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Carta aberta ao Presidente Filipe Nyusi (7)
Senhor Presidente: fazendo uso da prerrogativa constitucional do direito à opinião, consagrada na liberdade de expressão da Constituição da República que o senhor jurou fazer cumprir na Praça da Independência , naquele dia de tomada de posse, hoje escreve-lhe pela sétima vez.
Como cidadão nacional continuo preocupado com o rumo que o país está a tomar e por isso, aqui estou uma vez mais para partilhar consigo o que me vai na alma. A situação da dívida pública que faz manchetes na imprensa por todo o lado, requer muita calma e ponderação, senhor Presidente.
Uma dívida de 11 mil milhões de dólares não pode constituir alarido para um país. Vários outros países, como Portugal, por exemplo, tem dívidas mais avolumadas mas as economias não estão em agonia.
A minha consciência me diz que- por experiência empresarial acumulada ao longo da vida- 11 mil milhões de dólares se podem pagar em tempo recorde. Moçambique é um país vasto que tem muita riqueza ainda por explorar. Riqueza essa de um valor imensurável. E a maior riqueza de Moçambique é o seu povo que é humilde.
Senhor Presidente,
A questão da dívida requer calma e técnicos capazes de a administrarem a coisa pública a bem dos seus cidadãos.
Estou em crer que em algum momento as minhas anteriores missivas lhe terão chegado às mãos ou pelo menos ao seu conhecimento. Desde Novembro passado que de tempos em tempos venho alertando sobre o colapso financeiro que agora já é uma realidade de que não se pode fugir.
Provavelmente o senhor Presidente, por via dessa dívida, deve não dormir. Todos os dias recebemos surpresas de que os nossos habituais parceiros estão a cortar financiamento. Primeiro foi o FMI e o Banco Mundial. Seguiu-se o G-14, os Estados Unidos e o Canadá. Isto, senhor Presidente, é muito grave!!!
Aprendi desde cedo que para criar um nome leva anos, mas para descredibilizá-lo é questão de segundos. A imprensa mundial só fala da desfavorável situação económica de Moçambique e da tensão político-militar que efectivamente afugenta qualquer investidor. Isto é grave, senhor Presidente!!!
Senhor Presidente: enquanto a paz não se construir em Moçambique, nenhum investidor ou doador colocará aqui o seu dinheiro. Até o mais reles, falo de um empresário que sonhe ter uma moageira em Manica ou Moeda.
Nas minhas cartas anteriores, já havia pedido ao senhor Presidente para dialogar incondicionalmente com o líder da Renamo, o senhor Afonso Dhlakama. Ao fazê-lo, o senhor estará a escrever a sua própria história na liderança deste país e, claro, terá todo o apoio e aplausos de mais de 24 milhões de moçambicanos que almejam pela mesma paz.
Presidente, não devo estar de todo enganado ao considerar o senhor uma pessoa inteligente. Julgo eu, na minha humildade, que o senhor já percebeu que todas estas convulsões que acontecem tem um único nome: a tensão político-militar. Independentemente de estarmos em bancarrota, com a paz qualquer moçambicano desdobra-se para produzir alguma coisa para o seu sustento.
O camponês de Mandimba, senhor Presidente, nunca se beneficiou dos dinheiros de nenhum doador para produzir comida. Mas sempre produziu. Já com a guerra não pode mais produzir. Será que custa tanto ao senhor Presidente sentar com Afonso Dhlakama e conversarem como irmãos para o bem deste país?
Toma coragem, senhor Presidente. Rompa com os dogmas do seu partido. Vai a Sathujira, lá nas matas da Gorongosa, e fala com o seu irmão Dhlkama. Ajoelha-se se for necessário, mas traga de volta a paz . Quando lhe peço para ir conversar com o Dhlakama onde quer que ele exija, é que está no seu direito querer que haja mediações. Há muito tempo que se quebrou a confiança e o senhor sabe disso.
Presidente: a paz não tem preço. Se é o seu ajoelhar que o Dhlakama precisa para o bem-estar de 24 milhões de moçambicanos, o senhor não pode fazer isso? Foi o senhor que disse que o povo era seu patrão. Agora, Presidente, o seu patrão lhe pede para que dialogue incondicionalmente com Dhlakama.
