A angústia, o medo e a esperança

 

A angústia, o medo e a esperança

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A Saúde ou a falta dela dominam os dias informativos a par com a política. Sendo que a Saúde não pode esperar pelos tempos da política, como se escrevia no JN, citando palavras do bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes. No dia das notícias, no Notícias, a ansiedade é servida com antecipação. E sem analgésicos. Para a semana já se anunciam, eufemisticamente, constrangimentos em 37 urgências. O mesmo é dizer que além das 30 que estiveram com restrições esta semana, mais sete de juntam.  Dos estilhaços da crise política, cujo tratamento passa por eleições legislativas no dia 10 de março, pela escolha do novo líder do PS que já soma três candidatos. E sabendo que numa campanha eleitoral há sempre mortos e feridos, escreveu-se hoje também sobre uma das investigações em curso do Ministério Público, na chamada Operação Influencer. Aqui quem surge a investigar é o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas que quer perceber se houve destruição de habitats prioritários na zona onde está a ser construída o centro de dados da polémica, em Sines, da empresa Start Campos. As crises internas quase fazem desaparecer o Mundo lá fora, onde às vezes também há notícias de esperança. No meio da guerra que opõe Israel ao Hamas, há oito cidadãos sinalizados por Portugal que saíram finalmente de Gaza através da passagem de Rafah estando a caminho do Cairo, no Egipto. Para trás ficou ainda uma menor cujos familiares morreram num bombardeamento na passada quarta-feira e que o Ministério dos Negócios estrangeiros garante tudo estar a fazer para repatriar. Cresce um conflito que parece não tem fim e aumentam também os atos de antissemitismo e islamofobia um pouco por todo o Mundo, mais sério ainda em universidades de prestígio como as que estão a ocorrer nos EUA. Às vezes, o estado do Mundo é tal que só nos apetece ir viver para a Lua. Não é isso que vai acontecer a uma equipa de sete pessoas de diferentes nacionalidades na Gruta do Natal, Açores. Mas é parecido. Trata-se da primeira missão do projeto Camões. Liderada por duas mulheres, reputadas investigadoras, que vão replicar o ambiente lunar. E há uma boa razão para isso. Já aqui escrevemos sobre a angústia e o medo. E a esperança. São sentimentos à flor da pele dos pais da Carolina Lopes, a bebé que nasceu com 34 semanas no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. É uma das muitas histórias que contam a realidade do serviço de Neonatologia, que celebra um quarto de século este ano.