Homens armados atacam paiol das FADM em Savane

Seis militares das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) perderam a vida ontem, dos quais um no Hospital Central da Beira, onde entrou gravemente ferido, enquanto um outro também foi atingido na perna e outro ainda é dado como desaparecido, em consequência de um ataque perpetrado por um grupo de supostos homens armados da Renamo ao paiol situado no posto administrativo de Savane, no distrito do Dondo, em Sofala.
Segundo apurámos, os supostos homens armados surpreenderam o grupo de cerca de 30 elementos das FADM que guarneciam o local, cerca das quatro horas da manhã de ontem, com o intuito de roubarem armas, pelo que para conseguirem os seus intentos lançaram um ataque a que se seguiu um tiroteio que culminou com a morte no local de cinco militares e o ferimento de outros dois, dos quais um gravemente.
A chefe do posto administrativo de Savane, Rosa Bia Luís, disse que o tiroteio provocou uma grande tensão entre os populares a ponto de algumas instituições públicas, a exemplo de escolas e unidades sanitárias, fecharem as portas.
A fonte confirmou tratar-se de homens armados da Renamo, o que acabou sendo igualmente comprovado pelo militar ferido, o qual disse que os que atacaram aquele paiol são efectivamente homens liderados por Afonso Dhlakama.

Segundo soubemos junto do militar ferido, os atacantes conseguiram levar consigo algum armamento, não se conhecendo, contudo, as quantidades nem as especificidades das armas.
Ele revelou ainda que, logo que os referidos homens chegaram, a sua intenção foi de se dirigir às casernas contendo armamento. Acrescentou que do lado dos supostos homens da Renamo também houve baixas, nomeadamente mortos e feridos, mas que foram levados pelos companheiros na sua retirada.
Conforme relatos no local, muitas pessoas residentes em vários povoados, sobretudo circunvizinhos do paiol, deixaram as suas habitações para locais seguros, temendo a situação, tendo alguns percorrido mais de 25 quilómetros a pé até à sede do posto administrativo levando consigo alguns dos seus haveres.
Entretanto, o Governo condenou o ataque, responsabilizando a Renamo pelo acto. O chefe da delegação governamental ao diálogo com a Renamo, o Ministro José Pacheco, disse que o ataque fere o princípio da cultura de paz e convivência democrática.
“Estando aqui a fazer este diálogo, fomos surpreendidos com uma notícia trágica, que não caracteriza o espírito de diálogo, em que a Renamo desencadeou uma acção atacando uma posição militar. Queríamos usar esta oportunidade para repudiar este acto que fere o princípio da cultura de paz e de convivência democrática. Essas matérias hão-de merecer o tratamento devido em fóruns próprios”, disse.
José Pacheco acrescentou, no entanto, que o acontecimento não irá condicionar o diálogo em curso.
Notícias – 18.06.2013