Senhor Presidente, quando Barack Obama assumiu a presidência americana enfrentou alguns problemas financeiros. E para resolvê-los não olhou a meios. Foi buscar Hilary Clinton e colocou-a como secretária do Estado, apesar de terem sido opositores para a nomeação Democrata.
O Zimbabwe, o país irmão de Robert Mugabe, quando estava em convulsões soube nomear Morgan Tsivangirai, seu opositor severo, a Primeiro-Ministro. O exemplo clássico é de Nelson Mandela. O seu partido, o ANC, ganhou as primeiras eleições multipartidárias. Mandela havia ficado 27 anos na prisão, mas depois de ser eleito Presidente da África do Sul soube nomear Frederik de Klerk como vice-presidente, mesmo sabendo que este vinha do partido que lhe encarcerou durante 27 anos. E mais: chamou também Mangosuthu Buthelezi, líder do Inkatha , para ministro do interior. Mandela não fez isso à a toa é porque queria o bem- estar do seu povo. E o senhor, Presidente Nyusi???
Presidente: todos esses embaixadores acreditados em Moçambique, diariamente mandam emails aos seus países relatando a situação actual do nosso país. Julga mesmo que alguém quererá investir num país onde há guerra, valas comuns com cadáveres humanos, assalto aos cofres do Estado?
Escreve a sua história, Presidente. Traga Dhlakama a Maputo. Percorre com ele o país de lés-a-lés. Mostra ao mundo de que Moçambique respira paz. Abraça-o. Dá-lhe a sua mão. É seu irmão, apesar da diferença de ideias. Fazendo isso, senhor Presidente, estará a escrever o seu nome nos Anais da História Mundial e este pobre país, este Moçambique, será cobiçado por qualquer investidor. Tudo está nas suas mãos, meu Presidente!!!!
Nini Satar
Senhor Presidente: fazendo uso da prerrogativa constitucional do direito à opinião, consagrada na liberdade de expressão da Constituição da República que o senhor jurou fazer cumprir na Praça da Independência , naquele dia de tomada de posse, hoje escreve-lhe pela sétima vez.
Como cidadão nacional continuo preocupado com o rumo que o país está a tomar e por isso, aqui estou uma vez mais para partilhar consigo o que me vai na alma. A situação da dívida pública que faz manchetes na imprensa por todo o lado, requer muita calma e ponderação, senhor Presidente.
Uma dívida de 11 mil milhões de dólares não pode constituir alarido para um país. Vários outros países, como Portugal, por exemplo, tem dívidas mais avolumadas mas as economias não estão em agonia.
A minha consciência me diz que- por experiência empresarial acumulada ao longo da vida- 11 mil milhões de dólares se podem pagar em tempo recorde. Moçambique é um país vasto que tem muita riqueza ainda por explorar. Riqueza essa de um valor imensurável. E a maior riqueza de Moçambique é o seu povo que é humilde.
Senhor Presidente,
A questão da dívida requer calma e técnicos capazes de a administrarem a coisa pública a bem dos seus cidadãos.
Estou em crer que em algum momento as minhas anteriores missivas lhe terão chegado às mãos ou pelo menos ao seu conhecimento. Desde Novembro passado que de tempos em tempos venho alertando sobre o colapso financeiro que agora já é uma realidade de que não se pode fugir.
Provavelmente o senhor Presidente, por via dessa dívida, deve não dormir. Todos os dias recebemos surpresas de que os nossos habituais parceiros estão a cortar financiamento. Primeiro foi o FMI e o Banco Mundial. Seguiu-se o G-14, os Estados Unidos e o Canadá. Isto, senhor Presidente, é muito grave!!!
Aprendi desde cedo que para criar um nome leva anos, mas para descredibilizá-lo é questão de segundos. A imprensa mundial só fala da desfavorável situação económica de Moçambique e da tensão político-militar que efectivamente afugenta qualquer investidor. Isto é grave, senhor Presidente!!!
Senhor Presidente: enquanto a paz não se construir em Moçambique, nenhum investidor ou doador colocará aqui o seu dinheiro. Até o mais reles, falo de um empresário que sonhe ter uma moageira em Manica ou Moeda.
