CARTA A SUA EXCIA PRESIDENTE DA REPÚBLICA
CC DE SUA EXCIA MINISTRO DO INTERIOR E COMANDANTE GERAL DA PRM
Excias...
Nesse momento conturbado que o nosso país atravessa, mormente precipitado pelo escândalo de "dívidas ocultas", que derraparam o custo de vida, com serviços básicos deploráveis, acentuação de miséria e descontentamento generalizado em quase toda a população, onde nossos familiares e nós "guardas da polícia" somos afectados de forma directa, estamos constantemente tentados a essa vulnerabilidade e segregação socioeconómica.
A nossa vulnerabilidade se deve à mísera condição a que estamos sujeitos, é que somos vítimas de um custo de vida cada vez gritante. Nosso salário é uma vergonha, envergonha também declará-lo a nossos familiares, V. Excias sabem e conhecem essa realidade, por isso nos sentimos abertos a escrever-vos, como forma de relembrar apenas, porque parece que tendes memória frágil, tão logo se esquecem com muita facilidade dos assuntos, sobretudo aos que não vos afecta de forma directa, ou seja, os que não vos beneficiam.
Foram V.Excias ou por vosso comando que nos deixaram para trás no curso adequado, porque alegadamente, faltava dinheiro para todos sermos incorporados no curso adequado de 2018, com isso, disseram que devíamos aguardar janeiro de 2019 para ver nosso situação regularizada.
A conjuntura socioeconómica e política conspira contra o ambiente que se vive em Moçambique, com isso, muitas vozes, nacionais e internacionais tem se levantado exigindo esclarecimento, justiça, responsabilização, entre outros. Sabemos e estamos atentos, afinal muitos de nós somos instruídos nas diversas áreas de saber. Estamos cientes que esses próximos tempos, ganhando ou não nas eleições que se avizinham, seremos muito solicitados e usados para reprimir e travar manifestações, insurgências, marchas, desfiles, contestações e tantas outras acções.
CC DE SUA EXCIA MINISTRO DO INTERIOR E COMANDANTE GERAL DA PRM
Excias...
Nesse momento conturbado que o nosso país atravessa, mormente precipitado pelo escândalo de "dívidas ocultas", que derraparam o custo de vida, com serviços básicos deploráveis, acentuação de miséria e descontentamento generalizado em quase toda a população, onde nossos familiares e nós "guardas da polícia" somos afectados de forma directa, estamos constantemente tentados a essa vulnerabilidade e segregação socioeconómica.
A nossa vulnerabilidade se deve à mísera condição a que estamos sujeitos, é que somos vítimas de um custo de vida cada vez gritante. Nosso salário é uma vergonha, envergonha também declará-lo a nossos familiares, V. Excias sabem e conhecem essa realidade, por isso nos sentimos abertos a escrever-vos, como forma de relembrar apenas, porque parece que tendes memória frágil, tão logo se esquecem com muita facilidade dos assuntos, sobretudo aos que não vos afecta de forma directa, ou seja, os que não vos beneficiam.
Foram V.Excias ou por vosso comando que nos deixaram para trás no curso adequado, porque alegadamente, faltava dinheiro para todos sermos incorporados no curso adequado de 2018, com isso, disseram que devíamos aguardar janeiro de 2019 para ver nosso situação regularizada.
A conjuntura socioeconómica e política conspira contra o ambiente que se vive em Moçambique, com isso, muitas vozes, nacionais e internacionais tem se levantado exigindo esclarecimento, justiça, responsabilização, entre outros. Sabemos e estamos atentos, afinal muitos de nós somos instruídos nas diversas áreas de saber. Estamos cientes que esses próximos tempos, ganhando ou não nas eleições que se avizinham, seremos muito solicitados e usados para reprimir e travar manifestações, insurgências, marchas, desfiles, contestações e tantas outras acções.
Requeremos, Excias, que nos insiram economicamente na sociedade, sentimo-nos marginalizados, isso nos degrada psicologicamente. Fazemos um trabalho não reconhecido, um esforço em vão. Apelamos a vossa sensibilidade, haja no entanto, compaixão para com a dor de outrem, vossas Excias estão desprovidos de sentimento e comprometimento para com a causa e bem-estar da corporação ao nível da base. Saibam, pois então, que somos o garante da continuidade da corporação, nosso zelo, dedicação e altruísmo, são os alicerces para a edificação de uma sociedade segura, tranquila e ordeira.
