Há muita coisa para escrever nesta quarta feira. Desde o parecer da comissão da Ética sobre o ministro Mesquita aos novos preços de combustíveis.
São assuntos complicados mas interessantes.
Em menos de três anos ao serviço do Governo, três decisões do Senhor Mesquita foram objecto de uma apreciação pelo organismo que vela pela ética pública em Moçambique.
A primeira, quando nomeou o cunhado ao cargo do administrador comercial da LAM. A Comissão Nacional da Ética pronunciou-se.
Em menos de três anos ao serviço do Governo, três decisões do Senhor Mesquita foram objecto de uma apreciação pelo organismo que vela pela ética pública em Moçambique.
A primeira, quando nomeou o cunhado ao cargo do administrador comercial da LAM. A Comissão Nacional da Ética pronunciou-se.
A segunda, quando assinou memorandos de entendimento com suas empresas. A Comissão de Ética acaba de confirmar o conflito de interesse e submeteu o caso ao GCCC.
A terceira vez, quando aceitou alugar seus camiões ao INGC por ajuste directo. A Comissão da Ética vai se pronunciar. Não há como não concluir que o senhor Mesquita é um ministro problemático e representa um risco a imagem do Governo que se quer de reputação ilibada.
Deixa-lo ir fazer o que mais gosta (negócios) seria melhor decisão. Todos ganhavamos. Ele ganhava dinheiro, o povo ganhava pelos seus serviços e o país um bom empresário ao serviço da pátria. E o Governo iria livravar-se de uma fonte viva de embaraços.
Sobre os combustíveis falarei na próxima ocasião. Mas apenas lembrar que combustível não é mafurra ou tseke. Por muito tempo alguém empurrou os problemas com a barriga e agora alguém deve limpar tudo e de uma vez. Essa sangria poderia ter sido evitada se alguém há dez anos tivesse feito a sua parte.
Coisas que já não é possível esconder
Se existe algo que para o Ministério da Educação correu tão mal em 2017 é o atraso na disponibilização do Livro Escolar. Acabo de ver a notícia segundo a qual só este Março é que os livros da Primeira e Segunda classes chegaram a Nampula. E faz falta um pouco por todo canto. Eu próprio enfrento problemas em adquirir livros da Oitava Classe, principalmente os produzidos pela Diname. Estamos independentes há 40 anos e não conseguimos organizar o sector de distribuição do material escolar. O que mais desaponta é notar que durante os tempos da guerra civil o livro escolar e todo material chegava até aos campos de refugiuados no strangeiro. Refiro-me concretamente entre 1989-1992.
Nem com a nomeação da Senhora Conceita Sortane foi-se a tempo minimizar o assunto. Alguém acredita que sem material didático é possível melhorar o ensino das nossas crianças? Esses que vivem do negócio da produção do livro escolar e não honram com compromissos em disponibiliza-lo a tempo, cometem crimes finos mas de grande eficácia na medida em que garantem o insucesso escolar dos milhares de filhos de moçambicanos. A cada início do ano levam o Presidente para abrir o ano escolar. Mas convidam-no para fazer discursos vazios pois o sector amiúde, não está preparado para iniciar em força. Porque é sempre assim?
Quer dizer, porque é que o sector ADORA manter-se desorganizado? É que onde há escola, não há livro escolar; onde há livro escolar, provavelmente estuda-se debaixo da árvore; onde há carteiras não há salas de aula (os distritos da província e Tete são campeões nisso), sem contar com tantas crianças por manter na escola e melhorar o seu aproveitamento pedagógico. E para piorar, onde tudo está disponível, aos professores falta-lhes salário ou mudam do currículo de ensino a cada dois anos. Que complô é esse que armam contra as nossas crianças?
Quer dizer, porque é que o sector ADORA manter-se desorganizado? É que onde há escola, não há livro escolar; onde há livro escolar, provavelmente estuda-se debaixo da árvore; onde há carteiras não há salas de aula (os distritos da província e Tete são campeões nisso), sem contar com tantas crianças por manter na escola e melhorar o seu aproveitamento pedagógico. E para piorar, onde tudo está disponível, aos professores falta-lhes salário ou mudam do currículo de ensino a cada dois anos. Que complô é esse que armam contra as nossas crianças?
A forma mais simples de avaliar o nosso sistema de ensino e respectiva qualidade é ver como a instituição responsável por ele está organizada. Não se trata de dinheiro; de meios ou de outra coisas. Trata-se da organização; da forma como se chega à execução a partir do pensamento; do conceito à matéria; da ideia à actividade.
Se a CNE fosse feita de pessoas como as que estão no Ministério da Educação, não haveria data das eleições!
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