Faltavam poucos minutos para o meio-dia quando a primeira bomba israelita atingiu a prisão de Evin no dia 23 de junho. Perante o impacto, a assistente social Zahra Ebadi saiu do seu gabinete e correu para a zona dos visitantes, onde deixara Mehrad, o filho de cinco anos, a brincar – tinha levado o filho para o trabalho por não ter encontrado quem ficasse com ele nessa segunda-feira. Zahra foi morta por uma segunda explosão, assim como Mehrad, um colega que o tentou proteger dos estilhaços e outras quatro assistentes sociais que trabalhavam na prisão. O ataque de Israel à prisão iraniana foi reconstituído pelo New York Times, baseado em relatos de testemunhas a diferentes media iranianos.
Ao todo, em poucos minutos, Israel terá lançado seis ataques aéreos contra quatro áreas do complexo prisional. O ataque matou pelo menos 71 pessoas, incluindo vários funcionários e guardas, mas também reclusos e civis que se encontravam na prisão durante o horário de visitas. Localizada no norte de Teerão, Evin foi construída em 1971, pelo regime do Xá Reza Pahlevi, mas ganhou notoriedade internacional sob a República Islâmica, pela detenção de opositores políticos e cidadãos internacionais (muitas vezes sujeitos a julgamentos sumários) pelo recurso à tortura contra os prisioneiros e por levar a cabo execuções.
A justificação israelita para os ataques a este alvo foi dupla: por um lado, o porta-voz do Exército israelita, Effie Defrin, declarou que a prisão era de “operações dos serviços de informação contra o Estado de Israel, incluindo contraespionagem”. Já o ministro dos Negócios Estrangeiros classificou o ataque como uma resposta aos ataques iranianos contra alvos civis em Israel. “Avisámos o Irão uma e outra vez: parem de visar civis! Eles continuaram, incluindo esta manhã. A nossa resposta: Viva la libertad, carajo!”, escreveu Gideon Sa’ar no X.
Para ler este artigo na íntegra, clique aqui.
Sem comentários:
Enviar um comentário