Os ratos da espécie Crycetomis gambianus podem ser usados para o diagnóstico rápido da tuberculose. A garantia foi dada, ontem, pelo projecto Apopo, que num total de 36 mil amostras identificou mil e quinhentos casos de tuberculose dados com negativos, nas unidades sanitárias. Através de 11 ratos treinados para o efeito, foi possível detectar casos de tuberculose dados como negativos pela avaliação médica.
“Os ratos estão divididos em dois grupos e, diariamente, recebem novas amostras para diagnosticar a tuberculose. Estamos desde 2013 a fazer este trabalho e os resultados são bem animadores”, disse o gestor do projecto, Emílio Valverde.
Os resultados foram apresentados num seminário realizado, ontem, em Maputo.
Actualmente, o projecto está a ser implementado apenas em Maputo, uma vez que são necessárias grandes quantidades de amostras. Mas há perspectivas de expansão. “Podemos estender o projecto para Nampula e Beira, mas, por enquanto, vamos intensificar as nossas acções aqui em Maputo, onde há muitas amostras, tal como os ratos exigem”, disse Valverde.
A segunda fase do projecto termina em Abril, entretanto, uma nova proposta está a ser desenhada, prevendo a continuação das operações de rotina, para aumentar a percentagem de pacientes diagnosticados que começam tratamento de TB e verificar se os tratamentos são cumpridos e completados, assim como as actividades de investigação para servir como complemento e apoio aos programas de formação de pesquisadores da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).
O projecto de detecção acelerada de casos de TB é implementado em parceria com a UEM, através das faculdades de Veterinária e Medicina, e conta com financiamento da Cooperação Flamenga – FICA.
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