segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Arábia Saudita reconhece a morte de jornalista Jamal Khashoggi. Foi o resultado de um interrogatório que correu mal


OZAN KOSE/GETTY

Duas fontes citadas pela CNN referem que a Arábia Saudita vai reconhecer a morte do jornalista desaparecido há duas semanas no consulado do reino em Istambul

As autoridades da Arábia Saudita estão a elaborar um relatório em que reconhecem a morte do jornalista Jamal Khashoggi e a justificam como o resultado de um interrogatório que correu mal, segundo garantem duas fontes à CNN. O interrogatório, de acordo com as mesmas fontes, teria como objetivo final proceder ao rapto de Khashoggi de território turco para a Arábia Saudita.
O relatório incluirá a conclusão de que a operação foi conduzida sem autorização e sem transparência, ao mesmo tempo que garante que os responsáveis serão responsabilizados. Uma das fontes citadas pela CNN afirmou que o relatório ainda está a ser eleborado e que o seu conteúdo poderá ser alterado.
Jamal Khashoggi, autoexilado e crítico do regime do seu país, entrou no consulado saudita em Istambul em 2 de outubro e nunca mais foi visto. A Turquia afirmou que o jornalista foi morto, mas a Arábia Saudita negou, até agora, as alegações. Khashoggi fugiu da Arábia Saudita em 2017 por achar que seria o nome seguinte na lista de alvos a silenciar. Nessa altura, o regime apertou a vigilância sobre intelectuais, ativistas e jornalistas que, como ele, criticavam algumas decisões do príncipe herdeiro.
A televisão turca News 24 mostrou imagens de Khashoggi a dirigir-se ao consulado e posteriormente uma carrinha a abandonar o edifício em direção à residência do cônsul. As imagens parecem sugerir que o jornalista se encontrava no interior do veículo, uma carrinha Mercedes de cor preta. Segundo o relato da televisão, o veículo fez o percurso de dois quilómetros entre o consulado da Arábia Saudita e a residência do cônsul, tendo entrado numa garagem.
Além das imagens que foram transmitidas pela News 24, um jornal turco, pró-governamental, publicou os nomes e as fotografias de 15 cidadãos sauditas que chegaram a Istambul, a bordo de dois aviões privados, no dia em que Khashoggi desapareceu.
[Notícia em atualização]

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