Coincidências:
A data vai ficar na história. Esta terça-feira, 10 de Novembro, a maioria de esquerda na Assembleia da República derrubou o governo de coligação PSD/CDS-PP. Por ironia do destino, a moção de rejeição do Partido Socialista foi aprovada no dia em que Álvaro Cunhal, líder histórico comunista, faria 102 anos. Uma excelente ocasião para recordar um artigo e uma entrevista que guardo com especial carinho e orgulho.
17:42 • Nuno Tiago Pinto
A30 de Abril de 1974, Álvaro Cunhal recebeu o primeiro banho de multidão após 13 anos de exílio, 11 de prisão e oito de clandestinidade. Tinha acabado de desembarcar no aeroporto de Lisboa, vindo de Paris. Era o último dos principais dirigentes políticos a regressar a Portugal após o 25 de Abril. Emocionado, disse a Carlos Brito: "Conseguiste uma boa mobilização." Momentos depois estava a subir para um carro de combate para agradecer os aplausos. Foi uma recepção apoteótica. Mas foi também um momento breve. Pouco depois entrou numa espécie de semiclandestinidade que durante décadas manteve em segredo tudo o que dizia respeito à sua vida pessoal.
Um dos grandes mistérios era a sua casa. O líder comunista aparecia em público, mas poucos sabiam onde vivia. Nos primeiros dias depois do seu regresso ficou alojado na casa de Maria das Dores Medeiros e Ivo Madeira. Depois, o Partido Comunista Português (PCP) arranjou-lhe uma casa na zona de Rio de Mouro. Viveu também perto da praia - mas não se sabe exactamente onde. Disse-o à jornalista Catarina Pires numa entrevista para o livro Cinco Conversas com Álvaro Cunhal: "Quantas vezes não fui à praia logo cedo, antes de vir para o trabalho. Vivia num sítio que me permitia de passagem sair do carro e ir à praia e estar ali um bocado." Nos anos 90 a sua residência oficial era na Rua Sousa Martins, n.º 17, em Lisboa - que era afinal a casa da irmã e onde nunca terá vivido. Só no fim da vida a sua morada nos Olivais foi conhecida.
As deslocações também eram complicadas. Mudava de carro entre um local e outro por questões de segurança. "O País esteve quase em guerra civil. O Álvaro era amado, mas também odiado", recorda Domingos Lopes, que foi secretário do líder comunista quando ele era ministro sem pasta no II Governo Provisório. "Conheci-o nessa altura. Era mais baixo e mais barrigudo do que pensava", diz. "E mais descontraído também. Chamou-me a S. Bento e perguntou-me se percebia alguma coisa de Direito. Respondi-lhe que estava a acabar o curso e ele disse-me: 'Não foi isso que perguntei. Perguntei se percebias alguma coisa de Direito [risos].' Depois quis saber se eu gostava de papéis. Respondi que nem por isso e ele concluiu: 'Então se calhar ficas aqui.'" Ficou.
Naquela época, as reuniões do Conselho de Ministros prolongavam-se pela madrugada. Os secretários ficavam à espera do final. E foi numa dessas ocasiões que Domingos Lopes conheceu o "lado solidário" de Álvaro Cunhal. "Numa das noites encomendámos comida para duas pessoas - mas acabámos por ficar uns quatro. Foi quando o Álvaro apareceu para jantar. Ao ver que tínhamos pouca comida, disse que já tinha jantado e que o Vasco Gonçalves tinha pedido leitão e não sei que mais. Pouco depois tocou o telefone. Era do Conselho de Ministros para saber se o Álvaro já estava despachado porque tinha descido para comer connosco."