Nas minhas cartas anteriores, já havia pedido ao senhor Presidente para dialogar incondicionalmente com o líder da Renamo, o senhor Afonso Dhlakama. Ao fazê-lo, o senhor estará a escrever a sua própria história na liderança deste país e, claro, terá todo o apoio e aplausos de mais de 24 milhões de moçambicanos que almejam pela mesma paz.
Presidente, não devo estar de todo enganado ao considerar o senhor uma pessoa inteligente. Julgo eu, na minha humildade, que o senhor já percebeu que todas estas convulsões que acontecem tem um único nome: a tensão político-militar. Independentemente de estarmos em bancarrota, com a paz qualquer moçambicano desdobra-se para produzir alguma coisa para o seu sustento.
O camponês de Mandimba, senhor Presidente, nunca se beneficiou dos dinheiros de nenhum doador para produzir comida. Mas sempre produziu. Já com a guerra não pode mais produzir. Será que custa tanto ao senhor Presidente sentar com Afonso Dhlakama e conversarem como irmãos para o bem deste país?
Toma coragem, senhor Presidente. Rompa com os dogmas do seu partido. Vai a Sathujira, lá nas matas da Gorongosa, e fala com o seu irmão Dhlkama. Ajoelha-se se for necessário, mas traga de volta a paz . Quando lhe peço para ir conversar com o Dhlakama onde quer que ele exija, é que está no seu direito querer que haja mediações. Há muito tempo que se quebrou a confiança e o senhor sabe disso.
Presidente: a paz não tem preço. Se é o seu ajoelhar que o Dhlakama precisa para o bem-estar de 24 milhões de moçambicanos, o senhor não pode fazer isso? Foi o senhor que disse que o povo era seu patrão. Agora, Presidente, o seu patrão lhe pede para que dialogue incondicionalmente com Dhlakama.
Senhor Presidente, quando Barack Obama assumiu a presidência americana enfrentou alguns problemas financeiros. E para resolvê-los não olhou a meios. Foi buscar Hilary Clinton e colocou-a como secretária do Estado, apesar de terem sido opositores para a nomeação Democrata.
O Zimbabwe, o país irmão de Robert Mugabe, quando estava em convulsões soube nomear Morgan Tsivangirai, seu opositor severo, a Primeiro-Ministro. O exemplo clássico é de Nelson Mandela. O seu partido, o ANC, ganhou as primeiras eleições multipartidárias. Mandela havia ficado 27 anos na prisão, mas depois de ser eleito Presidente da África do Sul soube nomear Frederik de Klerk como vice-presidente, mesmo sabendo que este vinha do partido que lhe encarcerou durante 27 anos. E mais: chamou também Mangosuthu Buthelezi, líder do Inkatha , para ministro do interior. Mandela não fez isso à a toa é porque queria o bem- estar do seu povo. E o senhor, Presidente Nyusi???
Presidente: todos esses embaixadores acreditados em Moçambique, diariamente mandam emails aos seus países relatando a situação actual do nosso país. Julga mesmo que alguém quererá investir num país onde há guerra, valas comuns com cadáveres humanos, assalto aos cofres do Estado?
Escreve a sua história, Presidente. Traga Dhlakama a Maputo. Percorre com ele o país de lés-a-lés. Mostra ao mundo de que Moçambique respira paz. Abraça-o. Dá-lhe a sua mão. É seu irmão, apesar da diferença de ideias. Fazendo isso, senhor Presidente, estará a escrever o seu nome nos Anais da História Mundial e este pobre país, este Moçambique, será cobiçado por qualquer investidor. Tudo está nas suas mãos, meu Presidente!!!!
Nini Satar
Carta aberta ao Presidente de Moçambique
Senhor Presidente, você está fora de controlo. Depois de ter gasto um mandato inteiro a inventar insultos para quem quer que seja que tenha ideias sobre os problemas nacionais, em vez de criar oportunidades para beneficiar da experiência e conhecimentos dessas pessoas, agora você acusou os media de serem culpados da crise política… nacional e mandou atacar as sedes políticas da Renamo.
A crise político-militar que se está a instalar a grande velocidade faz lembrar as antecâmaras do fascismo. Em situações semelhantes, Hitler e Mussolini, Salazar e Franco, Pinochet e outros ditadores militares latino-americanos, Mobutu e outros ditadores africanos, foram instalados no poder, defendidos pelo grande capital enquanto serviam os interesses desse grande capital, e no fim cairam.
