quarta-feira, 15 de abril de 2020

Quando quiserem fazer ciência digna do nome


Elisio Macamo
13 Nisan, 14:34 ·



Quando quiserem fazer ciência digna do nome
Podem se inspirar aqui para exortar a sociedade a ter mais discernimento crítico:

Somos um grupo de cientistas sociais moçambicanos que reconhecemos a nossa total irrelevância na compreensão dos problemas que o nosso País enfrenta. O recurso a fórmulas simples para dar conta do que acontece em Cabo Delgado – exclusão social, radicalização islâmica, balão da juventude, corrupção, maldição de recursos, tribalismo, etc. – tem banalizado a potencial contribuição que podemos dar para uma melhor compreensão do País. Onde o País precisa de académicos que dediquem a sua energia intelectual à procura da melhor maneira de formular os problemas para os quais todos pensam ter solução, e desestabilizar essas soluções, estamos entretidos a construir narrativas que confortam as nossas convicções e, por via disso, legitimam abordagens normativas do País.

Somos vítimas e perpretadores. Somos vítimas dum ambiente intelectual e político que privilegia a pesquisa aplicada em detrimento da fundamental. Ela encontra a sua principal manifestação na insistência da indústria do desenvolvimento em financiar apenas o tipo de pesquisa que é visto como sendo útil para resolver problemas, razão pela qual organizações da sociedade civil e consultores têm acesso mais fácil a fundos de pesquisa do que universidades. Ignora-se, no processo, que os problemas para os quais se procuram soluções são problemas definidos por outros em função dos seus próprios interesses. Os nossos governantes exacerbam o problema dando ouvidos a físicos nucleares que ridicularizam as ciências sociais e, recorrendo a conceitos que hoje nenhum filósofo sério usa, por exemplo o conceito de “lei natural”, apregoam aos quatro ventos que fenómenos sociais estão sujeitos às tais leis naturais e que por isso não carecem das ciências sociais para serem estudados.

Mas somos também perpretadores porque, sobretudo nas ciências sociais, confundimos o activismo com ciência e conferimos profundidade analítica e validade científica ao uso incendiário e normativo de conceitos que confortam as nossas próprias visões do mundo. Recitar Marx ou vituperar contra o “neo-liberalismo” virou critério de sofisticação intelectual mesmo que, cientificamente, estejamos equivocados. Para falar com autoridade “científica” sobre Cabo Delgado não é necessário nenhum conhecimento de causa. Basta usar fórmulas que pensam por nós do tipo “exclusão social”, “radicalização islâmica”, etc. Isto é, já mesmo antes de fazermos a pesquisa sabemos o que queremos concluir e, por isso, vamos ao terreno à procura dos elementos que nos permitam demonstrar o que sabemos e não problematizar o que pensamos saber. Transformamos a pesquisa em ciências sociais numa espécie de jornalismo investigativo bastardo em que a plausibilidade conta mais do que a validade e numa profissão de fé em que a indignação virou critério de validação do conhecimento.

A violência em Cabo Delgado é sinal de que precisamos duma outra postura intelectual virada para a promoção de maior discernimento na avaliação do conhecimento científico. Isso requer, da parte da esfera pública, uma atitude mais crítica assente em dois elementos chave. Primeiro, nunca aceitar uma generalização como válida se ela não tiver sido submetida ao, e passado o, teste interpretativo de saber em que circunstâncias essa generalização é válida. Dizer que os jovens insurgentes optam pela violência por causa da exclusão social só é válido se tivermos uma explicação para os jovens vítimas de exclusão social que não se insurgem e pudermos indicar os factores exactos por detrás da insurgência dos que se insurgem. Segundo, exigir de quem interpreta dados relatos menos óbvios do que aquilo que todos vemos. Por exemplo, um investigador que pega no depoimento dum jovem insurgente que diz ter recorrido às armas por se sentir excluído como algo que prova que os insurgentes são o resultado ou manifestação de exclusão social deve ser obrigado a explicar que exercício teórico e analítico ele fez para concluir que o que o jovem disse é o que realmente o motivou. A esfera pública tem que ajudar a academia a se livrar de charlatães como condição importante para que ela cumpra o seu papel de banir a ciência popular da sociedade.

A violência em Cabo Delgado marca também os limites da ciência que praticamos no nosso País. Precisamos de dar um salto qualitativo. Não lograremos esse objectivo enquanto usarmos conceitos que pensam por nós e insistirmos que validade é tudo aquilo que conforta as nossas convicções.

