quinta-feira, 28 de março de 2019

Já se sabe porque é que o Papa Francisco não aceitou beijos no anel: tudo não passou de uma questão de higiene


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“Foi simplesmente uma questão de higiene. Ele gosta de abraçar e de ser abraçado”, explicou o porta-voz do Vaticano sobre o gesto de Francisco ao rejeitar que os fieis lhe beijassem o anel.
Este anel, chamado “anel do pescador” é uma joia que todos os líderes da Igreja usam depois de tomarem posse
Getty Images
A dúvida surgiu na segunda-feira, quando o Papa Francisco, durante uma visita ao santuário de Loreto, cumprimentava uma longa fila de pessoas, mas não deixava que lhe deixassem um beijo no anel que levava na mão direita. As críticas não tardaram a surgir: os mais conservadores consideraram o gesto como um sinal de desrespeito pelos valores mais tradicionais. Agora, o líder da Igreja Católica veio explicar o motivo para ter rejeitado o cumprimento dos fieis.
“Foi simplesmente uma questão de higiene. Ele gosta de abraçar e de ser abraçado”, explicou Alessandro Gisotti, porta-voz do Vaticano, citado pela BBC, acrescentando que falou com Francisco sobre o assunto. Confirma-se, assim uma das teorias que se formaram à volta da polémica. Gisotti disse ainda que o Papa não se importa de receber beijos no seu anel, desde que isso seja feito em grupos pequenos.
Este anel, chamado “anel do pescador” é uma joia que todos os líderes da Igreja usam depois de tomarem posse, simbolizando o poder e o “casamento” com a diocese. Cada anel é destruído depois de o Papa que o utilizou morrer, sendo o seguinte feito com os restos do anel usado anteriormente, como um símbolo de continuidade.
A atitude de Francisco chegou a dividir os fieis: se quem o atacava dizia que era uma falta de respeito para com os valores mais tradicionais da Igreja, quem o defendida argumentava que o facto de ele rejeitar um gesto destes é o reflexo de uma atitude de respeito. “Ele está a garantir que os fieis interagem com ele e não o tratam como uma relíquia sagrada. Ele é o vigário de Cristo, não o imperador romano”, referiu Austen Ivereigh, autor da biografia do chefe da Igreja Católica, acrescentando ainda que Francisco vê na atitude de beijar o anel um gesto de submissão, algo que não considera correto, uma vez que a joia deve ser um símbolo de serviço a Deus e não de autoridade.
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