sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Frelimo analisa situação do país com reservas à gestão de Filipe Nyusi

Comité Central reúne-se com quadros e membros da sociedade civil neste sábado.

Quadros da Frelimo, partido no poder em Moçambique, reúnem-se a partir deste sábado, 1 de Outubro, na Matola, cidade satélite de Maputo, numa altura em que o debate político nacional é dominado pela tensão militar e a chamada crise da dívida.
Trata-se de um encontro que reúne membros do Comité Central, órgão deliberativo da Frelimo entre congressos e figuras do mundo académico e empresarial, bem como da sociedade civil ligadas ao partido, para discutir de forma aberta os diversos assuntos da vida nacional.
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Normalmente, estes encontros servem também para preparar os congressos da Frelimo e, neste caso concreto, o 11º. primeiro previsto para o próximo ano,e que é descrito por militantes como importante.
A agenda do encontro não inclui a tensão militar nem a chamada crise da dívida, mas acredita-se que estes assuntos deverão fazer parte dos temas dominantes da reunião, que será dirigida pelo Presidente da Frelimo e da República, Filipe Nyusi.
Os críticos de Nyusi poderão aproveitar a ocasião para colocar directamente as suas preocupações relativamente à forma como ele tem dirigido o partido e a nação.
Há dias, Graça Machel, viúva de Samora Machel disse que era necessário reinventar o impensável para resolver a questão da tensão militar, no que foi entendido como "uma indirecta à governação de Filipe Nyusi", de que tem sido crítica, tal como tinha acontecido em relação ao magistério de Armando Guebuza.
Teodato Hunguana, constitucionalista e acérrimo crítico do Governo, diz que a Frelimo não conseguiu adaptar-se à nova realidade multipartidária e tem defendido reformas profundas na organização política e do Estado moçambicano.
Em meios politizados este pronunciamento foi visto como um apoio implícito às reivindicações da Renamo sobre a governação das províncias, uma questão bastante sensível no seio da Frelimo.
Em relação às chamadas dívidas escondidas, eles não disseram, com todas as letras que são pela responsabilização, mas deram a entender ser esse o seu desejo.
Para além da Graça Machel e de Teodato Hunguana, que ainda fazem parte do núcleo duro da Frelimo, existem outras figuras históricas da Frelimo, como Jorge Rebelo e José Óscar Monteiro entre outros, que também se têm revelado acérrimos críticos da governação actual, aparentemente à procura de algum protagonismo político.
No tempo de Samora Machel essas figuras ocuparam posições importantes na Frelimo e no Estado.
VOA – 30.09.2016

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