O ministro sul-africano da Justiça e de Serviços Correcionais, Michael Masutha, decidiu extraditar o antigo ministro moçambicano das Finanças, Manuel Chang, para o seu país natal.
A decisão foi anunciada nesta terça-feira, 21, pelo porta-voz do governante.
Masutha disse acreditar que com esta decisão “a justiça será bem servida” e acrescentou ter analisado também o pedido da justiça americana.
Manuel Chang foi detido na África do Sul em final de Dezembro de 2018, a pedido da justiça americana, apontado como sendo o principal responsável pelo caso das chamadas “dívidas ocultas”, que, com a ajuda de banqueiros e empresários estrangeiros, e agentes moçambicanos, lesaram o Estado moçambicano em cerca de dois mil milhões de dólares.
Outros desenvolvimentos
Ontem, 20 de Maio, a ex-banqueira do Credit Suisse Detelina Subeva declarou-se culpada da acusação feita pela justiça americana de ter participado no conhecido caso "dívidas ocultas", um esquema de suborno que envolveu o empréstimo de dois mil milhões de dólares de a empresas estatais de Moçambique.
Subeva, cidadã búlgara de 37 anos, confessou ter recebido, em 2013, uma transferência de 200 mil dólares do seu chefe Andrew Pearse, provenientes da Privinvest, uma empresa de Abu Dhabi, que seria fornecedora de equipamento naval para os projectos moçambicanos.assumiu a responsailidade, escreve a Reuters, citando a audiência que decorreu na segunda-feira, 20, no Tribunal Distrital de Brooklyn, em Nova Iorque.
Eleições Gerais 2019 - Boletim Sobre o Processo Político em Moçambique Número 26 - 21 de Maio de 2019
Províncias da Frelimo ganham 12 deputados extras
Gaza e Cabo Delgado são as únicas províncias que já registaram mais eleitores do que estava previsto e isso vai permitir que façam eleger mais 12 deputados da Assembleia da República, acima do que teriam. Gaza deverá ter mais 10 deputados e Cabo Delgado mais 2.
As duas províncias são bastião da Frelimo. Em Gaza, particularmente, nenhum partido da oposição já conseguiu fazer eleger deputado. Zambézia, província bastião da oposição deverá perder pelo menos 6 deputados.
Leia aqui Download Eleicoes_Gerais_26_21-05-19
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Debate Instrutório das "dívidas ocultas" inicia na próxima quinta-feira
Uma das fases mais relevantes do caso das "dívidas ocultas" (Processo Querela número 18/2019-C) tem início nesta quinta-feira soube "Carta" de fontes seguras. Trata-se do debate instrutório do processo, durante o qual a defesa vai arguir nulidades e excepções e o Ministério Publico vai defender, com base na Lei, os seus argumentos, cabendo à juíza Evandra Uamusse decidir quem está correcto nas suas alegações.
A juíza calendarizou o debate instrutório para que ele tenha lugar ao longo dos próximos 10 a 15 dias, dado a extensa lista de arguidos (20, com 11 detidos). Nesta quinta-feira irão a debate os advogados de António Carlos do Rosário e Gregório Leão (Abdul Gani Hassan), Bruno Tandane Langa (Paulo Nhancale) e Cipriano Mutota (Inácio Matsinhe).
Na próxima segunda-feira, deverão participar do debate instrutório os advogados de Ndambi Guebuza (Alexandre Chivale/lsálcio Mahanjane) e Renato Matusse (Salvador Nkamatf).
CARTA – 21.05.2019
MAIOR PARTE DE INSURGENTES DETIDOS É DE NAMPULA
Ataques em Cabo Delgado
Maior parte das prisões efectuadas, em conexão com os ataques armados que acontecem na província de Cabo Delgado, é de cidadãos cuja origem e recrutamento é feito na província de Nampula, segundo revelou ontem a Procuradora Geral Adjunta (PGA), Amabélia Chuquela. Falando na cidade de Nampula, onde trabalhou com o comando provincial da Polícia da República de Moçambique, a direcção do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e Estabelecimento Penitenciário Regional, a PGA para além de manifestar a preocupação do Ministério Público, referiu que para a compreensão e a explicação deste fenómeno deve-se partir da interacção dos órgãos de investigação criminal das duas províncias.
Sublinhou que a sua estadia em Nampula vai permitir aferir o grau de interacção existente entre as duas províncias, e que tipo de informação que possa ser útil para alimentar os processos abertos e que estão a correr em Cabo Delgado.
“Vai ajudar também a delinearmos estratégias, compreender o fenómeno e que tipo de acções concretas como Ministério Público deve encetar. Mas, também, estamos preocupados com o surgimento de crimes envolvendo pessoas com a pigmentação da pele, um fenómeno que há dois anos não havia registo desse tipo de mortes que já no primeiro trimestre do presente 2019 já se contam duas pessoas”, salientou Chuquela.