Por vezes, as reuniões de trabalho na sede do PCP também duravam até de madrugada. Nessas ocasiões, Álvaro Cunhal nem ia a casa. Dormia algumas horas nos beliches dos seguranças e até foi visto a passar a ferro a própria camisa. Aprendeu a fazer todas as tarefas domésticas durante a clandestinidade. Manteve os hábitos no exílio em Moscovo, onde, entre 1961 e 1964, viveu num apartamento perto do Palácio dos Pioneiros com a companheira, Isaura Moreira, e a filha recém-nascida, Ana. "Sempre que acabávamos de almoçar, o Álvaro levantava-se, lavava o seu prato e arrumava-o", conta à SÁBADO Luísa Basto, que na época estudava na capital soviética.
A mulher que ainda em Moscovo gravou a primeira versão de Avante Camarada tornou-se visita habitual da família Cunhal. O secretário-geral do PCP afeiçoou-se a ela. Tanto que considerava Luísa sua afilhada. Foi ele, aliás, quem lhe escolheu o pseudónimo quando ela chegou a Moscovo - o seu verdadeiro nome é Úrsula Lobato. Ela via-o como um pai. "Estava sempre preocupado connosco, se estávamos bem e se suportávamos o frio. Obrigava-nos a limpar as solas dos sapatos para tirar o gelo e ver se tinham buracos. E às vezes tinham", diz.
O convívio terminou quando Álvaro Cunhal e a companheira se separaram, por volta de 1965. Isaura Moreira (que ainda hoje é funcionária do PCP) e a filha, Ana, mudaram-se para Bucareste, na Roménia. O secretário-geral do PCP dividia-se entre Praga, Moscovo e Paris. Mas só por questões de trabalho. A sua cabeça estava em Bucareste. Passava horas a desenhar caricaturas de gatos e a traduzir As Aventuras de Sofia, uma banda desenhada belga, que enviava para a filha. E reservava os meses de Verão para passar férias na praia com ela.

Foi na sede da Rua Soeiro Pereira Gomes que, nos primeiros anos da década de 1980, o líder comunista passou várias vezes a véspera de Natal. Fazia questão de estar com os seguranças que ficavam de serviço. "Estivemos lá com ele muitas vezes. Jantávamos em casa e depois íamos lá ter com os miúdos", recorda Luísa Basto. "À meia-noite comíamos umas fatias douradas e umas gambas com eles. O Álvaro reconhecia a lealdade daqueles homens, que eram capazes de se pôr à frente de uma bala por ele", diz João Fernando, o companheiro de Luísa Basto. "Mas quando lá chegávamos ele queria era saber dos miúdos. Brincava com eles e quando estavam cansados ia deitá-los nos sofás. De cinco em cinco minutos ia ver se estavam bem", conta a afilhada de Cunhal.
Em paralelo, mantinha um código de conduta que mesmo no próprio partido era visto como demasiado rígido. "Não recebia ofertas, a menos que fossem consideradas ofertas ao partido, a quem competia decidir o destino que lhes dava. Não assistia ao lançamento de livros (...) para não dar a ideia de alguma preferência por parte do partido. Não aceitava, obviamente, convites para almoçar nem para jantar em casa de camaradas para não parecer que era o partido a fazer distinções. Mas podia aceitá-los de artistas ou intelectuais amigos do partido, pois nesse caso entendia-os como trabalho político", revela Carlos Brito em Álvaro Cunhal, Sete Fôlegos do Combatente.
As sucessivas especulações sobre os mistérios da sua vida levaram-no a revelar um pouco de si numa entrevista a Joaquim Letria, no programa Directíssimo, na RTP2, a 15 de Novembro de 1978. Aí disse levar uma vida normal: "Pago os meus impostos, desconto para a Previdência, ganho um salário mensal, como funcionário do meu partido, de 7.533 escudos [que corresponderia hoje a 517,77 euros], salário que é igual para todos os que nele trabalham." No entanto, muitas das suas despesas, como as deslocações e a casa onde vivia, eram suportadas pelo PCP. Até o fato de fazenda inglesa e a gravata de seda com que se apresentou no programa tinham sido oferecidas ao partido.
