segunda-feira, 10 de abril de 2017

Ao fingir a própria morte, terá causado a do namorado. Responde agora em tribunal


Um rapaz de 11 anos terá sido iludido por um boato sobre a morte da namorada. Brincadeira ou crime?
Tysen e a rapariga de 13 anos terão trocado mensagens no Snapchat na noite do incidente através da conta de uma terceira pessoa.
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Tysen e a rapariga de 13 anos terão trocado mensagens no Snapchat na noite do incidente através da conta de uma terceira pessoa. REUTERS/ERIC THAYER

As autoridades norte-americanas acusam uma rapariga de 13 anos de ser responsável pela morte de um rapaz de 11, após ter simulado e comunicado o próprio óbito através de mensagens de telemóvel. Tysen Benz, conta o The Washington Post, enforcou-se no seu quarto a 14 de Março, apenas duas horas depois de ter recebido mensagens a afirmar que a namorada, cujo nome não é referido na acusação, por ser menor, se teria suicidado.

Naquele dia de 14 de Março, segundo conta ao The Washington Post a mãe do rapaz, Katrina Goss, tudo estava bem quando Tysen chegou a casa depois da escola. Katrina afirma que Tysen parecia feliz e mostrava-se até orgulhoso de ter ido às explicações sem ninguém o ter lembrado disso. Como recompensa, a mãe fez-lhe alguns doces. Depois do jantar, Tysen foi para o seu quarto.“O impacto que aquilo teve no rapaz – há uma ligação lógica. Ele matou-se poucas horas depois da troca de mensagens”, disse ao jornal Matt Wiese, procurador do condado de Marquette, no estado norte-americano do Michigan. Contudo, a rapariga não enfrentará uma acusação de homicídio, mas duas acusações de uso malicioso de serviços de telecomunicações e de uso de computador para cometer um crime, arriscando-se a uma pena total de um ano e seis meses de detenção num centro juvenil.
Pelas 22h, Katrina Goss foi a cada um dos quartos dos seus três filhos, mas quando chegou ao quarto de Tysen, a porta estava trancada. Após abrir a porta com a chave, apercebeu-se de que o filho não estava na cama. “Entrei e pensei que ele estava só a pregar uma partida. Acabei por encontrá-lo dentro do armário. Peguei nele rapidamente. Eu berrava. Pedi ao meu filho mais velho para ligar para o 112. O meu mais novo estava a chorar”, contou.
Tysen ainda foi reanimado pelos paramédicos, mas acabaria por morrer no hospital, três semanas após o incidente. 
Segundo a mãe de Tysen, o rapaz era um utilizador compulsivo da rede social Snapchat. Na noite do incidente, trocou mensagens com a rapariga de 13 anos. “Ela usou a conta [de Snapchat] da amiga para que a morte parecesse mais real. Ele era tão inocente, tão bondoso e tão ingénuo que acreditou completamente nela e acabou com a sua própria vida”, disse Katrina. 
Tysen, considera a mãe, era uma criança popular e alegre, não aparentando quaisquer indícios de depressão ou de pensamentos suicidas. Katrina diz que o filho foi vítima de um caso de cyberbullying e quer que Tysen seja rosto de uma campanha contra o assédio online. 
Wiese, o procurador encarregado da acusação, afirma que as referências ao Snapchat aparecem nas mensagens de texto que já estão na posse das autoridades, mas o que foi dito exactamente através daquela aplicação móvel ainda é desconhecido. Para já, as autoridades dizem compreender a posição da mãe de Tysen, mas consideram que o rapaz foi vítima de um boato online e não necessariamente de cyberbullying.

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