A PGA revelou que o trabalho que efectuou nalgumas instituições da administração da justiça, na cidade de Nampula, permitiu ter uma visão de como está sendo feita a investigação criminal, assim como os processos de instrução preparatória e como tem sido a articulação entre a sua instituição e outros intervenientes processuais.
“Nestas visitas deu para perceber que existe um esforço enorme para combate ao crime, apesar de termos notado a existência de algumas dificuldades, principalmente, no trabalho que a SERNIC deve levar a cabo e com eficiência que nós reconhecemos não serem novas no país”, disse.
Na visita que está a realizar em Nampula, a PGA vai escalar os distritos de Ribáuè, Nacala-Porto e Angoche, para além de ter um encontro com os membros do grupo de referência provincial.
WAMPHULA FAX – 21.05.2019
Maior parte das prisões efectuadas, em conexão com os ataques armados que acontecem na província de Cabo Delgado, é de cidadãos cuja origem e recrutamento é feito na província de Nampula, segundo revelou ontem a Procuradora Geral Adjunta (PGA), Amabélia Chuquela. Falando na cidade de Nampula, onde trabalhou com o comando provincial da Polícia da República de Moçambique, a direcção do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e Estabelecimento Penitenciário Regional, a PGA para além de manifestar a preocupação do Ministério Público, referiu que para a compreensão e a explicação deste fenómeno deve-se partir da interacção dos órgãos de investigação criminal das duas províncias.
Sublinhou que a sua estadia em Nampula vai permitir aferir o grau de interacção existente entre as duas províncias, e que tipo de informação que possa ser útil para alimentar os processos abertos e que estão a correr em Cabo Delgado.
“Vai ajudar também a delinearmos estratégias, compreender o fenómeno e que tipo de acções concretas como Ministério Público deve encetar. Mas, também, estamos preocupados com o surgimento de crimes envolvendo pessoas com a pigmentação da pele, um fenómeno que há dois anos não havia registo desse tipo de mortes que já no primeiro trimestre do presente 2019 já se contam duas pessoas”, salientou Chuquela.
A PGA revelou que o trabalho que efectuou nalgumas instituições da administração da justiça, na cidade de Nampula, permitiu ter uma visão de como está sendo feita a investigação criminal, assim como os processos de instrução preparatória e como tem sido a articulação entre a sua instituição e outros intervenientes processuais.
“Nestas visitas deu para perceber que existe um esforço enorme para combate ao crime, apesar de termos notado a existência de algumas dificuldades, principalmente, no trabalho que a SERNIC deve levar a cabo e com eficiência que nós reconhecemos não serem novas no país”, disse.
Na visita que está a realizar em Nampula, a PGA vai escalar os distritos de Ribáuè, Nacala-Porto e Angoche, para além de ter um encontro com os membros do grupo de referência provincial.
WAMPHULA FAX – 21.05.2019
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Há gente com fome de ver Moçambique cair na desgraça
Por: Viriato Caetano Dias (viriatocaetanodias@gmail.com )
Há quem pregue a esperança e há quem profetize a desgraça. As televisões competem entre si sobre os melhores comentadores. O mal é que, em todas as épocas, têm aparecido profetas da desgraça, cuja missão é anunciar toda a espécie de males.
Também fora das televisões aparecem aqui e acolá pessoas pouco equilibradas que profetizam catástrofes e desgraças, talvez para preencherem a própria vida como se esta fosse um fracasso e projectarem sobre o mundo os seus desejos de destruição. Padre Manuel Maria Madureira da Silva in PRIORIDADES 1, 2014, p. 191.
Assusta-me. Há gente que faz vigília e sacrifica animais (à maneira africana) para ver o país cair na desgraça. Deles não se lê comentários positivos sobre os avanços conseguidos pelo governo no sector da saúde, da educação, da justiça. Não se ouve nenhum comentário agradável e nem sabem aconselhar quando alguma coisa corre mal. Há uma grande apetência de dizer mal para tudo quanto é notícia. Reúnem-se em sucessivas reuniões, com tema ou lemas bombásticos, para atacar o governo. Não fazem diagnósticos dos problemas que afectam o país, mas comungam de uma visão e ideias comuns e no final ditam uma sentença irrecorrível: “o país está mal, a culpa é do governo da Frelimo.
” Sabem gastar rios de dinheiros em workshops, patrocinados por alguns embriões do neocolonialismo, para engendrar a melhor estratégia de descredibilizar o país e a Frelimo. Organizar seminários para lançar pedras contra a Frelimo e fazer retardar o desenvolvimento do país, é um comportamento perverso à cidadania. Ademais, não são encontros pluralistas do ponto de vista de diversidade do pensamento (azar daquele que debitar uma opinião contrária a da maioria), porque só sabem encaixar notícias negativas e escamotear as verdadeiras. Não usam esse dinheiro para obras sociais, e se o fazem, não é sem a manifesta cobardia e interesses políticos inconfessos.
