sexta-feira, 14 de novembro de 2025

A ilusão da equivalência intelectual

 Elisio Macamo

O preço de pensar em voz alta (2)

Falamos muito, mas pensamos pouco. A democratização das vozes, que deveria significar o alargamento do espaço de pensamento, transformou-se na sua dispersão. Todos falam, quase ninguém liga, e a discussão pública tornou-se uma sucessão de monólogos simultâneos. O resultado é uma esfera pública em que a opinião substitui o argumento, pois a convicção passou a valer mais do que a verdade. Alguns olham para isto como vitalidade democrática, isto é, o triunfo da liberdade de expressão. Mas há uma diferença profunda entre o direito de falar e a capacidade de pensar. O nosso problema não é a falta de voz, mas a ilusão da equivalência intelectual, nomeadamente, a ideia de que todas as opiniões têm o mesmo valor, independentemente do esforço, do método ou da experiência que as sustenta.
A liberdade de expressão é um direito. O pensamento, contudo, é um ofício, pois o primeiro exige espaço, enquanto o segundo exige disciplina. Um protege o cidadão e o outro responsabiliza o intelectual. Quando confundimos ambos, dissolvemos a distinção entre quem fala e quem sabe, assim como entre quem opina e quem argumenta. Perdemos o sentido de hierarquia epistémica e, com ele, o respeito pelo conhecimento. Só dizer isto já é um sacrilégio, sei. Hannah Arendt descreveu algo semelhante ao falar da imitação da opinião, fenómeno pelo qual as pessoas deixam de pensar por si e passam a repetir o que pensam que os outros pensam. A opinião, assim, já não é uma forma de julgamento, mas de pertença. Não se fala para compreender, mas para alinhar-se. É o que pode explicar o entusiasmo com que multidões defendem ideias que mal compreendem e o ódio com que atacam quem as interroga. Pensar torna-se, assim, um acto solitário e quase subversivo.
A equivalência intelectual é filha directa dessa imitação. Quando todos se julgam pensadores, o verdadeiro pensamento aparece como arrogância. Quando todos se declaram “analistas”, o estudo parece vaidade. Quando todos se dizem “intelectuais”, a ideia de mérito torna-se ofensiva. É o nivelamento da razão pela emoção e o triunfo da sensibilidade sobre o rigor. O que torna essa situação trágica é que ela decorre de uma boa intenção. Nasce da necessidade de democratizar o acesso à palavra. O problema não está em multiplicar vozes, mas em desvalorizar a exigência de fundamento. Não é autoritário reconhecer que certos saberes exigem preparação. A ciência, a filosofia, o direito e a literatura são linguagens com gramáticas próprias. Falar delas sem as conhecer é como pretender tocar viola por ter ouvido música. É possível, mas não é o mesmo.
Por isso, o académico, o que estuda, lê, escreve e se interroga, torna-se uma figura incómoda. Num mundo de opiniões, ele é um corpo estranho por representar a lembrança viva de que pensar custa, e dói. O seu mérito não é saber mais, mas duvidar melhor. É essa dúvida disciplinada que o separa do improviso. Quando a sociedade já não reconhece essa diferença, trata o trabalho intelectual como mais uma opinião no mercado. É o ponto em que o populismo, a ignorância e a vaidade se encontram. O mais inquietante é que a ilusão da equivalência intelectual produz uma espécie de anestesia moral. As pessoas deixam de sentir vergonha de falar do que não sabem. A humildade epistémica, essa virtude silenciosa que sustenta o diálogo, dá lugar à exibição de certezas. A vaidade substitui a curiosidade. E o espaço público, no lugar de ser um laboratório de ideias, transforma-se numa feira de egos. O que era para ser uma conversa sobre o mundo torna-se uma competição por “likes” e aplausos.