Não enriqueceu na política. "Era de uma integridade incrível. Se fosse preciso tinha um tratamento VIP e o Brejnev arranjava-lhe um avião privado. Mas o que deixa de riqueza são os livros e as pinturas", diz Domingos Lopes. A filha, Ana Cunhal, confirma. "Dava tudo o que tinha. Vivia e gastava muito modestamente", diz à SÁBADO.
Um dos maiores segredos
Ana Cunhal regressou com a mãe a Portugal no Verão de 1974. Foi inscrita no Liceu Camões, onde depressa correu a notícia de que era filha do líder comunista. Ana não gostava de ser alvo da curiosidade dos colegas e chegou a faltar às aulas. Naquela época, o secretário-geral do PCP tinha uma agenda preenchida. Mas não escondia a preocupação com a filha aos mais próximos. "Ele tinha uma adoração enorme pela Anita e chegou a pedir-me para falar com ela porque estava apreensivo", recorda Helena Neves, ex-membro do Comité Central do Partido Comunista e que na época era casada com o chefe de gabinete de Cunhal, Joaquim Gorjão Duarte. "Acho que funcionou." Domingos Lopes acrescenta: "Cheguei a ver livros de banda desenhada que ele fez para a filha."
Ana ia ter com o pai ao Centro de Trabalho do PCP e ele tentava sair mais cedo para passearem, discretamente. Defendia ao máximo a sua privacidade. Por várias vezes Álvaro Cunhal recusou mostrar a casa e fotografias de infância, como faziam os líderes de outros partidos. Gabava-se disso. Foi com surpresa que decidiu quebrar essa regra numa entrevista conduzida por Carlos Cruz, na RTP2, a 6 de Novembro de 1991. "Estávamos a falar do secretismo da sua vida quando ele abriu a bolsinha preta que trazia sempre e tirou uma fotografia da filha e dos netos", recorda o apresentador à SÁBADO.
A sua relação com Fernanda Barroso foi mantida em segredo durante anos. Os dois terão começado a namorar no fim da década de 70. Nos primeiros anos só os mais próximos souberam da relação. "Ele sentia necessidade de falar dela e fazia-o com uns quantos camaradas com quem tinha mais intimidade, mas sempre arranjando uns certos pretextos de trabalho", recorda Carlos Brito em Álvaro Cunhal, Sete Fôlegos do Combatente. "Um dia (...) veio perguntar-me se sabia se a Fernanda já tinha ido à União Soviética. Começava assim: 'Aquela camarada da DORL [Direcção da Organização Regional de Lisboa]...' E eu, feito manhoso, perguntava: 'A Marília?' Então ele lá dizia ruborizado: 'Não, a Fernanda.' Sugeri que lhe telefonasse. Respondeu que já lhe tinha telefonado nesse dia e não queria insistir, senão o que é que as camaradas dos telefones iam pensar. Ora, já toda a gente sabia dos telefonemas, que eram comentados com sorrisos de simpatia."
Mas não eram só as telefonistas a saber do romance. "Começámos a suspeitar quando ela, que era do Movimento Democrático das Mulheres, passou a aparecer mais vezes na Soeiro Pereira Gomes. O Álvaro era naturalmente cordial. Mas com ela era menos quando estavam várias mulheres. E nós percebemos essas coisas", recorda Helena Neves. A sua atenção aos pormenores era também o que atraía muitas militantes comunistas. "Era muito sedutor e sempre atento. Uma vez entrevistei-o para o Avante! e ele reparou que estava a tremer. Perguntou-me logo o que se passava e se estava bem. Às vezes esse interesse era mal interpretado", lembra a antiga militante comunista.