Será que você, senhor Presidente, se prepara para a fascização completa do País? Destruir a Renamo, militarmente, é um pretexto. Fazer renascer a guerra é um pretexto. Parte do problema dos raptos – não todo – e do crime e caos urbano é um pretexto. Permitir a penetração da Al Quaeda em Moçambique é um pretexto. Pretexto para quê? Para suspender a constituição e aniquilar todas as formas de oposição, atirando depois as culpas para os raptores e outros criminosos e terroristas, ou para aniquilá-los em nome da luta pela estabilidade.
Senhor Presidente, você pode estar a querer fascizar o País, mas não se esqueça que a sua imagem e a do seu partido estão muito descredibilizadas – por causa de si e do seu exército de lambe botas. E essa credibilidade não se recupera com palavars e com mortos. Só se pode recuperar com a paz e a justiça social. O que prefere, tornar-se num fascista desprezível e, a longo prazo, vencido? Ou um cidadão consciente e respnsável que defendeu e manteve a paz e sugurança dos cidadãos, evitando a guerra e combatendo o crime?
Senhor Presidente, você tem que ser parte da solução porque você é uma garnde causa do problema. Ao longo de dois mandatos, quem se rodeou de lambe botas que lhe mentem todos os dias, inventam relatórios falsos e o assessoram com premissas falsas? Quem deu botas a lamber e se satisfez com isso, com as lambidelas? Quem se isolou dos que realmente o queriam ajudar por quererem ajudar Moçambique e os moçambicanos, sem pretenderem usufruir de benefícios pessoais? Quem preferiu criar uma equipa de assessores estrangeiros ligados ao grande capital multinacional em vez de ouvir as vozes nacionais ligadas aos que trabalham honestamente? Quem insultou, e continua a insultar, os cidadãos que apontam problemas e soluções porque querem uma vida melhor para todos (meamo podendo estar errados, honestamente lutam por uma vida melhor para todos)?
Quem acusa os pobres de serem preguiçosos e de não quererem deixar de ser pobres? Quem no principio e fim dos discursos fala do maravilhoso povo, mas enche o meio com insultos e desprezo por esse mesmo povo?
Quem escolheu o caminho da guerra e a está a alimentar, mesmo contra a vontade do povo maravilhoso? Quem diz que a guerra, e o desastre humanitário a ela associado, é um teste à verdadeira vontade de paz do povo maravilhoso? Por outras palavras, quem faz testes politicos com a vida do povo maravilhoso? Quem deixa andar o crime, a violência e a pobreza, quem deixa andar a corrupção, o compadrio e as associações criminosas? Quem nomeia, ou aceita a nomeação, de um criminoso condenado a prisão maior para comandante de uma das principais forças policiais no centro do país?
Quem se apropria de toda a riqueza e ao povo maravilhoso oferece discursos e dessse maravilhoso povo quer retirar (ou gerir, como o senhor diz) qualquer expectativa? Quem só se preocupa com os recursos que estão em baixo do solo, mandando passear as pessoas,os problemas e as opções de vida construídas em cima desse solo? Quem privatiza os benefícios económicos e financeiros dos grandes projectos, e depois mente dizendo que ainda não existem?
Quem se defende nos media internacionais dizendo que passou todos os seus negocios para os familiares enquanto é presidente – e quem é suficientemente idiota para aceitar isto como argumento e como defesa?
Quem divide moçambicanos em termos raciais e étnicos, regionais e tribais, religiosos e políticos – já agora, o que são moçambicanos de gema? Serão os autómatos despersonalizados e ambiciosos que nascem das gemas dos seus patos? O que são moçambicanos de origem asiática, europeia ou africana – são moçambicanos ou não são?
Quem ficou tão descontrolado que hoje acusa os media de serem criadores do clima que se vive no país – foram os media que se apropriaram das terras, iniciaram uma guerra, deixam andar o crime urbano e foram pedir conselhos ao Zé Du? Que tipo de media você quer? Um jornal noticias que não tem uma referência destacada a três grandes manifestações populares pela paz e seguranca e justiça social que aconteceram ontem no nosso país, embora tenha uma noticia sobre manifestações contra violações no Quénia? Porque é que as manifestações dos outros são verdade e as nossas mentira?
