima Mendonça
Celia Meneses entra se no campo de desobediência civil ou até insurreccional que me parece ser para o que tende a actual dinâmica
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Isabel Maria Casimiro
Celia Meneses boas alternativas Célia!
Celia Meneses
Fatima Mendonça pois, tem de haver uma saída para Moçambique 🇲🇿.
Celia Meneses
Fatima Mendonça aí já estamos penso eu!
Sofia Meneses Dias Cassimo
Celia Meneses e se a fraude no fim se for a ver e não estiver do lado da Frelimo? E se de facto o Chapp tiver ganho sobretudo no campo onde a Frelimo tem a sua maioria de apoiantes? Vamos ficar no meio de 1 elefante e um rinoceronte que se batem entre si? Estamos a ver ao vivo e a cores um dos maiores experimentos sociais do nosso país. Se nem os sociólogos tem solução a vista, nem conseguem desdobrar as hipóteses e causas de forma clara. Como vamos pensar o caminho para a frente? A solução a meu ver t não está nem como o povo nem com o actual governo. Mas sim com pessoas pensantes sentarem e falarem e dialogarem sobre como pudemos coexistir. Deixar egos de lado é pensar-se na estabilidade do país. O resto vemos adiante as we go.
Celia Meneses
Sofia Meneses Dias Cassimo eu tb penso nessa hipótese mas aí depois de tantas fraudes durante tantos anos quem vai acreditar…As pessoas estão fartas até dentro da Frelimo como sabemos.a minha proposta de estados gerais plenários seria essa reflexão que permitiria caminhar para a frente em consenso.isso passa pela colaboração do que resta da Frelimo limpa e pensante.
Paula Martins
Eu queria pensar que no seu raciocinio falta uma variável. Venâncio Mondlane passou por vários partidos, várias experiências, várias aprendizagens. Não me parece assim tão inexperiente para não saber medir os riscos. O dia 7 é o dia 7 e o resto que falta dos dias a seguir virão. O que de facto é "resto" é que cada dia que passa a Frelimo se torna mais transparente e o que se vê não dá restea de esperança a ninguém. Nem a eles próprios
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Lorena Massarongo
Sou orfã de pai e de mãe, tal como Moçambique!
Luis Baptista
Um país a deriva… Entregue a sua sorte!
Ivo Neto Costa
Professor há uma possibilidade d rapida resolução d crise ? Quais seriam os actores? Há uma base negocial?
José Pinhão
Em vez de esperarem o incerto dia seguinte, podem ainda evitar o pior se reconhecerem a tentativa de fraude e a derrota eleitoral, declarando que vão proceder à transição pacífica do poder ao justo vencedor.
Comunidade Nívea Moçambique
Será que estão a cumprir com o juramento?
Pode ser uma imagem de texto que diz "2. No eleito presta da o o Presidente da República momento investidura, seguinte juramento: Juro, por minha honra, respeitar c fazer respeitar α Constituição, desempenhar com fidelidade o cargo de Presidente da República de Moçambique, dedicar todas as minhas energias તે defesa, promoção e consolidação da unidade nacional, dos direitos humanos, da demo- cracia bem-estar do Ρονo moçambicano e fazer justiça αι todos Os cidadãos. C (10"

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