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Frelimo confundida com pessoas singulares: Lapso ou dolo?
A cara na imagem é de Mantchiyani Machel, neto de Samora Machel (Primeiro Presidente de Moçambique independente). Este jovem nasceu em 1986—exactamente no ano em que seu avô morreu. Ele (o jovem) foi recentemente entrevistado pelo semanário "Dossiers & Factos" e, essa entrevista, é citado a dizer o seguinte:
(i) «a Frelimo deve abandonar a corrupção»;
(ii) «erramos ao comprar armas para matarem cidadãos»;
(iii) «Renamo e Frelimo devem pedir desculpas ao povo»; e
(iv) «a Frelimo está longe do seu eleitorado».
Nesta reflexão faço um convite ao jovem Mantchiyani Machel e aos que pensam como ele para juntos (re)examinarmos estas passagens ou expressões. Vamos por partes.
(i) Ao dizer que «a Frelimo deve abandonar a corrupção», Mantchiyani Machel está a assumir implicitamente que o seu avô, Samora Machel, pertencia a um "cartel de corrupção". Aliás, o próprio Mantchiyani Machel, que a dado passo na entrevista se identifica como sendo da Frelimo, está a assumir-se como membro do mesmo "cartel de corrupção". Sobre isto eu quero dizer que o Mantchiyani Machel não está a falar da mesma Frelimo de que eu sou militante; não está a falar da Frelimo que está no comando dos destinos de Moçambique e do povo moçambicano; não está a falar da Frelimo que guiou o povo moçambicano na sua luta pela conquista da independência nacional, na sua luta pela liberdade e pela justiça; não está a falar da Frelimo alguma vez liderada pelo saudoso Samora Machel, um homem que a dado passo da sua carreira política se apercebeu de que estava a ser manipulado por um diminuto grupo de pseudo-ideológos comunistas que pretendia distruir esta Frelimo e assumir o poder por sua conta, e Samora Machel preferiu morrer a permitir que esta Frelimo que hoje continua dirigir os destinos de Moçambique e do seu povo fosse destruída por esses malandros que até hoje ainda se exibem como escória do colonialismo europeu em Moçambique. Mantchiyani Machel pode é estar a falar—isto sim—da "Frelimo" virtual que foi ardilosamente criada pela "liberdade de imprensa" e que tem sido impingida à juventude moçambicana pela imprensa dita "independente". Pertencem à essa tal de "imprensa independente" jornais tais como "Dossiers & Factos", "SAVANA", "Canal de Moçambique", entre outros, que fabricam notícias com o fim de manipular a opinião pública para que esteja a contra a verdadeira Frelimo, que é combatida ferrozmente pelos mentores dessa tal de "imprensa independente" pelas razões que se apresentam mais adiante, nesta reflexão.
(ii) Ao dizer que «erramos ao comprar armas para matarem cidadãos», Mantchiyani Machel está a dizer, por outras palavras, que é "inteligente" aprovisionar mantimentos numa casa cujas portas não têm fechaduras. Ora, pensar assim é tolice, é ingenuidade política. Com efeito, o Mantchiyani Machel não só tem fechaduras nas portas da sua casa, como também não deixa as portas do seu carro abertas ou destrancadas—esteja ele dentro ou fora da sua viatura. E porquê? Simples: porque depois do nível das necessidades fisiológicas, o nível a seguir de necessidade que um ser vivo precisa satisfazer para ser viável são (a) protecção (para não ser atacado) e (b) defesa (caso seja atacado). Um ser vivo desprovido de mecanismos de protecção e defesa não pode ser viável; perece precocemente. Do mesmo modo, um país (que alberga vidas) não pode ser viável quando não tiver capacidade para se proteger e defender contra qualquer tipo de ataque. Desenvolver capacidades de autoprotecção e autodefesa, e até de intervenção para repelir potenciais ataques ou persuadir quem tiver intenções de atacar a não o fazer, é um requerimento imprescindível para conferir maior liberdade às pessoas para trabalharem a sonhar com uma vida cada vez melhor; é uma condição para a promoção do progresso material e espiritual de um povo. Mantchiyani Machel devia saber que o seu avô, Samora Machel, entendia muito bem que a verdadeira liberdade dos moçambicanos muito dependia da capacidade do seu Estado em proteger-se e se defender contra todas as contrariedades possíveis e imaginárias. É por isso mesmo que Samora Machel treinou e equipou devidamente as Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) para o povo moçambicano tivesse orgulho da sua nacionalidade. Não se compraram armas para matar cidadãos; compram-se armas para a protecção e defesa da soberania do povo e do seu Estado. Parece que ao Mantchiyani Machel faltou esta lição por parte da vovó Graça Machel. Acontece. Mas até pode ser que não seja o caso de ter faltado a lição; pode ser porque o jovem Mantchiyani Machel tenha assimilado mal a lição e, consequentemente, esteja a denunciar um défice de capacidade de autoprotecção e autodefesa contra as atrocidades que estão sendo perpetradas pelo neocolonialismo contra Moçambique e seu povo (como se explica mais abaixao, nesta reflexão).