Nesse interesse único, de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, muitas vezes beliscamos as regras fundamentais, atravessamos a legislação e ficamos inclinados mais a obedecer em detrimento da legalidade, humanismo e moral. Fazemo-lo consciente da parcialidade, da inobservância e atropelo a constituição e legislação afim, isso em alguns momentos nos assombra.
Inquieta- nos, quando em exercício das funções perseguimos e caçamos familiares e amigos, mas fazemo-lo escondidos na máxima de que estamos a cumprir ordens. Ordens de um ofício que nos marginaliza e nos segrega. Um ofício que não nos abrange nos benefícios mas nos usa como cães de raça em momentos de agitações. Será que sabem que também somos humanos? Sabem que partimos de famílias, que também precisamos ter nossos filhos na escola, precisamos lhes assegurar alimentação e abrigo? Ou acham que filhos só os vossos os são?
Custa rever os critérios de remuneração na polícia? Porque não adoptam a tabela do Ministério da Defesa? Porque não usam a tabela por nível académico? Porque precisam adoptar curso adequado com critérios exclusivos e prejudiciais? Será que para mostrar nossa insatisfação precisamos marchar ou apoiar diretamente a Renamo que exige salário condigno a polícia? Porque precisam pessoas que já passaram da vida paramilitar se sujeitarem de novo a uma formação onerosa e de pouco enquadramento para muitos?
Nesse interesse único, de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, muitas vezes beliscamos as regras fundamentais, atravessamos a legislação e ficamos inclinados mais a obedecer em detrimento da legalidade, humanismo e moral. Fazemo-lo consciente da parcialidade, da inobservância e atropelo a constituição e legislação afim, isso em alguns momentos nos assombra.
Inquieta- nos, quando em exercício das funções perseguimos e caçamos familiares e amigos, mas fazemo-lo escondidos na máxima de que estamos a cumprir ordens. Ordens de um ofício que nos marginaliza e nos segrega. Um ofício que não nos abrange nos benefícios mas nos usa como cães de raça em momentos de agitações. Será que sabem que também somos humanos? Sabem que partimos de famílias, que também precisamos ter nossos filhos na escola, precisamos lhes assegurar alimentação e abrigo? Ou acham que filhos só os vossos os são?
Custa rever os critérios de remuneração na polícia? Porque não adoptam a tabela do Ministério da Defesa? Porque não usam a tabela por nível académico? Porque precisam adoptar curso adequado com critérios exclusivos e prejudiciais? Será que para mostrar nossa insatisfação precisamos marchar ou apoiar diretamente a Renamo que exige salário condigno a polícia? Porque precisam pessoas que já passaram da vida paramilitar se sujeitarem de novo a uma formação onerosa e de pouco enquadramento para muitos?
Para além de ter um fraco enquadramento, este curso vem com critérios nocivos ao desenvolvimento de carreiras para os jovens.
O que dizer de alguns colegas que em confrontos com grupos de criminosos perdem a vida sem no mínimo ter completado um ano de serviço? Olhando por essa lógica, da excessiva exposição ao risco, há algum fundamento para nos dizer aguardar cinco anos para ter benefícios?
Mostramos nosso desagrado face a essa discriminação.
Garantiram que haveria no entanto mecanismos de escolha, os que estão em algumas áreas podiam mudar automaticamente a carreira.
Servimos e continuamos a servir em distintas missões sem olhar aquilo que para V. Excias é condição fundamental para obter benefícios que nos são de direito (5 anos).
Somos nós que, longe de tudo e todos, fora do afecto familiar, passamos épocas trabalhando arduamente para garantir a segurança pública. Muitas dessas missões, cumprimo-as sem a devida assistência e apoio logístico adequados. Mas nunca abandonamos, estamos sempre no terreno. Em condições precárias, servimos sem reservas. Nossos filhos, esposas e demais familiares não têm noção do quão paupérrima e insustentável é a nossa condição de ser " guarda da polícia" nesse país.
Contamos anos de serviço mas nos vemos tão miseráveis em relação a demais concidadãos, alguns dos quais nem trabalho tem. Com toda a lógica, nosso mísero salário se divide em múltiplas equações, dentre elas, transporte, aluguer de casa, alimentação quer no serviço quer em casa, e ainda deve cobrir as despesas da educação para crianças.
