Diplomacia Económica Moçambicana Além Fronteira: Uma Análise das Relações Sino-Moçambicanas (China-Moçambique)
* Contextualização
A presente reflexão é resultado de uma das deliberações da sessão da Comissão Permanente da Assembleia da República que teve lugar no dia 09 de Maio do presente ano, sessão esta, que culminou com a autorização ao chefe de Estado para viajar a China. Sendo que fora esta autorização, a comissão aceitou duas propostas do Movimento Democrático de Moçambique (MDM):
* A ida do Governo ao parlamento para discutir a questão da divida publica;
* Debate em torno da violação dos direitos humanos no centro do país.
Mas, oque me interessa nesta reflexão é a autorização ao chefe de Estado de efectuar uma viagem a República Popular da China, pois, diversas frentes, associam esta viagem ao actual contexto, o da divida publica, onde frentes sociais e académicas, pensam que esta, é mais uma tentativa do Governo Moçambicano ir explicar-se á China sobre os contornos da divida publica, ignorando mais uma vez à necessidade de explicar-se ao seu povo.
Meus caros, Moçambique é um Estado que faz parte do Sistema Internacional, cenário onde se desenrolam as relações internacionais, esta viagem do Chefe de Estado Moçambicano, enquadra-se no âmbito da nossa diplomacia económica. Apesar da viagem ter calhado com o actual cenário que o país atravessa, isso não pode automaticamente significar o associar a mesma (viagem).
* Política Externa da China para Moçambique: Uma Análise das Relações Sino-Moçambicanas
Algumas literaturas, como é o caso da recente obra lançada em 2014 pelo Instituto Superior de Relações Internacionais, intitulada “ Potências Emergentes na Construção da Multipolaridade Inclusiva”, advoga que a Política Externa da China para Moçambique data da década de 1960 com o apoio á Frente de Liberação de Moçambique, e estabeleceu relações diplomáticas em 1975.
Apesar da Política Externa da China para Moçambique não ter surtindo muito impacto durante a primeira República, devido a aproximação de Moçambique as instituições da Bretton Woods (1986) dois anos depois da assinatura do acordo de Inkomat (1984), que culminou com a introdução do primeiro Programa de Reajustamento Economico, o famoso (PRE), onde uma das obrigações era de abandonar-se o Marxismo-Leninismo adoptado no âmbito do terceiro congresso do partido FRELIMO em 1977.
Entretanto algumas correntes de pensamento defendem que, as relações Sino-Moçambicanas, reatam a partir de 1997-1998, com a locação de 20 milhões de dólares americanos para financiarem empresas e empreendimentos chineses em Moçambique.
Neste sentido, Moçambique e a china, já vêm estreitando suas relações económicas desde os finais da década de 90, esta viagem á China, faz parte da necessidade do aprofundamento das nossas relações de cooperação. Aliás, a diplomacia económica chinesa é guiada por dos fora neste caso a FOCAC, que é um Forum On China Africa Cooperation, que Moçambique faz parte por ser um dos países africanos, não se esquecendo que não são todos os países que fazem parte deste fórum, como é caso da Suazilândia, Burkina Faso, Gambia e São Tome e Príncipe, pelo simples factos de estabelecerem relações diplomáticas com Taiwan.
E por fim a FCCPLP, que é um Fórum de Comércio entre China e Países de Língua Portuguesa. Portanto, as relações económicas sino-moçambicanas também podem ser entendidas dentro destas duas plataformas.
Alguns até podem não ter notado nos seus argumentos de associação da divida á esta viagem, o facto da mesma fazer parte da agenda das actividades do Chefe de Estado moçambicano para o presente ano, apesar do Chefe de Estado ter-se encontrado com o seu homologo Xi Jinping, num fórum multilateral (FOCAC), nos finais do ano passado na África de Sul.
Ora vejamos, é no âmbito das nossas relações com China que quase nos finais do mandato do Presidente Joaquim Alberto Chissano que, em 2001 Moçambique celebrou um Acordo do Comercio e Acordo sobre Promoção e Protecção Reciproca de Investimentos. Em 2002 celebrou um Acordo de Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Agricultura e Protecção Ambiental.