Por uma ciência digna desse nome!




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Gito Katawala Pode ser um dilema.
Eu estou aqui há uns minutos a pensar como colocar a questão. Separamos os cientistas sociais dos pesquisadores da indústria do desenvolvimento?
Priorizamos o conhecimento da causa e a percepção dos problemas para recomendar resoluções?
E esse assunto Cabo Delgado como tratamos, primeiro o Estado ou a população local?
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Elisio Macamo nenhuma das três coisas. os que estão na indústria do desenvolvimento são também cientistas sociais. a questão está na prioridade que ambos dão à pesquisa aplicada em detrimento da fundamental. dum modo geral, toda a pesquisa aplicada em áfrica pressupõe um problema que outros definiram e, por isso, está à partida enviesada. igualmente, a questão não é priorizar a causa ou percepções. é formular o problema! qual é o problema em cabo delgado? é violência? é religião? é precariedade? o que a gente precisa de saber para perceber o que lá se passa? não vejo os meus colegas a colocarem as coisas nestes termos. vejo apenas a repetição de lugares-comuns.
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Leo D. P. Viegas Bem dito e muito compreensivel a sua constatação. Todavia, importa referir que a tentativa de dar uma explicação plausivel dum fenómeno em curso muitas vezes é feito de dados ou informação fragmentária, anedóctica e esta forma de proceder ocorre em todos os cantos do mundo. Recordo-me quando da eclosão de manifestações na França protaginizadas por jovens imigrantes e filhos de imigrantes nos anos passados. Cientistas sociais procuraram explicar o fenómeno que apanhou a França e a Europa de supresa recorrendo a discriminação e inadequada integração das comunidades de imigrantes. Ainda ontem assistia na CNN duas académicas afro-americanas a explicarem o elevado número de mortes entre os afro-americanos atribuindo a isso a desigualdades sociais e económicas no acesso a saúde para além da natureza dos empregos que muitos afro-americanos possuem. No caso de CD o que tenho visto/ lido são tentativas de explicação, embora parciais e relativas de um fenómeno que foi sendo observado há já alguns anos. Considero uma hipótese provável a exclusão e marginalização sobretudo para quem acompanhou os relatórios e artigos jornalisticos anteriores que reportavam os problemas de reassentamento, compensação, etc. Não vejo erro nenhum em avançar com hipóteses explicativas que encontram alguma validade em contextos similares em outras partes do mundo muito particularmente em África. Seria interessante poder ter o seu contributo propondo pelo menos três hipóteses que possamos aprofundar. E já agora as minhas desculpas se apenas percebi apenas um lado da questão (o que também acho normal) :)
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Elisio Macamo eu não sou especialista de cabo delgado para dar palpites. sou um leitor crítico do que se produz sobre cabo delgado. já, por duas ou três vezes, interpelei criticamente "estudos" sobre cabo delgado. eu gostaria que no país se constituísse uma esfera pública que faz isso e não aceita qualquer palpite como a revelação da verdade sobre o assunto. nesse sentido, não estou a dizer que é proibido formular hipóteses. que coisa! estou a dizer que essas hipóteses devem ser colocadas como o que elas são, portanto, como hipóteses e que nós, os leitores, devemos interpelar isso. sugiro duas maneiras simples de fazer isso aqui. eu não estou satisfeito com o que passa por pesquisa em relação cabo delgado. quanto a mim, deixa muito a desejar.
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Sabelo J. Ndlovu-Gatsheni Very interesting take on how we practise social science, deploy concepts and interpret empirical situations of violence.
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Elisio Macamo thanks, Sabelo. i fear that we are mixing up "justification" with "explanation". i find that deeply unsatisfactory.
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Raul Chambote
🤔🤔🤔
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Alcídes André de Amaral Na verdade aparentemente fazer ciências sociais é um empreendimento fácil. E isso contribui para estes ataques dos físicos nucleares, mesmo que não tenha produzido algo útil para área do conhecimento. Reconhecer que a nossa sociedade é complexa (mais que qualquer outra), é reconhecer também a dificuldade de se fazer ciência "digna desse nome". Agora, não sei o porquê do seu reconhecimento na "total irrelevância na compreensão dos problemas que o nosso País enfrenta". Reconhecemos a existência da crença nessa irrelevância, mas só como aconchego de uma mania se achar que se sabe de tudo.
