segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Transparência Internacional corrobora GCCC: a corrupção não está a diminuir em Moçambique


Escrito por Adérito Caldeira  em 26 Fevereiro 2018
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O mais recente ranking da Transparência Internacional (TI) mostra que os discursos do Presidente Filipe Nyusi não passam de retórica e a corrupção não está a diminuir em Moçambique, piorou entre 2016 e 2017, como aliás havia constatado recentemente o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC).
“Pode-se pensar que o fluxo de casos de corrupção apresentados ao público nos últimos tempos é sinal linear de crescimento da corrupção. O volume de casos, em curso e publicamente conhecidos, no processo de combate à corrupção, é o resultado do trabalho intenso que temos estado a realizar, incluindo casos não levantados no período anterior” afirmou recentemente o Presidente Nyusi durante um encontro com o Corpo Diplomático acreditado em Moçambique reiterando que o seu “Governo está comprometido com o combate à corrupção”.
Exportada de outros países ou importada pelos moçambicanos, como também afirmou o Chefe de Estado, o facto é que para a Transparência Internacional, Organização Não Governamental que monitora a corrupção a nível global, este cancro não só continua enraizado como está aumentar em Moçambique.
Após ter somado 30 e 31 pontos, em 2013 2014, durante o primeiro ano de governação de Filipe Nyusi a pontuação de Moçambique estagnou mas regrediu para 27 pontos em 2016 e no ano passado para 26 pontos.
Não são citados que casos de corrupção contribuíram para estas descidas no ranking da TI mas o facto é que continuam a ser julgados os casos de corrupção de pequena dimensão. Mesmo o apelidado “caso FDA” não condenou nenhum “tubarão” que certamente esteve envolvido ou pelo menos beneficiou-se dos fundos do erário.
No entanto poderá ter contribuído para esta pior classificação a falta de desenvolvimentos no caso das dívidas ilegais, que é sem dúvidas o maior escândalo de corrupção de sempre no nosso país e que tem ramificações até a Presidência da República, assim como o silêncio em torno do suborno que a Odebrecht admitiu ter pago a membros do Governo para facilitar a construção do aeroporto de Nacala.
Aliás este ranking é publicado menos de um mês depois do Gabinete Central de Combate à Corrupção ter revelado que os casos de corrupção em Moçambique “infelizmente não estão a diminuir, cada vez mais estão a aumentar”.

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