A chuva que teima em cair na província da Zambézia está a comprometer os trabalhos de reposição da linha de transporte de energia eléctrica para as províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
Segundo escreve hoje o semanário Domingo, todos os meios humanos e materiais necessários para a concretização da empreitada já estão no terreno, mas chove e o piso prevalece lamacento. Veículos com tracção às quatro rodas patinam e se atolam. A saída reside no uso de meios aéreos que tardam a chegar.
Cerca de 150 trabalhadores da Electricidade de Moçambique (EDM) estão acampados no interior do distrito de Mocuba há cerca de duas semanas a engendrar planos para repor o fornecimento de energia eléctrica às províncias da Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa.
De acordo ainda com o “Domingo”, pelo menos 10 torres de transporte de electricidade em Alta Tensão (AT) vergaram e uma delas foi trucidada a ponto se de tornar irreconhecível, como se tivesse sido destruída por uma violenta explosão de bomba, quando na verdade foi apenas a fúria da água do Licungo que lavrou por ali.
Tal como o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) previu no final do ano passado, a região Centro e Norte do país registou chuvas acima do normal que afectaram o vizinho Malawi, cujos cursos de água procuram chegar ao mar através do território moçambicano, mais concretamente, através da província da Zambézia.
Com as torres deitadas ao chão e a linha de transporte rebentada e completamente inutilizada, as populações das províncias da Zambézia (parte Norte), Nampula, Niassa e Cabo Delgado começaram a enfrentaram semanas de total escuridão que comprometem o curso normal da vida até hoje.
Actividades nos sectores da saúde, comércio, indústria, serviços entre outros estão comprometidos e só contabilizam prejuízos. Por exemplo, a própria EDM diz que perdem perde cerca de 200 mil dólares por dia e o cidadão já começa a pagar o dobro e até mesmo o triplo pela aquisição de produtos básicos que já escasseiam nas prateleiras e bancas.
Para agravar o quadro, a chuva teima em não oferecer alguma trégua para que os tractores possam iniciar os trabalhos de melhoramento da via que vai até ao local onde as torres estão tombadas. Segundo Agostinho Mugoda, administrador de Produção, Transporte e Telecomunicações da EDM, “o único obstáculo para a reposição da linha é a via de acesso que não oferece condições de segurança para que possamos levar os materiais até aos locais onde a linha deve ser reposta”.
Por causa da chuva e da intensa lama que se formou ao longo daquele troço, de cerca de 15 quilómetros, a viatura em que seguíamos saiu dos trilhos sete vezes e foi se acomodar perigosamente no lodaçal, obrigando a gincanas diversas para a sua restituição ao caminho certo.
Segunda linha precisa-se
“Esta avaria serve de lição para a Electricidade de Moçambique (EDM)”, afirma o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da EDM, Gildo Sibumbe,citado pelo semanário Domingo, que acrescentou ser preciso iniciar um novo ciclo de investimentos para que situações do género não voltem a acontecer.
Entre os investimentos cruciais consta a construção de uma segunda linha de transporte de energia que deve partir da subestação de Chimuarra, no Sul da Zambézia, até Nacala, em Nampula, uma vez que a linha actualmente existente, conhecida por “Linha Centro-Norte”, que parte do Songo, em Tete, e vai até Nampula, é tida como uma das mais longas do mundo.
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O número de pessoas desalojadas devido às cheias no distrito de Mocuba, Zambézia, centro de Moçambique, subiu para 19 mil familias, e outras centenas continuam refugiadas em árvores e tetos de casas, disse esta terça-feira fonte oficial.
Teresa Mauaie, administradora de Mocuba, a região mais atingida pelas chuvas, disse à Lusa que até ao fim da tarde de terça-feira 15 mil familias desalojadas entraram para os centros de acomodação criados nas zonas altas da cidade, salientando que centenas de outras "chegam a cada hora que passa à procura de abrigo".
Dezoito crianças, surpreendidas em ritos de iniciação, continuam dadas como desaparecidas, juntamente com os seus padrinhos, na sequência das cheias no distrito de Mocuba, a norte da provincia da Zambézia.
O caudal do rio Licungo, que atravessa a cidade de Mocuba, transbordou segunda-feira, ao atingir 12 metros de altura, seis metros acima do nível de alerta máximo, arrastando consigo milhares de casas, provocando o desabamento de pontes sobre esse rio e o de Lugela (na região de Mugeba), fundamentais para a ligação por terra das regiões norte e centro de Moçambique.
"A nossa maior preocupação agora é o corte da estrada. Centenas de pessoas estão retidas dos dois lados da cidade de Mocuba, mas logo que haja acalmia do rio vamos começarmos buscas e salvação das pessoas", disse Teresa Mauaie.
A provincia da Zambézia começou a registar chuvas intensas desde sábado, prevendo-se nas próximas duas semanas chuvas acima do normal, segundo previsões da Administração Regional de Águas do Centro (ARA-Centro), que alerta para o risco de travessia de rios com corrente de água.
As autoridades lançaram apelos para a população deixar as zonas susceptíveis de ameça de cheias e inundações ao longo do curso de Licungo, incluindo nas planícies adjacentes ao rio nas regiões de Nante, Vila Valdez, Yassopa, Munda-Munda e Ntabo (Maganja) e Furquia, Nbaua, Muebele e Malei (Namacurra), largamente afetadas em 2014.
Segundo as autoridades locais, pelo menos cinco pontes, de ligação entre vários distritos, desabaram desde segunda-feira no distrito de Namacurra, isolando várias regiões.
A intensidade das chuvas no centro e norte do país levou na segunda-feira o Conselho de Ministros a decretar o Alerta Vermelho Institucional, por considerar que a situação é "muito crítica", disse fonte do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, citada pela Lusa.
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