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Elisio Macamo a nossa irrelevância está no facto, por um lado, de não merecermos a atenção dos fazedores de política e, por outro, na ausência de relatos válidos sobre o que se passa em cabo delgado. o que leio são "justificações" do que lá acontece, não explicações.
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Alcídes André de Amaral Na avaliação do meu texto para qualificação da dissertação, sugeriram-me a mudar a forma de escrita. Eu escrevi que "As ciências socais são vistas como irrelevantes" mas me sugeriram a mudar e escrever "questiona-se a relevância das ciências sociais". Acho que faz sentido. Penso que não é pelo facto de não termos atenção dos fazedores de política que passamos a ser irrelevantes. Até porque, mesmo assim, continuamos, bem ou mal, fazendo ciências sociais. E dai o segundo ponto. Penso que a ausência de "relatos válido sobre o que se passa em cabo delgado", pela pressa "justificação", pode ser revelar apenas a dificuldade de termos paciência para fazer ciências sociais e acabamos por fazer mal. Elas não são irrelevantes por causa disso, mas, talvez, também por causa disso até físicos nucleares aparentemente sem trabalho útil na área pode ver as nossas ciências como irrelevantes e os fazedores de política podem achar que não se deve dar atenção aos cientistas sociais.
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Alcídes André de Amaral Na verdade, digo isso só porque, talvez por medo, não quero fazer parte do grupo de cientistas sociais que reconhece a sua "total irrelevância na compreensão dos problemas que o nosso País enfrenta"😃. Quando pouco aos pouco vou compreendendo estas coisas, vou-me entendo que os políticos não fazem por mal mas que os físicos nucleares fazem mesmo por uma triste ignorância.
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Elisio Macamo hmmm. se não tenho a atenção de quem eu devia ter atenção sou irrelevante. isso não significa que, dum modo geral, as ciências sociais sejam irrelevantes. significa que elas são irrelevantes agora, não importa quem é o culpado por isso.
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Alcídes André de Amaral Ahmm, acho que entendi o ponto mas o raciocínio está ma baralhar😃. Se se colocar na posição de se mostrar que merece atenção de quem devia ter atenção o que poderia fazer para isso? Talvez a resposta possa ser mostrar a sua relevância, não? Só que para mostrar que é relevante será preciso ter a atenção de quem lhe devia ter atenção (e isso implicaria conquistar a atenção). Não vejo bem. Talvez quem devia nos dar atenção está embriagado e com "visões de vulto" que precisa apenas de uma terapia convencendo-lhe (ou esperar que se convença) de que o que está vendo não é isso que está vendo e se tomar uma decisão a partir deste "mau olhado" pode trazer desafios piores. E que a melhor forma para estar mais ou menos claro do que está vendo precisa de uma ferramenta: as ciências sociais.
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João Jorge Nguenha Meu caro professor lidar com actores sociais virados para outras áreas de saber é muito dificil, vezes sem conta tenho observado que o senhor professor têm se esforçado em fazer entender aos demais as diversas maneiras de abordar quer sejam os problemas sociais assim como os verdadeiros fenômenos sociais, mas tal vejo que não tem surtido efeito desejado. Percebo que outros não tem cabedal, para abordagens de natureza sociológica é por isso que confrontamo nos com conceitos como " paz definitiva " parecendo que a insurgência terminou com a Renamo. Gostaria de convidar aos companheiros do Facebook que ao interagirem com o professor se identifiquem se a abordagem que levam a cabo a respeito de um determinado assunto suportes antropológicos, sociológicos , jornalisticos e mais para podermos perceber. Pois não for o caso convidaremos a todos a deleciarem se com autores com o Conte, Durkeim, Max weber, Marx , Goffman e tantos outros para perceberem que os países na sua essência são organizados na maior parte dos casos por cientistas sociais.