Neste tipo de ambiente, pensar em voz alta torna-se perigoso. Não porque seja proibido, mas porque é mal recebido. Quem argumenta com rigor é acusado de elitismo, quem duvida é acusado de deslealdade e quem insiste na complexidade é acusado de confundir. E, assim, os intelectuais, ou aqueles que ainda acreditam que pensar é uma forma de responsabilidade, passam a pagar o preço da sua lucidez, que é o isolamento, a caricatura e, não raras vezes, a difamação. Só que é preciso insistir. Pensar é, talvez, o último acto de resistência civilizacional que nos resta. Num mundo de equivalências falsas, a hierarquia do raciocínio é o que nos separa da barbárie da emoção. O pensador público não é mais nem menos que os outros, é apenas alguém que aceitou o fardo de sustentar o pensamento quando todos preferem sustentar a identidade.
Por isso, o preço de pensar em voz alta é elevado. É o de ser confundido com quem apenas fala. Mas é também o de manter viva a ideia de que há diferença entre falar e compreender, entre dizer e saber, e, porque não, entre ter opinião e ter pensamento. A equivalência intelectual é uma miragem confortável, mas, sem a coragem de questioná-la, não há conhecimento, nem cidadania, muito menos futuro.
E agora oiço que uma nova formação política quer abrir uma “frente de combate intelectual” – e procura “combatentes” – como se discutir bem, e com proveito para todos, precisasse de lados...
Ser - Huo
Professor, os seus textos configuram-se como verdadeiras aulas abertas, oferecidas àqueles que mantêm, em si, a disposição e o espaço para aprender. Nesse sentido, cabe reconhecer, talvez por erro meu, que, por vezes, o Professor parece incorrer na máxima do conhecido adágio popular: “façam o que eu digo, e não o que eu faço”.
Recordo-me desse adágio ao observar, e este é, em grande medida, o eixo de sua produção, a sua insistência no rigor analítico, na ideia de que opiniões não se confundam com argumentos, que as convicções passaram a valer mais do que a verdade.
Sinto-me compelido a retomar ao contexto eleitoral, pois percebo que foi a partir dele, que as tensões discursivas se intensificaram. O Professor foi uma das vozes mais enfáticas de que Venâncio não venceu as eleições. Normal, pois as eleições ou eram vencidas ou perdidas. Ao fazê-lo, reconhecia, implicitamente, a victória do partido FRELIMO e de seu candidato. Vários de seus textos foram dedicados a esse tema.
Como é habitual em sua produção, tais textos apresentavam sólida estrutura argumentativa e rigor conceitual. Contudo permita-me a franqueza, diria que eles mostravam-se, em certa medida, carentes de uma verdade empiricamente sustentada, ou seja, baseada em evidências. Em um momento em que os discursos eufóricos sobre a victória de Venâncio baseavam-se, na sua leitura, predominantemente em convicções, o senhor, reconheço, fundamentava as suas afirmações com base, e sempre o dia, nos dados oficiais, da CNE e do CC. No entanto, é de conhecimento público que essas duas instituições, responsáveis pela gestão e pela justiça eleitoral, carecem de credibilidade e de compromisso efectivo com a verdade (talvez seja este um posicionamento mais de convicção minha).
Nisso, ver o campo intelectual a produzir, reproduzir e difundir textos que, ainda que de modo crítico, contribuíam para consolidar apelo a um debate mais rigoroso, mas no fundo, com cimentavam o posicionamento já questionável quanto ao rigor, dessas instituições.
Importa recordar que esse debate se inseria em um contexto no qual missões de observação eleitoral, como as da CPLP e da UE, divulgaram relatórios e comunicados denunciando graves irregularidades no processo eleitoral.
Concluindo, entendo que, na ausência de evidências conclusivas acerca da verdade, o exercício de uma neutralidade prudente teria transmitido, de forma mais coerente, a mensagem do rigor intelectual. É aqui que encontro razoabilidade para perguntar:
Não seria o caso de o Professor se ter orientado pela convicção do que pelo rigor analítico, metodológico que o próprio Professor propõe? Em sua experiência e conhecimento, em que momentos se admite tal possibilidade?
PS: Só usei o caso eleitoral como uma margem útil para este debate de opiniões, convicções, argumentos, verdade, não que seja objectivo meu voltar ao debate eleitoral.
