22.12.2012, 11:36, hora de Moscou
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RIA Novosti
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Esses artefactos foram feitos em Zlatoust, uma pequena cidade no distrito de Cheliabinsk que há vários séculos é um centro de armaria e da arte de gravação sobre aço. Neste inverno, as melhores obras dos armeiros de Zlatoust podem ser vistas numa exposição inaugurada no museu-reserva natural Kolomenskoie em Moscou.
Há de tudo por lá! A armadura infantil do imperador Alexander II, a espada de Leonid Brejnev e o espadim do marechal Ivan Bragramian… A curadora da exposição Tatiana Martynova contou na sua entrevista à Voz da Rússia:
“É realmente uma exposição única. Pela primeira vez, na capital é exposta uma enorme coleção de armas de Zlatoust que nunca foi exposta em tal quantidade. São mais de 400 artefactos. Os visitantes da exposição podem seguir toda a história da produção de Zlatoust: gravações notáveis sobre aço e, claro, armas decorativas.”
Foi ainda no século XVII que o czar Alexei enviou pela primeira vez uma expedição a estas paragens na busca do ouro e da prata. Nessa ocasião, contudo, as buscas foram infrutíferas. As enormes jazidas de minério foram descobertas quase cem anos depois durante o reinado da imperatriz Isabel. Desde esse momento começa a gloriosa história de Zlatoust. A produção cresceu e no início do século XIX a fábrica de armas de Zlatoust era a maior do Império Russo.
Em 1811, em Zlatoust foi organizado a fabricação de armas decorativas. Especialistas alemães se tornaram os professores dos artesãos de Zlatoust: para trabalhar na fábrica foram convidados mestres-armeiros de Solingen, incluindo o conhecido mestre de decoração de lâminas Wilhelm Schaaf com os seus filhos.
Os alemães ensinaram aos russos durante meio ano a técnica da douração a mercúrio. Mas, pouco depois da partida dos mestres estrangeiros, os russos inventaram os seus métodos. Explica Tatiana Martynova:
“A tecnologia apresentada pelos Schaaf era muito tóxica. Os mestres de Zlatoust elaboraram os seus métodos de decoração de armas brancas. Eles propuseram gravar primeiro o ornamento e depois dourar com pincel.”
Na exposição estão patentes espadas direitas e curvas, sabres e espadins, tanto os que eram fabricados para os praças como os destinados aos oficiais-generais e à alta nobreza. Havia encomendas especiais também para a família real. Uma das joias da exposição é a armadura fabricada de propósito para o príncipe real e futuro imperador Alexander Segundo. Trinta e três mestres, encabeçados pelo famoso Ivan Bushuiev trabalharam nessa obra única de 1830 a 1833.
“Em 1834, essa armadura foi embalada numa caixa e preparada para ser expedida para São Petersburgo. Ela foi enviada com uma caravana que transportava ouro e prata proveniente dos Urais. A armadura estava embalada numa caixa com duplo fundo. Por baixo se encontravam a espada, o escudo e uma pequena lança. Na parte de cima estavam arrumadas as peças dessa armadura. Quando a delegação de Zlatoust entregou a oferta ao príncipe, se descobriu que o escudo, a espada e a lança tinham desaparecido misteriosamente no caminho.”
Em 2005, a armadura foi reconstruída pelos mestres atuais de acordo com os desenhos antigos. O príncipe nunca chegou a provar essa armadura: enquanto a fabricavam passaram três anos, depois passou mais um ano na viagem para São Petersburgo, entretanto o futuro imperador cresceu e ela já não lhe servia. Acabou por ficar como um mero objeto de museu.
No século XX, nas gravações de Zlatoust apareceram as imagens dos líderes comunistas, que não eram indiferentes à arte dos armeiros.
Nos anos de 1990, a famosa fábrica faliu. No entanto, os artesãos mantiveram os seus segredos e agora, tal como antes, os mestres são famosos em todo o mundo, as suas obras aparecem com frequência nas hastas das maiores leiloeiras e são o orgulho de muitos museus e coleções particulares.
FESTAS FELIZES
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