Ana Rita Sithole diz que cresceu vontade dos camaradas em entrar nos órgãos de direcção do partido
A
deputada da Frelimo, Ana Rita Sithole, fez uma radiografia do partido,
no penúltimo dia do Congresso. Sithole começou por abordar a eleição de
Filipe Nyusi para presidente do partido. Para a deputada, os resultados
já eram de se esperar, devido a popularidade que ele ganhou no seio da
Frelimo.
Relativamente
aos cinco votos em branco, a deputada diz ser normal, sobretudo pelas
circunstâncias em que decorreu. “O grande problema que previa, dado o
cansaço e altura em a votação aconteceu, poderiam até ser votos brancos.
E há pessoas de todas idades. A verificação de mandato fez-nos ver que a
percentagem de delegados com mais de 60 anos é muito grande”, referiu.
E
sobre o apoio referido por Joaquim Chissano, Sithole também defende que
haja alinhamento entre os membros do partido. Na percepção da deputada,
Chissano procedeu a passagem de liderança para uma nova geração, que
não participou na luta de libertação nacional.
Em
relação aos militantes implicados em actos de corrupção, Sithole diz
que o partido pauta pela ética, integridade e prestação de contas.
“Proclamamo-nos partido do povo e não é possível continuarmos a ter uma
postura que pode pôr em causa a nossa actuação. Temos que combater males
que não têm nada a ver com a linha política que nosso partido abraça”,
acrescentando que é preciso, em primeiro lugar, ter em consideração à
presunção de inocência.
Ana
Rita Sithole refere que a questão de mudança é sempre tida em conta.
“Nós somos um partido que assenta sua acção em mudanças periódicas. E
essas mudanças corporizam a maneira de ser e estar democrática na
Frelimo”.
Sithole,
que é militante do partido há muito tempo e participou dos últimos
quatro congressos da Frelimo conta que a vontade de fazer parte do
partido está a crescer. “Com a abertura do multipartidarismo, a
tendência de querer integrar os órgãos é imparável. Sinto um pouco a
necessidade de a Frelimo cerrar um pouco as suas fileiras, porque pode
correr o risco de no seio dos órgãos, ter militantes que não conheçam a
génese do partido”.
Esta
situação, defende a deputada, é gerada pelo seguinte pressuposto: “O
que move é a experiência antiga de se pensar que quando se é membro dos
órgãos do partido têm acesso aos meios económicos”.
Se por um lado a apetência para integrar os órgãos é grande, a deputada refere que que a vigilância é maior.
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