Elisio Macamo
Ser - Huo, obrigado, é sempre um prazer dialogar com quem lê com espírito crítico e em boa fé. devo, contudo, esclarecer um ponto de método. quando, no contexto eleitoral, usei os dados da cne e do conselho constitucional, não o fiz por convicção na sua infalibilidade, mas por procedimento analítico. num debate público, o rigor exige começar pelos dados disponíveis, mesmo quando sabemos que são imperfeitos, e usá-los para formular hipóteses críticas e comparações verificáveis. a alternativa seria abandonar qualquer critério empírico e falar apenas a partir da suspeita. mas a suspeita, por mais compreensível que seja, não é evidência. é um estado de espírito e o pensamento cinetifico começa quando procuramos distinguir entre ambos. quando escrevo sobre o problema de equivalência intelectual, isto é, a tendência para tratar todas as opiniões como se tivessem o mesmo peso analítico, independentemente do método que as sustenta, refiro-me a isso. isto afecta o discernimento e substitui o debate pela troca de convicções. o seu comentário confirma o problema que procurei discutir, pois parece revelar a dificuldade de separar crítica institucional (necessária) de abandono do critério (perigoso). podemos, e se calhar devemos, duvidar das instituições, mas o que não podemos fazer com impunidade é substituir a dúvida metódica pela convicção moral. O ser huo não tem melhores razões para supor que os resultados eleitorais tenham sido o que o candidato independente derrotado diz terem sido e eu at’e acho que tem muito menos razões do que quem prefere acreditar nas instituições. e devo dizer que sempre reconheci ter havido irregularidades, só que nunca achei que tivessem comprometido os resultados. mas, repare, sempre “achei”! o rigor não é acreditar nas fontes, é saber trabalhar com as suas limitações. acho ser assim que se constrói conhecimento, mesmo em contextos frágeis como o nosso. se a reflexão for refém da suspeita, arrisca substituir o raciocínio pela fé política e o que eu procuro é uma forma de pensamento que reconheça o erro possível sem abdicar da exigência da prova. gostei da elegância da forma como levantou a questão.
Ser - Huo
Elisio Macamo caro Professor, apreciei a sua resposta, sobretudo a distinção que estabelece entre “dúvida metódica” e “convicção moral”. Mas, no espírito de aprofundar a ideia de rigor analítico, a sua explicação suscita em mim outras questões pontuais. O Professor afirma que usou os dados da CNE e do CC por um “procedimento analítico”, por serem “os dados disponíveis”, evitando assim falar apenas a partir da suspeita, convicção. Esta posição parece-me conter uma premissa questionável, da existência de uma dicotomia entre aceitar os dados oficiais com todas as suas limitações e, do outro, capitular à mera suspeita infundada.
A minha questão é esta, em que medida um procedimento que se sabe assente em bases gravemente questionáveis (mais uma vez a minha convicção, ainda baseada nos relatórios da observação eleitoral internacional, deixando de lado a nacional, que pode ser enviesada), pode ser considerado plenamente rigoroso? O rigor analítico, no que entendo, não se resume a usar dados, e sim, na qualidade crítica com que se seleccionam e se interpelam esses mesmos dados. Ao eleger como base para a sua análise instituições cuja credibilidade é publicamente reconhecida como frágil (mais uma vez as minhas convicções), o Professor não estaria, na prática, a conferir um toque de objectividade a um quadro referencial que, à partida, está viciado?
O meu ponto é de que a falta de rigor estaria em substituir os dados pela convicção, mas sim reconhecer que, em certos contextos, a falibilidade da fonte é de tal ordem que a utilização acrítica dos seus dados se torna, ela própria, um acto de convicção. Neste caso, o Professor Macamo não acreditou na infalibilidade das instituições, mas parece acreditar que é possível extrair conclusões sólidas a partir de materiais que reconhece como profundamente falíveis. Face a esta contradição, não seria a bem do rigor metodológico, reconhecer a limitação intrínseca de qualquer conclusão que deles derive, em razão da natureza precária desses dados, ficando no que me referi antes como neutralidade prudente, que não significaria abster-se de conclusões definitivas sobre quem venceu ou perdeu, e centrar a análise crítica precisamente no processo disfuncional e na impossibilidade de, com os elementos disponíveis, se chegar a uma verdade incontestável?... se é que existe a possibilidade de uma verdade inquestionável, mesmo quando se trabalha com aritmética básica.