Por sermos o elo fraco recaem sobre nós todas as desgraças, todo o vosso desprezo e falta de interesse em ver melhorias na corporação. Por mais que andem de carros com alta cilindrada, com ar condicionado e todas as mordomias, a verdadeira face da polícia somos nós, patrulheiros, que cidadãos nos vêem comprando pão com badjias para almoçar. O desprezo e falta de estima pela polícia provêm em grande medida daí. Muitos de nós temos formação complementar, cursos profissionais médios e superiores mas ainda somos tratados e considerados como indivíduos com 10a classe. Sim, o nosso salário é isso que nos diz no final de cada mês. A quem interessa perpetuar modelos retrógrados no Ministério do Interior? Porque o problema de mudança de carreiras só é assunto de debate quando se trata de polícias? O pessoal do quadro técnico comum tem anualmente a situação regularizada. Para o quadro técnico comum não é levantada a questão de tempo de 5 anos de serviço. Porque nos marginalizam? Não se envergonham quando se deparam com polícia a comprar frozy para almoçar com pão e badjias?
O caso do curso adequado como ficou Excias? Já estamos no novo ano Excias.
As promessas todas que nos fizeram para aguentar até início do ano será que ainda lembram ou era conversa para boi dormir?
Nós sempre fomos os sacrificados e nos benefícios não somos lembrados. Vocês não, estão a sentir o sabor de ser polícia.
Cordiais saudações Excias
ASSOCIAÇÃO DOS MEMBROS DA PRM
O que dizer de alguns colegas que em confrontos com grupos de criminosos perdem a vida sem no mínimo ter completado um ano de serviço? Olhando por essa lógica, da excessiva exposição ao risco, há algum fundamento para nos dizer aguardar cinco anos para ter benefícios?
Mostramos nosso desagrado face a essa discriminação.
Garantiram que haveria no entanto mecanismos de escolha, os que estão em algumas áreas podiam mudar automaticamente a carreira.
Servimos e continuamos a servir em distintas missões sem olhar aquilo que para V. Excias é condição fundamental para obter benefícios que nos são de direito (5 anos).
Somos nós que, longe de tudo e todos, fora do afecto familiar, passamos épocas trabalhando arduamente para garantir a segurança pública. Muitas dessas missões, cumprimo-as sem a devida assistência e apoio logístico adequados. Mas nunca abandonamos, estamos sempre no terreno. Em condições precárias, servimos sem reservas. Nossos filhos, esposas e demais familiares não têm noção do quão paupérrima e insustentável é a nossa condição de ser " guarda da polícia" nesse país.
Contamos anos de serviço mas nos vemos tão miseráveis em relação a demais concidadãos, alguns dos quais nem trabalho tem. Com toda a lógica, nosso mísero salário se divide em múltiplas equações, dentre elas, transporte, aluguer de casa, alimentação quer no serviço quer em casa, e ainda deve cobrir as despesas da educação para crianças.
Por sermos o elo fraco recaem sobre nós todas as desgraças, todo o vosso desprezo e falta de interesse em ver melhorias na corporação. Por mais que andem de carros com alta cilindrada, com ar condicionado e todas as mordomias, a verdadeira face da polícia somos nós, patrulheiros, que cidadãos nos vêem comprando pão com badjias para almoçar. O desprezo e falta de estima pela polícia provêm em grande medida daí. Muitos de nós temos formação complementar, cursos profissionais médios e superiores mas ainda somos tratados e considerados como indivíduos com 10a classe. Sim, o nosso salário é isso que nos diz no final de cada mês. A quem interessa perpetuar modelos retrógrados no Ministério do Interior? Porque o problema de mudança de carreiras só é assunto de debate quando se trata de polícias? O pessoal do quadro técnico comum tem anualmente a situação regularizada. Para o quadro técnico comum não é levantada a questão de tempo de 5 anos de serviço. Porque nos marginalizam? Não se envergonham quando se deparam com polícia a comprar frozy para almoçar com pão e badjias?
O caso do curso adequado como ficou Excias? Já estamos no novo ano Excias.
As promessas todas que nos fizeram para aguentar até início do ano será que ainda lembram ou era conversa para boi dormir?
Nós sempre fomos os sacrificados e nos benefícios não somos lembrados. Vocês não, estão a sentir o sabor de ser polícia.
Cordiais saudações Excias
ASSOCIAÇÃO DOS MEMBROS DA PRM
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