(iii) Ao dizer que «Renamo e Frelimo devem pedir desculpas ao povo», Mantchiyani Machel está fazer uma tremenda e vergonhosa confusão. A Frelimo tem que pedir desculpas ao povo por ter organizado e guiado este mesmo povo na sua luta pela conquista da independência nacional? A Frelimo tem que pedir desculpas ao povo por ter organizado e guiado este mesmo povo na sua luta para converter a Renamo—que esteve a serviço das forças que pretendiam a destruição do Estado moçambicano—numa organização útil para Moçambique, algo que Renamo ainda tem dificuldade de ser até hoje? A Frelimo tem que pedir desculpas ao povo por estar a guiar este mesmo povo na sua luta pela emancipação económica e pela edificação do Estado de Direito Democrático em Moçambique? Não entendo como é o jovem Mantchiyani Machel pode misturar a Frelimo e a Renamo—duas organizações com géneses díspares—na mesma panela. Aliás, até entendo e isso explico mais adiante, aqui nesta reflexão!
(iv) Ao dizer que «a Frelimo está longe do seu eleitorado», Mantchiyani Machel está a ignorar que em 2014 a Frelimo e o seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, evenceram as eleições gerais. Isto significa que a maioria do eleitoral moçambicano está com a Frelimo. Ou será que o jovem Mantchiyani Machel faz parte daqueles que defendem—sem prova—que a Frelimo ganhou fraudulentamente as eleições gerais de 15 de Outubro de 2014?! Será isso? Se for o caso de que Mantchiyani Machel pertence à tal corrente de opinião, de que a Frelimo e Filipe Nyusi ganharam fraudulentamente as eleições gerais de 2014, então é caso para dizer que o neocolonialismo está a ganhar a batalha pela neocolonização de Moçambique, com o apoio da juventude moçambicana. Sim, quando o jovem Mantchiyani Machel não consegue sentir a independência ou viver a independência do seu país (Moçambique), significa que o colonialismo ainda está entre nós. E nesse caso a juventude actual tem culpa no cartório, por não saber ou poder preservar as conquistas feitas pelos combatentes da liberdade, dos quais fazia parte Samora Machel, avô de Mantchiyani Machel.
Agora vem a pergunta:
O que se está a passar para que jovens moçambicanos pensem e se expressem como o faz Mantchiyani Machel, neto de Samora Machel?
A resposta mais correcta e que muito me incomoda é que, definitivamente, a juventude moçambicana tem um grande défice de disciplina patriótica e de senso de responsabilidade, liberdade e justiça. Como educador que sou, devo alertar ao Mantchiyani Machel e a toda a juventude moçambicana para que tenham muito cuidado com a dita "imprensa independente" em Moçambique. Este alerta decorre da compreensão de que o objectivo principal da "imprensa independente" em Moçambique ainda não é a favor da edificação de um verdadeiro Estado de Direito Democrático neste país. Antes pelo contrário, a "imprensa independente" em Moçambique, que se caracteriza por veicular "notícias" que subvertem deliberadamente os factos, visa destruir—e não consolidar—as conquistas do povo moçambicano na sua luta pela independência, liberdade e justiça. Sim, é isso mesmo: a dita "imprensa independente" é pela inviabilização do Estado de Direito! Atesta isto o facto de que a tal de "imprensa independente" não relata fielmente os factos que constituem notícias que divulgam, preferindo relatar interpretações subjectivas sobre esses factos. Por exemplo, quando um servidor público se envolve num presumível escândalo de corrupção e é militante da Frelimo, a tal de "imprensa independente" reporta o facto suposto qual tivesse sido cometido pela Frelimo. Ou seja, a dita "imprensa independente" aqui em referência manipula deliberadamente as estórias sobre as ocorrências de toma conhecimento de modo a lesar o bom nome e a apreciável obra da Frelimo. Claramente, isso visa colocar a opinião pública contra a Frelimo, no lugar de contra os indivíduos supostamente corruptos, os quais nunca são chamados pelos seus próprios nomes. E o que se pretende com isto é também claro: desacreditar a Frelimo ante o eleitorado moçambicano de modo a facilitar a ascensão ao poder de uma força política inexperiente e facilemente manipulável em matéria de formulação, implementação e gestão de políticas públicas.
