Há muitos desmandos no turismo em Maputo

 

Publicado por Jornal Notícias à 19 Fevereiro, 2013 0 Comentários

Algumas atitude de racismo, bem assim o incumprimento da legislação que regula o sector de turismo e afins figuram no rol dos desmandos que tem vindo a caracterizar a actividade na província e cidade de Maputo, situação reconhecida pelo ministro do pelouro e pelos agentes económicos da área.

Volvidos mais de 100 dias depois de assumir a pasta, o novo ministro do Turismo, Carvalho Muária, convocou ontem, em Maputo, os agentes económicos da província e cidade de Maputo para o primeiro frente-a-frente na procura de soluções para os problemas que afectam o sector.

Segundo o ministro, os incluem a não fixação, em lugar de estilo, da lista nominal dos trabalhadores e respectivos cartões de sanidade e a não disponibilização da tabela de preços de produtos e serviços vendidos, naquilo que constitui uma afronta à legislação que rege o sector em Moçambique.
Outras irregularidades apontadas pelo ministro prendem-se com o facto de nalguns restaurantes, sobretudo a nível da cidade de Maputo, se permitir fumadores em locais não apropriados. Há, inclusive, casos em que se reserva o interior da sala para os consumidores de tabaco e fora delas para os não consumidores, quando devia ser o contrário.
“Temos estabelecimentos hoteleiros que dizem que não vendem produtos nacionais. Este tipo de comportamento em nada ajuda a indústria moçambicana que também está a procura de espaço para vender”, referiu.
Outra preocupação do novo ministro que, nas últimas semanas visitou alguns restaurantes da capital e província, está relacionada com o facto das casas de pasto nada fazerem para a promoção da gastronomia típica de Moçambique.
Trata-se de problemas que, na sua maioria, são do conhecimento dos operadores, os quais entendem que os desmandos acontecem por inoperacionalidade das instituições que deviam velar pelo cumprimento das normas, nomeadamente a inspecção.
Quessanias Matsombe, operador turístico vice-presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), começou por reconhecer que, de facto, há problemas graves no sector do turismo e agradeceu a frontalidade com que as questões foram apresentadas.
Para Quessanias Matsombe, foi bom o ministro ter vivido na pele algumas das situações que descreveu, porque acredita que só assim haverá maior sensibilidade no seu tratamento.
Manuel Cabinda, outro operador, denunciou alguns pais que mandam menores para comprarem bebidas alcoólicas e tabaco, casos que, na sua opinião, deviam ser penalizados pelas autoridades.
Outra preocupação colocada pelos agentes económicos é transformação, geralmente no fim-de-semana à noite, da Avenida 25 de Setembro numa autêntica pista de automobilismo e o Parque dos Continuadores em local de espectáculos, situações que perturbam o repouso dos hóspedes.
Entretanto, Carvalho Muária avisou aos operadores que as inspecções aos estabelecimentos vão começar em menos de uma semana e vão ser severos.

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