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Elisio Macamo João Jorge Nguenha, só um pequeno reparo. não se trata de sugerir que só eu saiba como se faz ciência. trata-se de trazer elementos acima de todos nós e que podem servir de critérios para avaliar a qualidade do meu trabalho científico também.
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Elisio Macamo Alcídes André de Amaral, olha, se você é médico, mas ninguém o consulta quando está doente (mesmo que o pudesse fazer), você é irrelevante. não importa se não é consultado por causa da superstição, ignorância ou burrice de quem o devia consultar, mas não o faz. ocê é irrelevante. é nossa obrigação ocupar os espaços onde podemos fazer a diferença!
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João Jorge Nguenha Elisio Macamo obrigado professor, continue a ajudar-nos a pensar.
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Dioclécio Ricardo David
😂😂😂
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Alcídes André de Amaral Professor Elisio Macamo, Compreendido. Vou levar em consideração o pensamento. É surpreendente a sua calma, você é mesmo mais sociólogo e menos ativista 😃😃😃. Brincadeira. Vou querer saber onde arranja esta calma. Por aqui encontros de cientistas sociais há com frequência quase todos com panfletos chamando a atenção para importância e relevância das ciências sociais. No fundo, sinto, parte-se de ponto de que quem não procura os cientistas sociais mas que é (ou achamos) quem devia procurar é que é irrelevante (fazedores de política de agora).
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Djoko Chemane O ambiente intelectual em que vivemos realmente não ajuda no cultivo da independência intelectual ou no pensar certo.
A existência de charlatões, os conceitos e discussões incendiárias, o excesso de moralismos, etc.
Prof., a propósito, gostaria de ouvir sua opinião:
em relação as universidades, não será que a própria organização das nossas universidades não mina o avanço da pesquisa séria nomeadamente:
1. 45 anos depois da independência as nossas universidades públicas, por exemplo, ainda apostam no recrutamento de licenciados ou mestres ao invés de abrirem vagas para catedráticos, por exemplo, em concursos que até poderiam ser internacionais?
2. As nossas universidades tornaram-se máquinas burocráticas bastante centralizadas em que todas as iniciativas são de cima para baixo;
3. Fora o caso da inexistência de uma política clara e órgãos de fomento capazes para a pesquisa;
Não acha que esses factores também contem para minar as nossas academias?
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Elisio Macamo bom, essas são questões técnicas complicadas. acho que agora existe um regulamento claro sobre como se faz a progressão e ao que tudo indica ele é respeitado. recrutar licenciados não me parece um problema. o que me parece um problema é manter um licenciado durante, digamos, mais de 5 anos sem continuar com a formação. do mesmo modo, é problemático manter um professor associado ou catedrático que não produz cientificamente. a burocratização é inevitável, faz, infelizmente, parte do crescimento.
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Djoko Chemane Elisio Macamo, muito obrigado pelos comentários. Só que ss vezes acho que a centralização chega a sufocar os departamentos e os cursos, havendo pouco espaço para iniciativas ao nível destes e dos professores.
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Elisio Macamo Djoko Chemane, tem razão.
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Edu Humbane Do mesmo jeito que definitivamente vingou o jornalismo de reprodução de discurso, parece estar a vingar a ciência, também, da reprodução de discursos. Quando se interage com compatriotas de CD ele vincam que é recorrente na sociedade o discurso de que foram abandonados, excluídos, etc. Mas fazer ciência é ir mais alem. Para concordar com o Prof. Macamo.
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Rubi Kandisky Professor a ideia não é tão fácil, tenho visto alguns cientistas sociais cépticos quanto as suas contribuições partindo do prencipio da própria metodologia. O que professor sugere vejo nela duas vertentes a ideia dos próprios cientistas posicionar em se por livre vontade, o que para isso iria requerer custos económicos para matéria de pesquisa algo que o pobre docente não possui.