Agora segue algo sobre os motivos de tanto ódio que se tem pela Frelimo. A Frelimo é odiada pela dita "imprensa independente" porque é tenaz na luta pela preservação e consolidação das conquistas da luta do povo heróico de Moçambique pela sua independência, liberdade, justiça e pela protecção e defesa da sua soberania. Os verdadeiros donos da tal de "imprensa independente" em Moçambique são aqueles que a financiam directa ou directamente, na forma de donativos ou de pagamento de publicidade; são algumas daquelas organizações transnacionais (ocidentais) interessadas na exploração comercial dos recursos naturais que Moçambique possui em terra, nos rios, nos lagos, nos mar e no subsolo. Para viabilizar os seus interesses inconfessos, que nada mais são que senão a pilhagem dos recursos naturais de Moçambique, essas organizações servem-se do «direito à liberdade de expressão e de imprensa» para urdir a criação de órgãos de comunicação social ditos "independentes"—que na verdade de independentes não têm nada, pois os verdadeiros donos é que ditam a agenda ou linha editorial desses órgãos—e preparar e empregar "jornalistas" para fazer subversão. São esses "jornalistas" que reportam os actos errados dos funcionários públicos como se fossem erros da Frelimo, o partido no poder em Moçambique. O que esses "jornalistas" aparentemente não entendem é que, ao fazerem isso, estão a hipotecar a sua própria nacionalidade e a soberania do povo moçambicano, as quais a só a Frelimo tem defendido sábia e tenazmente, porque como ninguém ela (a Frelimo) melhor conhece o valor destas conquistas.
Entenda-se: eu não estou a dizer que não há corrupção em Moçambique. Longe disso. Eu sei e reconheço que há corrupção neste país, e que o nível de percepção dessa corrupção é alto. Infelizmente, temos em Moçambique pessoas que se aproveitam das posições que ocupam no aparelho do Estado, nas empresas públicas, e até mesmo no sector provida, para praticar actos que beneficiam a si próprias e/ou aos seus familiares e amigos, em detrimento do povo. Inequivocamente, essas práticas configuram corrupção. Mas dai alguém atribuir essa corrupção à Frelimo é forçado, é infundado, e só fazem isso aqueles indivíduos ou grupos de indivíduos que querem ver a Frelimo injustamente desacreditada pelo eleitorado. Outrossim, o que essas pessoas escondem ou não dizem—quiçá por ignorância do facto—é que o que se pretende é afastar a Frelimo do poder e substituí-la por uma "partido político" que possa permitir a generalização da corrupção e viabilizar a pilhagem das riquezas brutas de Moçambique por companhias empresariais estrangeiras.
Com efeito, não é segredo para ninguém que a Frelimo é contra a corrupção e tem orientado o seu Governo—o Governo de Moçambique—para desencadear um combate cerrado e permanente contra este mal (a corrupção) que emperra o progresso deste país. Exemplos de que esse combate está em curso não faltam. Dirigentes de órgãos centrais do Governo e empresas públicas há que foram destituídos dos seus cargos por más práticas; e quando essas práticas indiciaram crimes, esses crimes foram investigados para a determinação da sua existência e gravidade; e determinada a culpabilidade dos seus praticantes, estes foram criminalmente responsabilizados pelos seus crimes. É verdade que este combate contra a corrupção ainda é brando, enquanto a corrupção se sofistica. Aqui é preciso fazer o apelo de que é necessário e urgente que a sociedade exija que sejam aparados os métodos de combate contra a corrupção, de modo que estejam à altura do nível de sofisticação deste tipo de crime. A Frelimo assumiu o compromisso de assim fazer e orientou os órgãos competentes do Estado moçambicano (sob sua direcção) para que criassem um organismo especializado para investigar actos de corrupção e conduzir os seus autores à barra dos tribunais. É assim que nasceu o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), subordinado à Procuradoria-Geral da República (de Moçambique).