Pessoalmente, nunca ouvi um só panegirista do ocidente comentar as constantes violações dos direitos humanos que os seus “patrões” semearam no Iraque, na Líbia e na Síria. O tratamento que dão aos imigrantes africanos (para mim nenhum cidadão deste mundo é ilegal, a sua documentação sim, pode ser considerada ilegal) quando estes procuram refazer-se das más decisões dos governos dos seus “patrões” é doloroso e repugnante. Para esses lacaios do ocidente isto é de menos, se compararmos com um momento menos feliz da economia nacional. As crises existem não para amolecer os nossos corações, mas sim para tornar-nos mais resilientes e proactivos. Este país já reagiu há muitos abalos económicos, não será este que o fará vergar.
Há quem pregue a esperança e há quem profetize a desgraça. As televisões competem entre si sobre os melhores comentadores. O mal é que, em todas as épocas, têm aparecido profetas da desgraça, cuja missão é anunciar toda a espécie de males.
Também fora das televisões aparecem aqui e acolá pessoas pouco equilibradas que profetizam catástrofes e desgraças, talvez para preencherem a própria vida como se esta fosse um fracasso e projectarem sobre o mundo os seus desejos de destruição. Padre Manuel Maria Madureira da Silva in PRIORIDADES 1, 2014, p. 191.
Assusta-me. Há gente que faz vigília e sacrifica animais (à maneira africana) para ver o país cair na desgraça. Deles não se lê comentários positivos sobre os avanços conseguidos pelo governo no sector da saúde, da educação, da justiça. Não se ouve nenhum comentário agradável e nem sabem aconselhar quando alguma coisa corre mal. Há uma grande apetência de dizer mal para tudo quanto é notícia. Reúnem-se em sucessivas reuniões, com tema ou lemas bombásticos, para atacar o governo. Não fazem diagnósticos dos problemas que afectam o país, mas comungam de uma visão e ideias comuns e no final ditam uma sentença irrecorrível: “o país está mal, a culpa é do governo da Frelimo.
” Sabem gastar rios de dinheiros em workshops, patrocinados por alguns embriões do neocolonialismo, para engendrar a melhor estratégia de descredibilizar o país e a Frelimo. Organizar seminários para lançar pedras contra a Frelimo e fazer retardar o desenvolvimento do país, é um comportamento perverso à cidadania. Ademais, não são encontros pluralistas do ponto de vista de diversidade do pensamento (azar daquele que debitar uma opinião contrária a da maioria), porque só sabem encaixar notícias negativas e escamotear as verdadeiras. Não usam esse dinheiro para obras sociais, e se o fazem, não é sem a manifesta cobardia e interesses políticos inconfessos.
Pessoalmente, nunca ouvi um só panegirista do ocidente comentar as constantes violações dos direitos humanos que os seus “patrões” semearam no Iraque, na Líbia e na Síria. O tratamento que dão aos imigrantes africanos (para mim nenhum cidadão deste mundo é ilegal, a sua documentação sim, pode ser considerada ilegal) quando estes procuram refazer-se das más decisões dos governos dos seus “patrões” é doloroso e repugnante. Para esses lacaios do ocidente isto é de menos, se compararmos com um momento menos feliz da economia nacional. As crises existem não para amolecer os nossos corações, mas sim para tornar-nos mais resilientes e proactivos. Este país já reagiu há muitos abalos económicos, não será este que o fará vergar.
Posted at 16:41 in Opinião | Permalink | Comments (0)
The Mozambique debt heist and its conmen
Former Mozambican finance minister, Manuel Chang, in court in Kempton Park, Johannesburg, earlier this year. Chang appeared in court following a US extradition request in connection with an alleged dollar 2 billion fraud scheme. File picture: Phill Magakoe/AP
Nobody expects a thief to be a truthful person. Yet the National Prosecuting Authority (NPA) in Pretoria in the Magistrates Court on 8 April 2019 gullibly accepted and stated to the Court that the parliamentary immunity for extradition detainee Manuel Chang had been lifted in Mozambique. They relied on a written assurance to that effect from the Head of the Mozambique prosecuting authority. The assurance is deliberately misleading and therefore false.
Chang (63) was Mozambique’s Minister of Finance of Mozambique from 2005 until 2015. He notoriously instructed Swiss bankers Credit Suisse in an official government letter to pay out a 2 billion Euro loan not to the Mozambique Central Bank but into the bank account of commercial broker in Abu Dhabi.
In return for 2 billion Euro, Mozambique was supplied with 21 long liner tuna and 3 trawler (bait) fishing boats, each 23.5 metres short. None of these boats were suited to operate in the oceans of the so-called Mozambique channel, nor is long liner tuna fishing still allowed, meaning catch obtained by these fishing boats could not be sold.
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The 24 fishing boats can be valued at a maximum of 50 Million USD. In addition to the fishing boats that have never been put into operation and are rusting away in Maputo harbour, Mozambique received 6 small fibreglass fast patrol boats. The hulls of these craft will burst into flames when hit by a high velocity bullet, sinking their powerful engines, crew and single gun within minutes. At 36 m length with a crew of only 4, they are unsuited to operate outside immediate shorelines. Their combined commercial value is a maximum of 100 million USD.
