sexta-feira, 30 de outubro de 2015

JES quer ser lembrado como Nelson Mandela, revela consultor do governo

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Lisboa -   O Presidente José Eduardo dos Santos gostaria de ter no futuro o mesmo estatuto que tinha Nelson Mandela na África do Sul. A revelação consta de uma entrevista feita em Fevereiro de 2014, em Portugal, pelo consultor do governo de Angola, António Martins de Cruz, ex- ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2002 e 2003, quando Durão Barroso era primeiro-ministro.
Fonte: Club-k.net
Repressão  contra jovens críticos   prejudica imagem do Estadista
Agora, como consultor de Angola, António Martins de Cruz revelou na sua entrevista que José Eduardo dos Santos gostaria de, no futuro, ter em Angola, “um estatuto de referência política como tinha Nelson Mandela na África do Sul”.

Nelson Mandela, é o símbolo de paz e tolerância na África do Sul. Deixou um legado de perseverança e conciliação ao mundo. No seu país a reconciliação tem sido uma formula a ser seguida.

Por outro lado, Eduardo dos Santos tem o gosto de ter um legado idêntico tem sido prejudicado com registro de praticas opostas a que Nelson Mandela pregava. O seu regime tem se destacado com praticas de repressão contra a juventude que contesta o seu longo consulado. Em Junho passado, o seu regime prendeu jovens acusando-os de “golpe de Estado”.

Esta semana a  Economist Intelligence Unit (EIU)  alertou  que o executivo de JES vai  continuar a "reprimir duramente" tudo o que considere ser uma ameaça à estabilidade ou à sua hegemonia. Acrescentou ainda  que "a sensibilidade aos protestos está a aumentar durante o ambiente económico difícil, com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no poder, e os serviços de segurança envolvidos nas repressões, detenções preventivas e julgamentos mediáticos dos seus críticos".

Em Fevereiro de 2009, o MPLA tentou sem sucesso realizar debates internos destinados a comparar o suposto prestigio de JES ao de Nelson Mandela. Na altura o primeiro Secretario do MPLA no município do Cazenga, Francisco Domingos Naval teria se destacado ao defender numa palestra, em Luanda,  que o “prestigio internacional” de JES estava a atingir, em África, “níveis que ultrapassavam ao de Nelson Mandela”.

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Prestígio de JES comparado ao de Mandela

A mais recente comparação foi feita este fim de semana um  por   militante/economista (nome ocultado) que em convívio  com os amigos(numa tomada de posse de membros da Federação de Xadrez) , venerou, as qualidades e  reputação externa do PR.
Esta tendência da comparação que  ganhou consistência na véspera do  aniversario de JES em Agosto do ano passado tem como mentor,  Francisco Domingos Naval, o primeiro Secretario do MPLA no município do Cazenga. Naval teria expressado em palestra que o “prestigio internacional”  de JES estava a atingir, em África, “níveis que ultrapassavam ao de Nelson Mandela”. É desconhecido o Estudo/fundamento que se baseou para fazer tais comparações. 
De um modo geral, os motivos que levam alguns militantes do MPLA a “excederem-se” quando evocam a reputação externa do PR são enumerados da seguinte forma conforme leituras próprias:
Razões  da comparação:
- Vinda a Luanda de Chefes de Estado ou líderes políticos como Kabila, Nino Vieira, Jacob Zuma do ANC que aparentam estar numa posição de submissão. 
- Vinda de subsecretários norte americanos que é internamente entendida como estando em busca de opinião/Conselhos do PR 
- Vinda a Luanda de emissários africanos que vêem buscar conselhos, conforme a argumentação da imprensa do Estado
- Comentários de analistas do Governo que atribuem a vitoria do Kuito Kuanavale a visão estratégica do PR;  e o papel que teve para a independência da Namíbia
- Mérito da sua intervenção sobre a estabilidade no Congo e comprovado através de um recente pedido feito pelo Presidente Frances, Sarkozy
- Estrelas musicais  como mano Dibango que vêem agradecer ou oferecer prêmios que ganham  
- Comentários a 3 anos atrás de Dino Matross atribuindo a ida de Angola a copa da Alemanha  a visão do PR (alguns militantes não encontraram lógica/sentido na ligação feita pelo SG)
Objecção da oposição:
A resistência que a oposição política em Angola mostra-se quando se faz comparação de JES a Mandela é de acordo com uma colecta de comentários justificada/evocada com a seguinte argumentação.
- Mandela foi eleito por um mandado de 4 anos  e JES esta num mandado de 30 anos sem ter ainda verdadeiramente passado pelo crivo popular
- Mandela uniu brancos e negros no seu país e em JES não notam discurso para unir tendências de diferentes ideologias
- No dossier Congo- Kinshasa, o antigo Chefe de Estado sul africano, Nelson  Mandela era pelo dialogo mas Angola opôs-se avançando pela intervenção militar 
- Insinuam que Joaquim Chissano que recebeu em tempos um premio de governação  esta em melhor posição que  JES
- Citam que Mbeki esteve, num posto superior ao de JES, e evocam, a respeito de Mbeki, a visão que teve em criar o NEPAD e de ter transformado a extinta OUA em União Africana
- Diferença do circulo de amigos: exemplos de amigos de JES (Teodoro Nguema, Mugabe, Kagila), exemplos de amigos de Mandela (Bill Clinton, Kofi Anan)
Diferença de músicos que os admiram: JES (Mano Dibangu), Mandela (Michael Jackson, U2 etc)
- Apontam que o nome de JES quando citado internacionalmente vêem mais ao lado da linha de líderes  como  Bongo, Nguema e Mugabe  do que na linha de Mandela ou Mbeki
- Inação em pressionar Mugabe que as vezes é vista como se tivessem cumplicidade 
 
As analises da oposição são varias vezes esvaziadas dentro do regime. As vezes são encaradas pelos militantes como opinião de um  grupo de ciumentos que invejam o prestigio internacional de JES, conforme recentemente reagiu um funcionário do Ministério do Interior face a uma abordagem do dirigente da FpD Nelson Pestana, que fazia reparos a JES: “são analises radicais”, disse o membro afecto ao regime.
Vale lembrar que o Comitê do MPLA no  Cazenga, onde nasceu o debate de comparar a figura de  JES a Mandela,  é uma das células que comporta quadros intelectuais de referencia nacional nascidos no Município, tal como Carlos Feijó e outros que foram incentivados a militar junto as bases daquele município de forma a dignificar e  atrair mais membros.
*RN






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