O exército nigeriano afirmou que extremistas islâmicos do Boko Haram iniciaram na manhã deste domingo um ataque contra Maiduguri, a maior cidade no nordeste da Nigéria. As tropas extremistas estão a bloquear as principais estradas que levam a Maiduguri, a fim de impedir que os civis saiam do local. A Amnistia Internacional diz que centenas de milhares de civis estão "em grave perigo."
Autoridades afirmaram que os extremistas atacaram em três frentes ao redor de Maiduguri, a começar pelos subúrbios da cidade. Chris Olukolade, porta-voz do exército, publicou na sua conta do Twitter que "operações aéreas e terrestres estão a ser realizadas agora".
Maiduguri é capital do Estado de Borno e é considerada uma cidade-chave para os insurgentes que tentam criar um Estado islâmico no nordeste da Nigéria, maior economia da África. O local foi atacada várias vezes nos últimos cinco anos pelo Boko Haram, que matou cerca de 10 000 pessoas no ano passado.
Os militantes controlam vastas áreas de Borno e algumas regiões dos Estados vizinhos de Adamawa e Yobe. Recentemente tomaram controle da cidade e da base do exército nigeriano em Baga, perto do lago Chade. A incapacidade do exército nigeriano em deter o grupo tornou-se um grande problema para o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, que tenta a reeleição em fevereiro.
Reféns - A notícia do ataque surge pouco depois que o grupo jihadista libertou 192 pessoas, a maior parte delas mulheres, no Estado de Yobe. As sequestradas eram da cidade de Katarko, situada a 20 quilómetros da capital regional, Damaturu, onde o grupo as tinham sequestrado num ataque em janeiro, declarou o dirigente local Alhaji Goni.
Os terroristas chamaram as famílias das reféns para que as pegassem no município de Gazargana, disse Goni. Uma das cativas, Malama Ayisha, relatou como os terroristas as reuniram e lhes pediram que formassem dois grupos: um formado por quem queria ficar com eles e outro com aquelas que queriam ir embora.
"Muitas rejeitamos a sua oferta. O líder disse que devíamos ser expulsas do território para voltar à terra dos infiéis", lembrou.
Homens do Boko Haram levaram-nas então à aldeia Wuron Yinwa, onde um pastor conseguiu que um camionista as transportasse até Gazargana para se reuniram com os seus familiares.
(Reuters e EFE)
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