Frelimo distancia-se de antigos membros que fundaram novo partido em Moçambique
O porta-voz da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, distanciou-se de antigos membros que na última semana legalizaram um novo partido, o Podemos - Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique.
"São pessoas, indivíduos que estão a criar o seu partido político. Agora, se eles evocam que são membros da Frelimo, se gostam da Frelimo, se eles querem ser da Frelimo, o que têm de fazer é trabalhar e apoiar a Frelimo", frisou Caifadine Manasse.
A posição surgiu no portal da Frelimo na Internet na segunda-feira, sublinhando que o porta-voz "nega que os fundadores do recém-criado Podemos sejam dissidentes".
Os criadores do novo partido são antigos membros da Frelimo que pediam mais "inclusão económica", mas hoje dizem estar "desencantados, porque não era possível a mudança de rumo a partir de dentro do partido", referiu Albino Forquilha, presidente do Podemos, legalizado na terça-feira, dia 14, em Maputo.
A nova organização é integrada por membros da Associação de Ajuda ao Desenvolvimento de Moçambique (Ajudem), que tentou concorrer, sem sucesso, às eleições autárquicas de 2018, em Maputo, com uma lista encabeçada por Samora Machel Júnior (Samito), filho do primeiro presidente do país e militante destacado da Frelimo.
Agora não há ligação declarada: Samito "é soberano e só ele saberá que rumo dá à sua vida política", declarou o presidente do Podemos.
LUSA – 21.05.2019
NOTA: A fundação de um novo partido em Moçambique obriga a ter mais de 2000 proponentes, cidadãos com capacidade eleitoral. Este número extravasa, certamente, os membros da AJUDEM.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted at 12:43 in Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Para quando a cabotagem de novo em Moçambique?
Do Rovuma ao Maputo são 3 ou 4 dias de carro, o mesmo que ir de Lisboa a Paris, só que não em auto-estrada.
Moçambique tem uma costa maravilhosa, recortada cheia de portos e lugares abrigados, o transporte marítimo sempre foi utilizado para conectar as aldeias, vilas e cidades.
Quando Vasco da Gama chegou à Ilha de Moçambique, já os barcos à vela andavam para cima e para baixo na Costa Moçambicana.
Agora com o desenvolvimento, as estradas melhoradas, o avanço dos carros e dos camiões, tudo passou a ser transportado por camião.
O transporte por camião em pequenas distâncias faz sentido, agora em grandes distâncias é caríssimo, encarece e em muito os produtos, essa uma das razões porque a vida em Moçambique, não é cara, é caríssima.
Um quilómetro de estrada a construir custa 1 milhão de usd, o camião é importado, gasta gasóleo, pneus, óleo, tudo e importado, esses custos no final são suportados pelo Moçambicano que ganha 3 000 meticais por mês.
Será isso evolução?? Há mais bicicletas, mas haverá mais desenvolvimento??
A costa Moçambicana esta aí disponível, o Moçambicano é marinheiro porque as mercadorias não são transportadas por via marítima??
Criando postos de trabalho e reduzindo os preços dos produtos.
Uma lancha à vela com 15 metros, carrega 18 toneladas, 2 canoas transportam o mesmo que 2 camiões cavalo, pode ter um pequeno motor a ajudar quando o vento não é de feição.
Madeira não falta em Moçambique, carpinteiros e marinheiros também não, porque as canoas e lanchas estão a morrer??
Uma lancha à vela, não gasta pneus, não gasta óleo, só gasta tempo, mas tempo não falta ao Moçambicano e cria postos de trabalho, aqui onde o povo não tem trabalho.
Enfim, Moçambique terra rica de gente pobre.
(Recebido por email)
NOTA: Além de centenas de pequenas lanchas existiam, que me lembre, mais de 10 navios de cabotagem em Moçambique aquando da independência. Alguns exemplos nas fotos acima.
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
Posted at 12:13 | Permalink | Comments (0)
Dívidas ocultas. A teia de corrupção que sufoca Moçambique
Por João de Almeida Dias
Em 2013, um esquema de corrupção deixou um buraco de 2 mil milhões. Os EUA prenderam banqueiros e querem julgar um ex-ministro. Mas quem paga a dívida de um país agora devastado pelo ciclone Idai?
O que fazem um libanês, um neozelandês, um britânico e uma búlgara quando entram em contacto com a nata da nata do sistema político moçambicano? A pergunta pode parecer o início de uma anedota, mas a resposta é tudo menos engraçada: montam o maior esquema de corrupção alguma vez visto em Moçambique e na generalidade do continente africano.
Aconteceu durante anos até ser descoberto, deixou um buraco de 2 mil milhões de dólares (quase 1,8 mil milhões de euros, no câmbio atual) nas contas do país, mas já estava encaminhado para ser apenas mais uma mancha (varrida para debaixo do tapete) na curta mas atribulada vida de Moçambique após a independência, em 1975.