Elisio Macamo
Ser - Huo, agora, sim, estamos no terreno metodológico. é aqui que o debate realmente interessa. vou fazer uma precisão: usar dados imperfeitos não é o mesmo que aceitá-los, ou melhor, o rigor analítico não depende da pureza da fonte, mas da clareza com que reconhecemos as suas limitações e definimos o que se pode (e o que não se pode) inferir a partir dela. a leitura que propõe parte duma falsa dicotomia, portanto, da ideia de que só haveria duas opções, aceitar cegamente os dados oficiais ou render-se à suspeita moral. acho que entre esses extremos existe o espaço da análise, isto é, trabalhar com o que existe, sabendo o que falta, e explicitando as condições e limites do próprio raciocínio. se recusássemos toda a informação institucional por ser imperfeita, cairíamos numa regressão infinita, em que nada poderia ser estudado porque nenhuma fonte é absolutamente neutra. aí o conhecimento social deixaria de ser possível, acho, e só nos restaria a crença. trabalhar com dados de instituições frágeis é uma condição da nossa realidade empírica, não uma escolha epistemológica. eu, como analista, não valido a fonte. apenas faço o mapeamento do seu alcance e das suas contradições. penso ser assim que se transforma fragilidade institucional em objecto de conhecimento. se não fizermos isso, vamos declarar essa fragilidade como obstáculo ao pensamento, se é que me faço entender. por isso, o que chamo de “procedimento analítico” não é confiar, mas compreender, e inclui compreender o erro possível. é nesse sentido que continuo a distinguir a convicção moral da dúvida metódica. uma serve para tomar partido, a outra serve para pensar. gosto de pensar que sempre me oriento pela última. suponho que o equívoco esteja na premissa segundo a qual o uso de dados implicaria a adesão ao seu conteúdo. não é assim, não. e talvez em pensarmos em termos binários, p.ex., “ou aceitamos a cne ou desconfiamos totalmente dela” e não em termos analíticos, que é onde está o rigor: “sabendo que a cne é duvidosa, o que podemos ainda assim aprender a partir da maneira como comunica os seus dados?”.
Tony Domingos Bulacho Bulacho
Muito útil e profundo.
Feliz ou infelizmente, os intelectuais quando pensam, estudam separadamente da realidade. Nasce da sua postura "analistas declarados", "intelectuais também", quando falta disciplina, pensamento, responsabilidade nos considerados reais intelectuais, quando o académico pára de duvidar, se considera de sábio perde se o respeito pelo conhecimento e pelos académicos. E consequentemente todos também querem ser pensadores. Tira se o Mérito nos académicos e intelectuais.
Vamos aos factos, um grupo de cidadãos pensantes, intelectuais académicos... pensaram em ajudar o país, pois o mesmo estava num caos (situação pois eleitoral-2024), é/ foi uma ideia genial. Que culminou no "cidadão manifesto", processo esse que culminaria no dito diálogo inclusivo nacional.
A quando a atuação daquele grupo que acho o prof. Macamo fazia parte, de todos encontros, debates, anúncios nas redes sociais, cadeias televisivas... uma parte dos jovens Moçambicanos passou a acreditar que destes viria bons resultados, porém alguns estávamos cientes das dificuldades, pois os problemas estão sendo criados e até defendidos e protegidos por pessoas vivas e poderosas. Mas até um certo momento o time ficou silencioso (não se sabia aqui na periferia em que ponto de situação se estava).
Um dos acontecimentos mais práticos foi dito pelo professor Nguenha no encontro organizado pelo OMR e que o mesmo o grupo não tinha dito antes. Nisto, facto interessante é, ele não planificou pra falar (creio que alguns membros do cidadão manifesto não gostaram) pois, ele revela por insistência de um outro cidadão que por sinal é ferrenho do populista, agitador, vândalo que criou seu partido recentemente, (não sei se a informação é credível porque veio de um apoante do populista).
