O vice-presidente norte-americano está a visitar a Coreia do Sul, num momento de especial fragilidade para o país.
“Houve um período de paciência estratégica, mas a era da paciência acabou.” O aviso chega da Casa Branca, pela voz do vice-presidente, Mike Pence, durante uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente sul-coreano em funções, Hwang Kyo-ahn, esta segunda-feira, a partir da zona desmilitarizada que divide as duas Coreias.
Referindo-se à estratégia internacional adoptada por Trump, Pence sublinhou “a força e a determinação” testemunhada “pelo mundo” nas duas últimas semanas, nas acções contra a Síria e o Afeganistão. Para sustentar a posição norte-americana, Mike Pence deu como exemplo o recente bombardeamento de uma base militar síria com 59 mísseis Tomahawk, em retaliação contra o uso de armas químicas.
Pence, cujo pai serviu no conflito da península da Coreia, entre 1950 e 1953, sublinhou que os EUA iriam manter a sua "aliança de ferro" com a Coreia do Sul e agir por "meios pacíficos ou, em última instância, quaisquer meios necessários" para proteger e estabilizar a região.
"É melhor para a Coreia do Norte não testar a determinação e o poder das Forças Armadas dos Estados Unidos nesta região", avisou. O vice-presidente norte-americano encontra-se na Coreia do Sul para proceder a um périplo por quatro países asiáticos. As declarações surgem um dia depois de os chefes do Estado-maior da Coreia do Sul terem revelado que a Coreia do Norte tentou, em vão, lançar um míssil não identificado. De acordo com a Casa Branca, o míssil disparado por Pyongyang explodiu entre quatro a cinco segundos depois de ter sido lançado, por ocasião do aniversário do fundador da Coreia do Norte, Kim il-Sung, avô do actual líder norte-coreano.
Este domingo, Trump partilhou na sua conta de Twitter que o poder militar dos Estados Unidos estava "mais forte que nunca" e que o país "francamente, não tem outra escolha".
De acordo com os media sul-coreanos, cerca de mil militares da Força Aérea norte-americana estão na Coreia do Sul para darem início a exercícios de treino com a duração de duas semanas. Pence vai reunir-se ainda esta segunda-feira com o Presidente sul-coreano em exercício para debater o programa nuclear de Pyongyang e o sistema de defesa anti-míssil norte-americano, o Terminal High Altitude Area Defense (THAAD), usado como protecção contra os avanços da Coreia do Norte.
A visita acontece num momento de tensão e fragilidade na Coreia do Sul. Também esta segunda-feira soube-se que a procuradoria sul-coreana acusou formalmente a ex-Presidente Park Geun-hye de corrupção. Em causa está o suposto envolvimento da Presidente destituída pelo Tribunal Constitucional da Coreia do Sul no caso de corrupção e abuso de poder que envolve uma amiga da antiga-Presidente, Choi Soon-sil.
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