Sendo um dos países mais pobres do mundo, Moçambique tem lidado, na sua História recente, com várias tragédias. Algumas inesperadas, outras estruturais. Ali, a esperança média de vida está nos 56 anos — a 10ª mais baixa do mundo. A contribuir para isso está o facto de aquele ser um dos países com maior taxa de incidência do HIV (7.º), de tuberculose (5.º) ou de malária (9.º), segundo a Organização Mundial da Saúde. Na educação, a média dos moçambicanos não vai além de 3 anos e meio de escolaridade — um entre vários fatores que fazem do Moçambique o 10.º país com o Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo do mundo. Foi sobre tudo isto que, em março, se abateu o ciclone Idai, que matou pelo menos 602 pessoas no país (e mais de mil no total, quando somadas as vítimas no Zimbabué e no Malawi) e deixou milhares à mercê de doenças como a cólera.
O impacto para o país é ainda incalculável. Seria sempre assim em qualquer caso, perante um desastre natural com consequências tão devastadoras, mas, no caso de Moçambique, a recuperação pode ser ainda mais difícil. Antes de o ciclone chegar, já o país lidava com um problema que ninguém sabe exatamente como resolver: o escândalo das dívidas ocultas — um caso de tamanhas proporções que até num país que a Transparency International coloca como o 23.º com maior perceção de corrupção no mundo causou espanto e revolta quando se conheceram os primeiros dados, em 2016.
Posted at 10:50 in Dívidas ocultas e outras, Justiça - Polícia - Tribunais, Política - Partidos | Permalink | Comments (0)
Moçambique/Dívidas ocultas: Ex-banqueira do Credit Suisse dá-se como culpada
A antiga banqueira do Credit Suisse Detelina Subeva deu-se como culpada da acusação de conspiração para lavagem de dinheiro, no âmbito do processo sobre as dívidas ocultas de Moçambique que decorre em Nova Iorque.
"Concordei, juntamente com outros, em ajudar a lavar as receitas de atividades criminais, nomeadamente subornos ilegais pagos por uma empresa chamada Privinvest e pelo seu representante, Jean Boustani", disse Subeva ao juiz William Kuntz II durante uma sessão no tribunal de Brooklyn, em Nova Iorque, na segunda-feira.
Os pagamentos ilícitos, que Subeva diz terem sido feitos em 2013, estavam ligados a um empréstimo do Credit Suisse a uma empresa pública moçambicana, acrescentou a antiga vice-presidente da unidade de financiamento global do Credit Suisse.
De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, Subeva explicou ao juiz que o seu chefe, Andrew Pearse, lhe disse que ia transferir 200 mil dólares (179 mil euros) para uma conta que ela tinha recentemente aberto, e que vinham de subornos pagos por Boustani e a Privinvest a Pearse, no valor de um milhão de dólares (896 mil euros).
"Eu concordei em aceitar e ficar com estes dinheiros sabendo que eram provenientes de atividades ilegais", confessou a antiga banqueira, que viu o Ministério Público norte-americano desistir de três outras acusações de conspiração, não sendo ainda claro se também foi feito um acordo sobre a pena, que pode ir de ficar em liberdade até 20 anos de cadeia.
Padre católico assassinado em casa no centro de Moçambique
Um padre católico de 47 anos foi assassinado em casa, no domingo, na cidade da Beira, divulgou ontem a polícia.
Landry Ikwel, de nacionalidade congolesa, exercia actividade na Diocese da Beira há 10 anos e foi esfaqueado por desconhecidos na sua residência, no Bairro da Manga.
Apesar de ainda ter sido transportado com vida para o hospital central da cidade, o sacerdote acabaria por sucumbir aos ferimentos na barriga e pescoço, suspeitando-se que os agressores também o tenham envenenado, acrescentou fonte policial.
Landry Ikwel foi promotor de acções de combate à corrupção no âmbito da Comunidade de Santo Egídio, instituição dedicada à caridade, evangelização e promoção da paz.
LUSA – 21.05.2019
Posted at 10:10 in Justiça - Polícia - Tribunais, Religião - Igrejas, Sociedade | Permalink | Comments (0)
20/05/2019
Líder da Renamo criticado por se instalar na serra da Gorongosa
Alguns sectores da sociedade moçambicana começam a questionar a longa permanência, nas matas da Gorongosa, do presidente da Renamo, Ossufo Momade, considerando que ele já devia estar a fazer o seu trabalho político em todo o país, em preparação das eleições de Outubro próximo.
A última vez que Ossufo Momade foi visto em público, num centro urbano, foi nos princípios deste ano, quando se deslocou à Maputo, para encontros com o presidente da República, Filipe Nyusi.
Algumas vozes afirmam que Ossufo Momade não tem o carisma que tinha Afonso Dhlakama, pelo que devia sair das matas para projectar a sua imagem perante o eleitorado, sobretudo nas zonas onde a Renamo não tem muita influência, tendo em vista as próximas eleições presidenciais.