Em 2004 celebrou um Acordo de Cooperação Económica e Técnica para Agricultura, Saúde, Educação e Mineração. Já nos finais do primeiro mandato do Presidente Armando Emílio Guebuza, Moçambique, celebrou um acordo para reforçar o Comércio Bilateral e Relações Económicas para o período de 2008-2009.
Portanto, eu quero acreditar que a ida do Chefe de Estado á China, não tem nada relacionado com a divida pública, más sim trata-se de mais uma viagem para dar continuidade no aprofundamento da nossa diplomacia económica para com a China e vice-versa, aliás já veio em público o embaixador Chinês acreditado em Moçambique referir, que a China não esta preocupada com a questão da divida pública e continuaram a estreitar relações com o país.
Um dado muito importante é que no âmbito das relações económicas que o país tem para com á China, em 2008 á China passou a ser o segundo país que mais investia em Moçambique com 76,8 milhões de dólares americanos, superado apenas pela África de Sul, que tinha 136 milhões de dólares americanos.
Muito pode-se falar da cooperação económica Sino-Moçambicana, trabalho de monografias para licenciatura, dissertação para mestrado e até teses para doutoramento, podem ser feitas apenas falando das relações económicas entre estes dois países.
* Considerações Finais
Apesar de Moçambique estar a passar de momento tenebroso com este, nem sempre devemos associar o nosso activismo económico na diáspora com estes acontecimentos, temos vistos discursos por parte da oposição na tentativa de politizar todo activismo do actual governo no âmbito externo.
Tenho sempre alertado que, os partidos políticos sã actores racionais dentro de um campo político onde ocorrem relações de poder, tudo o quão é dito e feito pela oposição, não esqueçam-se meus caros, que tem um alcance político em primeiro lugar. Cabe a nos moçambicanos saber fazer uma hermenêutica critica a volta destes discursos tendentes a politização.
PS: Bem-Haja a nossa diplomacia Económica, não somos nenhum Estado isolado no Sistema Internacional, entretanto é obrigação dos. Estados aprofundar as suas relações.
Por: Bitone Viage
* Contextualização
A presente reflexão é resultado de uma das deliberações da sessão da Comissão Permanente da Assembleia da República que teve lugar no dia 09 de Maio do presente ano, sessão esta, que culminou com a autorização ao chefe de Estado para viajar a China. Sendo que fora esta autorização, a comissão aceitou duas propostas do Movimento Democrático de Moçambique (MDM):
* A ida do Governo ao parlamento para discutir a questão da divida publica;
* Debate em torno da violação dos direitos humanos no centro do país.
Mas, oque me interessa nesta reflexão é a autorização ao chefe de Estado de efectuar uma viagem a República Popular da China, pois, diversas frentes, associam esta viagem ao actual contexto, o da divida publica, onde frentes sociais e académicas, pensam que esta, é mais uma tentativa do Governo Moçambicano ir explicar-se á China sobre os contornos da divida publica, ignorando mais uma vez à necessidade de explicar-se ao seu povo.
Meus caros, Moçambique é um Estado que faz parte do Sistema Internacional, cenário onde se desenrolam as relações internacionais, esta viagem do Chefe de Estado Moçambicano, enquadra-se no âmbito da nossa diplomacia económica. Apesar da viagem ter calhado com o actual cenário que o país atravessa, isso não pode automaticamente significar o associar a mesma (viagem).
* Política Externa da China para Moçambique: Uma Análise das Relações Sino-Moçambicanas
Algumas literaturas, como é o caso da recente obra lançada em 2014 pelo Instituto Superior de Relações Internacionais, intitulada “ Potências Emergentes na Construção da Multipolaridade Inclusiva”, advoga que a Política Externa da China para Moçambique data da década de 1960 com o apoio á Frente de Liberação de Moçambique, e estabeleceu relações diplomáticas em 1975.
Apesar da Política Externa da China para Moçambique não ter surtindo muito impacto durante a primeira República, devido a aproximação de Moçambique as instituições da Bretton Woods (1986) dois anos depois da assinatura do acordo de Inkomat (1984), que culminou com a introdução do primeiro Programa de Reajustamento Economico, o famoso (PRE), onde uma das obrigações era de abandonar-se o Marxismo-Leninismo adoptado no âmbito do terceiro congresso do partido FRELIMO em 1977.