A própria moral visto que muitas vezes sim os c. Sociais são confundidos como ativistas e das vezes que os mesmos sugerem uma postura coerente são desacreditados isto porqueos jornalistas, midias que sabe lá porquê uma boa parte preferem difundir o que lhes convém que a realidade crua, baseada em metodologias, pressupostos próprios.

Segunda ideia seria uma colaboração onde os professores e o estado comprometidos com o povo e com a ciência numa visão hegemónica possa de facto trazer luz de análises neste momento, e infelizmente é realisticamente falando é um paradoxo. O estado mocambicano está mais preocupado com os dilemas do ego e a ciência já desistiu deste combate, por que não irá ceder a "chantagem " da produção de conteúdos alienados. ;)
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Elisio Macamo sim, eu vejo problemas também ao nível do uso descuidado de conceitos das ciências sociais ou dá-se cunho científico a conceitos que não são. fala-se de forma leviana de "estados falhados" ou de "captura do estado"...isto banaliza o trabalho científico e cria a impressão de que o que fazemos não precisa de anos de estudo e aprendizagem.
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Mablinga Shikhani Começaste...
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Júlio Mutisse Eu estou na bancada a assistir. Melhorei o discurso do Boss. Publicar?
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Elisio Macamo sim, publica. não te esqueças do artigo da constituição ao abrigo do qual o fazes...
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Coumba Ndoffène DIOUF Le cas d'étude en question que vous analysez me semble bien représentatif, je le redis, de ce qui se passe dans bcp de nos pays.
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Elisio Macamo c'est le problème ! nous n'analysons pas. nous utilisons des substituts conceptuels qui nous donnent l'illusion que nous décrivons quelque chose alors qu'en fait nous apportons du réconfort à nos croyances. je n'ai rien lu sur la violence à cabo delgado qu'une personne raisonnable ne pourrait pas construire couchée sur une natte sous un arbre.
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Coumba Ndoffène DIOUF Elisio Macamo votre dernière phrase me tue de rires. Les procédés de génération des connaissances sont de plus en plus négligés comme si nous assistons à l'ère de l'émergence des "sociologues spontanés" qui, par moment, font du véritable "terrorisme intellectuel".
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Elisio Macamo il vaut mieux rire que pleurer devant la banalisation de la science.
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Coumba Ndoffène DIOUF Elisio Macamo c'est effectivement de "banalisation de la science" qu'il s'agit.
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Mablinga Shikhani Assim já leu a entrevista do ditoso PhD do “dizem-me”?
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Mablinga Shikhani Sai-se de Maputo com as conclusões (pagas, ressalve-se) na língua e já escritas. O resto é cafés, cigarros e o que houver por escamar... “charlatães” está bem escrito... 😂😂😂😂😂😂😂
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Edson Rogério Machel Enquanto se previlegiar o Viés de Confirmação continuaremos a regredir no que a produção de ciência diz respeito
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Reginaldo Mutemba No âmbito da pandemia, tive a oportunidade de ganhar mais curiosidade sobre nós. PR cria uma comissão científica, dirigida pelo Ministro de Saúde. Ele (o ministro) Suspeita que o uso de bafo, recorrendo algumas plantas, como a de eucalipto poderia contribuir tanto para aliviar sintomas ou erradicar a encubação de vírus nas vias respiratórias. “Folhas de eucaliptos fervidas, alcançam a temperatura de 100 graus, numa temperatura até 60 graus, o vírus estando nas narinas pode morrer”- disse, numa entrevista, na TVM. No entanto, o Ministro assume que é uma suspeita, continua discutível. Se o tempo de desenvolvimento de vírus e instalação no organismo humano é de 14 dias, por que não se aproveitar esse momento, para se investigar e esclarecer as zonas de penumbra, tendo em conta que temos Departamentos de biologia, que funciona a várias décadas. Não entendi o que se passa com o receio de ministro, para buscar uma investigação precisa, para determinar as dosagens, as condições ambientais em que uma dada erva pode ou não ter efeito. Porque precisamos de permitir encubar o vírus se pode-se fazer isso, com dados precisos.
Mas, a outra coisa que percebi, é que de tantas músicas, lançadas em solidariedade à humanidade vítima pelo vírus que causa enfermidade endémica e epidémica, clama a Deus a solução, e não ao cientista, como tem acontecido no Brasil e outros países. Enquanto nos outros países, a expectativa é que os cientistas consigam sucesso na medicina preventiva (vacina) e curativa (medicação exacta de cura), em Moçambique temos muita expectativa em encontrar a solução na acção divina. Parece-me que ainda encontramo-nos no Estado Metafísico de A. Comte. Ainda não chegamos a uma sociedade viril. Ainda somos uma sociedade adolescente ou infantil. Que precisa de receber o produto de trabalho dos outros. Adolescentes, nada fazem. Outros fazem por eles e eles eternamente agradecem a Deus. Por isso, a distância para a ciência deve ser longa. Parabéns professor! A crítica que faz é um convite oportuno para que saiamos do comodismo de adolescentes. É uma busca de uma sociedade, para um país que aparentemente não tem dono. Um país de infantis? Sinto vergonha de nós, mesmo!
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Loide Nhaduco Como o professor já havia sugerido, temos que usar a ciência não para procurar novos factos e sim para identificar os factos.
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Jaime Langa Sim so Doutor Elisio Macamo, o que tem a dizer a nós que respeitamos o conhecimento de outrem, reconhecemos a relevância das ciências sociais, sobre os fenómenos sociais que têm ocorrido em Cabo Delgado? Quais são as motivações dos Insurgentes? Exclusão social, se for, financia uma guerra sofisticada? De quem seria essa exclusão e a serem excluídos de quê na província mais privilegiada do país? No kombela.
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Elisio Macamo não tenho nada a dize

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