A descoberta das dívidas ilegais da Proindicus e MAM ditou em Abril de 2016 a suspensão do Programa de apoio financeiro do FMI que na altura havia disponibilizado uma linha de crédito de 282,9 milhões de dólares norte-americanos.
Além disso, em Novembro de 2016, e como corolário do secretismo que o Governo envolveu essas dívidas, o Conselho de Administração do Fundo Monetário Internacional(FMI) decidiu reprovar todas avaliações macroeconómicas que havia elaborado desde 2010.
Seguiu-se a suspensão do apoio financeiro ao Orçamento do Estado por parte dos Parceiros de Cooperação e a redução do Investimento Directo Estrangeiro que minguou até 1,2 bilião de dólares no ano passado.
Todavia, e depois da pressão para a realização da Auditoria às estatais Proindicus, MAM e EMATUM e da posterior exigência para o preenchimento das lacunas que ficaram no relatório da Kroll, desde o início de 2018 que o FMI suavizou o seu discurso.
Aliás a última missão que visitou o nosso país, em Novembro passado, até já não referiu as lacunas por preencher na auditoria da Kroll e até acolheu “com agrado os esforços contínuos da Procuradoria-Geral da República, em cooperação com os parceiros de desenvolvimento, para trazer responsabilização relativamente à questão das dívidas anteriormente ocultas”.
Entrevistado pelo @Verdade o Representante do FMI revelou que o Conselho de Administração da instituição já reavaliou o misreporting relativamente ao cenário macroeconómico desde 2010. “Isso foi feito ao abrigo do ultimo Artigo IV no início deste ano” explicou Ari Aisen.
Questionado pelo @Verdade sobre o que está nesta altura a condicionar um novo Instrumento de Apoio à Política Económica (denominado PSI no acrónimo em inglês) Aisen disse que um Programa do FMI dura pelo menos 3 anos e estando o actual Governo em fim de mandato faz sentido negocia-lo “só depois das Eleições” Gerais de 2019.
Portanto embora a crise económica pareça estar controlada a retoma da economia ainda deverá demorar, é que um Programa financeiro com o FMI além do dinheiro que possa trazer para ajudar a balança de pagamentos de Moçambique é catalítico para o Investimento Directo Estrangeiro pois dá aos doadores, bancos multilaterais de desenvolvimento e mercados a segurança que o Fundo Monetário endossa as políticas do país.
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