Portanto, o combate contra a corrupção é uma realidade em Moçambique e é a Frelimo que lidera as iniciativas que dinamizam e sofisticam este combate. Causa, pois, perplexidade alguém qual Mantchiyani Machel, ir a público dizer que «a Frelimo deve abandonar de corrupção», o que significa que ele identifica a Frelimo como um antro de corrupção. O correcto seria o Mantchiyani Machel apontar os corruptos que ele identificou na Frelimo, se os tiver identificado. Se não tiver identificado ninguém como corrupto, então o Mantchiyani Machel está a cantar e dançar a música que os adversários e inimigos da Frelimo, representados por um segmento bem específico da dita "imprensa independente", querem que ele cante e dance, visando derrubar a Frelimo do poder e abrir caminho para a instalação de um regime que vai viabilizar a prossecução dos interesses dos inimigos da independência, da liberdade, da justiça, e da soberania de Moçambique e do seu povo.
Enfim, a vovó Graça Machel precisa de chamar o seu neto à razão. E fazendo isso ela estará a chamar à razão toda a juventude moçambicana que interpreta erradamente os seus ataques (referência aos ataques da Graça Machel) contra a corrupção. Sim, está a parecer que a juventude moçambicana está a entender as intervenções da mamã/vovó Graça Machel como transmitindo a mensagem de que a Frelimo é um antro de corrupção. É também neste mesmo sentido que a dita "imprensa independente" veicula publicamente as intervenções da Graça Machel, do Teodato Hunguana, do Sérgio Vieira, entre outras vozes proeminentes e críticas no seio da Frelimo. Para vós, respeitados camaradas, notai que estais sendo mal interpretados pela juventude moçambicana e pela dita "imprensa independente" e tratai de repor a verdade sobre o que dizeis, antes que vos tornais inimigos da vossa amada e gloriosa Frelimo. Quando estiverdes discursando ou emitindo as vossas opiniões em público, fazeis questão de distinguir entre a Frelimo e as pessoas singulares. Vós sabeis que a Frelimo é uma pessoa colectiva que congrega, numa vaste frente, moçambicanos de todas as origens, etnias, tribos, condições sociais e físicas, orientações sexuais e credos religiosos, que se identificam com os ideais, valores e princípios desta organização (a Frelimo). Vós sabeis que a Frelimo execra e combate veementemente a corrupção e tendes provas disso. Se há na Frelimo indivíduos corruptos, então que esses indivíduos sejam chamados pelos seus próprios nomes, e se evite veicular mensagens difusas que fazem com a Frelimo seja tida como uma organização de corrupção. Doutro modo, pronunciamentos que induzem a opinião pública a confundir a Frelimo com pessoas singulares (suspeitas de particar actos que indiciam corrupção) configura dolo ou conspiração contra esta organização política patriótica, exemplar e renomada dentro e fora de Moçambique.
Não sujai o bom nome, a boa imagem e a preciosa obra da Frelimo!
I rest my case.
A cara na imagem é de Mantchiyani Machel, neto de Samora Machel (Primeiro Presidente de Moçambique independente). Este jovem nasceu em 1986—exactamente no ano em que seu avô morreu. Ele (o jovem) foi recentemente entrevistado pelo semanário "Dossiers & Factos" e, essa entrevista, é citado a dizer o seguinte:
(i) «a Frelimo deve abandonar a corrupção»;
(ii) «erramos ao comprar armas para matarem cidadãos»;
(iii) «Renamo e Frelimo devem pedir desculpas ao povo»; e
(iv) «a Frelimo está longe do seu eleitorado».
Nesta reflexão faço um convite ao jovem Mantchiyani Machel e aos que pensam como ele para juntos (re)examinarmos estas passagens ou expressões. Vamos por partes.
