sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Descoberta vala comum na Etiópia com pelo menos 200 corpos


As autoridades da Etiópia descobriram na quinta-feira uma vala comum com pelo menos 200 corpos, perto da fronteira nas regiões de Oromia e Somali, onde persiste um conflito armado.
Ana Freitas/LUSA
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  • Agência Lusa
As autoridades da Etiópia descobriram na quinta-feira uma vala comum com pelo menos 200 corpos, perto da fronteira nas regiões de Oromia e Somali, onde persiste um conflito armado, informou esta sexta-feira a televisão estatal.
De acordo com o canal televisivo Fana, a vala comum foi encontrada durante uma investigação sobre as alegadas atrocidades cometidas pelo ex-administrador-chefe da região somali Abdi Mohamud Omar. As autoridades estão agora a proceder à identificação dos corpos.
Abdi Mohamud, que foi forçado a demitir-se a 6 de agosto, foi detido semanas mais tarde na sua casa em Addis Ababa, quando uma espiral de violência étnica eclodiu na capital somali de Jijiga, também conhecida como região de Ogaden.
À espera de julgamento, o líder regional que comandou corpo de forças especiais da província Somali conhecido por Liyu é acusado de tortura e assassínio, bem como de incitar à violência étnica durante os 13 anos do seu mandato.
Os confrontos étnicos aumentaram a partir do final de 2017 nas regiões Somali (este) e de Oromia (sul), onde está localizado o grupo étnico maioritário no país, os oromos.
No final do ano passado, as investidas do corpo de forças especiais da província Somali em Oromia causaram a morte a centenas de pessoas e obrigaram à fuga de mais de um milhão, a sua maioria oromos, de acordo com relatórios conjuntos da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Governo da Etiópia.
A violência que assola a região separatista Somali há décadas, após o confronto aberto entre o grupo da frente rebelde Frente de Libertação Nacional Ogaden e o Governo etíope, melhorou em outubro quando os dois lados assinaram um acordo de paz.
Devido aos conflitos étnicos, o número de pessoas deslocadas na Etiópia atingiu um número recorde de 2,8 milhões em meados de 2018, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

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