Primeiro em Tanta, depois em Alexandria. Duas explosões, com horas de diferença, fizeram mais de 30 mortos. Papa, que tem visita marcada ao Egipto para o fim do mês, condenou o ataque, que terá sido responsabilidade do Estado Islâmico.
O Daesh está a ser apontado pela Amaq, agência de propaganda ligada ao ISIS, como o responsável pelos dois ataques deste domingo em igrejas cristãs coptas no Egipto, onde já morreram pelo menos 36 pessoas e outras 100 ficaram feridas. "Um grupo que pertence ao Estado Islâmico levou a cabo os dois ataques em igrejas nas cidades de Tanta e Alexandria", adianta a Amaq, usada frequentemente pelo ISIS para reivindicar atentados depois de acontecerem.
Uma explosão, neste domingo de manhã, numa igreja copta localizada na cidade egípcia de Tanta, na região do delta do Nilo, fez pelo menos 25 e 60 feridos, segundo números que têm vindo a ser actualizados. Horas depois, a televisão estatal egípcia deu conta de nova explosão, agora em Alexandria, a cerca de 130 quilómetros de distância, igualmente numa igreja cristã.
Pelo menos 11 pessoas morreram e outras 35 ficaram feridas neste atentado suicida em frente à catedral ortodoxa copta de São Marcos, em Alexandria, de acordo com duas fontes de notícias estatais.
O papa Tawdros II, o chefe da Igreja Copta, estava a participar na missa, mas não ficou ferido, adiantam as mesmas fontes.
Um polícia que tentou evitar o bombista suicida de se fazer detonar dentro da catedral de Alexandria está entre as vítimas mortais, noticia um site independente de notícias do Egipto.
A primeira explosão ocorreu por volta das 10h locais, no momento em que a comunidade cristã se preparava para celebrar a semana santa, que começa este domingo com a festa dos Ramos.
As forças de segurança adiantaram, já à tarde, que tinham desmantelado dois engenhos explosivos na mesquita Sidi Abdel Rahim Mosque, também em Tanta.
"O terrorismo atinge o Egipto novamente, desta vez no Domingo de Ramos. Outra tentativa desagradável, mas falhou contra todos os egípcios", escreveu o ministro dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.
Antes da segunda explosão, o Papa Francisco já tinha condenado o atentado e expressou as suas condolências às famílias das vítimas, aos feridos e aos egípcios, assegurando-lhes que estão nas suas orações, momentos antes de rezar o Angelus na praça de São Pedro, no Vaticano, no início aos ritos da Semana Santa.
Francisco pediu que “[Deus] converta o coração das pessoas que semeiam o terror, a violência e a morte”.
Esta sequência de explosões ocorre a cerca de três semanas da visita do Papa Francisco ao Egipto, agendada para 28 a 29 de Abril. Essa será a 18.ª viagem internacional do actual pontificado e é aquela que antecede a visita de Franciso a Fátima, a 12 e 13 de Maio. E acontece também dias depois do presidente norte-americano Donald Trump ter recebido o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, em Washington, e sublinhado o seu apoio ao regime de Cairo. Entre os temas de interesse mútuo estão o terrorismo e o Daesh.
Os cristãos copta representam cerca de 10% da população do Egipto e são frequentemente alvo de ataques por parte dos extremistas islâmicos, embora pareçam estar a intensificar-se.
Em Dezembro de 2016, uma outra explosão – esta provocada por um ataque à bomba – na maior catedral copta da capital egípcia, o Cairo, provocou a morte a 25 pessoas e ferimentos em 49, muitas delas mulheres e crianças. Foi o mais mortífero ataque contra os coptas, uma minoria cristã no Egipto, em muitos anos.
A 1 de Janeiro de 2011, em Alexandria, outro ataque à saída de uma missa de Ano Novo fez 23 mortos e 79 feridos.
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