(i) Ao dizer que «a Frelimo deve abandonar a corrupção», Mantchiyani Machel está a assumir implicitamente que o seu avô, Samora Machel, pertencia a um "cartel de corrupção". Aliás, o próprio Mantchiyani Machel, que a dado passo na entrevista se identifica como sendo da Frelimo, está a assumir-se como membro do mesmo "cartel de corrupção". Sobre isto eu quero dizer que o Mantchiyani Machel não está a falar da mesma Frelimo de que eu sou militante; não está a falar da Frelimo que está no comando dos destinos de Moçambique e do povo moçambicano; não está a falar da Frelimo que guiou o povo moçambicano na sua luta pela conquista da independência nacional, na sua luta pela liberdade e pela justiça; não está a falar da Frelimo alguma vez liderada pelo saudoso Samora Machel, um homem que a dado passo da sua carreira política se apercebeu de que estava a ser manipulado por um diminuto grupo de pseudo-ideológos comunistas que pretendia distruir esta Frelimo e assumir o poder por sua conta, e Samora Machel preferiu morrer a permitir que esta Frelimo que hoje continua dirigir os destinos de Moçambique e do seu povo fosse destruída por esses malandros que até hoje ainda se exibem como escória do colonialismo europeu em Moçambique. Mantchiyani Machel pode é estar a falar—isto sim—da "Frelimo" virtual que foi ardilosamente criada pela "liberdade de imprensa" e que tem sido impingida à juventude moçambicana pela imprensa dita "independente". Pertencem à essa tal de "imprensa independente" jornais tais como "Dossiers & Factos", "SAVANA", "Canal de Moçambique", entre outros, que fabricam notícias com o fim de manipular a opinião pública para que esteja a contra a verdadeira Frelimo, que é combatida ferrozmente pelos mentores dessa tal de "imprensa independente" pelas razões que se apresentam mais adiante, nesta reflexão.
(ii) Ao dizer que «erramos ao comprar armas para matarem cidadãos», Mantchiyani Machel está a dizer, por outras palavras, que é "inteligente" aprovisionar mantimentos numa casa cujas portas não têm fechaduras. Ora, pensar assim é tolice, é ingenuidade política. Com efeito, o Mantchiyani Machel não só tem fechaduras nas portas da sua casa, como também não deixa as portas do seu carro abertas ou destrancadas—esteja ele dentro ou fora da sua viatura. E porquê? Simples: porque depois do nível das necessidades fisiológicas, o nível a seguir de necessidade que um ser vivo precisa satisfazer para ser viável são (a) protecção (para não ser atacado) e (b) defesa (caso seja atacado). Um ser vivo desprovido de mecanismos de protecção e defesa não pode ser viável; perece precocemente. Do mesmo modo, um país (que alberga vidas) não pode ser viável quando não tiver capacidade para se proteger e defender contra qualquer tipo de ataque. Desenvolver capacidades de autoprotecção e autodefesa, e até de intervenção para repelir potenciais ataques ou persuadir quem tiver intenções de atacar a não o fazer, é um requerimento imprescindível para conferir maior liberdade às pessoas para trabalharem a sonhar com uma vida cada vez melhor; é uma condição para a promoção do progresso material e espiritual de um povo. Mantchiyani Machel devia saber que o seu avô, Samora Machel, entendia muito bem que a verdadeira liberdade dos moçambicanos muito dependia da capacidade do seu Estado em proteger-se e se defender contra todas as contrariedades possíveis e imaginárias. É por isso mesmo que Samora Machel treinou e equipou devidamente as Forças Populares de Libertação de Moçambique (FPLM) para o povo moçambicano tivesse orgulho da sua nacionalidade. Não se compraram armas para matar cidadãos; compram-se armas para a protecção e defesa da soberania do povo e do seu Estado. Parece que ao Mantchiyani Machel faltou esta lição por parte da vovó Graça Machel. Acontece. Mas até pode ser que não seja o caso de ter faltado a lição; pode ser porque o jovem Mantchiyani Machel tenha assimilado mal a lição e, consequentemente, esteja a denunciar um défice de capacidade de autoprotecção e autodefesa contra as atrocidades que estão sendo perpetradas pelo neocolonialismo contra Moçambique e seu povo (como se explica mais abaixao, nesta reflexão).
