Frelimo classifica a Renamo de "vergonha".
Membros da Renamo na Assembleia Provincial de Manica, no centro de Moçambique, abandonaram a sessão do encerramento do órgão após descobrirem que um elemento da Frelimo, partido no poder, estava armado na plenária dedicada a perguntas e respostas ao Governo local.
Manuel Zindoga, chefe da bancada da Renamo, disse nesta sexta-feira, 30, que os 39 membros da Renamo deixaram a sala mesmo depois da arma ter sido recolhido e isolado pela polícia.
“Nós informamos a presidente da Assembleia que aquele nosso colega que foi apanhado com pistola não devia continuar connosco”,explicou Manuel Zindoga, adiantando que o aviso do partido foi ignorado pelo órgão, “numa altura em que tivemos um colega assassinado em Tete à saída de uma sessão da Assembleia”.
Zindoga disse que devido à instabilidade político-militar que atinge a província e a perseguição a que os membros da oposição são alvo, a bancada decidiu abandonar a sessão, “porque a vida não tem copia, é única, que devemos preservar”.
Ele salientou, contudo, que se as condições de segurança forem repostas nos próximos trabalhos da Assembleia provincial, a sua bancada irá participar das discussões.
“Nós esperávamos que no dia seguinte que foi detectada a arma, além das vasculhas que aconteceram antes da sessão, a presidente comunicasse o que teria acontecido, nisso entendemos que não vai nos valer nada. Não sabemos porque aquele colega estava com pistola ai”, sublinhou Manuel Zindoga.
A presidente do órgão, que fiscaliza o Governo provincial, Rosita Lubrino, disse que a Renamo não comunicou oficialmente a sua ausência, na sessão de perguntas e resposta ao Executivo de Manica e será notificada para se justificar.
Por seu turno, José Cebola, chefe da bancada da Frelimo, em Manica, disse que a ausência da Renamo é justificada pela vergonha do partido, “por não ter conseguido concretizar a sua promessa de governação” das seis províncias do centro e norte de Moçambique, incluindo Manica.
A Assembleia provincial de Manica é composta por 80 membros, sendo 40 da Frelimo, 39 da Renamo e 1 do Movimento Democrático de Moçambique (MDM).
VOA – 30.09.2016
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