E, já agora, senhor Presidente, pode esclarecer-nos quem matou Samora?
Senhor Presidente, você não merece representar a pérola do Indico nem liderar o seu povo maravilhoso. E desmerece-o mais cada dia. Você foi um combatente da luta de libertação nacional e um poeta do combate libertador, mas hoje não posso ter a certeza que liberdade e justiça tenham sido seus objectivos nessa luta heróica.
O povo maravilhoso, ontem, prestou homenagem a Mocambique, a Mondlane e Samora, aos valores mais profundos da moçambicanidade cidadã e da cidadania moçambicana. Foi bonito ver as pessoas a manifestarem-se por causas justas comuns, a partilharem a água e as bolachas, a abraçarem-se e distribuirem sorrisos, a apanharem o lixo que uma tão grande multidão não poderia deixar de criar. Foi bonito ver quão bonitos e cívicos Moçambique e os moçambicanos, na sua variedade, são. Foi bonito ver os cidadãos aplaudirem a polícia honesta e abraçarem os seus carros, e os polícias absterem-se de atacar os cidadão. Foi bonito ver que conseguimos juntar uma multidão consciente, cívica e honesta, que o seu porta voz partidário, Damião José, foi incapaz de desmobilizar. Foi bonito ver a bandeira e o hino nacionais a cobrirem todos os moçambicanos, moçambicanos que são só moçambicanos e nada mais.
E no seu civismo e afrimação da cidadania moçambicana, esta multidão para si só tinha três palavras: “fora, fora, fora”. Tenha dignidade e, pelo menos uma vez na vida, respeite os desejos do povo. Reuna os seus patos e saia, saia enquanto ainda há portas abertas para sair e tempo para caminhar. Não tente lutar até ao fim. Isso só vai trazer tragédia, mortes e sofrimento para todos e, no fim, inevitavelmente, você e todos os outros belicistas, criminosos e aspirantes a fascistas, sejam de que partido forem, serão atirados para o caixote do lixo da história. Saia enquanto é tempo, e faça-o com dignidade. Ninguém se esquecerá do que você fez – de bem e de mal – mas perdoa-lo-emos pelo mal por, pelo menos no fim, ter evitado uma tragédia social e saído com dignidade.
Que, pelo menos, o seu último acto seja digno e merecedor deste povo maravilhoso. E, enquanto se prepara para sair, por favor devolva ao país e ao Estado a riqueza de que você, a sua família e o seu grupo de vassalos e parceiros multinacionais se apropriaram. Leve os seus patos mas deixe o resto. E, por favor, use as presidências abertas, pela última vez, mas para se despedir, pedir desculpas e devolver a riqueza roubada.
Saia, senhor Presidente, enquanto ainda é suficientemente Presidente para sair pelas suas próprias pernas.
Você sabe, de certeza, o que quer dizer “A Luta Continua!” Então, saia.
E não perca tempo a abater ou mandar abater ou encorajar a abater ou deixar abater alvos seleccionados, sejam eles quem forem. O sangue de cada um desses alvos só vai engrossar ainda mais o rio em cheia que o atirará a si, e seus discípulos, como carga impura, para as margens do rio poderoso fertilizadas pela luta popular. O povo não morre, e é o povo, não um alvo seleccionado, seja quem for, quem faz a revolução. Não se esqueça que a fúria do rio em cheia é proporcional à água que nele flui e à pressão que sobre ele exercem as margens opressoras.
Senhor Presidente, não tente fascizar Moçambique. Se o fizer, pode levar tempo, podem muitas vidas ser encurtadas pelas suas forças repressivas de elite, mas se seguir este caminho, você sairá derrotado. A história não perdoa.
Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua família e dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índico e em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor.
Adeus, senhor Presidente, vá descansar na sua quinta com a sua família e dê à paz e à justiça social uma oportunidade nesta pérola do Índico e em benefício do seu maravilhoso povo. Por favor.
Não lhe queremos mal. Mas, acima de tudo, queremos a paz e que os benefícios do trabalho fluam para todos.
Fonte: http://www.mmo.co.mz/carta-aberta-ao-presidente-de-mocambique#ixzz48Q3xynKn
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