(iii) Ao dizer que «Renamo e Frelimo devem pedir desculpas ao povo», Mantchiyani Machel está fazer uma tremenda e vergonhosa confusão. A Frelimo tem que pedir desculpas ao povo por ter organizado e guiado este mesmo povo na sua luta pela conquista da independência nacional? A Frelimo tem que pedir desculpas ao povo por ter organizado e guiado este mesmo povo na sua luta para converter a Renamo—que esteve a serviço das forças que pretendiam a destruição do Estado moçambicano—numa organização útil para Moçambique, algo que Renamo ainda tem dificuldade de ser até hoje? A Frelimo tem que pedir desculpas ao povo por estar a guiar este mesmo povo na sua luta pela emancipação económica e pela edificação do Estado de Direito Democrático em Moçambique? Não entendo como é o jovem Mantchiyani Machel pode misturar a Frelimo e a Renamo—duas organizações com géneses díspares—na mesma panela. Aliás, até entendo e isso explico mais adiante, aqui nesta reflexão!
(iv) Ao dizer que «a Frelimo está longe do seu eleitorado», Mantchiyani Machel está a ignorar que em 2014 a Frelimo e o seu candidato presidencial, Filipe Nyusi, evenceram as eleições gerais. Isto significa que a maioria do eleitoral moçambicano está com a Frelimo. Ou será que o jovem Mantchiyani Machel faz parte daqueles que defendem—sem prova—que a Frelimo ganhou fraudulentamente as eleições gerais de 15 de Outubro de 2014?! Será isso? Se for o caso de que Mantchiyani Machel pertence à tal corrente de opinião, de que a Frelimo e Filipe Nyusi ganharam fraudulentamente as eleições gerais de 2014, então é caso para dizer que o neocolonialismo está a ganhar a batalha pela neocolonização de Moçambique, com o apoio da juventude moçambicana. Sim, quando o jovem Mantchiyani Machel não consegue sentir a independência ou viver a independência do seu país (Moçambique), significa que o colonialismo ainda está entre nós. E nesse caso a juventude actual tem culpa no cartório, por não saber ou poder preservar as conquistas feitas pelos combatentes da liberdade, dos quais fazia parte Samora Machel, avô de Mantchiyani Machel.
Agora vem a pergunta:
O que se está a passar para que jovens moçambicanos pensem e se expressem como o faz Mantchiyani Machel, neto de Samora Machel?
A resposta mais correcta e que muito me incomoda é que, definitivamente, a juventude moçambicana tem um grande défice de disciplina patriótica e de senso de responsabilidade, liberdade e justiça. Como educador que sou, devo alertar ao Mantchiyani Machel e a toda a juventude moçambicana para que tenham muito cuidado com a dita "imprensa independente" em Moçambique. Este alerta decorre da compreensão de que o objectivo principal da "imprensa independente" em Moçambique ainda não é a favor da edificação de um verdadeiro Estado de Direito Democrático neste país. Antes pelo contrário, a "imprensa independente" em Moçambique, que se caracteriza por veicular "notícias" que subvertem deliberadamente os factos, visa destruir—e não consolidar—as conquistas do povo moçambicano na sua luta pela independência, liberdade e justiça. Sim, é isso mesmo: a dita "imprensa independente" é pela inviabilização do Estado de Direito! Atesta isto o facto de que a tal de "imprensa independente" não relata fielmente os factos que constituem notícias que divulgam, preferindo relatar interpretações subjectivas sobre esses factos. Por exemplo, quando um servidor público se envolve num presumível escândalo de corrupção e é militante da Frelimo, a tal de "imprensa independente" reporta o facto suposto qual tivesse sido cometido pela Frelimo. Ou seja, a dita "imprensa independente" aqui em referência manipula deliberadamente as estórias sobre as ocorrências de toma conhecimento de modo a lesar o bom nome e a apreciável obra da Frelimo. Claramente, isso visa colocar a opinião pública contra a Frelimo, no lugar de contra os indivíduos supostamente corruptos, os quais nunca são chamados pelos seus próprios nomes. E o que se pretende com isto é também claro: desacreditar a Frelimo ante o eleitorado moçambicano de modo a facilitar a ascensão ao poder de uma força política inexperiente e facilemente manipulável em matéria de formulação, implementação e gestão de políticas públicas.