Ossufo Momade é o candidato da Renamo às eleições presidenciais de 15 de Outubro deste ano.
O analista Moisés Mabunda diz ser compreensível que depois da morte de Afonso Dhlakama Momade permanecesse na Gorongosa durante algum tempo, mas por estas alturas já devia estar nos melhores palcos do confronto democrático, que é onde está a comunicação social, os académicos e a sociedaade civil para debater ideias.
Oportunidade desperdiçada
Por seu turno, Yaqub Sibindy diz que Ossufo Momade está a liderar um partido que arrasta multidões em manifestações políticas, mas está a desperdiçar a oportunidade de levar esse partido ao poder, por continuar nas matas.
Não há uma posição oficial da direcção da Renamo sobre esta matéria, mas em alguns sectores do partido afirma-se que Ossufo Momade "vai permanecer nas matas até que seja resolvida a questão da desmilitarização da Renamo, e isso passa, fundamentalmente, pela integração dos antigos guerrilheiros nas forças de defesa e segurança".
Falando na condição de não ser identificado, um quadro sénior da Renamo afirmou que mesmo os militares que tinham sido integrados nas Forças Armadas, já foram mandados para casa e só voltam aos comandos no dia do vencimento.
"Não sabem nada dos comandos, mas os comandantes devem participar nos conselhos dos comandos", disse.
VOA – 20.05.2019
A última vez que Ossufo Momade foi visto em público, num centro urbano, foi nos princípios deste ano, quando se deslocou à Maputo, para encontros com o presidente da República, Filipe Nyusi.
Algumas vozes afirmam que Ossufo Momade não tem o carisma que tinha Afonso Dhlakama, pelo que devia sair das matas para projectar a sua imagem perante o eleitorado, sobretudo nas zonas onde a Renamo não tem muita influência, tendo em vista as próximas eleições presidenciais.
Ossufo Momade é o candidato da Renamo às eleições presidenciais de 15 de Outubro deste ano.
O analista Moisés Mabunda diz ser compreensível que depois da morte de Afonso Dhlakama Momade permanecesse na Gorongosa durante algum tempo, mas por estas alturas já devia estar nos melhores palcos do confronto democrático, que é onde está a comunicação social, os académicos e a sociedaade civil para debater ideias.
Oportunidade desperdiçada
Por seu turno, Yaqub Sibindy diz que Ossufo Momade está a liderar um partido que arrasta multidões em manifestações políticas, mas está a desperdiçar a oportunidade de levar esse partido ao poder, por continuar nas matas.
Não há uma posição oficial da direcção da Renamo sobre esta matéria, mas em alguns sectores do partido afirma-se que Ossufo Momade "vai permanecer nas matas até que seja resolvida a questão da desmilitarização da Renamo, e isso passa, fundamentalmente, pela integração dos antigos guerrilheiros nas forças de defesa e segurança".
Falando na condição de não ser identificado, um quadro sénior da Renamo afirmou que mesmo os militares que tinham sido integrados nas Forças Armadas, já foram mandados para casa e só voltam aos comandos no dia do vencimento.
"Não sabem nada dos comandos, mas os comandantes devem participar nos conselhos dos comandos", disse.
VOA – 20.05.2019
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STV-Jornal da Noite 20.05.2019(video)
Não editado pela STV-SOICO
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Guebuza em tom de revolta
Afinal o recém terminado conclave da Frelimo não foi apenas de palmas e hossanas
- O antigo Presidente da República terá se sentido bastante ofendido quando um membro do CC sugeriu que Guebuza se tivesse deixado enganar por Teófilo Nhangumele, no calote dos 2.2. mil milhões de dólares
- Por outro lado, o antigo PR acusa os camaradas do partido de estarem a promover “caça às bruxas” pelo facto de tanto criticarem o seu governo
Aos retalhos continuam a sair para a esfera pública algumas indicações do que terá sido a tónica da recém terminada sessão ordinária do Comité Central do partido governamental, a Frelimo. Os pedaços já disponíveis conseguem, de alguma forma, contradizer a ideia de coesão quase absoluta que foi vendida para o lado de fora pelo presidente do partido, Filipe Nyusi, e pelos restantes participantes do encontro.
Em relação a isso, Armando Guebuza foi claro. Disse e reiterou, quantas vezes pôde, para dizer que o tribalismo estava a assentar-se na Frelimo e a pôr em causa a unidade e coesão do grupo. Mais ainda, Guebuza coloca mesmo o risco de caso o actual ritmo do tribalismo se mantenha, chegar-se mesmo a uma situação semelhante à realidade assistida em 1962.
A referenciação a esta data tem a ver com as dificuldades que o então movimento libertador, a Frente de Libertação de Moçambique, enfrentou. Foram dificuldades sérias e profundas relacionadas com o tribalismo e falta de unidade.