Tudo que o professor Nguenha diz são verdades que preocupam muitos Moçambicano, mas o cidadão manifesto, não disse isso em tempo real como incidências das suas conversas com estruturas dos partidos políticos pra a paz efetiva no país, não é isso parte da responsabilidade dos académicos? Talvez é por causa do preço de pensar em voz alta, mas no final no lugar de conhecer a verdade, nós como consumidores queríamos conhecer o promotor do caos, chegou a se pensar que O grupo dos académicos, é farinha do mesmo saco com os dirigentes porque não informaram o que viveram nas reuniões ao público. Este episódio, tira mérito aos ditos académicos.
A actuação do renomado académico Régio Conrado na televisão, é um elemento elucidativo do motivo que leva a classe dos intelectuais e académicos a deriva, pois o académico como sinal de dúvida e ter lido de mais, não consegue mostrar o que pensa, fala e não diz nada, fica lutando com a língua portuguesa pra onde vai só ele sabe. Com tantos problemas práticos que o pais tem, quem teria tempo de pegar dicionário pra escutar, e entender régio?
Mas se o Régio estivesse a trazer nas suas falas conhecimento, soluções, dos problemas que os Moçambicanos vivem, é claro que nem se precisaria de dicionário, pois, o entenderíamos porque estaria ele a falar dos Moçambique pra os Moçambicanos. Fora disso a fala dele é estranha em qualquer parte do mundo, como consequência, nós também queremos pensar, porque quem deveria pensar não está o fazer directo
Ao meu querido professor Macamo, nos últimos 100 post nesta rede social, maior parte deles falam a respeito do "populista" Venâncio Mondlane (negativamente), o que até então não é nenhum problema mesmo sendo opinião, pensar e criticar. no entanto, apesar deste exercício estar escondido na ciência (intelectual ou académico) analisando a sua linha de pensamento, tem mais convicção política que propriamente análise sociológica e científica, pois, se é de facto científico temos que concordar juntos que tem uma especialização em Venâncio Mondlane ou nos estudos populista ou então cabeludos. Porque o contrário disso, não faz absolutamente nenhum sentido, como um ser pensante ainda sociólogo com olhos pra ver a pobreza extrema no país, a criminalidade, o assassinato dos policiais, a corrupção, a mentira descancarada dos governantes, as viagens exageradas do presidente que na Campanha eleitoral prometeu poupar dinheiro das viagens usando tecnologia pra reunir, informar com os seus..., a situação lacrimejante de cabo delgado, o desemprego, a fome, os estudantes que mesmo de terminar o dito 12 ou mesmo instituto ou universidade ainda tem dificuldades em ler ou produzir um texto não te interesse para opinar (pensar/escrever)?
Não porque esteja obrigado professor a pensar a respeito, mas que seja sua responsabilidade pensar pra o país como bem já afirmou no seu post. As suas ideias e críticas sobre o populista e seu partido até podem ser proveitosos, mas é um acto político ou científico? As suas ideias sobre o Venâncio em que parte se diferem doutros opinadores a serviço do partidão como Délcio Alfazema, Egídio Vaz? Mal não é professor, mas a dispersão do campo de actuação entre homens de opinião, e homens intelectuais são os próprios intelectuais é que criam. Sim, a discussão pública tornou-se um monólogo porque nós que não estudamos esperamos muito mais de vós e vossas escritas, escolhas e opiniões. Mas vos rebaixam se até nós.
Pensem sem limites, escrevam sobre Moçambique e não sobre pessoas pra que se diferenciam dos que querem opinar também.
Elisio Macamo
Tony Domingos Bulacho Bulacho, não discuto pessoas, discuto modos de pensar. as figuras públicas servem apenas de espelho para ideias e argumentos que estão presentes na nossa esfera pública. quando lê um texto como se fosse opinião sobre alguém, perde o essencial que é a tentativa de compreender como raciocinamos, e não quem tem razão. ler com atenção é também útil na discussão, pois isso permite-nos distinguir o argumento da emoção. sempre curioso ver como quem lê apressa-se a reagir antes de compreender. é isso que me leva a falar do preço de pensar em voz alta.

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