Agora segue algo sobre os motivos de tanto ódio que se tem pela Frelimo. A Frelimo é odiada pela dita "imprensa independente" porque é tenaz na luta pela preservação e consolidação das conquistas da luta do povo heróico de Moçambique pela sua independência, liberdade, justiça e pela protecção e defesa da sua soberania. Os verdadeiros donos da tal de "imprensa independente" em Moçambique são aqueles que a financiam directa ou directamente, na forma de donativos ou de pagamento de publicidade; são algumas daquelas organizações transnacionais (ocidentais) interessadas na exploração comercial dos recursos naturais que Moçambique possui em terra, nos rios, nos lagos, nos mar e no subsolo. Para viabilizar os seus interesses inconfessos, que nada mais são que senão a pilhagem dos recursos naturais de Moçambique, essas organizações servem-se do «direito à liberdade de expressão e de imprensa» para urdir a criação de órgãos de comunicação social ditos "independentes"—que na verdade de independentes não têm nada, pois os verdadeiros donos é que ditam a agenda ou linha editorial desses órgãos—e preparar e empregar "jornalistas" para fazer subversão. São esses "jornalistas" que reportam os actos errados dos funcionários públicos como se fossem erros da Frelimo, o partido no poder em Moçambique. O que esses "jornalistas" aparentemente não entendem é que, ao fazerem isso, estão a hipotecar a sua própria nacionalidade e a soberania do povo moçambicano, as quais a só a Frelimo tem defendido sábia e tenazmente, porque como ninguém ela (a Frelimo) melhor conhece o valor destas conquistas.
Entenda-se: eu não estou a dizer que não há corrupção em Moçambique. Longe disso. Eu sei e reconheço que há corrupção neste país, e que o nível de percepção dessa corrupção é alto. Infelizmente, temos em Moçambique pessoas que se aproveitam das posições que ocupam no aparelho do Estado, nas empresas públicas, e até mesmo no sector provida, para praticar actos que beneficiam a si próprias e/ou aos seus familiares e amigos, em detrimento do povo. Inequivocamente, essas práticas configuram corrupção. Mas dai alguém atribuir essa corrupção à Frelimo é forçado, é infundado, e só fazem isso aqueles indivíduos ou grupos de indivíduos que querem ver a Frelimo injustamente desacreditada pelo eleitorado. Outrossim, o que essas pessoas escondem ou não dizem—quiçá por ignorância do facto—é que o que se pretende é afastar a Frelimo do poder e substituí-la por uma "partido político" que possa permitir a generalização da corrupção e viabilizar a pilhagem das riquezas brutas de Moçambique por companhias empresariais estrangeiras.
Com efeito, não é segredo para ninguém que a Frelimo é contra a corrupção e tem orientado o seu Governo—o Governo de Moçambique—para desencadear um combate cerrado e permanente contra este mal (a corrupção) que emperra o progresso deste país. Exemplos de que esse combate está em curso não faltam. Dirigentes de órgãos centrais do Governo e empresas públicas há que foram destituídos dos seus cargos por más práticas; e quando essas práticas indiciaram crimes, esses crimes foram investigados para a determinação da sua existência e gravidade; e determinada a culpabilidade dos seus praticantes, estes foram criminalmente responsabilizados pelos seus crimes. É verdade que este combate contra a corrupção ainda é brando, enquanto a corrupção se sofistica. Aqui é preciso fazer o apelo de que é necessário e urgente que a sociedade exija que sejam aparados os métodos de combate contra a corrupção, de modo que estejam à altura do nível de sofisticação deste tipo de crime. A Frelimo assumiu o compromisso de assim fazer e orientou os órgãos competentes do Estado moçambicano (sob sua direcção) para que criassem um organismo especializado para investigar actos de corrupção e conduzir os seus autores à barra dos tribunais. É assim que nasceu o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), subordinado à Procuradoria-Geral da República (de Moçambique).
Portanto, o combate contra a corrupção é uma realidade em Moçambique e é a Frelimo que lidera as iniciativas que dinamizam e sofisticam este combate. Causa, pois, perplexidade alguém qual Mantchiyani Machel, ir a público dizer que «a Frelimo deve abandonar de corrupção», o que significa que ele identifica a Frelimo como um antro de corrupção. O correcto seria o Mantchiyani Machel apontar os corruptos que ele identificou na Frelimo, se os tiver identificado. Se não tiver identificado ninguém como corrupto, então o Mantchiyani Machel está a cantar e dançar a música que os adversários e inimigos da Frelimo, representados por um segmento bem específico da dita "imprensa independente", querem que ele cante e dance, visando derrubar a Frelimo do poder e abrir caminho para a instalação de um regime que vai viabilizar a prossecução dos interesses dos inimigos da independência, da liberdade, da justiça, e da soberania de Moçambique e do seu povo.
