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Talk the talk and walk the walk:
Na sua primeira intervenção sob improviso, o Presidente Filipe Nyusi debitou ontem, na Praça dos Heróis, uns interessantes ares de pragmatismo. Ele disse que estava cometido com o diálogo (entenda-se dialogo com a Renamo e o seu líder Afonso) e relevou que sobre isso andou a fazer alguma “introspeção” (minha palavra para substituir o seu “andei muito concentrado”) nos últimos dias. Nyusi, ainda um pouco gagona dicção (muitos furos abaixo da eloquência de Guebuza), garantiu que a inclusão era um dos valores do seu consulado e deixou escapar uma coisa que, eu adivinhava, estava já a ser equacionada: a ideia de que a inclusão que a Renamo pretende não e' necessariamente politica; e’ sobretudo económica.
O PR reconheceu que era preciso fazer qualquer coisa ao nível da distribuição da riqueza. Ele não deixou qualquer fórmula mas registamos, com agrado, uma genuína vontade politica e um férreo pragmatismo no sentido de resolver a maka com DHL, cuja postura tem vindo a hipotecar a vida em Moçambique.
Nyusi reconheceu, por aquela via, que por detras de uma falsa reivindicação de partilha do poder político por parte de DHL está um barrigudo apetite por interesses económicos, coisa que ficou clarividente ontem quando Dhlakama sugeriu que Cabo Delgado faz parte daquela sua dantesca construção de "Mocambique do Centro e Norte". Dhlakama sabe que a Renamo não ganhou (nem em 2015 nem nunca) eleições em Cabo Delgado mas sabe que e’ la onde se encontra o gás. E como anda por la muito investimento estrangeiro, uma ameaça de secessão la coloca todo o mundo com os nervos a flor da pele.
Seja como for, depois das privatizações, dos assaltos ao BCM e ao Banco Austral, dos créditos do Tesouro nunca devolvidos na totalidas, dos procurements manipulados, das parcerias publico-privadas duvidosas e da tomada das principais áreas de exploração de minerais (processos que beneficiaram as elites do poder, a pretexto de um nacionalismo económico) agora vamos entrar para uma outra operação para acomodar os apetites empresariais das elites da Renamo. Trata-se de compra da paz. Estou a tentar encontrar um termo para definir esse processo. Alguem ajuda?
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