Álvaro Cunhal e Fernanda Barroso estiveram juntos mais de 20 anos. Faziam férias no Algarve, em Monte Gordo. "Ia para a praia como vai toda a gente, ia em cabelo, porque gosto de apanhar sol na cabeça, sem óculos", disse a Catarina Pires numa das entrevistas para o livro Cinco Conversas com Álvaro Cunhal. "E como muitas vezes fui para a praia com uma pessoa próxima, que gosta de apanhar conquilhas com o dedo do pé na areia a estragar as unhas (...), eu às vezes também apanhava conquilhas." Considerava o amor de Fernanda Barroso "uma grande riqueza" da vida. Na entrevista a Carlos Cruz afirmou: "Se chegasse à minha idade e não amasse estava morto."
"Ele era muito carinhoso com ela", conta Urbano Tavares Rodrigues, amigo do líder histórico comunista. "E ela também. Era uma relação muito bonita." O casal jantou várias vezes na casa do escritor, que salienta o sentido de humor de Álvaro Cunhal. "Publiquei o livro A Flor da Utopia, que representa as revoluções francesas de 1848 e de Maio de 1968. Quando o li ao Álvaro ele disse: 'É muito bonito, está muito bem escrito, mas não concordo nada com isso. Devias era ter escrito sobre o Outubro russo.'"
No seu livro, Carlos Brito recorda outra situação, passada na Checoslováquia, em 1967, antes da conferência dos Partidos Comunistas. Álvaro Cunhal juntou-se ao grupo de portugueses e, com ar sério, disse: "Estive a pensar que a nossa delegação não foi bem escolhida." Os três que o ouviam puseram logo o lugar à disposição. Foi quando Cunhal observou, com um sorriso: "Viemos para uma Conferência de Partidos Comunistas da Europa, mas afinal de nós os quatro o único europeu sou eu, o Manuel [Rodrigues da Silva] nasceu no Brasil, a Cândida [Ventura] em Moçambique, o [Carlos] Brito em Moçambique."
Vinhos, queijos e gostos norte-americanos
Foi durante as muitas viagens que alguns companheiros de partido conheceram melhor Álvaro Cunhal. "Falávamos das coisas mais incríveis. Lembro-me de que em Viena ele me fez uma descrição deslumbrante dos desenhos e caricaturas de [Pieter] Bruegel [pintor holandês do Renascimento]", lembra Domingos Lopes, que foi o responsável pelas Relações Internacionais do PCP. Foi também em Praga que Carlos Brito descobriu o entusiasmo e os conhecimentos de Cunhal sobre a gastronomia portuguesa. "Sobretudo em relação aos nossos queijos e vinhos", escreve no seu livro. "Passámos um jantar, no hotel do partido, a falar de queijos. (...) No dia seguinte foi-nos servido um almoço só de queijos." Já Carlos Carvalhas garante que a cultura gastronómica de Cunhal era muito mais vasta: "Sempre que saíamos em iniciativas partidárias ele sabia exactamente o que se comia em cada região."
O conhecimento era também passado à prática. Além de apreciador, Álvaro Cunhal era bom cozinheiro. Carlos Carvalhas recorda um prato de "salsichas injectadas com molho". O próprio líder comunista admitiu que fazia uns óptimos pastéis de bacalhau. Domingos Lopes lembra-se da vez em que lhe ofereceu um pato e de como Cunhal lhe descreveu ao pormenor como o preparou: "Só se queixou de ter tido de o depenar."
Normalmente almoçava na cantina do partido, na Soeiro Pereira Gomes. Ia para a fila como os restantes "camaradas" e sentava-se com o seu tabuleiro. De vez em quando frequentava restaurantes. O da afilhada Luísa Basto, o Forno de Cima, no Pragal, Almada, era um deles. "Nem perguntava o que havia. Comia o que vinha para a mesa. E bebia um copo de vinho branco."
Também gostava imenso de cinema. "Adorava Ingmar Bergman, Visconti e Tarkovsky. Mas também filmes americanos. Tinha uma grande admiração pelo Padrinho I eII e pelo Era uma vez na América, do Sergio Leone. Até peloApocalypse Now", diz Helena Neves, que teve longos debates com Álvaro Cunhal sobre cinema. "Alguns camaradas tinham preconceitos pela violência dos filmes americanos. Ele não. Tinha uma perspectiva muito mais vasta." Era fã de Steven Spielberg e Woody Allen. E até gostava da série de animação Os Simpsons.