Entretanto algumas correntes de pensamento defendem que, as relações Sino-Moçambicanas, reatam a partir de 1997-1998, com a locação de 20 milhões de dólares americanos para financiarem empresas e empreendimentos chineses em Moçambique.
Neste sentido, Moçambique e a china, já vêm estreitando suas relações económicas desde os finais da década de 90, esta viagem á China, faz parte da necessidade do aprofundamento das nossas relações de cooperação. Aliás, a diplomacia económica chinesa é guiada por dos fora neste caso a FOCAC, que é um Forum On China Africa Cooperation, que Moçambique faz parte por ser um dos países africanos, não se esquecendo que não são todos os países que fazem parte deste fórum, como é caso da Suazilândia, Burkina Faso, Gambia e São Tome e Príncipe, pelo simples factos de estabelecerem relações diplomáticas com Taiwan.
E por fim a FCCPLP, que é um Fórum de Comércio entre China e Países de Língua Portuguesa. Portanto, as relações económicas sino-moçambicanas também podem ser entendidas dentro destas duas plataformas.
Alguns até podem não ter notado nos seus argumentos de associação da divida á esta viagem, o facto da mesma fazer parte da agenda das actividades do Chefe de Estado moçambicano para o presente ano, apesar do Chefe de Estado ter-se encontrado com o seu homologo Xi Jinping, num fórum multilateral (FOCAC), nos finais do ano passado na África de Sul.
Ora vejamos, é no âmbito das nossas relações com China que quase nos finais do mandato do Presidente Joaquim Alberto Chissano que, em 2001 Moçambique celebrou um Acordo do Comercio e Acordo sobre Promoção e Protecção Reciproca de Investimentos. Em 2002 celebrou um Acordo de Desenvolvimento dos Recursos Humanos, Agricultura e Protecção Ambiental.
Em 2004 celebrou um Acordo de Cooperação Económica e Técnica para Agricultura, Saúde, Educação e Mineração. Já nos finais do primeiro mandato do Presidente Armando Emílio Guebuza, Moçambique, celebrou um acordo para reforçar o Comércio Bilateral e Relações Económicas para o período de 2008-2009.
Portanto, eu quero acreditar que a ida do Chefe de Estado á China, não tem nada relacionado com a divida pública, más sim trata-se de mais uma viagem para dar continuidade no aprofundamento da nossa diplomacia económica para com a China e vice-versa, aliás já veio em público o embaixador Chinês acreditado em Moçambique referir, que a China não esta preocupada com a questão da divida pública e continuaram a estreitar relações com o país.
Um dado muito importante é que no âmbito das relações económicas que o país tem para com á China, em 2008 á China passou a ser o segundo país que mais investia em Moçambique com 76,8 milhões de dólares americanos, superado apenas pela África de Sul, que tinha 136 milhões de dólares americanos.
Muito pode-se falar da cooperação económica Sino-Moçambicana, trabalho de monografias para licenciatura, dissertação para mestrado e até teses para doutoramento, podem ser feitas apenas falando das relações económicas entre estes dois países.
* Considerações Finais
Apesar de Moçambique estar a passar de momento tenebroso com este, nem sempre devemos associar o nosso activismo económico na diáspora com estes acontecimentos, temos vistos discursos por parte da oposição na tentativa de politizar todo activismo do actual governo no âmbito externo.
Tenho sempre alertado que, os partidos políticos sã actores racionais dentro de um campo político onde ocorrem relações de poder, tudo o quão é dito e feito pela oposição, não esqueçam-se meus caros, que tem um alcance político em primeiro lugar. Cabe a nos moçambicanos saber fazer uma hermenêutica critica a volta destes discursos tendentes a politização.
PS: Bem-Haja a nossa diplomacia Económica, não somos nenhum Estado isolado no Sistema Internacional, entretanto é obrigação dos. Estados aprofundar as suas relações.
Por: Bitone Viage
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