De acordo com um trecho de gravação áudio a que o mediaFAX teve acesso, Guebuza, depois de lhe ter sido dada a palavra pelo presidente do partido, Filipe Nyusi, começou por dizer que tinha pedido falar para expor “algumas questões pequenas”, mas, ressalvou ele “são questões”.
Sobre a unidade nacional, Armando Guebuza terá, essencialmente, dito o seguinte: “Outro ponto que foi tocado é a questão da unidade nacional. Retomo o que foi dito por uma camarada. De que de facto nós não estamos unidos como devia ser. O tribalismo está forte. Ainda fraco para a dimensão e tamanho da Frelimo, mas se deixarmos continuar, voltamos para 1962, com a diferença somente de termos um País independente. A questão da unidade nacional, eu penso que é absolutamente fundamental manter-se presente em todos nós. E já agora que falamos disso, devemos compreender que a Frelimo é nossa. A Frelimo é nossa, igualmente de cada um de nós e cada um dos 4.5 milhões que não estão aqui. A nossa responsabilidade como CC é continuarmos a trabalhar para que seja mais nossa (a Frelimo). Não digo que a Frelimo não tenha direcção. É que a direcção também é nossa. Não posso compreender que se possa pensar que há uns mais da Frelimo do que os outros. Não faz sentido” – disse o antigo Presidente da República, deixando mesmo transparecer e, talvez confirmar a ideia de divisões profundas no seio do partido libertador.
- O antigo Presidente da República terá se sentido bastante ofendido quando um membro do CC sugeriu que Guebuza se tivesse deixado enganar por Teófilo Nhangumele, no calote dos 2.2. mil milhões de dólares
- Por outro lado, o antigo PR acusa os camaradas do partido de estarem a promover “caça às bruxas” pelo facto de tanto criticarem o seu governo
Aos retalhos continuam a sair para a esfera pública algumas indicações do que terá sido a tónica da recém terminada sessão ordinária do Comité Central do partido governamental, a Frelimo. Os pedaços já disponíveis conseguem, de alguma forma, contradizer a ideia de coesão quase absoluta que foi vendida para o lado de fora pelo presidente do partido, Filipe Nyusi, e pelos restantes participantes do encontro.
Em relação a isso, Armando Guebuza foi claro. Disse e reiterou, quantas vezes pôde, para dizer que o tribalismo estava a assentar-se na Frelimo e a pôr em causa a unidade e coesão do grupo. Mais ainda, Guebuza coloca mesmo o risco de caso o actual ritmo do tribalismo se mantenha, chegar-se mesmo a uma situação semelhante à realidade assistida em 1962.
A referenciação a esta data tem a ver com as dificuldades que o então movimento libertador, a Frente de Libertação de Moçambique, enfrentou. Foram dificuldades sérias e profundas relacionadas com o tribalismo e falta de unidade.
De acordo com um trecho de gravação áudio a que o mediaFAX teve acesso, Guebuza, depois de lhe ter sido dada a palavra pelo presidente do partido, Filipe Nyusi, começou por dizer que tinha pedido falar para expor “algumas questões pequenas”, mas, ressalvou ele “são questões”.
Sobre a unidade nacional, Armando Guebuza terá, essencialmente, dito o seguinte: “Outro ponto que foi tocado é a questão da unidade nacional. Retomo o que foi dito por uma camarada. De que de facto nós não estamos unidos como devia ser. O tribalismo está forte. Ainda fraco para a dimensão e tamanho da Frelimo, mas se deixarmos continuar, voltamos para 1962, com a diferença somente de termos um País independente. A questão da unidade nacional, eu penso que é absolutamente fundamental manter-se presente em todos nós. E já agora que falamos disso, devemos compreender que a Frelimo é nossa. A Frelimo é nossa, igualmente de cada um de nós e cada um dos 4.5 milhões que não estão aqui. A nossa responsabilidade como CC é continuarmos a trabalhar para que seja mais nossa (a Frelimo). Não digo que a Frelimo não tenha direcção. É que a direcção também é nossa. Não posso compreender que se possa pensar que há uns mais da Frelimo do que os outros. Não faz sentido” – disse o antigo Presidente da República, deixando mesmo transparecer e, talvez confirmar a ideia de divisões profundas no seio do partido libertador.
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Os Pontos de Fernando Lima nº 118(video)
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Mais um ataque em Cabo Delgado neste domingo
Os insurgentes que aterrorizam a província nortenha de Cabo Delgado continuam a seu bel-prazer a levar a cabo incursões armadas naquele ponto do país. Depois de algumas semanas sem ataques no distrito de Nangade, eis que neste domingo (19 de Maio) os insurgentes surpreenderam os residentes da aldeia Ngalonga naquele distrito, onde terão morto duas pessoas e incendiado mais de 100 palhotas.
Um número desconhecido dos atacantes entrou naquele povoado por volta das 23 horas, tendo começado a atear fogo nas residências, descrevem fontes da "Carta" na sede do distrito de Nangade. De acordo com as nossas fontes, os atacantes destruíram diversos bens da população, como as duas pequenas indústrias de moagem que serviam a comunidade e mataram diversos animais domésticos.