Os últimos anos da sua vida foram passados no apartamento dos Olivais. A casa pertenceu a Jorge Araújo, um destacado militante do Porto, membro do Comité Central, que nos anos 90 a doou ao PCP. Álvaro Cunhal e Fernanda Barroso mudaram-se para lá no fim da década. É uma casa espaçosa, com cerca de 200 m2 e que menos de um ano após a sua morte foi ocupada por outro membro do PCP: tem três quartos, uma sala, uma cozinha e uma pequena divisão que servia de escritório. Poucos fora do partido lá entraram.
Judite de Sousa foi a única jornalista que subiu ao nono andar daquele prédio na Rua de Benguela para a que viria a ser a última entrevista televisiva de Álvaro Cunhal. "A única coisa que ele me pediu foi discrição em relação a imagens no interior da casa", diz a jornalista da RTP. "Entrámos directamente para a sala e a entrevista foi feita numa mesa de pinho. A um canto tinha uma pequena mesa de apoio com fotografias da filha e dos netos e uma parede com quadros que julgo serem dele."
Foi naquele escritório que escreveu os últimos livros. Fazia-o à mão. Na fase final da vida ditava para a secretária, Olga Constança. Urbano Tavares Rodrigues era dos poucos que podiam ver os manuscritos antes de serem publicados. "Às vezes sugeria alterações, mas na maior parte das vezes deixava como estava", recorda.
A maioria das pessoas mais próximas do líder comunista estava ligada ao PCP. Álvaro Cunhal chegou a dizer que nunca teve nenhum amigo fascista. Mas mantinha relações de amizade com alguns dos seus críticos e ex-companheiros - excepto com aqueles que o criticaram em público, o que considerava uma traição pessoal. Helena Neves é um exemplo: "Um dia estava numa consulta de oftalmologia quando o médico me disse que o Álvaro estava lá fora. Tinha saído do partido e achei que ele não ia falar-me. Mas quando saí ele abraçou-me e beijou-me e à minha filha. Fez uma grande festa. Mais tarde, quando acabei o mestrado, telefonou-me a dar os parabéns. E enviou-me um telegrama que vai ficar para os meus netos." A professora universitária tem uma explicação. "Quando saí do PCP li uma carta no Comité Central e não voltei a falar disso na imprensa."
Afastado da política activa, Álvaro Cunhal pôde dedicar-se à pintura e à escrita. Mas também à educação dos mais novos. "Um dia a minha filha teve de fazer um trabalho de grupo sobre o 25 de Abril e ele aceitou ajudar", conta Dora Carvalho, a porteira do prédio. "Foram cinco meninas lá para casa e durante mais de uma hora ele explicou-lhes tudo. As miúdas vieram encantadas. E tiveram Excelente."
Álvaro Cunhal não fazia vida de bairro. Só saía de casa para apanhar um táxi. Era Fernanda Barroso, que morreu um ano depois dele, em 2006, quem ia à mercearia que fica no bloco de apartamentos comprar os produtos do dia. Por vezes, trazia para casa alguns bolos. O líder comunista não. Cunhal resguardava-se ao máximo. Cumprimentava educadamente todos os vizinhos e, mesmo com quase 90 anos, mantinha o charme que lhe foi reconhecido durante toda a vida. Numa das últimas vezes que saiu de casa sozinho, cruzou-se com a vizinha do lado, Sofia Pereira. Desceram juntos no elevador e, quando a mulher se antecipou e quis abrir-lhe a porta, Álvaro Cunhal lançou: "Minha senhora, uma senhora não me segura a porta."
Esta reportagem foi publicada originalmente na edição número 318 da Sábado, nas bancas a 2 de Junho de 2010
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