sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

A prova do Mwanve ou Mwabve: o que está por detrás da magia assassina?

A prova do Mwanve ou Mwabve: o que está por detrás da magia assassina?
Adivinho e curandeiro são, por assim dizer, a mesma coisa. O nome local é «Sing´anga». Lá, na minha terra natal, a morte, sobretudo de crianças, não é encarada como um fenómeno natural/normal. Há sempre um culpado «Nfiti» e não são poucas as vezes em que famílias inteiras deixaram de se falar por suspeita. Acredita-se que Nfiti, na calada da noite, vai ao cemitério para, em companhia de amigos, comer a car...ne do morto. Mas também há crença de que outras crianças não chegam a morrer; são escondidas e substituídas por algum tronco mágico que é levado ao cemitério, com propósitos de irem trabalhar nos campos agrícolas, na movimentação de máquinas de farinação de cereais (moagens), ou noutros ramos de sorte. Quando assim acontece, há casos em que os enlutados acabam por ir ao adivinho para apontar o verdadeiro culpado, normalmente um tio, uma tia, avó, enfim, pessoa próxima da vítima. O objectivo é prevenir aos vivos de outras mortes protagonizadas pelo(s) mesmo(s) autor(es) pelo que deve(m) ser denunciado(s).
Há várias formas de prevenção com destaque para as tatuagens aos vivos, directamente ligados ao defunto, contendo remédio repelente, diz-se, contra os feiticeiros de uma determinada categoria conforme a especialidade do adivinho convidado. Mas há aquela que hoje em dia é menos praticada, mas mais conhecida pelos seus resultados práticos que, à partida, ilibam ao curandeiro de qualquer responsabilidade criminal, segundo as crenças locais. É a prova de beber muabvi. Aparentemente, é uma prova para descobrir o verdadeiro criminoso mas, na realidade, quase sempre, para fazer desaparecer, sob esse pretexto, qualquer indivíduo menos grato ao convívio social.
A substância para isso mais empregada é a infusão da casca avermelhada de uma planta altamente venenosa que se deu o nome comercial de Muave. A terrível árvore, vistosa, de bonitas e perfumadas flores, e madeira de excelente qualidade, encontra-se nas montanhas mais afastadas das comunidades e difíceis de penetrar pelo mistério a elas envolvente. Diz-se que o que vomita o remédio é inocente e o que não o faz é culpado e morre. A 12 de Agosto de 1998, a 50 metros da casa dos meus pais, assisti a uma violenta prova judicial deste género que visava descobrir o autor pela morte de uma criança que caira no poço.
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Yorumlar
  • Eusébio A. P. Gwembe Afinal, também ai nos prazos há essa prática, Alicene Erasmo
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  • Ariel Sonto Ha o que se da a um suspeito de feiticaria, pelos curandeiros, denominado "uanga", em I'bane, para que o suspeito confesse os seus crimes. Nao sera uma especie desse "muave"?
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  • Eusébio A. P. Gwembe Talvez, Ariel Sonto. Vou ler Junod, a ver se não será a mesma prova! :(
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  • Matheus Khossa Kelvy Na minha terra natal xai xai para s descobrir a culpabilidade de um feiticeiro usam uma bebida De nome #Mondzo# Parece k e* mesma especie desse tal de #Muave#
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  • Manuel Domingos Andrade Muave mata o culpado e se não práticou a coisa tu não mores
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  • José Francisco Narciso Kakakakaka....
    Por haver vivido demasiado tempo na diáspora, já não recordava a cultura de curanderismo no País.
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  • Manuel Domingos Andrade Epedo é quando usam o muavi como prova ao fazerem beber o gato para verem se vai morrer ou não.
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  • Arcadio Nelson Amigo José Francisco mesmo vivendo na diáspora nunca esquecemos a nossa cultura; leia a obra do Dr.Severino Nguenha;cm o título " o Retorno de Bom selvagem " Ilustre Gwenbe sempre recordando as origens;bela coisa;ontem passei pela missão d lifidzi;amanha passo por fonte boa e 3f tarei d regresso a nampula
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  • Óscar Domingos Sitoe Na minha província, gaza, chama-se "Mhondzo". O suspeito fica incosciente e fala tudo quanto sabe sobre a feitiçaria. Alias, se ele for quem realmente matou e comeu a carne do defunto, ao vivo, arranja panelas chama os amigos "invisíveis" a olho nu - so ele vê tais pessoas - chama pelos ingredientes para preparar a "refeição". A confissão chama-se "kupalhela".

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