A aldeia Ngalonga, que faz fronteira com o distrito de Mocímboa da Praia, dista poucos km da sede do posto administrativo Ntamba. Este ataque, segundo descrevem as fontes, veio aumentar o clima de medo, em todo o distrito, onde depois das últimas perseguições populares os ataques haviam reduzido substancialmente em comparação com outros distritos.
Aliás, o ataque à aldeia Ngalonga aconteceu poucos dias depois de o Chefe do Estado, Filipe Nyusi, ter dito na sua recente estadia em Funhalouro, província de Inhambane, que Nangade era uma referência na vigilância aos malfeitores, que operam com armas em pelo menos oito distritos da província de Cabo Delgado.
CARTA – 20.05.2019
Corte ilegal da madeira: O ataque final chinês às florestas de Tete
É um cenário alarmante. A saga da desflorestaçâo continua na província de Tete e os "predadores" de sempre comandam a "farra”. As florestas foram entregues aos furtivos chineses que usam licenças dos nacionais e aliciam as comunidades locais com valores monetários que variam de 50 a 500 Mts por uma espécie como Nkuia, Chanado, Chanfuta ou Umbila, muito apreciadas no mercado internacional.
Segundo apurámos, a situação é desoladora nos distritos de Magoe, Changara, Macanga, Zumbo, Moatize, Doa e Marávia. Alguns funcionários do aparelho do Estado são tidos como aliados dos predadores ambientais que, em troca de um "punhado de moedas", alimentam o "take away" chinês.
A protecção dos chineses vem de altos funcionários provinciais e centrais e mesmo com o Decreto Ministerial que proíbe a exploração de algumas espécies como Nkula, Mondzo, Chanado, Pau-ferro, Chanfuta, Jambirre e Umbila, o corte desenfreado da madeira fresca é uma realidade actual na província de Tete.
O outro factor é que há um descontentamento generalizado dos fiscais com a nova lei de criminalização dos crimes ambientais porque, alegadamente, antes de esta entrar em vigor, os fiscais florestais prendiam e sancionavam os furtivos, sendo que uma parte do valor entrava nas suas contas. Entretanto, com o novo cenário, os fiscais florestais vêem-se sem nenhum papel, optando por se aliar aos chineses mie, em cada posto de controlo ou fiscalização, pagam subornos a cada fiscal.
Todos os dias saem camiões com espécies de madeira proibida, que circulam pela cidade de Tete, passando pelos postos de fiscalização aos olhos de todos, mas ninguém faz nada.
Posted at 13:31 in Ambiente - Ecologia - Calamidades, Justiça - Polícia - Tribunais, Opinião | Permalink | Comments (0)
Ainda sobre o CC: Guebuza diz que tribalismo está forte na Frelimo
O ex-Presidente da República e do partido Frelimo, Armando Emílio Guebuza, disse, na última reunião do Comité Centrai daquela formação política, que "o tribalismo está forte" na sua organização política e que se não for combatido, "estaremos a voltar para 1962 (antes da formação do movimento militar que, mais tarde, se transformaria em político}", somente com a diferença de termos um país independente.
Guebuza fez este pronunciamento numa das sessões de debate do encontro, que teve lugar entre os dias 03 e 05 de Maio. na cidade da Matola, quando o presidente do partido, Filipe Nyusi, concedeu-lhe a palavra para fazer comentários em tomo dos relatórios apresentados e responder às questões colocadas por alguns "camaradas", em relação às decisões que tomou quando era Chefe de Estado (2005-2014).
Numa intervenção a que a "Carta" teve acesso, através de um áudio de 14:19 minutos. Armando Guebuza. a quem se atribui a paternidade do termo "Apóstolos da Desgraça", que tinha como alvo todos os críticos da sua governação, reiterou que a "unidade nacional", sobretudo naquele partido, era um assunto sério, numa mensagem interpretada como sendo um sinal de que ele sente na pele o "isolamento” a que foi submetido.
De modo a não deturparmos o conteúdo da sua intervenção, transcrevemos, a seguir, o que Armando Emílio Guebuza disse durante a III sessão ordinária do Comité Central da Frelimo.
Tribalismo na Frelimo
"Eu vim aqui para colocar algumas questões. Pequenas, mas são questões. A primeira tem a ver com o que está no relatório da Comissão Política. É que tem uma coisa que tenho dito várias vezes, que devemos valorizar o pensar diferente. Eu penso que devíamos pensar em encontrar outra formulação. O que nós estamos a dizer é que o bom militante é aquele que pensa diferente de nós: Valorização do pensar diferente. Aquele que pensa igual, como nós pensamos, não deve ser valorizado. Devíamos encontrar outra formulação, que acomodasse e não recusasse ouvir com atenção necessária mesmo aquele que pensa diferente de nós".
Posted at 12:40 in Opinião, Política - Partidos | Permalink | Comments (3)
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