Enfim, a vovó Graça Machel precisa de chamar o seu neto à razão. E fazendo isso ela estará a chamar à razão toda a juventude moçambicana que interpreta erradamente os seus ataques (referência aos ataques da Graça Machel) contra a corrupção. Sim, está a parecer que a juventude moçambicana está a entender as intervenções da mamã/vovó Graça Machel como transmitindo a mensagem de que a Frelimo é um antro de corrupção. É também neste mesmo sentido que a dita "imprensa independente" veicula publicamente as intervenções da Graça Machel, do Teodato Hunguana, do Sérgio Vieira, entre outras vozes proeminentes e críticas no seio da Frelimo. Para vós, respeitados camaradas, notai que estais sendo mal interpretados pela juventude moçambicana e pela dita "imprensa independente" e tratai de repor a verdade sobre o que dizeis, antes que vos tornais inimigos da vossa amada e gloriosa Frelimo. Quando estiverdes discursando ou emitindo as vossas opiniões em público, fazeis questão de distinguir entre a Frelimo e as pessoas singulares. Vós sabeis que a Frelimo é uma pessoa colectiva que congrega, numa vaste frente, moçambicanos de todas as origens, etnias, tribos, condições sociais e físicas, orientações sexuais e credos religiosos, que se identificam com os ideais, valores e princípios desta organização (a Frelimo). Vós sabeis que a Frelimo execra e combate veementemente a corrupção e tendes provas disso. Se há na Frelimo indivíduos corruptos, então que esses indivíduos sejam chamados pelos seus próprios nomes, e se evite veicular mensagens difusas que fazem com a Frelimo seja tida como uma organização de corrupção. Doutro modo, pronunciamentos que induzem a opinião pública a confundir a Frelimo com pessoas singulares (suspeitas de particar actos que indiciam corrupção) configura dolo ou conspiração contra esta organização política patriótica, exemplar e renomada dentro e fora de Moçambique.
Não sujai o bom nome, a boa imagem e a preciosa obra da Frelimo!
I rest my case.
1 comentário:
Criticar esse entrevistado que é sobrinho de Samora é criar mais confusão na cabeça do povo. Acho que esse senhor que faz critica e até aconselha a Graça a chamar atenção a uma pessoa que já é maior significa que faz trinta anos este ano se bem que nasceu em 1986 como diz o crítico.
1. Critica lhe por falar a verdade?
2. Critica lhe porque o senhor é lambebota ou seja alguém que quer ser bem visto pela Frelimo da actualidade que ainda comporta se como Frelimo de outrora porque acho que o que muda na Frelimo são pessoas que a comanda e não os ideais, uma vez a Frelimo sempre teve pessoas corruptas, assassinas e ambiciosos, tais como Guebuza o ambicioso que ultrapassou todas as barreiras ao fazer golpe para substituir Chissano e deixar uma herança de governação péssima que vai entrar no Guiness book porque o povo Moçambicano vai lhe recordar vitaliciamente como o mais corrupto de sempre;
3. Por fim criticar esse sobrinho ou neto de Machel é absurdo. Se não vejamos: eu não agradeço a Frelimo por ter lutado pela Independência, porque vale pena ser maltratado por um estrangeiro do por um compatriota como a Frelimo faz agora. Do que vale uma independência em que o libertador ficou pior que o colonizador até criar dividas para me que jamais vou conseguir pagar.
Para me esse sobrinho de Samora tem muita razão e esta de parabéns por ser directo. Ser da Frelimo não significa deixar de criticar, se a Frelimo começar a aceitar criticas dentro do Partido qualquer dia pode ganhar simpatia porque de verdade já perdeu. Aquelas pessoas que vão receber Nyusi e sua esposa são obrigadas ou seja são funcionários público em particular professores e seus alunos que dificilmente podem dizer não porque podem perder emprego.
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