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Escrito por Emildo Sambo em 29 Junho 2018 |
O Chefe do Estado, Filipe Nyusi, manifestou-se, na quinta-feira (28), em Maputo, preocupado com a prevalência da malária em Moçambique, mormente nas regiões centro e norte, censurou o modo de ser e de agir da população em relação à doença. Segundo ele, parte do problema em questão “somos todos nós”, mas cada um no seu meio. É que algumas pessoas, argumentou o estadista, criam condições propícias à proliferação do mosquito causador do paludismo e negam a pulverização intra-domiciliária. Outras rejeitam o uso de redes mosquiteiras impregnadas com insecticida de longa duração, alegadamente “porque sufoca”. Outras ainda, recorrem ao atendimento hospitalar depois de experimentarem “medicamentos caseiros”, o que agrava a enfermidade.
A malária afecta 40% de moçambicanos e “é uma luta longe de ser vencida (...)”. Anualmente, o Programa Nacional de Combate à Malária precisa de 85 a 124 milhões de dólares norte-americanos, o que “o Estado não tem na sua totalidade”, disse o Presidente da República.
De acordo com ele, esta enfermidade é “um fardo para o Governo” porque exige cada vez mais acções, tais como distribuição de redes mosquiteiras e aquisição de medicamentos para o seu combate.
Ela é um estorvo ao crescimento económico e do país, uma vez que quando as pessoas adoecem a produção e a produtividade focam comprometidos. “É preciso parar a propagação da malária e alguns de nós pensam que padecer de paludismo é um mal menor (...)”.
Falando no lançamento da campanha “Zero Malária Começa Comigo”, no âmbito do “Primeiro Fórum Nacional da Malária”, realizado pelo Ministério da Saúde (MISAU), Filipe Nyusi afirmou que “nós pensamos mais na cura do que na prevenção” e há indivíduos que administram-se medicamentos sem a orientação de um profissional de saúde ou sem o diagnóstico da doença, o que contribui para perpetuar a enfermidade.
O Chefe do Estado disse que aquelas pessoas que recusam a pulverização intra-domiciliária, alegadamente porque o insecticida usado aumenta os mosquitos, os percevejos, pulgas e outros insectos prejudiciais à saúde devem mudar de atitude, pois prejudicam a sua saúde e das pessoas mais próximas de si.
Ademais, “não temos o hábito de dormir dentro da rede mosquiteiro supostamente porque sufoca, ou reservamo-la para o chefe da família”. Nyusi lembrou aos participantes no evento, entre eles profissionais de saúde, presidentes dos municípios, governadores provinciais e outros, que Moçambique é um dos 10 países mais afectados pela paludismo no mundo.
Num outro desenvolvimento, ele disse que “nos agregados familiares mais pobres, os índices de prevalência da malária atingiu 60%”, o que sugere que “existe uma ligação” entre esta doença e a pobreza.
No que a saúde diz respeito, a malária representa 40% das consultas externas, 56% dos internamentos hospitalares e 29% de mortes nas unidades sanitárias, revelou o Presidente da República, ajuntando que a incidência da doença é mais elevada centro, com 68% na Zambézia, 32% em Sofala, 30% em Tete. Manica é a província menos efectada.
No Norte, o paludismo afecta 66% dos habitante de Nampula, 36% no Niassa e em Cabo Delgado.
Aliás, nos últimos anos, enquanto as outras províncias registaram uma tendência decrescente de casos da malária, Nampula e Zambézia conheceram um aumento em 5%, respectivamente.
No Sul, 23% da população de Inhambane está também afectada pela doença, 16% em Gaza, sendo Maputo província e cidade os menos assolados, disse Nyusi.
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