Não conseguimos ultrapassar o último obstáculo
Acabo de tomar conhecimento que a nossa candidatura ocupou a terceira posição.
Temos de assumir que não conseguimos contornar o último obstáculo: a consciência corrompida. Era o mais difícil numa sociedade faminta e vulnerável. Denunciámos aqui há 3 dias que já circulavam valores de compra de consciências em mpesa e emola e companhia limitada.
Hoje mesmo, dentro da sala, houve denúncia de que circulavam envelopes, conforme podem ver na comunicação em anexo.
Pessoalmente, nunca imaginara que o SNJ fosse tão importante ao ponto de se envolver valores monetários. Pensei que fosse apenas uma organização sem grandes coisas, sem dinheiro e sem interesse. Aceitei o desafio de ser director da campanha de Chiure por uma questão de compromisso, de uma causa: a credibilização da profissão. Quando há causa, o maior valor é a consciência, o compromisso e não dinheiro.
Agora percebi. Não nos restam nada senão refletirmos sobre como podemos lutar pela credibilização da profissão e dos seus profissionais. Não podemos manter esta profissão no estado em que está, com tantos futuros jornalistas a saírem das escolas e outra fornalha de jornalistas talentosos a revelar-se.
Definitivamente, não somos exemplos. Seguimos o que os políticos fazem.
Quando alguém me disse: está a circular dinheiro, eu respondi: nós não devemos despender sequer um centavo a comprar consciência. Quem quer estar connosco deve estar por uma causa: mudar o estado actual do jornalismo Moçambicano. E foi o que nós fizemos. Recusámo-nos entrar em jogo sujo.
Os jornalistas de Gaza tinham realizado uma votação local para decidirem em quem os delegados deviam votar. Pelas nossas contas tínhamos pouco mais de 30 delegados que tinham aceite o desafio, mas nas urnas foi o contrário. Para nós não há meios que justificam os fins.
Estamos orgulhosos e felizes, porque sentimos que muitos jornalistas estão ávidos em ter um sindicato sério, livre de interferência alheias. Estão interessados em mudanças na profissão. Agradecemos a onda de apoio dos jornalistas. Temos de continuar a nossa reflexão.
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